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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Frenético Dancing Days

Fomos com a querida Glorinha ao “O Frenético Dancing Days”, musical de Nelson Motta, direção de Deborah Colker, que relata a bem sucedida aventura da casa do mesmo nome, um fenômeno efêmero mas muito marcante, durante quatro meses de 1976.



Foi muito legal!! 

Praticamente todas as “disco songs” estavam lá, cantadas pelos atores, com os instrumentos em play back!! 

Claro que seria melhor com músicos ao vivo, mas tudo bem! As Frenéticas estavam muito bem retratadas!

Diversão ótima!
Pena que está acabando!
Teatro Bradesco
Village Mall

domingo, 13 de janeiro de 2019

Minha experiência em Liverpool

Há 6 anos, um amigo me pediu dicas sobre Liverpool, e eu respondi assim...
Aliás, lá se vão 29 anos que eu não vou lá...
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O amigo Luciano me consultou:
Prezado Homero
Espero que vc e sua familia estejam bem.
Um Feliz 2014 para vcs.
Em junho deste ano eu e minha familia passaremos alguns dias em Londres e planejamos fazer um "one day trip to Liverpool". Devemos tomar um trem rapido em Londres, logo cedo, e voltar no final da tarde.
Sabendo que vc eh um especialista em Beatles, gostaria de lhe fazer uma consulta sobre o tour. Por enquanto, estamos avaliando duas alternativas: (1) Magical Mystery Tour, que eh aquele onibus colorido que faz um tour coletivo de 2 horas.
(2) Private Tour: contratar um guia soh para nos. Nesta alternativa, pesquisando na internet, descobri uma guia chamada Jackie Spencer. Ela recebeu o Certificado de Excelencia do TripAdvisor em 2011. Ela se declara especialista, diz que jah assessorou Cirque de Soleil, MTV,etc e que jah participou de varios documentarios sobre os Beatles.
Gostaria de lhe perguntar o seguinte:
(1) Voce conhece ou tem alguma referencia sobre esta guia Jackie e seu servico?
(2) Voce jah fez o Magical Mystery Tour (onibus colorido)? Ficou satisfeito?
(3) Teria alguma outra alternativa para me sugerir?
Homero, desculpa estar tomando seu tempo e, desde jah, grato.
Um abraco.
Luciano
Eu respondi:
Em primeiro lugar, Luciano, parabéns pela intenção!!! Imperdível!!!

Suficiente, para um não beatlemaníaco, ir de trem bem cedinho e voltar no último horário do mesmo dia. Eu fiz isso, lá num sábado de 1992, mas me arrependo por não ter feito mais!!!

Não conheço a opção pelo guia próprio, pois fiz a primeira...  O ônibus vai pelos principais pontos, o Strawberry Fields, a Penny Lane, o Cavern Club, a estátua da Eleanor Rigby, as casas aonde ele moraram quando crianças,  e principalmente o local aonde a história do mundo mudou: o local onde John conheceu Paul.... o pátio da igreja! Ao chegar lá, sinta o clima, mas não precisa beijar o chão, como eu fiz!!! Eu fiz o Tour e depois fiquei andando pela cidade, fiquei um tempo mais prolongado no Cavern Club, fui no Museu Beatle, ou algo assim...

Imagine o bebê John Winston Lennon saindo do ventre de Julia, em 9 de outubro de 1940, ao som de duros bombardeios que a Luftwaffe destinava à cidade. Não foi bem no dia, mas Liverpool era alvo!!

Se você gosta de futebol, vá ao estádio do Liverpool e imagine aquela torcida cantando o hino honorário do clube durante 90 minutos, um som que o Pink Floyd até gravou em disco... (ouça Fearless, canção do álbum Meddle, aqui  http://www.youtube.com/watch?v=UvPiv7F1lfE). Na verdade é a canção You'll Never Walk Alone, cantada pela banda dos anos 60, Gerry And The Peacemakers!

Vá ao porto no estuário do Mersey River e imagine que na década de 50, os jovens ficavam ali à espera dos discos de Rock que chegavam dos EUA, trazendo Elvis Presley, Buddy Holly, Chuck Berry, Little Richard, Carl Perkins, monstros que foram influência para os Beatles ... e muitos outros ... e imagine o reverso do sentido, nas décadas de 60 e subsequentes, com a Inglaterra exportando os discos dos Beatles para os EUA, formando uma fonte enorme de recursos para a Coroa, numa verdadeira invasão inglesa, que abriu as portas para os Rolling Stones, The Who, Pink Floyd, Led Zeppelin, Queen, e tantas outras bandas maravilhosas.

A outra opção, a Private Tour, pode ser prejudicada pelo inglês da moça. Se for britânico demais, pode-se perder muita coisa! Vou pesquisar com amigos sobre essa guia que te indicaram.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Os primeiros momentos de George Martin com os Beatles

No dia em que o mundo da música perdeu, em março de 2016, 
George Martin, o homem que tornou os Beatles ainda melhores, 
relembrei seus primeiros momentos com eles!!! 
ATENÇÃO, fãs de Game Of Thrones, este é outro George Martin, 
não tenham um ataque pensando que o escritor morreu 
sem entregar o último volume da saga!!
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      Em outubro de 1962, no dia 5, foi lançado o primeiro single (lembram-se dos antigos compactos?) de um grupo com um nome estranho que se assemelhava a "Os Besouros", composto por 4 jovens entre 19 e 22 anos de idade, vindos de Liverpool, cidade portuária do noroeste da Inglaterra, liderados por um tal de John Winston Lennon, um tanto quanto narigudo.

