-

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Quase Seiscentão

Neste momento, se você abriu este post num desktop clássicoou IPad ou notebook, e olhou para o contador de visualizações do blog, você ainda não vê o número ao lado, que é uma montagem que eu fiz!

Se você abriu no celular, para  ver o contador terá que ir lááá´embaixo e clicar em
Visualizar versão para WEB
Enfim, faltam 1600 acessos e então acho que não romperei 2021 como um blogueiro de 600 mil acessos...

... mas do meu aniversário, em 4 de janeiro, não passará!

E eu poderei declarar na 1ª linha de minha mensagem de aniversário....

Hoje, sou um blogueiro acessado 600 mil vezes!

Há um ano, era isso...

Há dois anos, fiz aquilo ...

.........

Há 64 anos, nasci, neste exato dia!

.... como venho fazendo desde meus 50 anos!

A participação de vocês será fundamental.

Então, vou fazer o seguinte:

Quem testemunhar o Seiscentésimo Milésimo acesso, 

será homenageado no blog!

E, se possível, ganhará um presente meu!


Tire uma foto e me diga que post você abriu e encontrou o número 600000!

Então, eu editarei o citado post e você será homenageado!

Provavelmente será um post sobre Beatles, pois estou mergulhado no processo de descrever as canções de Rubber Soul.

Participe dessa emocionante caravana rumo aos 600 mil!! 

Ou melhor, desta singela gincana!

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Girl.... Aaah Meeeeu bem!!

 

Esta é a 2
ª canção do Lado B do álbum Rubber Soul, 

a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 27 canções dos Beatles no tema Saudade, com Tristeza, 

as outras 26 canções do mesmo Assunto e Classe, aqui, neste LINK


9. Girl   (Love Girl Song by John Lennon)
John declara: 'Há alguém que vai ouvir minha história sobre a garota que veio para ficar? Ela é o tipo da garota que você deseja tanto, que chega a se lamentar,  mas você não se arrepende um único dia. Ah, garota! siiiffff Garota! Garota!"   

Antes de tudo, devo declarar que Girl é a minha favorita em Rubber Soul. Motivos? Letra densa (e tensa), música rica, instrumentação arrojada, vocais inovadores, e uma versão brasileira inesquecível. É pouco não, né? Cinco fatores vçao derar 5 parágrafos!

(1) Balada 80% de John, com sua ideia da garota dos sonhos, com Paul complementando seus 20% com sugestões de palavras e rimas para completar o desenho da mulher ideal.  John expressava o seu desejo de ter uma parceira independente, uma contraparte intelectual, e que de preferência não gostasse de Beatles. Não, isso não estava na letra, mas numa declaração posterior. Na canção, ele exagera nas tintas, expressando em três versos e uma ponte, quatro visões diferentes do relacionamento, entremeadas pelo refrão sobre essa mulher de sonho, ou seria pesadelo? Senão vejamos: no primeiro verso, ele declara seu amor tão profundo, que mesmo sofrendo, ele não se arrepende um só momento. No segundo, ele conta como tenta pular fora, mas ela o convence a ficar, prometendo mundos e fundos, e ele acredita. Na ponte, que vem a seguir, ele diz que ela o maltrata perante os amigos, e despreza seus elogios. E no verso final (em letra, porque ainda tem um quinto, só instrumental), ele diz que aceita tudo isso porque só a dor leva ao prazer... Letra densa? Check!  

(2) Meio masoquista, não? Gosta de sofrer, o rapaz... Interessante que parece que a concepção da canção iniciou uma gestação, porque ele encontraria seu par ideal 9 meses depois, justamente em um 9 do 9, numa galeria de arte, mas decerto Yoko não o tratou tão mal assim, como preconizava a letra... ou tratou? John disse que a canção Woman, de 1980, lançada apenas alguns dias antes de morrer, era uma sequência adulta da adolescente Girl. Ah, não perderam a conta, né?  Quatro versos, sendo um instrumental, uma ponte e cinco refrões. Música rica? Check!

(3) Girl foi gravada na última de 15 sessões de gravação dedicadas a Rubber Soul e ao compacto que seria lançado num mesmo 3 de dezembro, três semanas depois daquela sessão, que durou 13 horas, de 6 da noite até 7 da manhã seguinte, onde também foram terminadas outras duas canções. A base, sem vocais, tinha John num violão com o capo lá em cima no braço, dando um som bem agudo, similar a um mandolim, e Paul no baixo, e Ringo só na escovinha sobre a caixa da bateria (brushes on snare drum). Nos overdubs, George entra não com um, mas dois (!) violões que podem ser ouvidos em destaque, um deles no terceiro verso, e os dois juntos no último verso, instrumental e, ali também, um marcante prato de Ringo, batido num tempo, e abafado com a mão no tempo seguinte, contribuindo para o climão pesado, verdadeiro clímax de uma letra densa e um vocal dramático. Instrumentação arrojada? Check!


