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sábado, 24 de abril de 2021

Yellow Submarine - O Disco - Por extenso

  Capítulo 46 


De minha saga  

O Universo das Canções dos Beatles


Todos os Capítulos têm acesso neste LINK 


O cenário para Yellow Submarine, O Disco 

E segue a história dos Beatles

Estamos em 22 de novembro de 1968! 

E seguem crescendo os números!!!               
Em pouco mais de 6 anos de carreira, lançaram 172 canções, sendo 148 autorais e 24 de outros autores, filmaram dois Longas Metragens de sucesso mundial, A Hard Day's Night e HELP!, e um de sucesso mediano, reconhecido posteriormente,  fizeram 571 shows, sendo 386 no Reino Unido, 94 na Europa Continental, 67 na América, 16 na Austrália e 8 na Ásia, esse número ficou estacionado, e ganharam 4 títulos de Membros do Império Britânico, lançaram 17 compactos, um EP de inéditas, 9 LPs, Please Please Me (LINK)With The Beatles (LINK) A Hard Day's Night (LINK)Beatles For Sale (LINK)HELP! (LINK), Rubber Soul (LINK), Revolver (LINK), Sgt. Pepper's Lonely Hearts CLub Band (LINK), e The White Album (LINK) um EP Duplo - Magical Mistery Tour (LINK) - todos chegando ao primeiro lugar, com exceção do primeiro e de mais um (!!!) compactos. 
Os números seguem espantosos!!!               

Depois de passarem quase cinco meses em estúdio para produzir as 30 canções do Álbum Branco, não sem conflitos internos, o resultado foi um estrondoso sucesso. E o próximo álbum, com a trilha sonora do longa metragem Yellow Submarine, não iria requerer nenhum trabalho de estúdio, suas quatro canções novas já estavam todas gravadas, a primeira remontando a fevereiro de 1967, a última foi em fevereiro de 1968, e inclusive já eram conhecidas, de uma parte do público, os que assistiram ao filme, que estreara em julho de 1968 em Londres. O lançamento da trilha sonora foi em 13 de janeiro de 1969. O filme, na verdade uma animação, foi o último projeto lançado por Brian Epstein em vida, que gostou do fato de os Beatles, eles mesmos, não terem envolvimento, eles não queriam mais, mas o filme era uma obrigação contratual com a United Artists. Não usaram nem mesmo suas vozes, mas gostaram tanto do filme que resolveram fazer uma aparição ao final cantando uma das canções, para nossa suprema felicidade e gáudio! Então, já estava tudo pronto e foram 40 dias de 'férias' para os 'rapazes', entre o lançamento dos dois álbuns, mas não sem acontecimentos ou percalços... 

John e Yoko haviam sido presos em outubro, e depois soltos sob fiança, por posse de maconha, no apartamento de Ringo em Montagu Square, em que moraram enquanto não se estabeleciam em definitivo em sua casa 'no campo'. A droga foi encontrada pela polícia, mas não convenceu John, porque eles haviam sido avisados da averiguação e limpado a casa. John ia brigar na Justiça, mas nesse ínterim, um dia antes do lançamento do Álbum Branco, Yoko teve um aborto com quase 6 meses de gravidez, após duas semanas de internação porque seu médico temera pelo bebê. O aborto, decerto foi precipitado pela tensão da situação. Durante a internação, John ficou com ela todo o tempo, primeiro numa cama do hospital, e depois, quando precisaram da cama, ele dormiu no chão. O bebê era um menino, ele se chamaria John Ono Lennon II, que foi enterrado não se sabe onde, e decerto seria local de peregrinação até hoje. No dia da audiência, em 28 de novembro, John se declarou culpado, por temer que um longo processo causasse a deportação de Yoko. Na argumentação, o advogado usou o aborto, e o fato que que John estava 'limpo' desde a viagem à Índia, e o fato de que a música de John era um benefício para a humanidade. Eles foram liberados após pagamento de uma multa de 150 libras e um alerta de que aquela seria a última vez. Percalço digno de registro, né? Bem, sobre o fato de ele estar 'limpo' de maconha, se era verdade, durou pouco. 

