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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

The Non-Beatles For Sale Songs

                                                               Esta é uma prévia do Capítulo 39 

Da minha saga  

O Universo das Canções dos Beatles


Todos os Capítulos têm acesso neste LINK 

Premidos pelo tempo e pela pressão de lançarem seu 4° LP para chegar às lojas antes do Natal de 1964, os Beatles recorreram a clássicos a que estavam acostumados a tocarem nos shows, para completar as 14 canções regulamentares, que haviam entregado nos dois primeiros LPs, em que pese a falha de "A Hard Day's Night", 
onde foram 'apenas' 13. Repetiriam o quantitativo de canções nos álbuns seguintes "HELP!", "Rubber Soul" e "Revolver"! Foram 6 os covers! Desta vez, vieram com pesos pesados do Rock, como Buddy Holly, Chuck Berry,  Little Richards e Carl Perkins, seus favoritos. 

Vamos a elas!

Rock And Roll Music era um clássico de Chuck Berry, que John considerava o Rei do Rock. "Não me venha com jambo, mambo, tango, o que eu quero ouvir é Rock And Roll".  Desde 1959, ele tocava essa canção em shows, então não foi difícil escolhê-la para o álbum. E também não foi difícil gravá-la! Relembrando a histórica gravação de Twist And Shout, John não precisou de mais que UM TAKE para finalizar o trabalho, de uma também histórica sessão de 9 horas de duração, em que gravaram outras SETE canções, sendo SEIS delas aproveitadas no álbum, uma eficiência impressionante. Era a penúltima sessão em que se dedicaram a "Beatles For Sale", no profícuo 18 de outubro de 1964. John e George Martin acrescentaram piano posteriormente! Ela é a primeira Cover do LP, na posição 4 do Lado A. Eles tocaram a canção na BBC, na TV e em vários shows até 1966, último ano das apresentações ao vivo.

Mr. Moonlight? Eu disse ali em cima que os Beatles trouxeram pesos pesados do Rock, e citei quatro nomes. Pois bem, este é o quinto! E a exceção! Seu autor é Roy Lee Johnson, você conhece? Nem eu! Quem a lançou foi um tal Dr. Feelgood, você conhece? Nem eu! Estou mais para Feelbad! Fraquinha, na minha opinião, mas eles sempre fazem do limão uma limonada. Finalizada na enorme sessão de 18 de outubro,  John manda muito bem no vocal, abre a canção com um grito primal, tem uma harmonia vocal tripla magnífica, Paul toca um órgão Hammond (com direito a solo), Ringo inova num tambor africano, então dá pra engolir. O que não me conformo é saber que, para colocar Mr. Moonlight, eles engavetaram uma muito melhor, gravada quatro dias antes, chamada Leave My Kitten Alone, ouça bem neste LINK, mas prepare-se para balançar na cadeira!! Rock do da melhor qualidade, incomparavelmente superior à escolhida, em verdade uma música caipira, letrinha breeeega, como pode ser conferido neste trecho da versão brasileira: "Senhor Luar, olhe pra mim!..."!! Se há uma escolha que eu reprovo dos Beatles, é essa! Infelizmente, ela é a sexta canção, do Lado A do LP!

Kansas City/Hey, Hey, Hey, Hey é um medley já cantado assim pelo autor da segunda, Pennyman, o real nome de Ricardinho, ou Little Richard. A primeira é da dupla Lieber/Stoller. Favorita de Paul, eles a cantavam desde 1962, quando conheceram o roqueiro pianista americano e se tornaram seus amigos.  Após uma parada de sua performance em shows, ela foi revivida na excursão aos EUA, justamente em Kansas City, onde foi devidamente aclamada, e foi então considerada para sair no novo LP. Foi a vez de Paul entregar seu ONE-TAKE-Song e no mesmo vigoroso 18 de outubro em que John entregara sua Rock And Roll Music. Até gravaram mais um take, mas ficaram com o primeiro, com perfeitas harmonias de John e George, e ao qual foram acrescidas palmas, dos quatro, e o piano de George Martin. Ela é a sétima canção, fechando o Lado A do LP!

Words Of Love está na posição 2 do Lado B do LP e é uma fundamental homenagem a seu autor Buddy Holly, genial líder dos Crickets, que morrera num desastre de avião aos 19 anos, em 3 de fevereiro de 1959, conhecido como O Dia Em Que A Música Morreu, sobre o qual falo, neste LINK. Os Beatles reverenciavam Holly, desde sempre, tanto que é dele o primeiro registro em gravação de John, Paul e George, ainda no Quarrymen, em 1958, a canção That'll Be The Day, tendo no Lado B uma canção de Paul chamada In Spite Of All he Danger. Foi ótimo que os Beatles optaram por esta canção de Holly, menos conhecida que a já citada, ou que Peggy Sue, ou ainda Maybe Baby, dando a possibilidade ao grande público conhecer mais a fundo o lindo poema,  ,"Deixe-me ouvir você dizer as palavras que eu quero ouvir, querida, quando você está perto, umm, umm, palavras de amor que você sussurra, suave e sincera, querida, te amo", rimando lindamente em inglês.  Assim como as outras três covers até agora, Words Of Love foi também gravada na já antológica Sessão Mamute de 18 de outubro. Gajos em seus instrumentos usuais, e vocal triplo imbatível de John/Paul no lead vocal e George na harmonia. Eles a promoveram ao vivo na BBC.