(4) O fantástico vocal de John foi considerado seu melhor desempenho até então, na carreira, não somente pela voz, chorosa, refletindo seu estado de espírito, mas por sensacionais e inesquecíveis inspirações perfeitamente audíveis,  em meio aos refrões,  ampliadas que foram pelos recursos do estúdio. Dizem ser relativas a fungações profundas da maconha. Para garantir qualidade e respiração suficientes, aqueles movimentos nasais vieram também em overdubs. Naqueles Ah Girl, e Girl-Girl dos refrões, cinco vezes na canção, entram Paul e George harmonizando em perfeição. Na ponte ("She's the kind of girl who puts you down when friends are there…"), seus companheiros aparecem, não com tradicionais apoios vocais, como os Uuuus de Michele ou os U-lalalalas de You Won’t See Me, mas com sensacionais e também inesquecíveis tit tit tit tit. Ouça bem, e chore nesse momento altamente emblemático. Vocais inovadores? Check!

(5) No Brasil, as canções dos Beatles chegavam antes deles, cantadas por brasileiro, em versões em português, na maior parte com letras absolutamente distintas das originais. Fora assim com I Should Have Known Better (Menina Linda), e You Won’t See Me (Até o Fim), mas em outras até que guardavam alguma relação (pouca) com a original, como All My Loving (Feche os Olhos), essas três de Renato (Blue Caps) Barros, e outras, mas em destaque aqui, Girl (Meu Bem) que falava em história, em sofrer sem reclamar, em prazer, só que era sobre uma garota que se foi, composta e interpretada por Ronnie Von, o Príncipe, que fez muuuito sucesso, com aquela franja lisa caída sobre a metade do rosto. Fia questão de mostrar a foto como o víamos na época, pela TV, em preto e branco! Versão inesquecível!! Check!

Girl nunca foi tocada ao vivo, decisão certamente motivada pela complexidade nos instrumentos e inspirações, nem recebeu o destaque de um single, mas a garota tem um lugar especial no meu coração!

 

 

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

BonDubai 2 - O FIlme

Na expectativa do 25º filme de 007, lembro a crônica que fiz sobre Bond 21, Casino Royale, à época do lançamento, em dezembro de 2006. Era o primeiro filme com Daniel Craig. Este de agora será o último. A Crônica era parte de uma viagem que fazia e que teve lances no mínimo, interessantes. Era o 2º Episódio de 7, de uma série que chamei de BonDubai!

_____________________________________________________________


Aqui, continua a descrição, em capítulos, de uma viagem que fiz em dezembro de 2006. O destino era Dubai, maravilhosa invenção árabe, mas a envoltória de uma paixão acabou por causar alguns percalços, em época de caos aéreo, que hoje considero divertidos...

-->Aqui, neste link, o 1º Capítulo: O Plano, onde descrevo a polêmica sobre a escolha do novo ator para interpretar 007.


----x----
Capítulo 2  - O FIlme: 007 - Casino Royale

         Em branco e preto, a primeira cena mostra as primeiras mortes do agente, ainda sem a distinta categoria ‘Double 0’ do Serviço Secreto Britânico MI-6, que lhe conferia permissão para matar. A cena termina com a famosa mira do revólver para a platéia, pela primeira vez como parte da própria cena. Depois, na abertura, alusões a naipes e cartas de baralho, pano de fundo para a trama que se desencadearia ao longo do filme.