Magoados com a perda do filho, John e Yoko embarcaram firme na heroína... mas não o suficiente para interromper o processo criativo. O controverso álbum Two Virgins, em que aparecem nus, de frente e de costas, na capa e na contracapa, foi lançado em Londres no final de Londres, sem qualquer participação da EMI em sua distribuição, duas semanas após seu lançamento nos EUA, onde foi coberto por uma capa marrom, em que deixava expostas apenas suas faces. Em dezembro, John aceitou o convite de Mick Jaegger, dos Rolling Stone para participar de um programa para a TV chamado 'Rock and Roll Circus', cuja gravação foi nos dias 10 e 11, em que John foi com Yoko e Julian, seu filho de 5 anos. (veja neste LINK uma ótima cena deles com Mick). O programa não foi ao ar, mas possibilitou vir ao mundo a única performance ao vivo de um Beatle tocando uma música dos Beatles, coisa que não acontecia desde agosto de 1966. Eu contei sobre ela em minha análise de Yer Blues  (LINK). Em paralelo, ele e Yoko filmavam Rape, para a TV austríaca, em que uma garota qualquer nas ruas de Londres é filmada em close, e é perseguida por um cameraman que não abre a boca, até que ela ê encurralada e começa a chorar de verdade, tanso, e no lançamento John explicou que aquilo era o que acontecia a pessoas em Biafra (país africano devastado pela fome) e no Vietnã, era John seguindo em seu 'protest mode' que começara em Revolution 1 (LINK), apesar de ser uma ideia de Yoko, totalmente abraçada por ele. No dia 18, estiveram no Royal Albert Hall, convidados pelos organizadores do Underground Christmas Party, em que se apresentaram envoltos em uma fronha gigante, garantindo ser aquela a melhor forma de comunicação. Coisa de Yoko, mas ela tinha razão, afinal, se fossem apenas em  suas presenças, não seriam lembrados até hoje por este escriba, por exemplo.

Paul, agora morando com Linda e sua (dela) filha Heather, passaram longo tempo na fazenda de Paul na Escócia, no hoje famoso Mull of Kintire (Far have I travelled and Much have I Seen), e depois causaram furor na pequena cidade praiana de Faro, em Portugal, quando chegaram de surpresa num jato particular, para atender a um convite de última hora de Hunter Davies, seu amigo, e biógrafo oficial dos Beatles. Enquanto em Londres, tocou baixo em uma canção de James Taylor, que era artista da Apple, gravadora dos Beatles. Em seu papel de porta-voz dos Beatles, anunciou que devido ao aborto de Yoko, seus planos de fazerem apresentações ao vivo seria adiado. Sim, eles haviam até marcado algumas datas de dezembro para o efeito. Olha só...

George passou boa parte do tempo nos Estados Unidos, onde lançou seu álbum Wonderwall, com a trilha sonora do filme de mesmo nome, e de lá anunciou que os Hell's Angels, aqueles motoqueiros hippies, iriam invadir a capital londrina, garantindo que não fariam confusão. O evento se materializou na festa de Natal na Apple, com John e Yoko vestidos de Papai e Mamãe Noel distribuindo presentes para as crianças que apareceram. Ringo também esteve nos States para a première de seu filme Candy, estrelado por ele, um de muitos de sua carreira de ator.

No caso de terem feito as contas dos '40 dias' que mencionei no primeiro parágrafo, estranhariam que o final daquele período resultaria em 2 de janeiro de 1969, enquanto sabemos que o álbum foi lançado em 13 de janeiro. Faltaram 10 dias! É que eles foram usados trabalhando. Sim, começava o novo trabalho dos Beatles, o Projeto Get Back, de retorno às raízes. Ele teve 10 dias de gravação, sobre os quais falarei no Capítulo 48. Ué, mas este aqui sendo o Capítulo 46, por que o próximo Capítulo não seria o 47? É que ..... bem .... não vou dar spoiler! Aguardem pacientemente!


Os assuntos das canções de Yellow Submarine

Foram 12 as canções gravadas.

  • Duas Canções já existentes, de Lennon/McCartney
  • Seis canções instrumentais de George Martin
  • Quatro CANÇÕES NOVAS 

É sobre estas últimas que falaremos aqui! São elas:

  1. Only a Northern Song (George Harrison)
  2. All Together Now (Lennon/McCartney) efetivamente, Paul
  3. Hey Bulldog (Lennon/McCartney) efetivamente, John
  4. It´s All Too Much (George Harrison)

        Quem está acostumado a minhas análises certamente esperaria agora o detalhamento dos assuntos tratados nas canções do álbum, e ele virá, apenas que dada a inédita configuração de compositores observada.

        Caso se decidisse eleger um 'dono' do álbum, e se lhe atribuísse o título pelo número de composições no mesmo, Yellow Submarine seria um Álbum DE George Harrison, afinal, compôs duas de quatro das composições novas do disco! Um assombroso índice de 50%! E isso ocorreu pela primeira e única vez! Aliás, eu vou fazer um capítulo especialmente para isso, determinar os 'Donos' de de cada um dos álbuns dos Beatles! 

        Claro que, indo ao pé da letra, Yellow Submarine seria um Álbum DE George Martin, afinal, é o compositor de 6 das 12 canções do álbum, e, mais que isso, ocupando TODO o Lado B, coisa que nenhum Beatle realizou! Mas aqui, estamos nos atendo à às canções com Letras!!
         
        Agora, sim, vamos aos Assuntos!! O álbum segue a tendência, iniciad a em Rubber Soul e jamais seria abandonada, de ser predominantemente de Mind Songs 

        Percebam a tabela abaixo. 



        Mais detalhes sobre a divisão entre Heart & Mind Songs, aqui, neste LINK

        Traduzindo...

