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segunda-feira, 21 de junho de 2021

I'm down, realy down

Esta é a última canção da coletânea Past Masters #1, 14º Álbum Oficial dos Beatles

a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 19 canções em DR com Garotas

                                        as demais 18 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

Atenção, canções com títulos em vermelho 

são links que levam a análises sobre elas.

18. I'm Down (DtR Girl Song by Paul McCartney)

Paul grita: "Você diz mentiras achando que eu não posso ver. Você não pode chorar porque está rindo de mim. Eu estou deprimido (realmente deprimido) Eu estou deprimido (Pra baixo do chão) Eu estou deprimido (realmente deprimido) Como você pode rir quando sabe que eu estou deprimido? (Como você pode rir?) Quando sabe que eu estou deprimido?"

Dura e gritada DR, sem a menor dúvida, em 3 Versos e 2 solos. Cada verso tem duas frases contextualizando uma situação e termina com os lamentos, no que poderia ser chamado de Seção Refrão do Verso. Aliás, pensei agora como seria uma versão do 'refrão', na métrica da canção e com  uma tradução decente. Poderia ser assim: 
Tô mal! (Tô muito maaaal!)  
Tô mal! (Tô lá no chããão!!) 
Tô mal! (Tô muito maaaal!) 
E você ri quando estou tão mal? 
(E você ri) quando estou tão mal?
 
Voltemos! A tradução correta ali de cima mostra a falta de respeito da garota com o estado depressivo do namorado. No Verso 2, uma situação de mágoa, com o desleixo "Man buys ring, woman throws it away". Depois dos dois versos, vem um ótimo solo de George Harrison, um 12-bar-blues. Quando vem o Verso 3, traz uma dúvida pra mim, "We're all alone and there's nobody else. You still moan: 'keep your hands to yourse lf!'", devo confessar que sei a tradução, literal, mas não captei a mensagem, principalmente porque quem lamenta o tempo todo é Paul, mas a letra diz: "Você ainda lamenta!". Será que nesse ponto é a garota quem fala? Seja o que for, depois desse verso vem mais um solo instrumental em que o destaque absoluto é o órgão de John, sobre o qual ainda falaremos mais adiante! Rimas boas, que seriam ricas, em português: "see-me, down-ground, way-day, else-self" 
 
Bem, vamos à gravação!! O contexto era o seguinte: os Beatles haviam feito uma primeira temporada de gravações para a trilha sonora do filme HELP, depois ficaram um mês filmando, em locações inclusive estrangeiras, nas Bahamas e nos Alpes Austríacos, e agora voltavam ao estúdio para produzir canções para o Lado B do LP. Em 14 de junho de 1965, ocorreu a primeira das 3 sessões para o efeito, e nela foram gravadas 3 canções de Paul, sendo I'm Down a segunda delas. Foram 7 as tentativas de acertarem a base, que tinha Paul no vocal e no baixo, George na guitarra solo, John fazendo o ritmo num órgão e Ringo na bateria. O 1º Take já foi espetacular e felizmente sobreviveu, sendo lançado oficialmente no Projeto Anthology 2, e deixo aqui o LINK pra vocês. Note que Paul está animado de que vão fazer história! A magia da canção está quase toda lá, note a entrada a Capella, sem instrumentos, de Paul, com a totalidade da primeira frase, depois uma entrada solo dos instrumentos e mais a segunda frase, também a capella no começo e a bateria chamando todos no último verbo ("laughing at me"). Os Beatles breaks se repetem magistralmente nos Versos 2 e 3. 
 
Quem conhece a canção original sentirá a falta dos famosos vocais de apoio concordando e amplificando o lamento do astro. Eles viriam em overdubs só após a base pronta. Vejam que o solo de George está bem bom para um primeiro take, mas foi melhorando. E finalmente, o 'quase' que disse ali em cima é porque ali, John não fez o solo que combinou a Paul na última seção da canção, ficou apenas no ritmo. O que Paul diz no final exprime a felicidade em que estava, elogiando a performance com 'Plastic soul, plastic soul", uma expressão que ele ouvira um bluesman falar, sobre Mick Jagger, e que depois inspiraria o nome do álbum seguinte, já naquele ano, Rubber Soul. Com a base pronta, vieram os overdubs por sobre o Take 7. Ringo adicionou bongôs especiais nos dois primeiros versos e na conlusão. George resolveu fazer um solo de guitarra ainda melhor. E John melhorou seu antológico solo de órgão. E também vieram os backing vocals dos companheiros John e George respondendo aos lamentos do pobre Paul ("I'm really down", "Down on the ground", e "How can you laugh") e depois ainda John acentuou com graves "down"s em vários pontos. Tudo isso foi feito em hora e meia de gravação. 
 
I'm Down ficou tão boa que não foi colocada no Lado B do LP HELP!, como era a intenção, mas foi elevada à categoria de Lado B de um compacto, tendo a canção título filme no Lado A e sendo lançada em julho. Era a intenção de Paul com essa composição, que ela substituísse Long Tall Sally, um cover de Little Richards, também magnificamente gritado por Paul, com que os Beatles fechavam todos os shows. A partir de então e até o final de sua carreira ao vivo, em agosto de 1966, todos os shows foram fechados por ela. Uma dessas vezes foi no Shea Stadium, em New York e deixo aqui o LINK para vocês se deliciarem com o desempenho dos rapazes, em especial de John, verdadeiramente possuído em seu órgão, usando até os cotovelos, e divertindo os companheiros que riam muito. E essa a imagem que deixo como registro desta análise. Notem ao final do vídeo John comentando sobre a efeméride que foi aquele dia, o maior público que uma banda havia conquistado até então, primeira vez em um estádio. 

2 comentários:

  1. Uma pontinha de machismo na letra, coisa comum nas letras de Paul. Talvez não seja machismo, mas apenas um relato de como as coisas eram no passado nos relacionamentos. Vai ver que continua assim. É o homem quem dá presentes caros. Aneis. E a mulher da música os joga fora.
    Nâo estou querendo dizer que dar presentes caros seja machismo. Mas a ideia de que são os homens com esta função de presentear porque são eles os donos do dinheiro, e as mulheres as que recebem,...por serem submissas. Na verdade a mulher que não dá presentes é bem considerada. Em She's a woman Paul diz isso. Ela só dava carinho, não dava presentes...que é tarefa do homem. Virginia forçando a barra. rs rs rs. Mas é tão comum coisas assim nas letras de Paul que é impossivel não suspeitar de um certo machismo, algo que, muito provavelmente, já sumiu dele. Ele se casou com uma mulher milionária que deve dar presentes caros a ele. E ele deve gostar e muito. Que os fâs não se aborreçam comigo. Sou mulher...já sofri muito com este tipo de pensamento sobre nós. E tenho total consciência que não havia maldade alguma nos rapazes quanto a isso, pois era o comportamento considerado normal. Portanto, não estou criticando o Paul.

    Este música me az lembra do meu irmão Walmor que era tirado a gracinhas. Ele costumava cantar essa música de brincadeira com outra letra. " I am Dão, Clotilde's Dão. "
    Dão era nosso vizinho. Filho de Dona Clotilde muitas vezez chamado de Dão de Dona Clotilde.

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  2. Era a época da beatlemania ...esse música do Paul e incrível
    !!
    Até hj escuto essa faixa
    Nunca enjoei

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