          Na primeira missão do agente, já colorida, já como 007, uma fenomenal perseguição, não com jatos, helicópteros, motos, esquis, pára-quedas, ou tanques, mas a pé, pelas ruas de Madagascar. O criminoso é magnificamente desempenhado pelo campeão mundial de corrida de rua, ou ‘le parkour’, nome francês, que significa ‘o percurso’, uma febre mundial que hoje contagia jovens dispostos a chegar aos lugares pelo caminho mais rápido e mais difícil, somente com mãos e pés, sem ajuda de nada mecânico. Primeiro sinal de que o enfoque mudou: o agente está usando a parte física, literalmente suando a camisa, nada do arrumadinho, impecável, terno ou smoking.
         Não vou antecipar mais nada do resto do filme, apenas declarar minha satisfação com as mudanças. Depois do mais fantasioso dos filmes de 007 (Um Novo Dia Para Morrer - 2003) em que até carro invisível tinha, os produtores resolveram dar uma guinada, ainda que aquele tenha sido o filme com mais bem sucedido da franquia, e trazer o personagem de volta à Terra.  Desta vez não há geringonças, equipamentos mirabolantes e, portanto, tornou-se desnecessária a presença de Q, o gadget provider. Caramba, até Miss Moneypenny eles ‘mataram’. E, por incrível que pareça, nenhum deles faz falta: estou me sentindo um traidor! Felizmente, mantiveram M, a impassível chefe, (magistralmente, como sempre, interpretada por Dame Judi Dench), com quem James trava diálogos memoráveis.

          Levaram para a tela o primeiro romance de Ian Fleming, com adaptações para o dia de hoje, que de forma nenhuma conflitaram com o idealizado pelo autor: o vilão não é patrocinado pela Rússia, mas financiador do terrorismo; ordens de pagamento foram trocadas por transferências eletrônicas; bilhetinhos entregues pelo garçon foram trocados por  chamadas em celular; e trocaram o bacará pelo pôquer, claro, muito mais entendível pela platéia.  Enriqueceram o enredo com situações plausíveis e atuais. Aliás, isto era absolutamente necessário: quando eu acabei de ler o livro, há algumas semanas, tive a certeza de que ali não havia materialidade suficiente para um longa-metragem.

         James está mais humano, menos superpoderoso,  tem conflitos internos, está mais pé no chão, mais próximo da realidade. Acerta, mas também erra! Sofre! Bate e apanha! Sangra! Está mais sensível! Tem uma cena tocante, em que consola a bond girl, debaixo do chuveiro (ambos vestidos!), depois que ela ajuda o agente em uma briga que resultou na morte dos malfeitores. Jamais se esperaria uma atitude como esta em filmes anteriores, aliás, nem na idéia original de Mr. Fleming, diga-se de passagem. Veja aqui, neste trecho do livro, como Mr. Fleming revela o que Bond pensa das mulheres:

 “And then there was this pest of a girl. Women were for recreation. On a job, they got in the way and fogged things up with sex and hurt feelings and all the emotional baggage they carried around. One had to look out for them and take care of them."


         Uau, nada mais machista que isso!

         Cenas de sexo no novo filme, só insinuadas, sem aparição de partes íntimas,  no máximo aqueles pezinhos entrelaçados, ao pé do colchão.

          Para terminar o relato: a forma espetacular com que Daniel Craig diz a fala mais famosa do cinema (The name is Bond ..... James Bond) é de arrepiar! Nunca antes (nesse país!), a cena esteve tão enquadrada ao enredo e à situação extra-filme. James está se apresentando, não somente ao interlocutor na cena (e o cartão de visitas é bem doloroso!), mas ao mundo todo, já que o filme é uma recriação do personagem. Além do que, o próprio ator se apresenta para o papel. Não há mais dúvidas:

Daniel Craig É James Bond! 

-----x-----

Próximo capítulo: Do Brasil a Dubai




What Goes On, Ringo?

 Esta é a 1ª canção do Lado B do álbum Rubber Soul, 

a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 8 canções dos Beatles no tema Saudade, com Tristeza, 