Honey Don't abre o reinado de Carl Perkins em "Beatles For Sale", logo a seguir, na posição 3 do Lado B do LP. Ela era o Lado B de Blue Suede Shows, compacto lançado em 1956. Na  voz de Ringo, Perkins embrenha numa DR e quer conhecer melhor sua 'Honey', um dos mais famosos qualificativos de 'Amorzinho' na língua inglesa. Ele é o único autor a ter duas canções gravadas pelos Beatles num único álbum! E foi a oportunidade para Ringo brilhar! Era John quem cantava a canção nos shows em Liverpool e Hamburgo, mas ele considerou que o range vocal de Ringo estava OK para ela, e a partir de então, foi o baterista quem a cantou ao vivo, nos shows subsequentes. Ela foi gravada na última sessão de gravação do LP, em 28 de outubro, 

Everybody´s Trying to Be My Baby fecha "Beatles For Sale" e consolida Carl Perkins como campeão com a segunda canção no LP. George a canta, como fazia nos primórdios e voltou a fazer após o lançamento, na BBC, na TV e nos shows de 1965. A letra reflete o que acontecia com cada um dos quatro Beatles à época, todas queriam ficar com eles! George era o maior admirador do guitarrista americano, em quem se inspirou para seu próprio estilo na guitarra. Ela foi gravada na mesma sessão em que John e Paul gravaram suas ONE-TAKE-Songs, e George não ficou atrás: apenas um take foi necessário para a conclusão da faixa, com John no violão e os demais em seus instrumentos usuais (acho que já escrevi isso!).

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

McCartney III - by Cláudio Tehran

 EU JÁ ESCUTEI McCARTNEY III

O novo disco de Paul McCartney estava programado para
11 de dezembro. Adiaram para o dia 18. Tive a sorte de
ouvir antes, aliás, estou ouvindo e apreciando.
É um álbum de experimentos sim, mas não pense muito
nos McCartney I e II porque não há quase nada daqueles
na concepção do Terceiro, e nem faria sentido.
O que observei nas primeiras audições é um Paul como
de praxe inquieto, seja pelo isolamento imposto pela
pandemia, seja por tudo que andou ouvindo durante
este período, e a decisão de fazer tudo sozinho.
Ele compensa a limitação da falta de outros músicos
com boas ideias, arranjos inspirados, e coesão. E não
falta ousadia também, pois McCartney III podia surfar
na obviedade, repetir-se e dar ao público o deleite
de ficar captando Beatles e outras sonoridades de
sua riquissima carreira solo. Paul rechaçou.
Então atualize seus ouvidos para captar. O que temos
não é um novo clássico, é Paul McCartney buscando
o novo aos 78 anos. É o melhor desta aventura.
LONG TAILED WINTER BIRD
Faixa quase instrumental e bastante experimental.
Tem bateria pesada. Com boa vontade guarda um
certo parentesco com sons do McCartney I.
FIND MY WAY
Eu teria colocado esta para abrir o disco. A levada
com duas guitarras tem uma sonoridade em que Paul
busca o contemporâneo como em Egypt Station.
PRETTY BOYS
Primeira balada do álbum belamente executada ao
violão. Tem leveza e a entrega solitária do compositor
em isolamento. Candidata a pequeno clássico.
WOMEN AND WIVES
Composição quase solene, reflexiva com piano e violão
como base do arranjo para a surrada voz de Paul.
LAVATORY LIL
Um dos achados do disco por sua levada urgente com
guitarras inspiradas e percussão forte. Provavelmente
inspirada no que Paul andou ouvindo em isolamento.
SLIDDIN’
Pesada desde a introdução, vocais dobrados e cheios
de efeitos. Arranjo que mistura sons percussivos, eco,
guitarras, teclados... Tem muito experimentalismo.
DEEP DEEP FEELING
Começa com Paul esmurrando a bateria, enquanto
o arranjo remete a Egypt Station. A faixa mais longa
de McCartney III também é marcada por esboços de
quebra de ritmo sobre a mesma percussão. E boas
e bem vindas surpresas vocais e sonoras.
THE KISS OF VENUS
Talvez tenha sido composta ao ar livre, debaixo de
um sol. Remete ao passado, a Red Rose Speedway,
a um tempo de recolhimento e ideias na cabeça.
O Beijo de Venus é um título tão sugestivo quanto
o som do violão dedilhado com maestria. A voz
envelhecida de Paul acrescenta uma bossa extra
a esta segunda candidata a pequeno clássico.
SEIZE THE DAY
Mais uma canção inspirada no que ficou na cabeça
de Paul a partir de Egypt Station. Esta faixa caberia
perfeitamente naquele álbum. É uma balada elétrica
quase dançante. "Aproveite o dia", diz Paul.
DEEP DOWN
A última das três que formam a trinca de sons mais
experimentais com Long Tailed Winter Bird e Sliddin’.
A voz de Paul se assenta sobre um arranjo em que
sobressaem metais (de teclado) e percussão.
WINTER BIRD/WHEN WINTER COMES
Ao ouvir essa talvez fique a impressão de que o disco
tocou de cabeça pra baixo. Sons inspirados de violão
na introdução servem de cortina para a verdadeira
composição que vem a seguir. When Winter Comes
é uma canção de límpidos e precisos vocais, e da ao
público o Paul McCartney eternizado como um dos
maiores melodistas da história. Outro cara abriria
o disco com esta, mas o Sir jamais será óbvio...

