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sexta-feira, 19 de março de 2021

As 5 World Speech Songs dos B

Capítulo 14


A saga é

O Universo das Canções dos Beatles

Todos os Capítulos têm acesso neste LINK 

Num capitulo passado (neste LINK), eu classifiquei as 29 Speech Songs do Beatles em Classes.

As Person Speech Songs, em que o autor fala para UMA Pessoa

As Group Speech Songs, em que o autor fala para um GRUPO de Pessoas

As World Speech Songs, em que o autor fala para TODAS as Pessoas

E produzi a tabela resumo ao lado, por Classe e por Autor:

Neste post, informarei algo sobre cada uma das canções da Classe que fala para todas as pessoas, ou seja, para todo mundo!!

Vamos lá?


Discurso para o Mundo- World Speech Songs (5)

São apenas 5, mas valem por 50!

As canções que estão em vermelho já têm
análises mais aprofundadas sobre elas!
Basta clicar em seus nomes!

1. 
The Word (Rubber Soul- 1965)

John diz "Diga a PALAVRA e você será livre! Diga a PALAVRA e seja como eu! Diga a PALAVRA que eu estou pensando! você ouviu? A PALAVRA  é AMOR!"    Primeira incursão de John sobre a importância de se cultivar o amor entre as pessoas como a salvação para o planeta. Ele teve a ideia inicial, depois Paul ajudou em algumas frases e rimas. John, Paul e George cantam em perfeita harmonia tripla o refrão 'Say the Word...', que depois varia para 'Spread the Word...', e, eles variam ainda mais o refrão, coisa raríssima na música (Give the word a chance to say, That the word is just the way...).  John canta os versos, que são três, o primeiro mostrando sua evolução íntima até a descoberta ('...the Word is good!'), o segundo da consolidação ('...Everywhere I go I hear it said! , e o final, prometendo a disseminação ('I'm here to show everybody the light')... o que ele continuou dois anos depois para a conclusão de que o amor é tudo o que se precisa. Marcante!! Os quatro Beatles tocam seus instrumentos habituais e George Martin contribui com o Harmônio no final, uma pianola que tem som parecido com acordeón!

It' so fine, it's sunshine, it's the Word .... LOVE 

 

2. Love You To (Revolver - 1966)

George diz "Não perca tempo, a vida é curta, faça amor o dia todo, faça amor cantando canções". Primeira incursão a fundo de George na música indiana desde o ano anterior, pela qual se interessou quando  tocou uma cítara na introdução de Norwegian Wood. Desta vez, os outros Beatles não têm vez, há só instrumentos indianos (cítara, tabla e tambura) na canção, bem, em verdade, Ringo toca um pandeiro! E Paul faz um backing vocalA linha é tênue entre considerá-la uma World Speech Song, ou uma Love Song, porque ele fala 'I'll make love to you', mas eu prefiro a outra interpretação devido à imersão que George fazia na cultura indiana, de interesses mais planetários. A canção foi muito bem recebida pela crítica e pela contracultura da época, e considerada revolucionária

Make LOVE all day long 

 

 3. Within You Without You (Sgt. Pepper´s LHCB - 1967)

George diz "Tente perceber que está tudo dentro de você, ninguém mais pode te mudar, você é muito pequeno e a vida flui dentro de você e sem você".  Segunda incursão a fundo de George na música indiana, e desta vez, sendo a única participação autoral dele no disco! Desta vez, não há nadinha dos demais Beatles, apenas músicos indianos, que provocaram uma sessão inusitada em Abbey Road, com tapetes no chão para os músicos, luz baixa, motivos indianos nas paredes e muito insenso! John esteve lá só para assistir. Em verdade, naquele ano, George  estava mesmo desinteressado no universo criado por Paul para  o disco, e atuou quase como um músico contratado! Voltando ao cerne indiano, além da cítara e tambura, que George tocou, havia um tocador de tabla, outro de swarmandal, uma espécie de harpa indiana e, fundamental para o efeito, dois dilrubas, um mix de violino e violoncelo indiano, tocado com arco, que acompanha a voz de George ao longo de toda a canção. George é considerado um herói nacional da música indiana, jamais antes havia se dado tamanho destaque à cultura indiana como naquele Summer of Love de 1967. Ah, sim, George Martin compôs arranjo de violinos e violoncelos ocidentais, sob a orientação de seu chará beatle, que entram no segundo verso
With our love, we could save the world!