as outras 7 canções do mesmo Assunto e Classe, aqui, neste LINK


8. What Goes On   (Sadness Miss Song by John and  Paul and Ringo)
Ringo reclama: 'No outro dia eu te vi enquanto eu andava pela estrada, mas quando a vi com ele eu pude sentir o que me esperava. É tão fácil para uma garota como você mentir, me diga porquê!"
Decerto, notaram na autoria da canção a mudança do padrão em relação às anteriores. Eu coloquei até agora, naquela posição, apenas UM nome/sobrenome, do principal compositor, de quem teve a ideia da canção. Então, a manter o padrão, eu deveria ter colocado John Lennon, aliás, quando fiz a contagem, lá no começo do capítulo, da divisão das composições Lennon /McCartney, a canção entra na conta dele. Só que aqui imiscuiu-se, além dos grandes Lennon e McCartney, um certo Starkey, ou, traduzindo, além de John e Paul, um certo Ringo! Sim, nosso querido Ringo, o baterista mais amado do planeta! Era a primeira, e quase única vez que isso acontecia, e só isso bastaria para dar a relevância à canção. Mas claro que há mais motivos, e vamos à história toda!
A melodia e o refrão  (“What goes on in your heart ? What goes on in your mind?...  You are tearing me apart, when you treat me so unkind…”) já estavam na cabeça de John desde a época dos Quarrymen, com outros complementos, mas nunca foi tocada à época. Depois, em seguimento ao primeiro estouro dos Beatles (Please Please Me), John apresentou-a a George Martin, ainda do mesmo jeito, como candidata ao terceiro compacto, mas ela foi posta de lado, juntamente com One After 909, em favor de From Me To You e Ask Me Why. Enfim, chegou a hora dela, com a necessidade de se completar o segundo álbum de 1965, então John chamou Paul à sua residência de Weybridge, e trabalharam nos versos, mas quando perceberem que seria uma ótima canção para a voz de Ringo no disco, e combinava com seu olhar triste, o cara ‘sad and lonely’ da última canção que cantara em HELP!, e o chamaram para completar a letra, e ele contribuiu com ‘5 palavras’, segundo sua própria declaração, mas sem definir aonde elas aconteceram. Eu, como fã dele, prefiro conceber seguinte sequência de fatos: a letra versa sobre um bom sujeito abandonado pela garota e externando sua tristeza com o comportamento dela e John vem no primeiro verso com
The other day I saw you as I walked along the road
But when I saw him with you, I could feel my future fold
It's so easy for a girl like you to lie, tell me why
E vem o segundo verso, e é Paul quem diz:
I met you in the morning waiting for the tides of time
But now the tide is turning, I can see that I was blind
It's so easy for a girl like you to lie, tell me why
Mas faltava o complemento, a pedra de toque, a cereja do bolo, e chega Ringo com:
I used to think of no one else, but you were just the same
You didn't even think of me as someone with a name
Did you mean to break my heart and watch me die? Tell me why
... que eu acho simplesmente genial, com ela o considerando uma coisa, sem nome, e ainda com o desespero de que vai morrer com a decepção, então o atribuo a meu ídolo de infância!
Justo, né?
Caramba, de repente aconteceu a primeira vez em que transcrevo a letra toda de uma canção, justamente na que é menos considerada em todo álbum Rubber Soul, e que entra na lista de muita gente entendida como das mais fracas dos Beatles. Não na minha!
E vamos à gravação, em verdade, sem muitos segredos ou firulas, ou participações geniais deste ou daquele membro da banda ou do Maestro! Notável é que, depois de algum tempo, em que um ou outro membro não participava da base, em What Goes On todos participam, em seus instrumentos tradicionais, John na guitarra base, Paul no baixo, George na guitarra solo e Ringo na bateria, ‘plain vanila’. Note o vigor com que Ringo bate seu snare drum no último verso, dando o clima de final de show! O vocal de Ringo, muito bom, é acrescentado depois, porém sem dobrá-lo. A técnica não havia dado muito certo em Act Naturally no último álbum. O solo de George, que vem junto com a terceira vez do refrão, está longe de ser brilhante, aliás, é até um pouco confuso, temos que admitir, parece que se perde pelo caminho, que felizmente é mantido pelo baixo de Paul, preciso, e a guitarra de John, aliás, em stacatto o tempo todo! Ótimas, como sempre, as harmonias de John e Paul, cantando junto a letra nos refrões e acompanhando com uuuu’s nos versos!
A canção abre, como viram, o Lado B de Rubber Soul, assim como Act Naturally abria o Lado B de HELP!, o que, de per si, era uma distinção, que os companheiros faziam com prazer! Nos EUA, ela foi esquecida do Rubbel Soul americano, mas apareceu como Lado B de Nowhere Man. Interessante que as pimeiras prensagens apareciam com o crédito sem o nome Starkey, acostumados que todos estavam com o mais que célebre Lennon /McCartney. Somente depois é que apareceu a distinção da imagem ao lado. 
Assim como outras 11 faixas de Rubber Soul, os Beatles optaram por não fazê-la ao vivo, deixando Ringo cantando apenas Act Naturally na turnê subsequente. Ringo, felizmente, didn’t break its heart and watch it die, tocando-a inúmeras vezes com sua All Star Band, uma das quais deixo aqui neste LINK, pra vocês se admirarem como uma canção tão boa é tão desvalorizada. Ah, e note que o solo do guitarrista é bem melhor que o de George!

domingo, 27 de dezembro de 2020

Michelle, ma belle!