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

YOU CAN'T DO THAT - Canção de AHDN

Esta é uma canção do A Hard Day’s Night, 3° álbum dos Beatles
Outras canções do álbum e seu contexto, encontre neste LINK
Outras canções da Classe DtR das Girl Songs, encontre neste LINK

  12. You Can't Do That  (DtR Girl Song by John Lennon)

John ameaça: "Eu tenho algo a dizer que talvez lhe cause dor: se eu pegar você falando com aquele garoto de novo, eu vou te decepcionar, e te deixar imediatamente, porque eu já te disse antes, oh, você não pode fazer isso"
Canção típica de DR entre casais, mas com ameaças! Ela foi feita em Miami, em meio ao estrondoso sucesso da invasão da América. intenção é que  fosse  incluída no filme A Hard Day's Night, mas foi deixada de lado com a chegada da canção título! Retrato da possessividade de John em relação à sua amada, ciúme explícito, não querendo nem que ela converse com outros rapazes, apesar de ele não fazer a parte dele, com inúúúmeras puladas de cerca. Ele podia, né! Ai ai ai! 
 
Bem, esse ciúme, essa possessividade toda, foi magnificamente traduzido na fórmula que eles preferiam na época, verso-verso-ponte-verso, sem refrão, e com letras diferentes. No Verso 1, vem o primeiro aviso e ameaça de deixá-la se falar de novo com aquele garoto, mas parece que a garota não levou muito a sério, porque, no Verso 2, ele diz de novo que a viu conversando com o cara, reclama que é pecado, e ameaça deixá-la de novo, mas segue com ela, e na ponte, ele argumenta que todos estão invejosos por ele estar com ela e reclama que todos vão rir se ela continuar fazendo isso, mas a menina é insistente e no verso final nosso herói segue reclamando e ameaçando.... mas continua com ela, hehehe. Depois do verso final, ainda levam um verso instrumental, repetem a ponte e repetem ainda o verso final. Aliás, foi nesta canção que eu entendi expressão que usamos aqui 'verde de inveja', vem de lá. Ouça John cantando:
Ev'rybody's gree-een,'cause I'm the one who won your love!
 
  
COWBELL
Esplêndida também musicalmente, a começar pelo riff matador de dois compassos (conte duas vezes, até 4) na guitarra que abre solitário e arrebatador a canção, para entrarem apenas depois os outros instrumentos. Foi a primeira vez em que os Beatles fizeram desse jeito, e repetiram a fórmula em Day TripperTicket To RideI Feel Fine e coincidentemente todas de John, mas houve outras. Ouvem-se os ecos do riff ao longo de toda a canção e ele volta, triunfal, ao final! Siga encantado com os duelos vocais, com Paul e George enfatizando em harmonia dupla as ameaças de John, a partir do segundo verso. E também no "GREEEEEEN" da ponte. E ouça o solo de guitarra de John (raríssimo!), o bongô de Ringo, mas principalmente o 'cowbell' tocado por Paul em overdub, ao longo de toda a canção, quase religiosamente quatro vezes por compasso, com breves interrupções, cheguei a contar, foram 260 vezes que Paul bateu com sapiência aquele sonoríssimo instrumento de percussão que eu adoro. 
 
You Can't Do That veio à luz em 25 de fevereiro de 1964, na 1ª sessão de gravação após a triunfal viagem aos Estados Unidos. Foram nove takes, com John cantando sempre e com todos em seus instrumentos, sendo cinco deles incompletos. O Take 6 foi perfeito, mas só tinha John no vocal, e podemos ouvi-lo porque foi lançado oficialmente no projeto Anthology, ouça neste LINK. Interessante que apenas no Take 9 houve a decisão de colocar harmonias vocais então Paul e George entraram magnificamente, sem ensaio e saiu aquela coisa maravilhosa e definitiva que ouvimos até hoje!
 