       A gravadora era a EMI, em seus estúdios da Abbey Road. O selo era o Parlophone, comandado por George Martin, um selo até então dedicado a músicas orquestradas e a gravações de peças teatrais. Martin, um maestro de mancheias, sentiu nos rapazes um potencial enorme, tanto que assinou um contrato antes de ouvir o primeiro teste ao vivo, só baseado em gravações em fita e no carisma pessoal percebido na primeira entrevista. Os chefes da EMI não entenderam muito bem aquele procedimento, nunca dantes visto, mas acreditaram no feeling do maestro.

         Por aí se vê a diferença entre um visionário e um burocrata! Pouco mais de 9 meses antes, mais precisamente em 1º de Janeiro de 1962 (isso mesmo, no  primeiro feriado do ano!), os rapazes, ainda com Pete Best na bateria, haviam feito um extensivo teste de estúdio na Decca Records, principal concorrente da EMI naquela época, onde Dick Rowe, o chefão da gravadora,  decretou "Esses grupos com guitarras estão com os dias contados!" e rejeitou o grupo! O "gênio" ainda recebeu uma 2ª chance divina e contratou os Rolling Stones no ano seguinte. E pensando bem,  ele estava intrinsecamente certo sobre os tais 'grupos com guitarras', pois os dias estavam realmente contados:  só que o contador já está em 20.820 e crescendo! 


         Os rapazes ficaram desanimados, mas Brian Epstein, seu empresário, continuou a luta, tentando vender o grupo, viajando com as fitas debaixo do braço até que bateu à porta da EMI, conversou com George Martin. Esse encontro é famoso no mundo da música. Ele ocorreu numa sala da loja de discos HMV, em Oxford Street, em maio daquele ano!!!

             Nela, sem segurar um instrumento, eles conquistaram Martin: John Lennon mostrou seu proverbial e cínico humor inglês, Paul McCartney não ficou muito atrás com seu charme pessoal e George Harrison, o mais novinho do grupo, mesmo que já merecedor da alcunha de "The Quiet Beatle", fez uma piadinha sobre a gravata de George Martin. Pete Best permaneceu mudo como uma porta de mogno! O comportamento deste último, associado à sua batida burocrática da bateria, fez com que Martin se dirigisse a Brian Epstein com a histórica pedida: "Tudo bem! Eu assino um contrato com os rapazes, mas que eles venham com outro bateirista!" Esta foi a porta de entrada de Ringo na banda, que veio a se mostrar fundamental para o sucesso do grupo, com seu carisma! 

             Então vejam a tal história de se escrever certo por linhas tortas: se o gênio da Decca os tivesse contratado, os Beatles poderiam até ter um grande sucesso, mas não teriam Ringo!!!

            O compacto tinha, no lado A, "Love Me Do". Aquela antológica gaitinha de Lennon na introdução, a perfeita harmonia vocal entre Lennon e McCartney, a parada total para a entrada do solo vocal de McCartney, eram coisas novas no mercado fonográfico, apesar de a música ser simplíssima na letra e mais ainda nos acordes, os tradicionais C/D/G (Dó Maior / Ré Maior / Sol Maior). No lado B, "P.S. I Love You", uma típica McCartney, mostrando a mesma afinada harmonia vocal, uma ainda bobinha e adolescente carta de amor. No entanto a letra era um pouco mais bem elaborada e a estrutura de acordes um pouco mais complexa (continha mais de 3 acordes!).
           Uma coisa que poucos sabem é que, temeroso da qualidade do novo baterista que os Beatles trariam, George Martin deixou reservado um baterista de estúdio, chamado Andy White, para fazer a gravação!! E não adiantou chiadeira dos rapazes: como estava planejado, foi ele quem estava sentado na banqueta na gravação das duas músicas do compacto. Ringo jamais perdoou George Martin por isso! Menos mal é que na gravação do 1º LP, as duas canções foram regravadas, já com Ringo em seu lugar de direito!!!

         O compacto conseguiu chegar ao 17º lugar na parada nacional inglesa, feito nunca antes alcançado por nenhum outro artista em seu lançamento. Dizem as más línguas que, na verdade, boa parte daquele sucesso inicial fora garantido por Brian Epstein que, no afã de conseguir uma boa estréia teria comprado uma quantidade obscena (Remember  Richard Gere em 'Pretty Woman'!) de discos para a NEMS, uma rede de lojas de disco de sua propriedade em Liverpool. Verdade ou não, o intuito foi alcançado, o compacto foi muito tocado na BBC e em outras rádios menos cotadas e logo eles foram chamados para a gravação do segundo compacto, com "Please Please Me" e "Ask Me Why" que chegou rapidamente ao topo das paradas, feito que os Beatles repetiriam por incontáveis vezes nos anos seguintes, seja com compactos ou LP's.  

O resto é história!!
E olha só que legal: James Bond, sim o Agente 007, começou no mesmo dia, mesmo mês, mesmo ano, mesma cidade! http://blogdohomerix.blogspot.com.br/2012/10/50-anos-de-james-bond.html