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quarta-feira, 2 de junho de 2021

Let It Be - Lançamento, Recepção, Legado

Capítulo 48 


De minha saga  

O Universo das Canções dos Beatles


Todos os Capítulos têm acesso neste LINK 


Lançamento, Recepção, Legado de Let It Be

E acabou a história dos Beatles.... será?

Decerto, esse disco foi o que mais levou tempo entre sua primeira sessão de gravação e seu lançamento, acompanhe. Paul teve a ideia de retorno às origens, instrumentos básicos, nada de overdubs, bom e velho rock'n roll, logo após o lançamento do Álbum Branco, em novembro de 1968, teve que esperar George retornar de férias nos EUA, e colocou todo mundo pra trabalhar em 2 de janeiro de 1969, com prazo para terminar, 31 de janeiro, pois Ringo iria entrar em filmagem de The Magic Christian, com Peter Sellers. John alugou um estúdio de filmagem Twickenham, um espaço enorme, cavernoso. Todos os dias de semana eles chegavam pra ensaiar o que tivessem de composição própria, ou o que viesse à cabeça. E tudo era filmado. Minto! Houve um hiato de 10 dias, porque George abandonou a banda... mas voltou e trouxe junto Billy Preston, e vetou aquele cavernoso estúdio. 
 
Os últimos 10 dias do Projeto Get Back foram no porão de casa, os Estúdios da Apple em Saville Row, Nº3. No total, foram 21 dias de gravação, que geraram mais de 120 horas de música e um pouco menos de filmagem. Tocaram mais de 200 canções, de 80 autores diferentes, os mais privilegiados sendo Bob Dylan e Chuck Berry, além deles mesmos, claro. No penúltimo dia do Projeto, os Beatles subiram ao terraço do estúdio e tocaram ao vivo cinco das canções ensaiadas. Duas tentativas de montagem do álbum, ainda chamado Get Back, foram feitas, uma de fevereiro a maio de 1969, pelo produtor Glyn Johns, mas foi rejeitada pelos Beatles. O LP não saiu mas, sim, um compacto de grande sucesso, juntando Get Back, de Paul e Don't Let Me Down, de John, produzido por George Martin. E então começaram as gravações de Abbey Road, e terminaram e o LP foi lançado. Dias antes do lançamento, entretanto, John deixou os Beatles, mas ainda mantinha decisões sobre os destinos do grupo. 
 
Depois que mais uma tentativa de Glyn Johns em janeiro de 1970 foi rejeitada, principalmente por John, que ficou doido com a pedida do produtor de receber créditos de produtor do disco, John chamou o americano Phil Spector, que pegou o material para trabalhar. Nesse meio tempo, George Martin finalizou a produção da canção Let It Be e, em março de 1970, lançaram-na em compacto, tendo do Lado B, uma canção esquisita, já produzida por ele, You Know My Name Look Up The Number, que não atrapalhou o caminho para o topo das paradas em UK e US. Spector trouxe sua técnica de Wall of Sound, mexeu em seis canções, incluindo orquestra e coral em três delas, inclusive Across The Universe, que fora lançada ainda em 1968 num álbum de caridade, escolheu outras três que foram tocadas ao vivo no terraço da Apple em 30 de janeiro, manteve três exatamente como gravadas no estúdio da Apple, e finalmente o LP, agora chamado Let It Be, foi lançado em 8 de maio de 1970, ou seja, mais de 16 meses após o início das gravações. No mesmo dia, um terceiro single originado das sessões do Projeto Get Back foi lançado, mas apenas nos Estados Unidos, tendo The Long And Winding Road, de Paul, no Lado A e For You Blue, de George, no Lado B. O lançamento no Reino Unido foi vetado pelo autor da principal canção, Paul McCartney, inconformado com o arranjo que Phil Spector dedicou a ela. Já eu achei ótimo! 