        É UMA canção falando ao  Coração,  sobre Garotas, na Classe Amor

        São 3 canções que falam à Mente
        • Todas canções com Discursos 
          • 2 falando a um Grupo
          • 1 falando a uma Pessoa

        Um fato interessante! O Álbum Branco é o ÚNICO dos Beatles a ter canções em TODOS os 7 Assuntos em que este cronista dividiu o mundo da música, a saber, a saber, Girl, Miss, Story, Speech, Self, Acid e Nonsense!!


        E atualizemos nosso gráfico Heart x Mind, que introduzimos em Sgt.Pepper's!

        Após o CAMPEÃO das Mind Songs,  Magical Mistery Tour  

        O Álbum Branco e Yellow Submarine retornam ao índice médio de Mind Songs desde Rubber Soul.

        Veja o gráfico:




        Os próximos índices de Heart Songs serão:
        • Abbey Road tem 5 Heart Songs (29%, 5 em 17)
        • Let It Be tem 2 Heart Songs (20%, 2 em 10 + 1 Cover)
        • Past Masters #1 tem 11 Heart Songs (100%, 11 em 11 + 4 Covers)
        • Past Masters #2 tem 5 Heart Songs (38%, 5 em 13)
        Lembrem-se que os Past Masters #1 e #2
        são coletâneas de canções fora dos LPs

        O Álbum Branco é, portanto, no trinômio Grupo / Assunto / Classe, um

        75% Mind,
        75% Speech, 
        50% Group Album!

        Em termos de autoria, as canções estão assim divididas!
        • Como ressaltado acima, George é o campeão, com duas canções, e Paul e John dividem o segundo e último lugar, com uma composição cada um!
        • George, desta vez, é o único autor a gravar uma Heart Song 
          • Ela é sobre Garotas, e na Classe Amor!
        • George traz uma Mind Song,  num Discurso a um Grupo
        • Paul traz também uma Mind Song,  também num Discurso a um Grupo
        • John traz outra Mind Song, esta num Discurso a uma Pessoa

        Na tabela abaixo, as evidências, nas letras, do porquê da classificação acima!



        As canções de Yellow Submarine

        1. Yellow Submarine   (Tale Story Song by Paul McCartney)
        Acesse a análise neste LINK.

         

        2. Only a Northern Song (Group Speech Song by George Harrison)

        George revela "Quando você escutar tarde da noite, você pode pensar que a banda não está certa, mas está, ela toca assim mesmo. E realmente não importa os acordes que eu toque, as palavras que eu diga, ou que hora do dia seja, porque é apenas de uma canção do norte"

        Mágoa! Este é o sentimento que define esta canção! E ela veio com múltiplas mensagens! Era o começo de 1967, e já estavam correndo os planos para o álbum Sgt. Pepper's. Houve uma espécie de combinação, de que os Beatles fizessem canções sobre suas infâncias, seus tempos em Liverpool. John veio com Strawberry Fields Forever, Paul veio com Penny Lane, Ringo decerto não se sentiu animado em escrever sobre o tema, tendo-se submetido a duas internações em hospital que lhe tiraram 3 anos de sua vida normal, e a de George veio com mágoa! E reclama e dos companheiros compositores da Banda (O Grupo), que não importavam os acordes que tocava, as palavras que dizia, ela era apenas uma Northern Song, uma Canção do Norte, como do Norte era Liverpool, a cidade objeto, ao menos em tese, da canção.  Porém, mais que isso, Northern Songs era o nome da companhia que detinha os direitos sobre as canções dos Beatles desde o começo de 1964. Paul e John, os maiorais da banda, dividiam 30% dos direitos, Ringo e George dividiam 1/10 de 1/3, ou seja, levavam 1,67% cada um, um acordo ferino, imposto por Dick James, o editor, que ficava com os demais 67%(!!!). Mágoa por ter assinado tal contrato, lá em 1964! O efeito era que John e Paul ganhavam mais com as canções que George compunha do que ele mesmo! E, repetindo, mágoa também porque George sofria quando suas canções não eram levadas muito a sério por Paul e John. E o fato aconteceu com essa própria canção, que foi considerada muito down para um álbum up. Cá entre nós, era mesmo! Até George concordou! Posteriormente, chegou a vez dela, contarei. Em tempo, as canções que John e Paul fizeram também não foram lançadas em Sgt. Pepper's, mas mereceram lançamento em compacto! George felizmente apareceu com uma outra e espetacular canção para o álbum, Within You Without You! 

        Por mais que Only a Northern Song tenha sido desprezada para o lançamento para o qual foi proposta, ela segue a exigente linha composicional dos Beatles, tem três versos com letras distintas, são preâmbulos para a conclusão do refrão, mais ou menos assim: "Se você ouve esta canção e acha (i) que está estranha, (ii) que a banda está ruim ou (iii) que a harmonia é pesada, você não está errado!". Boas rimas estão presentes, e aqui tem o requinte de ter letras diferentes até nos três refrões, com várias coisas que "...doesn't really matter" e introduzem o título, nas duas primeiras vezes  "As (ou when) it's only a Northern song", e na terceira até nem menciona o título "And it told you there's no one there" ou "ninguém ouve minha canção"... mágoa até o fim. Uma nota sobre estas frases finais dos refrões: elas são em tempo 3/4, enquanto o resto é no tempo 4/4. Palmas para Ringo! 
         