 

4. All You Need Is Love (Compacto e Magical Mistery Tour - 1967)

John diz "É fácil (tam tantaram tantaram) Tudo o que se requer é amor (tam tantarararam) Tudo o que se requer é amor (tam tantarararam) Tudo o que se requer é amor, amor, Amor é o que se requer!"
Em junho de 1967, iria ocorrer o primeiro evento transmitido ao vivo, pela TV, internacionalmente,  e alguns países foram convidados a dar sua contribuição. Adivinha quem a Inglaterra escolheu? Os Beatles, lógico!!! E fizeram a encomenda, e John apareceu com essa música, se bem que há controvérsias: tem gente que diz que ela já existia na cabeça de John e só foi considerada apropriadíssima para o evento. O vídeo que se vê hoje  é colorizado artificialmente, já que TV colorida ainda estava para ser inventada naquele ano. Estavam presentes na transmissão membros dos Rolling Stones, do The Who, Eric Clapton, Marianne Faithfull, outros astros menos cotados, todos no sing-along do refrão, todos, incluindo os Beatles, em trajes coloridos e psicodélicos (a orquestra estava a rigor mas Paul fez questão de enfeitá-los com adereços), balões e cartazes entulhavam o cenário, uma pequena bagunça organizada para passar uma grande mensagem. 

Pausa para reflexão:

Será que precisa desenhar a profundidade dessas simples palavras?
Se cada pesssoa amasse ao próximo, a cada um deles, não haveria crimes,  como os físicos, como assaltos, roubos, agressões, assassinatos e todos os tipos de 'cínios' e 'cídios', até mesmo o 'sui', que seria falta de amor a si próprio. 
Se cada pessoa amasse ao próximo, não haveria crimes dolosos como, corrupção, falcatruas, estelionatos, desfalques, desvios, negociatas, fraudes, traficâncias, velhacarias, burlas, trapaças. Todos essas atitudes tiram dinheiro daonde esse dinheiro deveria ir, tipo saúde, educação, segurança, portanto profunda falta de amor ao próximo!!!
Em resumo, não haveria mal-feitos em geral, contra pessoas ou patrimônio, porque tais atos iriam prejudicar de alguma maneira, a um próximo, a quem, por definição, caso fosse seguido o lema, se ama! 
Cada um agiria, cresceria, viveria sua vida até o ponto de começar a prejudicar a ação, o crescimento, a vida, de outrem. Seria uma atitude incongruente!
Fim da reflexão!

Claro que a coisa não foi toda ao vivo... não podiam arriscar alguma coisa dar errado na frente  400 milhões de telespectadores. Foi feita uma pré-gravação, com uma orquestra de 13 músicos, e depois todos dublaram direitinho.

Claro que a coisa virou um compacto, que foi imediatamente para o primeiro lugar das paradas no mundo todo. E é considerada mundialmente como um hino de Paz, desde então e para sempre!! Depois, ela compôs o LP Magical Mistery Tour. E John foi alçado de uma vez por todas ao papel do Herói Humanitário, que ele começara com The Word (1965), e depois continuou na carreira solo, com Give Peace a Chance (1970) e Imagine (1971), o que não foi suficiente para evitar seu assassinato (1980).


5. The End (Abbey Road - 1969)

Esta merece que eu mude a estrutura do post

And in the End 


Sim, simples assim, esta é a mensagem da canção 
A verdadeira Equação do AMOR

Ela fecha com chave de ouro o pequeno conjunto de 5 canções em que os Beatles falam ao Mundo, as Speech World Songs.

Todas as 5 têm uma palavra em comum: The Word is 'LOVE'

The End fecha (ou deveria fechar, ver abaixo) um medley no Lado B do LP. 