Ela foi tocada ao vivo na BBC, quase um mês antes de ser lançada como Lado B do compacto liderado por Can't Buy Me Love, Número 1 imediato nas paradas, e seguiu sendo tocada nos shows das excursões pós-filmagens, deixo aqui uma mostra, neste LINK! Um sucesso!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

I'LL CRY INSTEAD - Canção de AHDN

Esta é uma canção do A Hard Day’s Night, 3° álbum dos Beatles
Outras canções  do álbum e seu contexto, neste LINK
Outras canções da Classe Dispair das Miss Songs, neste LINK

 9. I´ll Cry Instead  (Dispair Miss Song by John Lennon)

John se oferece: "Eu tenho todos os motivos do mundo para estar louco porque eu acabei perder a única garota que eu tinha. Se eu pudesse fazer do meu jeito, eu me trancaria a chave hoje, mas eu não posso, então em vez disso, eu choro.  
 
Após um encontro com Bob Dylan em janeiro, em que os Beatles se deliciaram com um disco do bardo, John havia se decidido que era hora de começar a falar menos para adolescentes e mais sobre seus sentimentos. Esta canção tem um leque memorável de angústias expostas com relação a seu relacionamento perdido, em que ele passa 


mas como não pode e até conseguir, ele apenas chora, que é o título da canção. Aliás, que nem se pode chamar de refrão, mas é a ÚNICA letra que se repete ao longo de todas as linhas, impressionante a construção lírica do poema! 
 
Musicalmente, nem há destaques a serem feitos, apenas quatro músicos excelentes tocando magistralmente seus instrumentos regulares, com John no violão, Paul no baixo (ok, foi bem variado!), George na guitarra e Ringo na bateria (ah, ele tocou pandeiro também). John cantou sozinho, sem as tradicionais harmonias que eles faziam tão bem.  
 
O fato notável é que ela foi feita por encomenda para musicar aquela cena em que os quatro fogem das fãs e fazem malabarismos, para a qual foi aproveitada Can't Buy Me Love, porém foi considerada carregada de emoções demais, havemos de concordar, não é mesmo? Além disso, ficou curta para preencher a cena toda. Ela nunca foi tocada ao vivo, mas felizmente foi ressuscitada num tributo a Lennon, num relançamento do filme em 1981, de fundo a uma série de fotos deles em 1964  passando em ritmo alucinante!

... eu disse 'felizmente' porque fizeram o tributo

mas foi 'infelizmente' por causa da razão para ele...

Lançamento apenas nos EUA


terça-feira, 24 de novembro de 2020

TELL ME WHY - Canção de AHDN

Esta é uma canção do A Hard Day’s Night, 3° álbum dos Beatles

Outras canções do álbum e seu contexto, neste LINK

Outras canções da Classe Return das Miss Songs, neste LINK



6. Tell Me Why  (Return Miss Song by John Lennon)
John clama: "Olha, eu te implorei de joelhos! Se apenas você ouvisse as minhas súplicas. Se existe algo que eu possa fazer, pois eu não suporto, estou tão apaixonado por você! Me diga por que você chorou e por que mentiu pra mim! 
Apesar de parecer uma DR, preferi classificar a saudade e o desejo de retorno depois de uma briga como a tônica da canção, que fecha o Lado A, última pertencente à trilha sonora do filme. A canção é 100% de John, o que leva a concluir-se que o 'you' era Cynthia, com quem era casado! Musicalmente, considero a bateria introdutória de Ringo como o ponto alto da canção, com viradas precedendo dois acordes de guitarra e ao piano de George Martin, quatro vezes. E Ringo repete as viradas mais seis vezes, a chamar refrões, e versos, e a ponte, e ainda mais duas vezes no final. Um show do nosso baterista! O refrão, aliás, abre a canção, como em It Won't BLong! As harmonias vocais perfeitas de Paul e George (ambos nos graves com John nos agudos, algo bem incomum!) dialogam em triplo nos versos, respondendo nas frases pares às chamadas de John nas frases ímpares, expliquei-me? Melhor desenhar:
 

Note, assim, rapidamente, duas coisas importantes, denotando a qualidade deles como letristas

  • Que segue válida a política de não repetirem letras, como descobri ao descrever Do You Want To Know A Secret: os dois versos (1-4 e 5-8) têm letras diferentes;
  • Que TODAS (as quatro) rimas são RICAS!

    • 1-3: verbo com adjetivo; 
    • 2-4: adjetivo com verbo; 
    • 5-7: verbo com preposição; 
    • 6-8: verbo com substantivo.

Ah, os três entram também entram em falseto ("If there's anythin' I can do") na ponte! Impecáveis!

 
No filme, Tell Me Why abre a sequência final de trechos de três canções tocadas "ao vivo no programa de TV, juntamente com If I Fell (que já aparecera na íntegra em ensaio) e I Should Have Known Better (que já aparecera na íntegra na cena do trem). Deixo o vídeo aqui, neste LINKpara que deliciem-se:
(i)   com o sorriso de Ringo, 
(ii)  com a gaita de Paul, 
(iii) com as harmonias vocais dos três, e, claro,  
(iv) com a dancinha das perninhas de George!

