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sábado, 30 de outubro de 2021

Uma viagem cercada por Beatles de todos os lados

Casamento de filho de primos queridos, necessário foi que nos embrenhássemos na primeira viagem em 20 meses de pandemia. Pegamos nosso carrinho, eu, esposa e filha rumo a São Paulo. Confiando na dupla AZ que nós três tomamos, eu, Neusa e Renata.... Para tanto, pegamos a Dutra e escolhi Paul McCartney para me acompanhar. 

Levei comigo uns 10 CDs, mas me centrei apenas em dois deles na ida, porque coloquei-os pra tocar várias vezes.... RAM  (1971) é apenas perfeito, todas as canções ótimas, talvez porque eu as tenha ouvido em meus 13 anos à exaustão..... 

  • Too Many People iniciando a briga com John, 
  • Monkberry Moon Delight, nunca uma receita de doce foi cantada a plenos pulmões daquele jeito, 
  • o medley Uncle Albert / Admiral Halsey grande sucesso, 
  • a deliciosa grass Heart of Country, budábudábidibi-ubá, budábudábidibi-ubá,, pa pa pa pa budábibidibi-u- pa-bidibiá parapaum
  • Long-Haired Lady, para Linda, 
  • Ram On... Three Legs, a pra cima Smile Away, 
  • e finalizando com a deliciosa sitting in the Back Seat Of My Car, aliás, bastante temático para o momento, Renata estava sentada lá....

E depois foram mais 3 vezes de Red Rose Speedway (1973), não tão brilhante, mas com

  • My Love doing it gooooood e um solo de guitarra digno de George, 
  • um magnífico medley de 4 canções, Hold Me Tight (não aquela dos Beatles), Lazy Dinamite, Hands Of Love e Power Cut, aliás, que menciono de passagem em meu próximo projeto no Submarino Angolano, quatro canções grudadas, sem nada a ver uma com a outra mas perfeitamente ligadas, e com suas melodias repetidas brevemente ao final,
  • a deliciosa vaudeville One More Kiss, a a positiva Get on The Right Thing
  • os ótimos duelos vocais de When the Night, oh, little darling don't you know
  • e Single Pigeon com a colante Me too me too me too I'm a lot like yooooou,  
  • e uma instrumental celebrando o primeiro indígena (não se pode mais falar em 'índio') na Índia!
mas destaque absoluto para 
  • Little Lamb Dragonfly, que a querida Virginia De Paula conseguiu elevar seu status para emocionante ao cubo, ao revelar que uma da interpretações de seu significado era que o tal Dragonfly era John!!! Choro aqui só de lembrar... 'how did two rights make a wrong? Since you've gone I never know, I go on but I miss you so. In my heart, I feel the pain keeps coming back again" ......

O bom som fez a viagem passar muito rápido. Era quinta-feira. Na sexta, publiquei a minha análise sobre a primeira canção totalmente acústica dos Beatles, I've Just Seen a Face. No sábado, antes de partir para o casamento, indignei-me com a "TREMENDA REVELAÇÃO" de Paul McCartney sobre a inspiração para o nome de sua canção Eleanor Rigby, uma coisa que sabemos há décadas, e republiquei minha análise sobre a canção, o que foi ótimo, pois muitos conheceram uma de minhas melhores publicações, que deixo aqui, neste LINKNo casamento, onde ostentamos nossas máscaras o maior tempo possível, houve momentos Beatle especialíssimos: 

  1. Na entrada dos padrinhos, um quarteto de cordas tocava With A Little Help From My Friends, nada mais apropriado, os padrinhos são aqueles amigos (e parentes amigos) que estarão sempre presentes para dar uma pequena ajuda;
  2. Na entrega das alianças, o quarteto abre com a Marselhesa, e poucos no recinto ao ar livre sabiam o que viria depois, com certeza eu e o pai do noivo sabíamos.... e veio Love Love Love no violino .... sim, era All You Need Is Love! Pra quê? Emoção na veia!  Eu não consegui vê-lo no momento, mas à saída pela nave central, o pai do noivo estava de olhos inchados, claro que com a emoção com a felicidade do filho, mas a mãe do noivo me contou que o choro começou exatamente aos primeiros acordes da épica canção;
  3. Durante a festa, claro que tocavam aquelas músicas de festa, funk, pagode, padrinhos, madrinhas e a noiva dando show nas coreografias, mas de repente me bateu aquela vontade de fazer o que faço sempre em festas de casamento, dirigi-me ao DJ, sob olhares desconfiados de esposa e filha, e mostrei meu celular onde estava escrito isto: 