 Esta é a 6ª canção do Lado A do álbum Rubber Soul, 

a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 27 canções inspiradas em Love Girl, dos Beatles, 

as demais 3 canções do mesmo Assunto e Classe, aqui, neste LINK


7. Michelle  Love Girl Song by Paul McCartney)

Paul se desmancha: 'Michelle, minha linda. São palavras que ficam muito bem juntas, muito bem juntas. Te amo, Te amo, Te amo. É o que eu quero dizer'
Paul tinha a linha melódica da canção desde antes dos Beatles, sempre a considerou com uma levada à ‘francesa’, com razão. Chegou a hora de povoar o novo disco de canções para o Natal de 1965, e foi John quem disse: “Paul, pega aquela melodia ‘francesa’ e trabalha nela!” Brilhante lembrança! Por ser uma melodia ‘francesa’, ele achava que tinha que ter uma ‘francesa’ no nome, mas o francês era pífio, e ele recorreu a uma ‘francesa’, entre aspas, pois na verdade era uma professora de francês, que tinha uma particularidade histórica. Seu nome era Jan Vaughan, pois era casada com  ninguém menos que Ivan Vaughan, que APENAS, apresentou John Lennon a Paul McCartney em 6 de julho de 1957, amigo comum que era dos dois, não precisava fazer mais nada nessa vida, não é mesmo? Enfim, Paul se lembrou dela e a chamou ao telefone e perguntou sobre a conjunção de um nome e uma palavra, ambos de duas sílabas "which could go together well". Ela demorou poucos segundos e disse: "Easy! Michelle, ma belle". Histórico, não? Depois, ele trabalhou na letra, resolveu manter na letra a pergunta que fizera a ela e, em uma segunda chamada, perguntou: "Please translate this to me: These are words that go together well" e ela: "Sont des mots qui vont très bien ensemble", que Paul percebeu caber per-fei-ta-men-te na métrica! Parfait, non? Depois, ela ensinou direitinho a pronúncia a Paul, e alguns meses depois, Mrs. Vaughan recebeu em sua casa um polpudo cheque, afinal ela era simplesmente a co-autora de uma das mais belas composições originais Lennon/McCartney. Não sei de outra mulher que tenha tido essa distinção. Homem, eu sei que teve, mas voltaremos a falar disso daqui a três anos, digo, aqui na ordem dos discos, quando falarmos de Obladi Oblada, com uma história sensacional!!
Bem, Paul tinha apenas a melodia, o nome e os versos da canção prontos, e chamou seu parceiro para fornecer as pontes, invertendo os papéis, pois normalmente é Paul quem socorre John nas pontes nas canções. John veio com "I love you, I love you, I love you, that's all I want to say, until I find a way, I will say the only words I know that you'll understand"! Note a linha de uma nota só (de "say" até "you’ll") mudando de acorde duas vezes no pequeno trecho, característica das composições de John, é só notar em HELP! When I was younger so much than ... e em Girl "She's the kind of girl who puts you down when friends are there, you feel a ...", por exemplo. Nas outras pontes, Paul inovou, trocando "love" por "need" na segunda e depois por "want" na terceira, e provendo os complementos necessários. Brilhante, como sempre!
E agora, vamos à gravação! Que melodia linda!! A base é apenas Paul no violão com Ringo na bateria, tudo o mais é agregado posteriormente, em overdubs. E Paul usa o capo, para ajustar o tom da canção, artefato pouco usado antes de Rubber Soul.  O baixo de Paul vem gravado depois e ele usa o capo também no baixo, coisa absolutamente incomum, e aparentemente desnecessária num baixo, não é mesmo? O violão de John e a guitarra solo de George, também vem em overdubs. Aqui nesta canção, George é um mero instrumentista orientado. Explico: o magnífico solo que aparece no quarto verso, quando Paul entoa um comprido "I love yooooou" foi composto pelo outro George, de sobrenome Martin, o Maestro (com M Maiúsculo), que dobrou as notas também ao piano, mas quase não aparece na gravação final. E o mesmo solo se repete no final, inteiro, e mais um pouco, em fade out. Note uma desaceleração nesse final, charmosíssima, ideia de Paul! E Martin marca outro golaço em Michele! Notaram as harmonias "Uuuuuuu" que John e George acrescentam em toda a canção, com exceção dos ápices das pontes? Agora, imaginem a cena: o Maestro chama John e George num canto e diz: “Tenho umas sugestões, John, você poderia cantar "Uuuuuuu" assim, assim, assim e George, você canta "Uuuuuuu" assado, assado, assado, acompanhando Paul no vocal principal, que tal?" E os grandes John e George obedecem e executam perfeitamente as ordens do Maestro! Gênio, não? Agora, ouça de novo e admire as obras de George Martin em Michelle!!
Vocês têm alguma dúvida de que se Michelle fosse lançada em compacto, com qualquer canção no Lado B, ela teria alcançado o topo das paradas em qualquer lugar do mundo? Eu, não! Foi decisão deles não fazê-lo, para concentrarem esforços no Double A Side single Day Tripper com We Can Work It Out, que não sairiam em Rubber Soul, e que chegou realmente ao topo. Acharam que a balada Michelle não representava o momento da banda. Com um pouco de razão. Mas é certo que um segundo single poderia ser lançado! A canção era tão popular nas rádios americanas que a Capitol, por exemplo, colocou na capa de cada LP do mercado americano, o selo da foto. Decerto, contribuiu muito para a venda de 6 milhões de cópias de Rubber Soul! Para completar a festa, Michelle foi a primeira (E ÚNICA!!) canção dos Beatles a ganhar o Grammy de Song Of The Year!
Como outras 11 canções de Rubber Soul, Michelle não foi aos palcos com os Beatles, mas foi salva por Paul, para gáudio nosso, inúmeras vezes, sendo, em minha opinião, a mais notável delas, na Casa Branca, em 2010, quando tocou Michelle, olhando para Michelle, a Obama, sob os olhares encantados de Barack. Veja essa pérola, neste LINK, e note que o solo é tocado em um francesíssimo acordeón!! Falei sobre esse show em um post de meu blog, neste LINK, para quem tiver curiosidade, com direito a discurso de Obama sobre Paul
 