Bem, para finalizar, vocês gostaram de ver Tell Me Why tocada ao vivo? Pois contentem-se, porque foi a PRIMEIRA e ÚLTIMA vez. Nunca a tocaram nas turnês, nem nos programas de TV, nem John, muito menos Paul em suas carreiras solo lembraram-se dela!  

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

CAN'T BUY ME LOVE - Canção de AHDN

Esta é uma canção do A Hard Day’s Night, 3° álbum dos Beatles

Outras canções do álbum e seu contexto, neste LINK

Outras canções da Classe Flirt das Girl Songs, neste LINK


  7. Can´t Buy Me Love  (Flirt Girl Song by Paul McCartney)
Paul esclarece: "Vou te dar tudo que eu tenho pra dar se você disser que me ama também. Eu posso não ter muito pra dar,  mas o que eu tenho, eu darei a você. 
A paquera evolvendo amor e dinheiro passeia pelo blues animado que Paul criou, sozinho, com quase nenhuma ajuda de John. São 3 versos com letras diferentes, entremeados por uma ponte "Can´t buy me love, everybody tells me so". O Verso 1 tem as promessas de comprar um anel ou qualquer coisa pra garota se sentir bem, e o Verso 2 tem o trecho descrito no caput desta análise. No Verso 3, ele já aparece cansado das coisas materiais e pede que ela deseje coisas que o dinheiro não pode comprar. Os três versos terminam da mesma forma, com o rapaz dizendo que não liga pra dinheiro.  
 
Ela foi escrita enquanto estavam na maratona parisiense de dois shows por noite, em janeiro de 1964, mas tinham um piano na enorme suíte que ocupavam no luxuoso Hotel George V, que usavam para compor as canções que precisavam para seu 1º filme, A Hard Day's Night, àquela altura ainda longe de ter um nome. E gravaram lá mesmo, no Pathé Marconi Studios da EMI, única vez na carreira que gravaram fora da Inglaterra, no dia 29, numa sessão em que também vieram à luz as únicas canções cantadas em alemão pelos Beatles (neste LINK). E foi tudo muito rápido, com os quatro tocando seus instrumentos habituais, em quatro takes. Depois, apenas George teve tempo de voltar ao estúdio fazer um overdub de seu solo de guitarra, e dá pra se notar o solo original em partes da gravação final.  Essa sessão foi em 25 de fevereiro... entre as duas sessões, eles cruzaram o oceano para conquistar a América. Aliás, esse solo inaugurava uma prática que seria adotada dali em diante: a composição do solo de guitarra. Até então, George chegava e tocava o que lhe dava na telha! Outro que teria que voltar ao estúdio para fazer um overdub seria Ringo, mas a agenda não deixaria espaço: ele tinha inúmeras cenas solo no filme, ganhou destaque logo que perceberam seu lado histriônico. Então, como os pratos necessitassem de mais agudos, quem resolveu foi mesmo o engenheiro Norman Smith, apenas no hi-hat (chimbal) não creditado!
 
O ponto alto da canção, entretanto, é o vocal vigoroso de Paul, apenas ele canta, apesar de John aparecer cantando junto ao vivo (ver neste LINK), embora eu particularmente ache muito interessantes os backing vocals de John e George que se ouvem em versão alternativa que saiu no Anthology 1, nas partes "ooooh satisfied" ou "ooooh just can't buy," e equivalentes (ouça, neste LINK, e note que gravaram num tom acima do original). A ideia de começar pelo nome da canção (e também terminá-la) com um trecho da ponte, foi de George Martin, para causar impacto, o que claramente foi conseguido. Notáveis também são os já tradicionais Beatles Breaks, momentos em que os instrumentos param, deixando apenas a voz do cantor, prática que usaram em algumas canções, e notavelmente logo na primeira, Love Me Do. Aqui, eles ocorrem, brilhantemente, nos trechos em que Paul canta "much for money". Eu gostava mais do final da versão de Anthology, com apenas baixo e bateria.  A canção era uma favorita de shows nas turnês de 1964 pelo mundo afora...
 
No filme, a cena em que a canção aparece é an-to-ló-gi-ca, quando os quatro, em meio à fuga dos fãs, fazem malabarismos acrobáticos mil, lembrando muito cenas do cinema mudo, tipo Comedy Capers. Deixo a cena aqui (um pouco modificada, com tempo variado), neste LINK, para lembrança e exaltação.
 
Antes de ser a sétima canção do álbum, a canção foi lançada em compacto, com You Can't Do That no Lado B, em 20 de março de 1964, quatro dias depois do lançamento nos Estados Unidos, onde Can't Buy Me Love foi imediatamente para o topo da parada, comandando um trenzinho de cinco canções dos Beatles nas posições 2 a 5 (as outras eram Twist And ShoutShe Loves YouI Want To Hold Your Hand e Please Please Me), fato único na história da música. E juntando-se a outras nove, até a posição 100, feito também inédito.  
 