        Glockenspiel
        John não participou da base da canção, que foi definida, em 13 de fevereiro. George tocou órgão, Paul, o seu tradicional baixo e Ringo, a sua tradicional bateria, com direito a muitas viradas! Foram 9 takes, os últimos 6 infrutíferos, posto que escolheram o Take 3 como o melhor. Mas depois, o Take 6 ressuscitou! A base tinha espaço para instrumentação em dois versos inteiros e um refrão não cantados, mas que não se espere um elaborado solo de guitarra para o espaço. Para casar com a fala sobre os 'acordes estranhos', ele usou acordes estranhos e dissonantes. E também no terceiro verso cantado em que diz que a harmonia é “dark and out of key,”, nota-se o que ele quer dizer com aquilo. Reduções feitas, para liberar espaço na fita, o Take 12 foi adiante para overdubs, que viriam no dia seguinte, com George e seu vocal, ainda não definitivo. E foi só isso. 
         
        Nesse ponto, decidiu-se que a canção não iria decolar e iria para a prateleira. E ela só retornou à baila dois meses depois, quando se descobriu que seria ótima para o novo filme. Num glorioso 20 de abril, ela ganhou uma cara extremamente psicodélica com os incríveis overdubs. Primeiro, Paul regravou seu baixo, depois pegou um trompete e saiu tocando, aleatoriamente, sem planejamento nenhum, fazendo questão de pontuar com notas discordantes, especialmente no refrão instrumental final. O mesmo fez John (agora, sim) com um piano e um glockenspiel, na verdade, o nosso conhecido xilofone. Acresceram também estranhos sons disponíveis em fita, vozes estranhas e cacofonia explícita,  e George gravou (e dobrou) um novo e definitivo vocal. E até harmonizou, sem querer, no Refrão 2, ao cantar o final de "... or if my hair is BROWN" em segunda voz. Ficou ótimo! A loucura se estabeleceu e o verso instrumental final, que vai caminhando para o fade-out, tem vozes de John e de George, que também toca um piano, no clima, passando os dedos sobre as teclas ao léu.   Isso tudo além de pandeiros e percussões variadas, de todos os quatro Beatles, identificando-se até mesmo um tímpano de orquestra, seguro que de Ringo, lembrando de Every Little Thing de três anos antes. A coisa é tão intensa e esquisita que não tem nenhuma guitarra nesta canção do guitarrista solo dos Beatles. E, após um extensivo trabalho dos engenheiros para casar os tempos entre diferentes takes (incluindo um anterior ao escolhido no Day 1, o já falado Take 6), estava pronta a canção para ser incluída no filme!
         
        Em que pese sua atribulada história, ela tem um bom destaque no filme, acompanhando cenas com as imagens dos 4 Beatles eles mesmos, alteradas como se fossem criadas por Andy Wahrol, e não com as caras da animação. Claro que nenhum Beatle a tocou ao vivo, e nem mesmo The Analogues... mas deixo aqui, a versão com letras diferentes, que saiu em Anthology 2, neste LINK, ainda sem os efeitos todos!! 

         

        3. All Together Now  (Group Speech Song by Paul McCartney)

        Paul chama "A, B, C, D, posso trazer meu amigo para o chá? E, F, G, H, I, J, Eu te amo. (Bom bom  bom-pa bom) Navegue o barco (bom-pa bom) Corte a árvore (bom-pa bom) Pule a corda (bom-pa bom) Olhe para mim! Todos juntos agora"
         
        Paul chama crianças (O Grupo) a cantarem todos juntos!  Paul queria fazer uma nova canção para crianças, ao estilo de Yellow Submarine. E fez. Em 1967, mas foi lançada apenas na trilha sonora do filme Yellow Submarine lançado em 1968. Ela aparece acompanhando uma cena do filme, mas os Beatles gostaram tanto da animação que fizeram um filmezinho bem divertido, com eles mesmos atuando no final, acompanhando a canção com motivos do filme. Foi muito simpático. Veja aqui neste LINK. É uma versão reduzida da gravação oficial.  A canção foi gravada num dia só como um segundo esforço para  conseguir canções para o filme. No dia anterior, foi gravada Baby, You're A Rich Manmas acabou sendo lançada como Lado B de All You Need Is Love. 
         
        O título da canção repetido quatro vezes é o refrão, que é introduzido por dois versos e uma ponte. Depois, verso e duas vezes o refrão. Depois, ponte e três vezes o refrão, bem, é melhor desenhar, para não confundir.  
         