  4. O baile continuou até um momento que o DJ falou pra noiva no microfone que 'o pai do noivo me pediu pra tocar Beatles!'.... Pois é, ele achou que eu era o pai... chato que estragou a surpresa. Então eu falei pro pai do noivo: 'Quer apostar que a canção que ele vai tocar é Twist and Shout?' E, 10 minutos depois, BINGO! É sempre assim, e eles nem desconfiam que essa canção não é dos Beatles... Legal que ainda tocou She Loves You, as duas vieram bem aceleradas, mas foi ótimo que consegui essa homenagem a meu primo!
Ao longo do casamento, que era em uma cidade serrana nas proximidades da capital, claro, sem sinal, não pude nem tentar ouvir algo da transmissão do Angolano, lá do outro lado do Atlântico. De noite, entretanto, o querido DJ Paulo Seixas já havia preparado o podcast, e pude ver as ótimas inserções que ele colocou no meu áudio sobre We Can Work It Out (aliás, ouça-o aqui!!). Dei uma quebra na onda Beatles pra celebrar o aniversário do Rei Pelé, neste LINK. Domingo, de noite, deliciei-me online com o ótima programação (veja neste LINK) do novo Beatlemania de Beto Neves direto da UNIARA FM, onde conheci a versão de Rck Wakeman para Norwegian Wood, verdadeiramente épica, e estreou minha fala sobre a genial I Am The Walrus. Na segunda, lancei a canção 210 de minha saga, a eterna Yesterday (LINK). No dia da volta, antes de embarcar em nosso valoroso veículo, lancei a análise de Dizzie Miss Lizzie (LINK), a Última Canção da minha Saga, acompanhada de uma paródia de A Última Canção, do valoroso Paulo Sérgio.

Então, na viagem, voltei à companhia de Paul McCartney, ouvindo mais um disco que não ouvia na íntegra há quase 40 anos, considerado o grande sucesso de sua carreira solo Band on The Run (1973), porém eu tenho mais carinho pelos dois álbuns que ouvi na viagem de ida. Talvez porque Paul nunca deixou de tocar as duas canções de abertura em seus shows ao vivo... virou meio arroz de festa, sabe né ... a própria canção título, que é um medley de 3 canções, e a incompreensível Jet... embora eu saiba o que quer dizer uma Lady Suffragette, não sei o que ele quis dizer com isso... Logo depois a deliciosa Bluebird Bluebird ah ah tototo tatata no a-go-gô, e a balançante Ho-Hey-Ho de Mrs. Vandebilt e Mrs. Washington que pessoal abomina mas eu adoro, para logo transformar meu coração numa roda e Let me Roll It to you, maravilhosa, um ótimo refrão instrumental Sem Palavras, e as últimas palavras de Picasso, incitando-nos a beber à sua saúde já que ele não podia mais, com direito a um trecho delicioso de vaudeville, como Paul tanto gosta de compor, mesmo com umas participações incidentais estranhas de Jet, e Ho Hey Ho, depois uma viagem por Mamunia Ô Ô, com descidas e subidas pelas escalas musicais, pra finalizar com o ótimo rock ao piano, em 1985, por extenso! FOi bom!

Passei por McCartney 2, mas não fui até o final, fiquei apenas no Coming Up, na divertida e machista Temporary Secretary e na romântica Waterfalls. Resolvi passar para o agrado dos outros passageiros e coloquei o All The Best, com direito 
  • a deliciar-me com o excepcional verso 'Far have I travelled and much have I seen...... as it carries me on to the Mull of Kintire!!!' Ah, como eu amo essa música!!! E quando começam as gaitas de fole e eu fico todo arrepiado!!! Esta é a que eu mais gosto, mas antes 
  • cantou o Ébano e o Marfim das teclas do piano no dueto com Stevie Wonder, 
  • e fez a chamada a Jesus para ouvir o que ele tem a dizer, 
  • e celebrou o final das noites solitárias, 
  • e as tolas canções de amor pelas quais Paul era tão criticado, 
  • e fez o convite para a família e para John entrarem em sua casa, 
  • e cantou a lua em quarto minguante, 
  • e fumou os cachimbos da paz, 
  • e gritou o tema de 007 - VIva E Deixe Morrer,  when your heart was an open book, que foi candidata ao Oscar,
  • e contou a história de mais um dia da garota londrina solitária colocando suas meias e sapatos para ir para o trabalho sonhando com seu amor, so sad, so sad, sometimes she feels so sad,  minha segunda preferida, 
  • vindo a terceira logo depois, a melhor canção de amor de Paul - Maybe I'm Amazed, em espetacular vocal, 
  • e depois deu Boa Noite, De Noite, 
  • e lembrou que Era uma vez há muito tempo atrás, 
  • e fez o dueto simplesinho pedindo diga diga diga como se é sacana o suficiente para comprar os direitos sobre as canções do parceiro, ai ai ai, 
  • e desejouum pouco de sorte, para no final 
  • todos ficarem juntos, em mais uma canção infantil de sua carreira. 
Ufa!! Espero que tenham entendido quais são as canções!!