A América estava definitivamente conquistada.

domingo, 22 de novembro de 2020

Álbum Branco Multicolorido


With The Beatles, 57!
Álbum Branco, 52!
É serpentina e confete!
É aniversário dos dois!

Do primeiro, publiquei,
Recentemente, um texto.
O segundo, eu  resenhei,
Ainda fora do contexto.

Publico aqui a tal resenha. 
Que boa informação lhes traga!
Mas logo passo a nova senha,
No formato de minha saga!

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Com que então, lá se vão 52 anos desde que os Beatles lançaram mais um álbum revolucionário, e como é que eu, do alto de minha Beatlemania, não havia dedicado algumas linhas a essa obra-prima!!??

Sempre é tempo!!!

O ambiente era o seguinte: após o bombástico lançamento de Sgt Pepper's, morreu de overdose de remédios o empresário Brian Epstein, Paul meio que assumiu o comando, e embarcaram num projeto de cinema, que se não gerou uma obra-prima da 7ª arte (longe disso), mas com excelentes vídeo-clips, resultou em mais um excelente disco, não um LP, mas um EP (Extended Play), o Magical Mistery Tour, que apenas depois virou um álbum, com a inclusão dos fenomenais singles da época!! Depois, influenciados por George Harrison, o zen do grupo, exilaram-se na Índia no ashram do Maharishi Mahesh Yogi, longe de tudo e de todos, nas encostas do Himalaia e à beira do Rio Ganges, para aprender Meditação Transcendental, até que John e Paul se cansaram, meio que decepcionados com certas atitudes do guru, e vieram embora. Mas o que interessa é que de lá chegaram com perto de 50 canções iniciadas, e logo se reuniram nos estúdios da Abbey Road. O produtor George Martin contestou a ideia de se fazer um álbum duplo, chegou a contestar a qualidade, dizendo que se espremesse dava pra encher apenas uma bolacha, mas como sempre, acabou prevalecendo a vontade do grupo, que bom!!

Então o que resultou foi uma sucessão de fatos marcantes, como tudo o que acontecia no mundo Beatle:
  1. Primeiro e único álbum duplo da maior banda de todos os tempos
  2. E a capa? Após um cabedal fenomenal de informações da capa de Sgt. Pepper's com centenas de referências, imagens, dicas de que Paul estava morto, personagens inusitados, flores, instrumentos, uniformes, enfim, vieram com uma capa sem imagem nenhuma e sem nome específico, tudo branco apenas com o nome da banda, em alto relevo. O nome do álbum então era The Beatles, mas desde o princípio ficou conhecido como o Álbum Branco.
  3. Então, sendo assim, constituiu-se na primeira e única vez quem que nenhum dos 4 Beatles apareceu numa capa de disco
  4. Já em Sgt Peppers, os Beatles haviam introduzido a moda (e fundamental necessidade, diga-se de passagem) de se mostrar as letras das canções, e assim voltaram a fazer, mas como eram TRINTA  canções, muito espaço seria necessário. Então produziram dentro do encarte uma enorme folha, do tamanho de 8 LP's, que dobrada 3 vezes caberia dentro do encarte, com as letras de um lado, e do outro, imagens sensacionais da vida deles, cantando ou fazendo nada, que eram as duas coisas que faziam, além de namorar muito.... mesmo casados .... ai ai ai
  5. Além disso, 4 fotos gigantes, uma para cada um, com a imagem que tinham à época, que são cultuadas até hoje
  6. Aliás, os 5 itens acima estão mostrados, neste vídeo particular meu: https://www.facebook.com/100000937009879/posts/2336159869758557
  7. Foi no Álbum Branco que ACONTECEU  a PRIMEIRA (e penúltima) contribuição autoral 100% de Ringo Starr. Depois de muito tentar e ver seus esforços irem por água abaixo pelas negativas de John e Paul, que sempre achavam que seriam plágios de canções existentes, ele emplacou "Don't Pass Me By", bem fraquinha, devo admitir. Quer dizer, ele foi creditado em What Goes On" de Rubber Soul, mas acho que foi uma concessão de Lennon;McCartney a ele, que cantava a canção. A última seria no último álbum do grupo 'Abbey Road' chamada "Octopus' Garden", bem melhor, mas ficou nisso.
  8. Aliás, durante as gravações, Ringo chegou a deixar a banda, achando que não era muito valorizado. Ficou um par de semanas fora, mas atendeu aos chamados dos outros três.
  9. Foi a primeira vez em que um outro músico de rock que não um dos quatro beatles gravou um solo em uma canção beatle. Eric Clapton fez um solo fenomenal e inesquecível para "While My Guitar Gently Weeps", aliás, a MELHOR canção de George até então. Depois, viriam outras duas, fenomenais, "Something" e "Here Comes The Sun", ambas em 'Abbey Road'
  10. Foi a primeira (e única) vez em que houve uma voz em 'lead vocal' que não fosse de um dos quatro Beatles, da nipônica dos infernos Yoko Ono, em "The Continuing History of Bungallow Bill"
Então, o que  resultou no Álbum Branco foi um emaranhado espetacular de 30 canções canções das mais distintas, em que realmente havia alguns exageros, mas o conjunto da obra foi monumental. 

