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domingo, 27 de junho de 2021

We Can Work It Out (Podemos Soluciornarlo! *)

 Esta é a 1ª canção da coletânea Past Masters #2, 15º Álbum Oficial dos Beatles

a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 19 canções em DR com Garotas

                                        as demais 18 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

Atenção, canções com títulos em vermelho 

são links que levam a análises sobre elas.

1. We Can Work It Out (DtR Girl Song by Paul McCartney)

Paul conta: "Podemos dar um jeito! A vida é muito curta, e não há tempo para implicância e brigas, meu amigo. Sempre pensei que isso é um crime assim pedirei a você novamente. Tente ver do meu ponto de vista!"

* Como saiu a canção em países de língua hispânica. 
 
Paul estava num climão com sua namorada naquela segunda metade de 1965. Jane Asher achava que antes de ser namorada de um Beatle, ela era uma atriz e não podia abandonar as oportunidades da carreira e, sendo assim, embarcou para uma longa temporada teatral em Bristol, no oeste da Inglaterra. Era outubro de 1965 e Paul discutia com ela sobre sua decisão de partir. Os primeiros argumentos foram nesta canção. Não devem ter dado muito certo e ela partiu. Mais adiante, ele levantou o tom em You Won't See Me e I'm Looking Through You, que ele trouxe posteriormente para o 2º álbum do ano, 6º da carreira, o fantástico Rubber Soul. Em termos de composição, Paul teve a ideia, elaborou o título otimista, fez a letra dos primeiros dois versos e sua melodia, enquanto visitava seu pai nas imediações de Liverpool. Neles, Paul está conciliador, ao mesmo tempo, ameaçador, 'tente ver sob meu ponto de vista, pois do seu, pode ser que o amor acabe'. 
 
Voltando a Londres, Paul apresentou seu projeto a John que elevou um pouco o tom da discussão numa ponte, com linda melodia, que acabou em ritmo de valsa e com ótima harmonia vocal entre os dois, "Life is very short, and there's no time for fussing and fighting, my friend. I have always thought that it's a crime, so I will ask you once again", e ajudou no verso final, em que se retoma a argumentação, mas ameaçando que se ela não mudar de opinião, eles podem se separar, veja: "Try to see it my way. Only time will tell if I am right or I am wrong. While you see it your way, there's a chance that we might fall apart before too long". Eles podiam ter caprichado um pouco mais nas rimas, veja aqui neste Verso 3, que repete "way" e lá no Verso 2, repetiram "saying", mas isso é eu sendo chato, porque há outras bastante engenhosas, como o "go on - gone" no Verso 1 e "short - thought" e "friend - again" na ponte. Vá lá! E eu gosto muito do efeito sonoro do duplo F na primeira 'valsa' da ponte, o "Fussing and Fighting". 
 
Começaram a gravação no dia 20 de outubro e dedicaram perto de 11 horas à canção naquele dia e em outra sessão nove dias depois, constituindo-se na canção a que os Beatles dedicaram mais tempo de gravação até então. Aquela seção valsa que mencionei, na ponte, aparece nos últimos 4 compassos da ponte (que tem 12) e foi ideia de George Harrison, nos ensaios antes de ligarem os gravadores. E ela foi a causa da necessidade de um 2º Take, pois Ringo se enganou na segunda ponte e não entrou no tempo 3/4 da valsa. Senão, teria sido mais uma canção de um take só. De qualquer modo, não passou do 2º. E passaram aos overdubs. Olha só a base dessa canção: Paul no baixo, John no violão, Ringo na bateria e George? No pandeiro!!! E não foi assim, "vai lá George, toca o pandeiro!" Ele foi estudado, ensaiado, praticado, pra ficar marcante como ele é! Acertada a base, veio o vocal de Paul, depois dobrado, e depois John na harmonia principal na ponte que ele mesmo criou, com Paul no vocal secundário agudo, e também John naquele instrumento marcante na canção que parece uma sanfona, mas não é: trata-se de um harmônio, tão importante que fiz questão de que fosse a imagem a ilustrar este post. Tudo isso veio no mesmo dia, e eles achavam que tinha acabado. Só que não! Após uma mixagem mono que fizeram para ser usado num programa de TV, onde dublariam várias canções frente às câmeras, ele viram que precisavam melhorar os vocais, o que fizeram por mais duas horas no dia 29. 
 
Aquele programa foi um grande sucesso, com vários artistas de sucesso á época, e uma parte dele está disponível. Deixo aqui neste LINK como curiosidade, sua introdução e primeiras atrações (não achei as partes 2 e 3)! Na apresentação, são listados os artistas, depois vem a orquestra de George Martin tocando sobre palanques, com o maestro ao piano, tocando trechos de clássicos e de sucessos dos Beatles orquestrados. Depois vêm John e Paul fazendo um sketch (quem tiver legendado me avisa, porque é difícil entender), e prestem atenção que vem uma canção Lennon/McCartney que muitos não conhecem, The World Without Love, cantada por Peter & Gordon (o primeiro é irmão de Jane Asher, a namorada com que Paul discute a relação na canção) e depois tem Lulu cantando I Saw Him Standing There (sim, porque ela adapta a letra nos pontos pronominais). E deixo aqui a canção objeto desta análise, neste LINK, com os Beatles dublando a canção, notem John no harmônio, ok, correto, mas George na guitarra, bem fake, porque o que ele toca na gravação, como falei, é o pandeiro! Ao final, uma micagem de John, com a desaprovação sorridente de Paul. 
 