Finalmente, passei para George, de quem trouxe um dos poucos discos que tenho (vergonha!!), o Best of Dark Horse, listando os maiores sucessos da segunda metade de sua carreira solo, quando já detinha o selo próprio. Então, ouvi Cheer Down, Poor Little Girl, as lembranças do passado em When We Was Fab e All Those Years Ago, as ótimas That's The Way It Goes e Love Comes To Everyone, que até teve uma versão no Brasil, mas o grande destaque vai mesmo para Got My Mind Set On You, honrando a tradição dos Bealtes de fazer covers de outros autores melhor que os originais. Esta é matadora, e a se lembrar do video-clipe perfeito, fica melhor ainda. John também tem uma dessas na carreira solo, com Stand By Me, mas não me lembro de Paul com uma cover arrebatadora, se souberem, me lembrem!

Enfim, cheguei em casa!!

5 comentários:

  1. Menino, que fôlego! Neusa e Renata devem conhecer os Beatles de cor e salteado! Santa esposa, Santa filha, ouvindo a bela seleção de canções da mais famosa banda, na viagem de carro para o casamento em família, ida e volta.
    Bonito imaginar os garotos de Liverpool presentes na cerimônia, através de _With a Little Help from My Friends_, _All You Need Is Love_, e _She Loves You_.
    O que gostei mesmo foi de ler a inspiração de Paul para _Eleanor Rigby_, desde uma atriz homônima, do filme _Help_, até o nome de uma loja _Rigby_, em frente ao trabalho de Jane; e o nome do padre McKenzie, vindo da lista telefônica. E dizer que existe até estátua de _Eleanor Rigby_ em Liverpool…

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  2. Muito legal sua viagem com a família regada a Beatles!! Quando a gente firma no propósito todas as energias convergem pra que o melhor aconteça!! 👏👏👏👏

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  3. A porta mais interessante foi acharem que você era o pai do noivo. rs rs rs. E como você tem poder...Pois não faltaram Beatles na festa. Parabéns.

    Viagem das boas. Bom, eu não sou muito fá de Paul nos anos 70. Gosto de Beatle Paul. Gosto quase muito de Tug of War. E gosto dos discos que vieram já no terceiro milênio. Amo de paixão, aquele demo chamado Rude. Paul peladão..é uma maravilha. Muitas músicas do Tug of War que ficaram ainda melhores só com ele tocando todos os instrumentos. Sei que você conhece essa preciosidade. Tem até samba!

    E gosto do MacCartney II. Paul novamente sendo ousado e experimental. Entrando no novo. É bem assim que gosto de Paul. Sim, não gosto de apenas duas. Coming Up, que John adorou...eu acho fraquíssima e brega. Temporary Secretary é vergonhosa. Quando eu conhece-lo pessoalmente ( I wish) faço questão de esbofetea-lo por aquela musica. Logo em seguida taco aquele beijo no seu rosto.... para ele ver que ' eu te amo mesmo assim". Claro que isso nunca vai acontecer. E nem ele gostaria de beijo de mulher velha, machista como é. Será que ainda é? Acho que se curou disso...rs rs rs.

    E vai ver que era exatamente essa música que você queria ouvir meu comentário. Ah, danado...Já sabia que eu atacaria. Você sabe que não suporto Temporary Secretary. Nao entendo como ele se atreveu a compor aquela música.

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  4. Cometi uma falta. Agradeço agora por ter citado meu nome ao comentar sobre Little Lamb/Dragonfly. Paul deprimido...reconhecendo que ele e John cometeram erros...E revelando sentir tanta saudade. " I miss you so..." Outra coisa interessante...mas pode ser eu forçando a barra, claro. É que John usa uma introdução que lembra essa música de Paul na sua música Woman. Tem semelhança sim. Verifique. Veja se você percebe a semelhança.

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  5. Eu queria dizer veja se você concorda com a semelhança. Porque pode ser eu ouvindo mais do que o necessário.

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