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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

The Quiet Beatle - O início solo e os amigos

Aqui, o quarto capítulo da Série 'The Quiet Beatle',
relembrando os 10 anos sem George Harrison.
All Things Must Pass - George Harrison
Bem, o sonho acabou, nas palavras de John, mas parece que o fim dos Beatles foi um grande recomeço para George. E não demorou muito para ele lançar o primeiro disco solo. E foi logo um álbum triplo, só pra deixar claro como sua criatividade estava reprimida junto aos dois monstros sagrados. E o nome da canção título deixa claro o sentimento de página virada: 'All Things Must Pass', ou seja 'tudo passa', mesmo o maior fenômeno da história da música. O álbum, triplo, foi o primeiro naquela configuração a ser lançado por um artista solo, e alcançou rapidamente o primeiro lugar nas paradas, lá permanecendo por várias semanas. É até hoje o maior sucesso comercial de um ex-Beatle, ironia do destino. No álbum, 18 composições inéditas, sendo uma em parceria com seu amigo Bob Dylan, além de uma canção do próprio Mr. Zimmerman, que preenchiam as duas primeiras bolachas, e uma terceira com jam sessions. Uma das inéditas foi um tremendo sucesso, e é até hoje, a deliciosa 'My Sweet Lord', expressando sua vontade de estar com seu Deus (Lord), fosse ele de que religião fosse . Neste link, a maravilhosa versão da canção no Concert for George, cantada por Billy Preston. Ouvi muuuito aquele compacto!!! Foi bom que o sucesso foi estrondoso, pois aplacou um pouco a dor de cabeça de uma acusação de plágio em que acabou sendo (justamente, ouça aqui) condenado por cópia não intencional, um atenuante que baixou o cheque a ser feito para 5 milhões de dólares, ao autor da outra canção.

Bangladesh era sinônimo de pobreza, devastação e fome em 1971. Refugiados morriam aos milhares. E aquelas notícias chegavam aos ouvidos de George por observadores privilegiados, seus amigos indianos, em especial Ravi Shankar, o virtuoso que o ensinara a tocar cítara. Ravi pediu de George alguma ajuda para arrecadação de fundos. George compôs uma canção com o nome do país, revertendo toda a receita para o efeito. E, no final de 1971, organizou uma reunião de amigos do rock, que aceitaram tocar num grande concerto no Madison Square Garden, em New York, que ficou conhecido como 'Concert for Blangadesh'. Estiveram lá Eric Clapton, Bob Dylan, Ringo, Billy Preston, Leon Russell e Ravi. Não estiveram lá nem Paul, nem John. Paul,  por uma questão de princípios (!!), já que, se haviam rompido, não havia sentido tocarem juntos novamente, tão cedo assim. Com John aconteceu algo pitoresco: George convidou-o, mas impôs a exigência de que Yoko não viesse. E ele até aceitou, mas depois, Yoko saltou nas tamancas japonesas quando soube da combinação. Daí, ficou mais claro quem dava a palavra final. Os shows (foram dois em um só dia) tiveram lotação esgotada. Depois, foi lançado o álbum triplo com o conteúdo do show, e um filme no começo do ano seguinte. O concerto foi o primeiro do tipo super-stars-se-reúnem-para-tocar-em-benefício-de-uma-causa, um costume que seria copiado apenas em 1985, como o Live Aid, e depois o Concerto para Monserrat, o Live 8, o Live Earth,  e tantos outros. We Are The World, por exemplo, não teve show, mas foi beneficente!