Ela fecha também a carreira dos Beatles. Eu tenho sempre falado aqui nesta minha saga, que houve um disco lançado em 1970, Let It Be, mas o último gravado foi Abbey Road. E The End seria a última música do disco. Ela só não termina o disco porque ficara para trás uma pequena canção chamada Her Majesty, que não encaixara direito no medley que The End termina, e fora simplesmente descartada. Ocorre que havia uma política de nada Beatle ser deixado para traz, então um engenheiro de som tomou a liberdade de incluí-la no final. Apresentada a travessura aos Beatles, eles a aprovaram. Reparem que eles não sabiam que a banda terminaria, e fizeram uma canção final do disco final chamada The End. Só mesmo os Beatles para isso!

Musicalmente tão curta, mesmo assim, ela apresente dois fatos únicos na carreira Beatle: 

1. Após a introdução 'Oh yeah, alright, are you gonna be in my dreams tonight?' entra um solo de bateria de Ringo Starr, que nunca teve essa oportunidade em outras 210 canções lançadas pelos Beatles. Na verdade, ele mesmo não gostava de aparecer. Notável, marcante, sensacional!

2. Logo após, começa o 'Love you, love you, love you, love you', ao longo do qual  há um duelo dos 3 guitarristas, Paul, George e John fazem um solo, duas vezes cada, intercalados. Notável, marcante, sensacional!

Então,  logo após o duelo, vem o pianinho de Paul, introduzindo a mensagem,  simples, direta, definitiva, mais uma vez, mas desta vez de Paul, após as duas de John e as duas de George. 

É a melhor materialização da Lei de Ouro, da Lei de Jesus, não faça aos outros que não quer que façam a ti, coisas do gênero, uma Lei de Talião do Bem, chame como quiser:

O Amor Que Você Ganha É Igual ao Amor Que Você Dá.

Não dava pra terminar de um jeito melhor uma história abençoada!

THE END 

Não... na verdade, não é o fim desta saga ... no
Neest LINK,  o próximo capítulo tem a descrição das Story Songs!

 

  

 

5 comentários:

  1. Parabéns uma vez mais Homerix (pô, isso já está virando lugar-comum nas minhas considerações). É muita pesquisa e muita dedicação representadas, a título de exemplo, pelos nomes de instrumentos indianos utilizados nas músicas compostas por George Harrison. Mas isso é o cume do Iceberg, pois o corpo surpreende pelo nível das informações apresentadas. Ah, bem oportuna a "Pausa para Reflexão" feita por você.

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  2. Sempre o John! Justamente minha segunda canção favorita, é uma das cinco dirigidas a todos: _All you need is Love_! Resume tudo precisamos: - Amor!

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  3. “All you need is Love” lembra a canção que projetou Zezé di Camargo e Luciano, repetindo o tempo todo: - É o Amor! - início de uma carreira de sucesso.

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  4. Análise muito boa! As mensagens "para o mundo" foram feitas mais de meio século atrás, por uma banda de 4 "caipiras" do norte da Inglaterra, foram escutadas (e ainda são) pelas pessoas de todos o planeta. São como mantra. Mas por que as sementes não brotaram? Terreno ruim? Penso que não... Há um tempo para cada coisa. E, como você lembrou bem, Homero, uma das maiores leis do Cristo foi "amar o próximo como a ti mesmo". Vamos ouvindo e repetindo os mantras...

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  5. Mewrece reflexão mesmo. Fico feliz ao ver que você incluiu o tema amor universal que os Beatles espalhavam para o mundo Para mim esse Amor está presente em diversas outras das suas canções, mas entendo seu ponto de vista porque nessas aqui ele estão falando abertamente no geral. Voltarei aqui depois porque agora tenho de fazer minha caminhada...e para falar sobre isso é preciso tempo. Mas já digo que interpreto diferente a postura de George quanto ao Sgt Pepper's. Não penso que estivesse desinteressado na proposta de Paul. Se estivesse não teria participado. E ele estava presente nas gravações. O que penso é que ele estava muito interessado no mundo da música indiana. Seu interesse na cultura indiana estava predominando. Isso é diferente de desinteresse no projeto. Mesmo porque tem aquele dia que reportéres perguntaram a ele sobre o disco e ele estava exultante com uma beleza de música que tinham acabado de graver. A musica era "She's leaving Home."
    Parabéns por ir ainda mais fundo nos seus comentários. Sempre são preciosos, mas aque não leva a pensar ainda mais, e entrar ainda mais no universo Beatles. Muito bacana.

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