O disco Let It Be, em sua primeira fornada, veio com um riquíssimo livreto de 168 páginas, com o nome Get Back, tendo fotos e falas da época das gravações, papel luxuoso, mas nos Estados Unidos, mais pragmáticos, foi lançado apenas o LP. Lá, com o anúncio do fim dos Beatles um mês antes, houve a maior pré-venda da história da música, com 3,7 milhões de cópias. Se for contar em vendas por minuto gravado, a cifra vai à estratosfera, pois o disco tinha meros 34 minutos de gravação. Estima-se que as vendas totais tenham chegado a 5 milhões de cópias. Na capa, fotos individuais dos rapazes, da época das gravações, e com um detalhe: finalmente aparecia um sorriso Beatle numa capa: George Harrison sorria! Inclusive na contracapa, em outro momento, menos esfuziante. (após a imagem, segue o post!)


A recepção ao último álbum dos Beatles foi assim-assim. Até traduzo uma das críticas, para se ter uma ideia: "Se a nova trilha sonora dos Beatles for esta última, ela permanecerá como um epitáfio barato numa lápide de papelão, um final triste e esfarrapado para uma fusão musical que desenhou a face do pop.". Exagerado. Ou ainda "Uma última vontade e testamento, desde a embalagem negra fúnebre até a própria música, que resume muito do que os Beatles como artistas têm sido – incomparavelmente brilhantes no seu melhor, descuidado e autoindulgentes no mínimo". Tá bem, vá... Eu prefiro esta outra dos escritores do All Music Guide, anos depois destaca "alguns bons momentos de hard rock raiz em I've Got A Feeliing e Dig a Pony" (e eu acrescentaria One After 909), e elogia Let It Be, Get Back e a harmonia vocal de John e Paul em Two Of Us (eu acrescentaria The Long And Winding Road e Across The Universe). Portanto, eu somado aos especialistas do ótimo livrão que classificou todas as músicas do mundo, adoramos quase todo o álbum, esquecendo das bobagens Digt It e Maggie Mae, momentos menores, realmente. Com crítica ou sem, as vendas, já disse, foram excelentes, e a obra ganhou Grammy e foi responsável pelo único Oscar da carreira Beatle, no ano de 1971, por trilha sonora em musical. Só podia, né? 
 
Quem vem acompanhando os últimos capítulos dedicados aos álbuns se acostumou a ver a estrutura abaixo inaugurando o texto sobre o cenário para mais um álbum. Agora, como não haveria um outro álbum, coloco aqui a atualização, após os últimos lançamentos da carreira da maior banda de todos os tempos.


E os números acabaram incríveis!!!               
Em 7 anos e meio de carreira, The Beatles lançaram 211 canções, sendo 186 autorais e 25 de outros autores, filmaram três Longas Metragens de sucesso mundial, A Hard Day's Night, HELP!, Yellow Submarine e Let It Be, um filme para a TV de sucesso mediano, Magical Mistery Tour reconhecido posteriormente, fizeram 537 shows, sendo 388 no Reino Unido, 94 na Europa Continental, 67 na América, 16 na Austrália e 8 na Ásia, e ganharam 4 títulos de Membros do Império Britânico, vários Grammy's, um Oscar, lançaram 22 compactos (apenas dois não chegando ao topo das paradas), um EP de inéditas, 12 LPs, Please Please Me (LINK)With The Beatles (LINK) A Hard Day's Night (LINK)Beatles For Sale (LINK)HELP! (LINK), Rubber Soul (LINK), Revolver (LINK), Sgt. Pepper's Lonely Hearts CLub Band (LINK), The White Album (LINK), Yellow Submarine (LINK), Abbey Road (LINK), Let It Be (LINK), um EP Duplo - Magical Mistery Tour (LINK) - apenas um não sendo 1º lugar.

4 comentários:

  1. Sensacionalme fantástico.Os melhores e maiores em tudo. Enfim Beatles forever. Thank you Homerix

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  2. Um super resumo do último álbum dos Beatles. O LP que ia se chamar _Get Back_, passou a se chamar _Let It Be_. Com 21 dias de gravação, marcou a separação da banda, com a saída de John. Vendeu 5 milhões de cópias. Na primeira fornada veio com um livreto - _Get Back_, de 168 páginas, com fotos e falas da gravação.

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  3. Ufa!! completo

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  4. Bom resumo Homero.
    Uma pena esse the end

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