Isso se faz com o binômio friends & sensitivity, muito presente no nosso querido George. George tinha grandes amigos, e Eric Clapton era o maior deles. Tanto que admitiu perder sua mulher Pattie para ele. Claro que não foi assim, sem dor. Clapton era absolutamente alucinado por Pattie, e chegou a confessar isso a George. O grande sucesso de Clapton, 'Laila' era uma descarada declaração de amor a ela. A insistência foi difícil de resistir, e como George também aprontava, o casamento acabou. Mas não a amizade entre os dois. Algum tempo depois, George casou-se com Olivia Arias, de origem mexicana, também afeta a causas beneficentes, e que lhe deu seu único filho, Dhani, em 1978, uma cópia xerox sua, pode procurar a foto dele para conferir.
Com os ex-amigos beatles, George manteve uma relação de amor e ódio ao longo dos anos pós-sonho. No começo, uma aproximação com John, quando colaborou em um duelo de farpas musicais entre os dois gigantes, tocando guitarra em 'How Do You Sleep?', onde John acaaaaaba com Paul. Depois, algo aconteceu (pode ter sido o forfait do concerto para Bangladesh) e ele se afastou de John, que morreu sem ter sua amizade, e magoado porque dizia não ter visto uma única vez seu nome citado na autobiografia de George intitulada 'I Me Mine'. Em verdade, foi injustificado, pois seu nome é mencionado perto de 10 vezes.
Parte de minha dívida com George está aí: ainda não li esse livro! Preciso lê-lo, até mesmo para descobrir o real motivo do afastamento de John. O resto da dívida é musical mesmo: simplesmente não tenho nenhum disco solo de Harrison, lançados após os dois álbuns triplos citados. Um longo hiato, de 25 anos, levou até adquirir 'Live in Japan', que havia sido gravado em 1992.

Motivo do próximo capítulo

 

10 comentários:

  1. O Concerto para Bangladesh registrou pela primeira vez em toda a sua carreira, George Harrison como estrela principal de um show ao vivo.

    E parece que ele não gostou muito. Para tristeza dos seus admiradores, George realizou apenas duas pequenas turnês: uma em 1974 apenas nos EUA e Canadá, e outra em dezembro de 1991, apenas no Japão (graças a muita insistência de Eric Clapton).

    Fora isto, foram apenas pequenas aparições em eventos beneficentes e homenagens a amigos, como por exemplo no Princess Trust na Inglaterra, e no show realizado no Madison Square Gardem em Nova Yorj em 1992, em celebração ao 30º aniversário de carreira de Bob Dylan.

    Muito pouco para um gênio da música pop.

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  2. Não teve show, mas acho que We  Are the World entra nessa de eventos beneficentes da música. O que vc acha?

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  3. Não teve show, mas acho que We  Are the World entra nessa de eventos beneficentes da música. O que vc acha?

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  4. A doutrina hinduísta faz as pessoas abandonarem os prazeres materiais e as futilidades da vida.. George teve tudo isso e na sua evolução como ser humano não precisava mais da fama nem reconhecimento popular. Por isso abandonou as turnês cansativas e desgastantes. George era um ser humano maravilhoso e morreu feliz!!

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  5. Para não parecer ser injusto ( sei bem que essa nunca foi sua intenção pois você é um fâ com F maiusculo) é bom lembrar que todos eles tinham músicas sem gravar quando se afastaram tanto que todos eles usaram só músicas compostas juntos nos seus primeiros discos. Receio que ao dizer que George estava com a criatividade reprimida venha reforçar a tese sem provas que George era desprezado por Paul e John. Não percebem que isso é o mesmo que dizer que George era fraco, sem condições de lutar pelos seus direitos, uma vítima. Longe disso. E ele era livre para fazer outras gravações sem os Beatles. Ele chegou a compor a trilha sonora do filme Wonderwall.

    Para mim George exagerou ao lançar o album triplo. Musicas demais da conta. Quase todas compostas quando ainda estava nos Beatles ( o mesmo aconteceu com John e Paul). Logo depois ele simplemesmente foi parando...Anos inteiros sem nada. Muito estranho isso. Parece que precisava estar com eles para se inspirar. Eu porém não sei o que aconteceu. Mas eu amei Cloud 9 ( que delicia é FAB...long time ago whe we was fab) e Travelling Willbury. Tenho os dois cds. E tenho o album do Festival de Bangle Desh. Vi o filme quatro vezes. Ali George estava maravilhoso embora tenha sido em 71, uma época onde todos mostraram um lado meio feioso. rs rs rs. Ele jogou fora os más vbirações, se vestiu lindamente e não me canso de ver e rever. Ainda ante ontem joguei cenas do festival no meu facebook. Sim, foi um festival pioneiro. Ponto para nosso lindo George.

    Sobre a não participação de Paul seria importante dizer o motivo principal. Nâo foi só porque tinham acabado de se separar. O motivo principal da sua recusa foi o fato de Allan Klein estar envolvido. Ele inclusive voltou a avisar George que não deu ouvidos. O homem não era de confiança. E não era mesmo. Ficou com parte do lucro da campanha. Podemos dizer que furtou da UNICEF. Foi quando George viu que Paul estava certo e declarou isso. Klein fez mais sacanagem com George adquirindo os direitos autorais de She is so fine e recebendo a multa imposta a George que declarou ter sido esfaqueado pelas costas por Allan Klein.