Une belle chanson!!!


sábado, 26 de dezembro de 2020

Apenas uma letra, a diferença entre vida e morte!

Hoje conheci a história de Barsabás, que recebeu em sua casa em Belém,  José e sua muito grávida esposa Maria. José havia ido participar do recenseamento demandado por Herodes para saber quantos judeus estavam sob o comando do Império Romano. Como não havia hospedarias com vagas livres na cidade, Barsabás ofereceu-lhes pousada, mas não tendo acomodações para o casal, ofereceu-lhes a estrebaria, junto aos animais, e eles aceitaram de bom grado. Naquela mesma noite, uma luz se abateu sobre a estrebaria, e Jesus veio ao mundo, e o resto é história!

Irônico que o nascimento de Jesus 

foi testemunhado por um Barsabás, 

e a morte, causada, mesmo que indiretamente, por um Barrabás, 

apenas a troca de uma letra, 's' por 'r' 

significando a diferença entre a vida e a morte!

Mais de 1.000 Acessos em um dia

(Imaginem a canção de Assis Valente, aquela, do Papai Noel 

que morreu, e não trouxe a felicidade pro menino, a mesma

que usei em minha paródia de Natal, ontem)


ACONTECEU!

    O BLOG TREMEU!

        O HOMERO FICOU

            FELIZ A GRITAR!


EU CHEGUEI LÁ!

    MAIS DE MIL ACESSOS

        NUM ÚNICO DI-AAA

            PRA COMEMORAR!

É isso gente, eu vinha celebrando, assim, quietinho, comigo mesmo, 10 anos de vida do Blog do Homerix. Ele começou no dia 21 de dezembro de 2010, com um post sobre .... adivinha! ... Beatles E Cinema, justamente os dois assuntos mais presentes, nesses quase 2.100 posts: são, hoje, 296 posts sobre Beatles e 281 sobre Cinema,  este último meio estacionado, por conta da pandemia, ao contrário do outro, que tende a crescer com a continuidade de minha saga chamada 'O Universo das Canções dos Beatles'.

Era minha resenha do filme 'Nowhere Boy', que conta o começo dos Beatles, lá entre 1957 e 1960, em Liverpool, filme excelente, recomendo uma visita ao post, aqui neste LINK, e ao filme, de qualquer forma que consigam.

Muito por conta da mencionada saga dos Beatles, o número de acessos vinha num crescendo! Venho me dedicando a ela desde 19 de agosto, quando publiquei seu Capítulo 1 neste LINK, e ela já está no Capítulo 41, e com vistas a mais 12 Capítulos, e agora, com a decisão de produzir UM POST POR CANÇÃO, já tenho a perspectiva de um número superior a 130 novos posts! UAU!