        Verso 1 - Verso 2 - Ponte - Refrão  
        Verso 3 - Refrão - Refrão  
        Ponte - Refrão - Refrão- Refrão 
         
        Os versos são cantados por Paul e têm letras distintas com a mesma estrutura, é sempre: 
        4 coisas - Uma permissão "Can I..." - Mais 6 coisas - "I love you" 
         
        No Verso 1, as coisas são Números de 1 a 10, no Verso 2, são letras de A a J, e no Verso 3, são cores que, na verdade, são 9 porque entra o artigo "and" entre a cor "orange" e a "blue". A vontade das pessoas de encontrar pelo em ovo é tão grande que viram conotação sexual na permissão do Verso 3, em "Can I take my friend to bed?". Pode isso, Arnaldo?
         
        A ponte é uma sucessão de quatro instruções para brincadeiras, sendo John o líder, uma por compasso, e tem ele, Paul e George entremeando com deliciosos  "bom-pa-bom"s:
        "Sail the ship", "Chop the tree", "Skip the rope", "Look at meee"
        Toda essa deliciosa brincadeira foi gravada numa ensolarada manhã londrina, em 12 de maio de 1967, minto, numa única sessão noturna em Abbey Road (os Beatles eram noturnos). O clima estava igual ao do dia da gravação final de Yellow Submarine, um ano antes, e a coisa comum entre as duas sessões foi a ausência do Professor, então os alunos mais uma vez fizeram a festa. Tanto que os refrões eram cantados por todos que estivessem por ali, além dos quatro Beatles, após sucessivas chamadas de Paul, no mínimo, Mal Evans e Neil Aspinall, os eternos roadies, participaram! George Martin havia tirado duas semanas de férias no sul da França, descansando das exaustivas sessões de Sgt. Pepper's. A base foi Paul no violão, John num banjo, George num 
        violão eletroacústico, Ringo na bateria, mas mais importante, porque incomum, foi que tanto Paul, nos versos, como John nas pontes, e John e Paul e George nos 
        "bom-pa-bom"s,  cantaram seus vocais já ali mesmo, na base, e não nos overdubs, como era usual fazer. Estavam todos ligados, e atrelados ao ritmo, sempre crescente da canção, notem, e desafio que fiquem parados. Para os overdubs, logo depois de escolhido o Take 9 como o melhor, foram a gaita de John, que também tocou ukulele (aquele cavaquinho metido a besta), e vários instrumentos de percussão, como triângulo e aqueles pratos de dedos, e variados sons e palmas, e mais importante, uma buzina, como a do Chacrinha que se ouve em vários pontos. E também, gravaram o insano coro nos refrões e fizeram harmonização vocal em "Look at meeeee!" e aquela extensão final "All tooogeeetheeer nooooooow", seguida de palmas naturais e merecidas. 
         
        Ao vivo, o Brasil teve o privilégio de ser o primeiro país a ouvir All Together Now. Paul abriu e Belo Horizonte a sua excursão Out There, de 2013, para gáudio absoluto da plateia. Neste LINK, está o que aconteceu em Goiânia!


        3. Hey Bulldog  (Person Speech Song by Paul McCartney)

        John aconselha "Um tipo de inocência é medida em anos, você não sabe como é conseguir escutar seus medos. Você pode conversar comigo. Você pode conversar comigo. Você pode conversar comigo. Se você estiver sozinho pode conversar comigo"
        VOCÊ, neste caso, pode ser qualquer um. John falou uma vez que 'Hey Bulldog é um rock que soa muito bem mas que não quer dizer nada'! E ele tem razão nas duas coisas!  Será? Vamos tentar achar algo! É uma daquelas músicas que eles fizeram no estúdio, pra preencher o tempo, e que sai uma coisa genial. Um riff de guitarra sensacional, também levado pelo baixo, que segue insano toda a música,  um latido de Paul que John gostou e respondeu e ficou na gravação, fazendo até que mudasse o nome original, que era Hey Bullfrog. Olha, só ouvindo, mesmo! Foi a última canção gravada para a trilha sonora do filme Yellow Submarime!  Eles precisavam de uma canção para o filme, antes de viajar para a Índia, John falou o costumeiro: "Xácomigo!!", foi pra casa e trouxe a música quase pronta, com 90% da letra, e Paul ajudou no resto. Outras vezes em que John assumiu a tarefa foram justamente em encomendas para filmes HELP! e A Hard Day's Night, e foram as canções título.
         