O lado A do Disco 1 já começa arrebatador com "Back In The USSR", um rocker Lennon/McCartney com mais uma historinha de Paul, como se fosse um russo voltando à casa na União Soviética, com direito a balalaikas, garotas na Georgia, na Ukraine e em Moscow e um break fenomenal ... emendando seu final com a balada "Dear Prudence", dedicada a Prudence Farrow, a irmã de Mia Idem, esta sendo a mãe do Bebê de Rosemary, e aquela uma jovem que estava no retiro também e entrou em depressão profunda com uma atitude machista do guru, e que era chamada por John para vir para fora brincar. A destacar a guitarra firme de George que é imitada até hoje e o dedilhado delicado que John aprendeu com Donovan, que também meditava com ele naquelas terras.. John usou uma variação desse dedilhado para acompanhar a linda "Julia", primeira canção que fez em homenagem à mãe, com quem teve uma relação conturbada, com abandonos, retornos e perdas intensas. Outras duas viriam na carreira solo com "My Mummy’s Dead" (terrível, não?) e a excepcional e tocante "Mother"..Mamma don’go…. Daddy come home … arrepiante.



Bem, eu ia acompanhar as músicas segundo a ordem em que apareceram nos discos, mas resolvi varrer a contribuição de cada compositor. Aliás, este ano pode ser realmente considerado como o primeiro da ruptura, em que cada um dos compositores trabalhava suas canções muito sozinhos, apenas com George Martin, depois chamando os demais membros para os instrumentos e backing vocals, quando tinha!!



John contribuiu com outras fantásticas peças, como "Cry Baby Cry", "Sexy Sadie" (em ‘homenagem’ ao guru, ‘you made a fool of everyone’), e algumas em que atestava seu estado depressivo como "I’m So Tired" e "Yer Blues" (I’m so lonely … gonna die …), outra em que musicava anúncios de jornal, como "Happiness Is A Warm Gun" , na verdade um medley de três trechos – 'Mother Superior Jump The Gun, I need a fix cause I’m going down' - uma salada que funcionou muito bem; teve também uma viagem sobre o universo das drogas em que ele estava entrando mais profundamente, em "Everybody’s Got Something To Hide Except For Me And My Monkey", sendo este último uma referência à Yoko, ou mesmo à heroína, que entrara em seu cardápio alucinógico. Certamente esse seu etado de coisas deve ter contribuído para fazer uma das maiores surpresas do disco, a compilação chamada de "Revolution #9", um pastiche que juntava sons desmesurados, de várias fontes disponíveis nos arquivos da EMI, numa salada inexplicável, mas que fica em nossa cabeça… Number Nine Number Nine Number Nine… Na linha do nome dessa cançao também teve "Revolution #1", que foi a primeira forma que John imaginou para a excepcional "Revolution", que foi lançada num dos melhorws ‘compactos’ da história, junto com "Hey Jude". Esta versão inicial era mais lenta, e tinha uns deliciosos ‘Schoobeedoo au au’ no meio.



Paul também variou um leque vastíssimo de estilos, desde baladas como a eterna "Blackbird" (em homenagem às meninas negras e a Martin Luther King, com acordes elaboradíssimos) e "Mother Nature's Son" e "I Will", até aquela que é considerada a primeira canção de Heavy Metal da história, "Helter Skelter", que foi tocada com tanta energia que ao final Ringo reclama ‘I’ve got blisters on my fingers’, e que infelizmente foi usada como inspiração para o louco James Manson ao perpetrar o massacre que matou Sharon Tate e amigos.  Mas no meio desse caminho entre o leve e o pesado, tinha as deliciosas "Honey Pie", um vaudeville magnífico contando a história da paixão de um sujeito sobre uma moça que virou estrela de Hollywood, e tinha "Martha, My Dear", feita, pasmem, em homenagem à sua cachorra no momento, que era sua inspiração, com o riff de piano notável e inesquecível. Tinha a celebração "Birthday", em que dividia o lead vocal com John. Tinha a magnífica historinha de amor entre Desmond and Molly Jones, de "Obladi Oblada", abominada por John, mas que está no coração dos beatlemaníacos. E teve a melhor delas, a mais engraçada e marcante para mim, "Rocky Raccoon", onde Paul se transportou para o Velho Oeste e descreveu as agruras de um cowboy fascinado por uma prostituta e que tenta uma vingança quando se vê traído, sendo notáveis o início crescente de instrumentos e, claro, o espetacular honky tonky piano do refrão, levado por George Martin. Mas Paul teve também espaço para alguns apelos, não tão grandes como ‘Revolution#9’ e felizmente não tão compridos, em "Wild Honey Pie" e "Why Don’t We Do It On The Road", dispensáveis, e certamente fazendo parte do conjunto que George Martin abominava…