O compacto Duplo Lado A, com Day Tripper, foi lançado em 3 de dezembro, concomitantemente com o álbum Rubber Soul, ambos indo diretamente ao topo das paradas. Foi o primeiro de uma série desses lançamentos dos Beatles, em que não há distinção de importância entre duas canções lançadas. Nos Estados Unidos, as paradas consideravam muitos aspectos, além das próprias vendas físicas, por exemplo, a preferência dos DJs das rádios. Dentre as duas lançadas, somente We Can Work It Out atingiu o topo das paradas, com Day Tripper e seu excepcional riff de guitarra, ficando na 5ª posição. 

4 comentários:

  1. Todas as músicas citadas são espetaculares. Mnha dúvida é quanto a terem sido inspiradas em Jane Asher. Seriamente, ele disse isso alguma vez? Ela disse? Se bem que Paul dizer não significa muito porque ele esconde a verdade sobre as músicas por motivos que bem entendo. Só não entendo porque costuma dizer que a música é para uma certa pessoa quando não é. Enfim, talvez algum amigo íntimo falou que eran para Jane. Eu não tenho informações sobre tudo a respeito deles. Mas até que leio bastante e nunca vi nada confirmando isso. Mas é bem possível que você tenha ou não estaria dizendo que sim. Só que talvez tenha obtido a informação de outros fâs...Não?
    Eu confesso que só vi fans dizendo que sim e apenas porque ela era a namorada dele. Ao que parece são muitos os que pensam que compositores ficam inspirados apenas nas namoradas e esposas. Nada mais longe da verdade.

    Bem, eu já sei que Paul era meio machista. Talvez até bastante machista. Acredito piamente que não seja mais, porém há várias das suas músicas com letras demonstrando isso. Sendo assim é bem provavel que realmente não queria que Jane fosse atriz e que ficasse apenas a seu lado desistindo de sua carreira. E ainda queria que ela visse a situação sobre o ponto de vista dele. Felizmente não adiantou e ela seguiu em frente. Mas acontece que ele não informa qual o problema na música. Pode ser outra coisa. Nâo há comprovação que seja briga de amor romantico tampouco. Nem que seja para uma mulher. Ele esta falando com 'my friend'. Estou falando aqui apenas sobre We can work it ou.
    Na música I'm looking through you não há sinal algum que poderia ser para ela. Na verdade há um sinal que não é para ela. 'You are thinking of me the same old way. You were above me, but not today." Não combina. Podemos pensar que se trata de uma pessoa que esteve acima dele em alguma posição social talvez. Mas não está mais. Apesar disso, essa pessoa continua pensando nele como alguém socialmente inferior ou de menor importancia. Sabemos que jane era realmente de família de classe alta. Mas quando eles se conheceram Paul já era um Beatle que logo seria um super astro bem mais famoso do que ela. Então 'você esta pensando em mim do mesmo velho jeito , você estava acima de mim, mas não hoje', não parece ser algo que ele diria para Jane. E sim para alguem que o conheceu quando ele era da classe operária de Liverpool. E mesmo vendo que ele virou super estrela, continua o desdenhando.
    Outra coisa importante é lembrar que pode ser apenas uma situação imaginária nunca acontecida.

    Adorei a valsa. Não sabia que tinha sido ideia de John. Obrigada, John.
    O programa de Tv eu conheço. Isso é, eu acho que é o que estou pensando e se chama The Music of Lennon/McCartney. Ou será outro? Tenho de conferir no link. A propósito o segundo link não está funcionando.

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  2. Sim, é o mesmo show. Bem coisa daquele tempo...eles tinham de representar. Nenhuma naturalidade. Mas tinham de seguir a direção.O bom aqui é ver sua música sendo reconhecida como de primeira qualidade com vários outros interpretes as interprentando em diferentes estilos. Henry Mancini assinando embaixo.
    Bom também ver que ainda era no início da carreira deles e já com tantos clássicos. Bom também ver que George Harrison ainda não tinha recebido o santo compositor abrindo sua linda mente para mais inspiração. Dai foi especial apenas Lennon & McCartney. Um ano depois ele desandou a compor sem parar. Deveriam ter feito outro chamado simplesmente A Música dos Beatles incluindo George. Talvez tenham feito algo assim, mas eu não sei.

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  3. Sem sombra de dúvida uma das melhores músicas dos Beatles !!!

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