Então, verão, nos gráficos abaixo, que o blog vinha numa média de 200 acessos por dia neste complicado 2020, e engrenou um crescimento a partir do final de agosto, até atingir um novo patamar (os flamenguistas usam esse termo) de 700 acessos por dia (21 mil acessos em um mês), e então chegou o Natal, e minha mensagem de fim de ano, uma paródia que publiquei neste LINKfoi vista por mais de 350 pessoas, e às 21:00 de ontem contabilizou um pico de 1.065 acessos nas 24 horas anteriores. Sei que foi um pico, um spike, e que nos próximos dias, a marca deverá voltar àquele excelente patamar, mas eu tinha que comemorar! 

Então, gente, este foi um enorme presente de Natal para este dedicado blogueiro!

Obrigado a todos pelo prestígio!!!

Vamos aos gráficos! 

Notem a evolução

Média desde o início do blog: 163 acessos por dia

Média nos últimos 12 meses:  252 acessos por dia

Média nos últimos 90 dias:      551 acessos por dia

Média nos últimos 30 dias:      717 acessos por dia

Acessos no último dia:          1.065





sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

The Word is LOVE

 Esta é a 6ª canção do Lado A do álbum Rubber Soul, 

a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 5 canções com Discursos para o Mundo, dos Beatles, 

as demais 3 canções do mesmo Assunto e Classe, aqui, neste LINK

 

6. The Word  (World Speech Song by John Lennon) 

John conclama: "Diga a PALAVRA e você será livre! Diga a PALAVRA e seja como eu! Diga a PALAVRA que eu estou pensando! você ouviu? A PALAVRA  é AMOR!"    
Primeira incursão de John sobre a importância de se cultivar o amor entre as pessoas como a salvação para o planeta. Mais que ser a primeira de John, e dos Beatles, era a primeira vez naquela década Ele teve a ideia inicial, depois Paul ajudou em algumas frases e rimas. John, Paul e George cantam em perfeita harmonia tripla o verso (*) "Say the Word...", que depois varia para "Spread the Word...", (ah, mas é só um verbo, sim, é, mas com significado exponencialmente aumentado!). Mas deixa estar, que eles variam ainda mais o verso, coisa rara na música ("Give the word a chance to say, That the word is just the way...").  John canta, só ele, as pontes (*), que são três, também com letras distintas, um espanto, a primeira mostrando sua evolução íntima até a descoberta ("...the Word is good!"), a segunda da consolidação ("Everywhere I go I hear it said!", e na final, prometendo a disseminação ("I'm here to show everybody the light")... o que ele continuou dois anos depois para a conclusão de que o amor é tudo o que se precisa, ou a histórica declaração "All you need is love" e confirmando para sempre seu nome na história com o hino Imagine, mais quatro anos depois. Marcante!! John fundamental!! Ah, sim esqueci-me de comentar: é uma profusão de rimas ricas, "word" com "heard", "of" com "love", "good" com "understood" e por aí, vai, chega, é muita qualidade"!
(*) na primeira vez em que descrevi a letra desta canção, como parte do Capítulo 14, que fala sobre as 5 World Speech Songs, eu confundi tudo: chamei ‘verso’ de ‘refrão’ e ‘ponte’ de ‘verso’. Agora, mais sabido que estou, corrijo, humildemente. E não vou alterar o original, pra manter a dignidade do trabalho!
Perdeu a conta de quantos versos e pontes tem a canção? Então não pare, porque tem mais, que vamos perceber agora, quando adentraremos à parte musical! Aqui mais uma vez, Paul deixa sua linha de baixo para ser incluída posteriormente, em overdubs, pois na base rítmica, aquela ainda sem vocais, ele toca piano. E ela conta com George na guitarra solo (que se ouve muito bem nas pontes), e tem John nos cortes de guitarra (que se ouvem bem nos versos), e Ringo na bateria (que se ouve bem na canção toda, com viradas, tantas, que ele até se cansa e esquece de fazer em todos os momentos).
Além do baixo de Paul, importante maracas de Ringo são acrescidas depois, e, marcante na sonoridade, um harmonium, na verdade um teclado com som de acordeão, 
Hammond organ
numa quarta ponte (não perca a conta!), que vem sem letra, apenas instrumental, tocado por George Martin (praticamente uma nota só), que é repetido numa quinta ponte, parcial, num final em fade out. O bom dessas pontes sem vozes é que se percebe melhor a guitarra solo de George! Nos vocais, temos as já tradicionais e perfeitas harmonias triplas, de John/Paul/George, em todos os versos, sendo que a partir do quarto verso, Paul acrescenta um falsetto incrível! Mas como assim, 'a partir do quarto', quer dizer que tem mais? Sim, tem um quinto verso, que embora não se possa dizer que é letra 'nova' pois se repetem as palavras de outros versos, inova na estrutura, repetindo "Say the Word, Love", cinco vezes, sendo a última com sílabas estendidas. Acabou a conta: 5 versos, 5 pontes! É demais!  
A cada obra-prima que surge, conformo-me menos com eles terem parado de fazer shows ao vivo. The Word, e tantas outras, nunca viram a luz do sol, em qualquer apresentação ao vivo... Rubber Soul é uma coletânea delas, mas teve apenas duas subindo aos palcos. Felizmente, Paul fez uma merecida homenagem, cantando-a inteira em sua turnê de 2011, que deixo aqui, neste LINK, para vosso deleite! 
It' so fine, it's sunshine, it's the Word .... LOVE