        Vamos lá tentar dar um pouco de significado à letra que o próprio compositor não dá valor. O tempo da canção não é de valsa, mas a fórmula é de 'valsa' estrutural, verso-verso-Refrão-verso-verso-Refrão, com uma introdução e uma conclusão instrumental espetaculares, sendo o Verso 3 também instrumental. Os três versos com letra são completamente distintos, seguindo à risca o mandamento Beatle. Cada verso tem estrutura semelhante, têm duas evocações, ou vocativos, uma filosofia e um alerta. Nas evocações, além de  serem sonoramente apropriadas, e rimarem entre si, "Sheepdog-Bullfrog", "Childlike-Jack knife", "Big Man-Wigwam", John se dirige a uma pessoa, chamando-o de algumas coisas pouco lisonjeiras, "Seu cahorrão parado na chuva, mexa-se, Seu sapo-boi, idem!", passa por umas que não captei o significado e termina com um "Grandão, covarde!". Porém, nos complementos, John baixa o tom, como uma pessoa mais velha (o compositor), que está ensinando e aconselhando uma pessoa mais jovem. No Verso 1 "Somekind of happiness is measured out in miles", quer dizer que pra ser feliz, tem que caminhar muito, e alerta que um sorriso bonito não vai ser suficiente pra ele chegar lá; no Verso 2 "Somekind of innocence is measured out in years", com o passar dos anos "você, jovem, vai deixar de ser inocente!", e alerta que ele vai aprender a ouvir seus próprios medos; no Verso 4 (o terceiro com letra) "Somekind of solitude is measured out in you", na verdade, a letra dizia "in news", mas ele cantou "in you" e resolveu deixar assim, ele diz que a solidão pode ser medida observando-se o mundo, e alerta que o jovem não tem a menor pista de quem ele, o autor, é, na verdade. Nos refrões, o experiente se põe à disposição do jovem, pra convesar, sempre que este se sentir sozinho! Bonito! Consegui? Não? Ao menos, tentei! 

        E a gravação? O que foi aquilo?

        Vocês sabem estávamos na década equa de 1960, portanto, nada do que temos hoje havia, nada de uma câmera de cinema em cada mão. Mas naquele glorioso 11 de fevereiro de 1968, hav
        ia uma equipe de filmagem em Abbey Road, preparada para filmar um vídeo promocional para Lady Madonna. E John pediu para filmarem tudo! Genial decisão! Bem, vamos a começo, a famosa base!! Nos primeiros takes, era John ao piano e cantando um guia vocal, Paul no baixo, George na guitarra e Ringo na bateria, mais depois de alguns takes, Paul decidiu deixar o baixo para os overdubs e pegou dois pandeiros. No Take 10, era isso que se ouvia! A ideia era terminar tudo no mesmo dia, enão logo se fez a redução da fita e vieram os overdubs, e ...que overdubs foram aqueles??!! Primeiro, Paul ligou seu baixo numa Fuzz Box (remember Think For Yourself) e fez a mais espetacular linha de baixo desde Sgt. Pepper's, no ano anterior, notem as firulas perfeitas e numerosas, George fez um solo em sua guitarra, como não fazia há mais de ano, e ela está também distorcida, Ringo acrescentou espetaculares batidas nos refrões e, mais importante, John e Paul DIVIDIRAM UM MICROFONE, como não faziam 'há décadas', lindo, lindo, lindo, e mais lindo ainda porque tudo foi capturado pelas câmeras, e a gente pôde ver, pela primeira vez, imagens do que acontecia em estúdio! Magnífico, inesquecível e está tudo aqui, nestLINK, para vocês se deliciarem! Note desde o começo, uma introdução matadora, primeiro só o piano de John, depois a guitarra de George nas mesmas notas do piano, junto com a bateria de Ringo, e depois entra o baixo fuzzado de Paul, nas mesmas notas de piano e guitarra. E note no começo do Verso 1, Paul harmonizando  com John num mesmo microfone, em "Sheepdog" e "Bullfrog" e repetindo a dose nos dois outros versos, e também nos citados filosofias e alertas. Maravilhoso. Passe pela voz solo magnífica de John nos refrões "You can talk to me... If you're lonely you can talk to me", e se divirta com a longa conclusão, migrando para latidos, uivos, e risadas dementes. Eu já disse que era espetacular?!! Então, repito!!! Ah, e como eu disse lá em cima, o nome da canção nem estava na letra, aliás, ela se chamaria You Can Talk To Me, mas como Paul começou a latir, e John adorou e correspondeu, John terminou criando o vocativo "Hey Bulldog" repetido no final, e que até virou até o nome da mesma!

         

        5. It´s All Too Much   (Love Girl Song by George Harrison)

        George se desmancha "Quando eu olho nos seus olhos, seu amor está la para mim, e quanto mais eu entro, há mais para ver. É demais para eu aguentar o amor que brilha ao seu redor. Todo lugar é o que você faz. É demais para nós aguentarmos!"
        Aqui, existem algumas interpetações possíveis para o objeto da declaração. George andava místico, então poderia ser mais uma conversa com Deus, mas a primeira frase fala "When I look into your eyes, your love is there for me", então eu não vejo Deus como aquele ancião de longas barbas, hoje eu sei que é um ser incorpóreo, sem forma, portanto sem olhos, então, descarto essa interpretação. Depois, as imagens que entrega na letra, como no refrão "It's all too much for me to see The love that's shining all around here The more I am, the less I know And what I do is all too much levam a crer em uma viagem alucinógena, tendo LSD como indutor, e George até falou nisso em entrevista posterior.  E lá no final, ele diz: "With your long blonde hair and your eyes are blue",  então, pronto, ele está pensando mesmo em Pattie Boyd, sua esposa, ah, o amor! 
         