George,
em oposição à fenomenal weeping guitar já descrita, fez aquela que eu considero a pior canção beatle jamais registrada em álbum, chamada "Long, Long, Long", que eu nem tenho como descrever pois nunca prestei atenção nela, de tão chata. Mas há controvérsias, outro dia vi uma publicação especializada que diz que, se tivessem que limitar o Álbum Branco a um LP só com 12 canções, aquela canção estaria lá... Mas ele teve outras duas ótimas contribuições, com "Piggies" um som medieval e uma letra que escracha com os magnatas e suas esposas chiques, com direito a sons de porcos em chiqueiros, e também, "Savoy Truffle", uma homenagem dele ao doce que deu o nome da canção que desfila outras sobremesas tipicamente inglesas, nas quais ele era viciado, com direito a um naipe de metais fenomenal, competindo com o de "Got To Get You Into My Life" de Revolver, dois anos antes.

E Ringo, bem, Ringo, como disse, fez sua primeira aparição como compositor, alvíssaras, mas fez, como em TODOS os álbuns beatles até então, sua interpretação de uma canção Lennon/McCartney, sempre muito exaltada pelos fãs e que teve seu ápice com "Yellow Submarine" um single de muito sucesso, e em "With a Little Help From My Friends" de Sgt. Pepper's. Desta vez, foi numa magnífica canção de ninar que John fez para seu filho Julian, então com 5 anos de idade, "Good Night", lindíssima, com uma orquestra inteira de acompanhamento.

O ano de 1968, entretanto, não se limitou, entretanto, às 30 canções lançadas no Álbum Branco. Eles mantinham, a política de lançarem singles (compactos) com materias que não veriam a luz do sol nos Lps. Foi o caso já falado acima, do Double A Side ‘Hey Jude’ e ‘Revolution’, a primeira sendo tão sensacional que John admitiu que fosse coloca no Lado A, apesar de a sua ser igualmente histórica!! Essas duas tiveram também rarissima à época, aparição em vídeo clipes. E teve também, o compacto "Lady Maddona" e "The Inner Light", a primeira, um rocker com uma introdução ao piano magnífica e um naipe de metais inesquecível, mais uma historinha de Paul, sobre uma dona de casa que tenta 'to make ends meet', e a segunda, uma de George com inspiração indiana, com uma fusão de instrumentos daquela cultura milenar e, diga-se de passagem, que veio a ser a primeira teve o nome Harrison como compositor num single exclusivo. 

Destaque absoluto desse ano, e que merece um parágrafo especial, foi uma das mais lindas canções de John Lennon, senão a mais linda, segundo o próprio gênio, "Across The Universe", feita por encomenda para participar em um álbum beneficente, poesia pura, imagens alucinantes, viagem sensacional. 

A versão original tem a voz de duas Apple Scrufs (meninas que rondavam os estudios da EMI em busca de um contato com os Beatles), que Paul chamou para fazer um backing vocal, uma delas, a brasileira Lizzie Bravo, notável feito tupiniquim. Quando a canção surgiu, dois anos depois, no álbum Let It Be, veio embrulhada num arranjo orquestral, sem espaço para as vozes de apoio. Felizmente, as compilações Past Masters oficializaram a versão ‘brasileira’ alguns anos depois. Acresça-se que as vozes das menina, então com 15 anos, são AS ÚNICAS vozes humanas a fazerem vocal de apoio em gravações dos Beatles. Ah, mas tem a Yoko em 'Bungallow Bil", não, caaaalma, a japonesa infernal fez 'lead singer', não 'backing vocal'.

Tudo isso está devidamente celebrado em sensacionais pacotes de 50 anos, ainda não disponíveis no Brasil, com um monte de CDs e um DVD, às vezes LPs, uma preciosidade que são versões de demos acústicas gravadas em Esher, residência de George Harrison na época! Além de livros com todos os detalhes possíveis e imangináveis, por obra e graça de Giles Martin, filho do Grande George Martin!

Uma boa razão para se investir em um pacote desses? Na época houve duas composições rejeitadas: uma de John, “What’s The New, Mary Jane” e outra de George, “Not Guilty”, esta seguramente a campeã de takes, acho que passou de 70 o número de tentativas para se chegar à versão ideal, sem sucesso, infelizmente, porque era infinitamente superior a “Long, Long, Long”. Felizmente, agora viram a luz do sol e foram oficializadas na discografia oficial dos Beatles. Para os beatemaníacos, um 'must': como pode haver canções oficiais dos Beatles sem que as tenhamos em casa?