    Tenho mais umas coisinhas para dizer..mas vou para outro box porque ficaria longo demais tudo aqui.



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  6. É o sguinte. George se envolvou com a turma do Monty Python. E ao perguntarem o motivo ele disse algo lindo demais. Que o espírito dos Beatles tinha descido no Monty Python então ele teve de se envolver. Isso signfica que existe um Espírito Beatles. Eu bem que suspeitava. Pois existe! E que George era tão Beatle apesar de tudo que dizem que teve de ir para onde esse Espírito tinha baixado. Penso que ficar solo não foi algo bacana para ele. Tanto que acabou se juntando a amigos para o Travellin Willbury. Não estava mais "solo" ali. Isso é só especulação da minha parte, claro. Mas há evidencias fortes.
    Outra coisa linda foi seu desejo de ver as músicas dos Beatles no Cirque du Soleil. A ideia partiu dele! E que ideia brilhante. Soube, sem certeza, que foi ele quem sugeriu o nome do show. Love! Isso fala mais alto que qualquer fofoca depreciando eles. Pena que nem todos prestão atenção nesses pequenos detalhes. E pena que George não teve como ver o show Love. Mas sem ele não teria acontecido.

    Sobre o fato de ter ficado afastado de John sem ter ainda resolvido todos os problemas quando John faleceu. Mais uma vez só mesmo especulação. Não sabemos ao certo. Há gente que afirma, mas não há certeza não. Sim, ele ficou participando dos discos de John e deu suporte a ele em tudo logo que o grupo acabou. Mas como ele raelmente não gostava de Yoko isso pode ter sido o motivo do afastamento. Tudo que sei é o que May Pang contou. George foi visita-los em 74. Yoko longe. E o encontro foi violento. George se ressentia de várias coisas inclusive porque John se mudou para Nova York sem se despedir. "Onde você estava quando precisei de você?" teria perguntado se referindo a quando se divorciou de Patty. Vemos também que o programado era apenas a dissolução dos Beatles. E não da amizade. George teria se sentido traído por que ele foi embora sem dizer adeus e também não participar de um dos seus shows. Segundo Pang John não reagiu permitindo que George desabafasse. E em seguida sairam juntos para uma balada numa boa. rs rs rs. Deram uma entrevista que está no you tube. E há uma foto dessa noite com John sendo amparado por George. John se excedeu na bebida naquela noite. :)
    Ao que parece nunca mais se viram. Continuo em outro box.

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  7. Juro que é o último. E volto a informar que estou espelando e citando fontes que não sei serem confiáveis. May Pang...Não sei até que ponto é confiável. Então é sempre bom lembrar que a verdade pertence a eles. Podemos estar enganados. Não duvido de forma alguma que tenham falado outras vezes pelo menos por telefone. Não temos como saber sobre seus sentimentos.
    Segundo Jack Douglas John queria muito a presença de George com ele e Paul no próximo disco de Ringo a ser gravado em 81. Disse que George era mais difícil...mas ele queria o caçula participando.
    Na última entrevista que John deu para a Rolling Stone tem aquela hora que o telefone toca e Yoko vai atender. Ao retornar diz que era pessoas dizendo ser George. Ela pediu provas e ele desligou. John pediu que ligasse para George para saber ao certo se era ele mesmo. Yoko disse que já tinha ligado e a pessoa que respondeu disse que George estava dormindo. E fim.

    Fica a dúvida. Pode ser que tenha sido George que se aborreceu ao ver que teria de provar ser ele para Yoko. Preferiu desligar e ainda avisar..." se ela ligar diga que estou dormindo." Como pode ter sido realmente um trote. Mas Yoko não reconhecia a voz de George? Era tão reconhecível. Se foi ele posso imaginar sua tristeza ao ter a notícia do assassinato.

    Finalmente...ele colocou tudo que sentia na música All Those Years Ago. De chorar. E ainda chamou Paul e Ringo para se unir a ele na gravação. Foi muito emocionante.

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    1. DePaula, seja qual for o seu nome, seus comentários nunca são excessivos, aprendo muito com eles, inclusive acresci o 'espírito Beatle' ao último capítulo, você verá, muito obrigado!!

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