        A letra combina com a gravação, com muitos contornos psicodélicos, lembrem-se, apesar de o álbum ser lançado em janeiro de 1969,  era trilha sonora de um filme lançado em julho de 1968, e a canção foi composta no começo de 1967, o ano mais psicodélico dos Beatles. Ela tem três versos com letra e o refrão mencionado tocado quatro vezes. Havia um outro verso e mais um refrão que foram cortados, porque a canção estava em 8 minutos de duração, ainda um tempo considerado excessivo para uma canção. Em outras palavras, “Too Much”, que era o nome inicial da canção. Como curiosidade, eis o refrão cortado: It's all too much for me to take / it's waiting there for everybody / the more you give the more you get / the more it is and it's too much”, portanto, diferente do refrão repetido 4 vezes na canção, acho que se George desconfiasse que seria cortado, teria adotado a letra alternativa em uma das vezes, mas como a decisão de cortar veio nos 'finalmentes' do processo, um trecho intermediário inteiro foi cortado, incluindo este outro verso, também interessante: "Nice to have the time to take this opportunity. Time for me to look at you and you to look at me!", com ótima rima, com palavra rara e longa . Infelizmente, a mensagem foi abortada! Felizmente, no filme, está na íntegra! 
         
        A gravação ocorreu fora da EMI, no De Lane Lea Music Recording Studios, novidade absoluta para eles. Na primeira sessão, em 25 de maio, eles ensaiaram muito (era a primeira vez que os seus companheiros ouviram a canção de George) e gravaram 4 takes, com George em um órgão, John numa guitarra extremamente distorcida, Paul no baixo e Ringo na bateria! Tinha uma enorme introdução de 22 compassos, com George repetindo os acordes do refrão no órgão cinco vezes, cantando nas duas últimas o título da canção, e com destaque para a bateria de Ringo, ainda precedida por um 
        grito ininteligível de John e acorde longo de sua guitarra estendido em distorção máxima, e com o feedback permitido no registro, que só terminava com a entrada de um acorde no órgão que zumbiria ao logo de toda a canção (drone) como que abrindo as cortinas para um espetáculo psicodélico, além de um Grand Finale, ou eu deveria chamar de Long Finale, instrumental e gritos variados. As palmas que se ouve ao longo dos refrões, com os 4 Beatles esquentando as mãos, bem como as harmonizações de John, Paul e George nos refrões, e "Too Much-a" e variações finais, vieram na segunda sessão, 5 dias depois, bem como extensiva percussão adicional, com Ringo no chimbal, Paul no cowbell,  John no bloco sonoro (woodblock). Na terceira e última sessão, no dia seguinte, vieram os metais, com uma clarinetista e 4 trompetistas, um deles, em certo David Mason, que fizera história em Penny Lane além de mais acréscimo de sons e tons múltiplos no extenso final! Se você se admirou dos 22 compassos de duração da introdução, preste atenção e conte 1-2-3-4 e vá contando quantas vezes você conta 1-2-3-4. Contou? Eu contei: 79 vezes!! Um recorde até então, que não seria batido nem por Hey Jude, com seus 72 compassos!
         
        Deixo aqui pra vocês a versão completa, de 8 minutos! Neste LINK!

         

        6. All You Need Is Love (World Group Song by John Lennon)

        Acesse a análise neste LINK.

        No Lado B, são canções instrrumentais, compostas e conduzidas por George Martin, gravadas por 41 músicos nos dias 22 e 23 de outubro de 1968. Aqui, neste LINK, um bom resumo, com a Pepperland Suite.

        São estas as 7 canções, cada uma retratando uma sessão do filme


        7. Pepperland  

        8. Sea of Time

        9. Sea of Holes 

        10. Sea of Monsters  

        11. March of the Meanies 

        12. Pepperland Laid Waste 

        13. Yellow Submarine in Pepperland


        Lançamento, Recepção e Legado


        A ideia original era lançá-lo, dado serem apenas quatro canções lançadas, em um EP (Extended Play, que aqui chamaríamos de Compacto Duplo). Entretanto, esse era um formato que não funcionava nos EUA, e partiram para o álbum. Com todo o esforço concentrado nos trabalhos do Álbum Branco, a trilha teve o lançamento adiado para 1969. O EP chegou a ser produzido, trazendo inclusive a canção Across The Universe, que fora gravada em fevereiro, como 3ª de seu Lado A, mas o lançamento foi abortado. 

        Além das canções novas, escolheram a canção título para abrir e All You Need Is Love para fechar o Lado A do LP. Outras 7 canções dos Beatles são ouvidas no filme, mas ficaram de fora do disco. No Labo B, ficaram 7 canções compostas e conduzidas por George Martin. O álbum foi lançado em 13 de janeiro de 1969 nos Estados Unidos e quatro dias depois na Inglaterra, com uma única diferença de apresentar o subtítulo "Nothing Is Real" na capa que reproduz o Pôster que acompanhava o trailer do filme, criado por Heinz Edelman.