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Hino do CoroNatal

Durante muitos anos eu fazia a minha mensagem de Natal em Poema Retrospectiva do ano! Ficava muito legal! Depois me desanimei!

Quem tiver curiosidade, pode conferi aqui, neste post em que fiz 

A Retrospectiva das Retrospectivas - LINK

Resolvi me animar de novo, mas não com retrospectiva, que não há coisa boa a se lembrar de 2020, afora alguns nascimentos importantes nas famílias dos amigos, ainda fiz uma viagem legal, no começo do ano, mas depois veio ela, a pandemia. Gostei também de ter retomado meu blog.... só este anos foram quase 300 posts, a maioria sobre Beatles, vocês têm acompanhado!

E foi a pandemia, e o comportamento irritante de algumas pessoas, do povo, e do comando da nação,  que me inspirou nesta celebração!

Fiz uma paródia!

Como canção base, escolhi uma canção triste, de Natal, que todo mundo pensa que é alegre, canta sorrindo, no ritmo de marchinha, mas pode prestar atenção que ela dá é vontade de chorar. Aliás, ela refletia o estado de espírito  de seu autor, Assis Valente, que, aliás, suicidou aos 46 anos! Estranhou a construção? Sei que o verbo é reflexivo e conjuga-se com o pronome 'se', mas sempre que puder, vou usar assim, sem o pronome reflexivo, afinal o prefixo 'SUI' já quer dizer 'A SI', vejam que parri-cida é matador de pai, regi-cida é matador de rei, matri-cida é matador de mãe, e tantos outros, daí, sui-cida é matador de si mesmo. Enfim, o blog é meu e eu escrevo como quero!

Desculpem o mau jeito no violão, afinal faz 21 anos que o toquei pela última vez, quando ensinei os primeiros acordes ao Felipe, então com 11 anos, por sobre a partitura de Eduardo e Mônica, do Legião Urbana!  

A semente vingou, não??!!

Aqui vai o vídeo

E aqui, a letra, com os acordes utilizados

__________________________________________________


HINO DO CORONATAL


G                   D7                      G    E7                 Am  D7      G

Aconteceeeu! O vírus gemeeeu! E a gente ficou a quarentenaaar..

G                   D7             G    E7               Am  D7               G

Papai Noel, vê se você tem aquela vacina pra você me dar!

 

G                                                                             E7   Am

Eu pensei que todo mundo fosse inteligente e se isolar

Am                        D7                                                                      G 

Só que um povo insensato confiou no presidente e não quis acreditar

G                                                              E7   Am

Resolveu se divertir e aglomerar sem ter noção

Am                      D7                                        G 

Ampliando o contágio e não tendo pelos outros qualquer consideração

 

G                   D7                      G    E7                 Am  D7      G

Aconteceeeu! O vírus gemeeeu! E a gente ficou a quarentenaaar..

G                   D7             G    E7               Am  D7               G

Papai Noel, vê se você tem aquela vacina pra você me dar!

 

G                                                    E7          Am

Que em 2021, todos venham a se comportar

Am                          D7                                        G 

Respeitar os protocolos, tomar todos os cuidados e o contato evitar

G                                                                                    E7    Am

Que o governo cumpra o seu papel provendo a vacinação

Am                           D7                         G 

Estancando a sangria e trazendo alegria para o nosso coração

 

G                   D7                      G    E7                 Am  D7      G

Aconteceeeu! O vírus gemeeeu! E a gente ficou a quarentenaaar..

G                   D7             G    E7               Am  D7               G

Papai Noel, vê se você tem aquela vacina pra você me dar!