        Pausa para umas palavras sobre o filme
        Quem já viu há muito tempo, como eu, recomendo ver de novo. Quem não viu, é claro que tem que ver! É verdadeiramente, uma obra-prima, e também, uma gracinha! Claro que é uma fábula, mas com mensagens importantes, num tempo que vivemos em que se deprecia a cultura. Numa terra submarina, em que todos vivem felizes, coloridos e envoltos em música, ocorre uma invasão de Malvados Tristes (Blue Meanies), que acaba com a música, e paraliza a todos, tirando-lhes a cor. O único sobrevivente é o capitão de um Submarino Amarelo, que parte em busca de ajuda, e os Beatles retornam junto com ele, em um mar cheio de perigos, monstros e... buracos! Você ouvira piadas ótimas: Ringo se declarando "I''m a born lever pooler!" (Captou? Não? Vá em *, ao final da pausa), e George falando o tempo todo que "It's all in your mind!", e John sempre filosofando, e Paul sempre garboso e charmoso. Você se espantará com situações psicodélicas ao extremo, mas não se espantará em ver Ringo, mais uma vez (como nos filmes HELP! e A Hard Day's Night), envolto em enrascadas. Você se assustará com os lançadores de maçãs, mas principalmente com a GLOVE, e se encantará com o rimador mecânico de motores Jeremy Hillary Boob, mais conhecido como Nowhere Man, aliás, você adorará ver esta e outras canções preferidas em coloridíssimos e perfeitos clipes adaptados ao roteiro do filme, veja se não são preferidas: Eleanor RigbyWhen I'm Sixty-FourLucy In The Sky With DiamondsSgt. Pepper's LHCBWith A Little Help From My FriendsLove You Too e Think For Yourself, além das duas já mencionadas. Os Beatles são bem sucedidos em sua missão, trazendo a música de volta a Pepperland. A mensagem é a mesma de sempre, só o Amor é necessário, inclusive para seus inimigos que, mesmo malvados e azuis, são bem-vindos na comunidade feliz no final. A mesma lição que Jesus nos ensinou, "Há 2.000 Anos" (que, aliás, é o livro que estou lendo, no momento).

        (*) Ringo vê uma alavanca à disposição e diz "Sou um puxador de alavancas nato!", e Lever Pooler também significa que vem de Liverpool,  afinal a palavra 'Lever' se pronuncia 'Liver' sendo que o  mundo todo sabe que ele e seus três amigos nasceram em Liverpool!

        Fim da pausa para as palavras sobre o filme


        O Lado B tem 7 composições do Maestro George Martin, que apresentam Pepperland, e acompanham as fases da viagem do Submarino, como o Mar do Tempo, o Mar dos Monstros, o Mar dos Buracos, enfim. Apenas uma delas é uma orquestração de uma música existente dos Beatles, as demais, foram compostas especificamente para o tema, com algumas inclusões incidentais de Bach e Stravinski.
         
        Foi o primeiro e único LP dos Beatles a não atingir o topo das paradas, foi 3° no Reino Unido e 2° nos Estados Unidos. O suficiente para garantir a George Martin a maior renda da história um compositor de música clássica contemporânea, e duvido que qualquer outro o tenha suplantado deé hojepois, at! John se declarou contrário ao lançamento do álbum com canções que não eram deles. Em 1999, nos 30 anos de celebração, finalmente lançaram as 13 canções que tocaram no filme num mesmo disco.

        Com todas essas circunstâncias, o que se conclui sobre um álbum tão diferente dos Beatles? Conclui-se que valeu muito a pena! Primeiro, porque  suas 4 canções novas inserem-se perfeitamente no conteúdo do ano mais psicodélico dos Beatles, que foi 1967, afinal, lembre-se que o álbum foi lançado em 1969, mas o filme é de 1968 e as canções foram todas gravadas entre maio de 1967 e fevereiro de 1968. Depois, que acompanham um filme cultuado como uma das melhores animações da história, com técnicas inovadoras e com um roteiro soberbo e cheio de mensagens. Finalmente, porque possibilitou ao grande George Martin um 'local de fala' (e de rendimentos!) naquilo que  é seu cerne, seu lado compositor clássico, após cinco anos altamente profícuos como produtor da maior banda de todos os tempos. Inclusive, deixo aqui, em sua homenagem, uma homenagem que lhe fez um eminente guitarrista brasileiro, que transformou instrumentos de orquestra em guitarra, na verdade cinco guitarras, magnificamente combinadas, numa versão estonteante de Pepperland! Vejam esta pérola aqui, neste LINK. Obrigado, Mateus Schaffer!

        Um comentário:

        1. Até hoje não consigo entender direito q músicas foram gravadas ou lançados.. músicas feitas em 1967 e lançadas em 1969 ...
          Depois q Brian Epstein morreu a banda se perdeu..triste

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