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terça-feira, 24 de maio de 2011

10 horas por Paul McCartney

22 de maio de 2011

Após a experiência de São Paulo, em que foram 23 horas, entre casa-táxi-aeroporto-vôo-aeroporto-táxi-hotel-táxi-estádio-espera-show-caminhada-táxi-hotel-sono-táxi-aeroporto-vôo-táxi-casa, a minha experiência carioca foi bem mais tranquila. E barata. A começar pelo ingresso, R$ 180 da arquibancada superior ao invés dos R$ 700 da Pista Prime, e terminar pela logística, que custou  R$ 8,40 pelo bilhete metrô-trem para ter acesso ao show, ao invés dos R$ 320 de táxis e vôos da opção paulistana.

Aqui, foram 10 horas! Sem remorsos e muito surpreso com o esquema montado pela prefeitura! Não me senti acuado, ameaçado, inseguro, em nenhum momento. Demos mostras de mundo civilizado.

A prefeitura está de parabéns!  

Por ter dado condições aos empresários de trazerem Paul! 

E por possibilitar que nós fôssemos ao show de forma segura e organizada!



16:30
Saímos de casa, eu, Neusa, Felipe, táxi (opção nossa devido ao horário) até o Metrô de Botafogo. Tudo começou a dar certo já na combinação com os amigos, um casal e sua filha. Eles embarcaram na General Osório, e gostaríamos de ir juntos. Quando chegamos à plataforma, recebemos ligação deles: terceiro vagão, número 2401. Postamo-nos à posição, o trem chegou e entramos no metrô, já lotado, lá estavam eles, o amigo deu lugar a Neusa, e fomos nós. Às

17:10,
Pisei pela primeira vez na vida na famosa Estação Central do Brasil. Nem precisamos de placas: bastou seguir algumas dezenas de portadores de camiseta  com temática Beatle, ou faixa do show, ou mesmo terninho do Sgt. Pepper, que saberíamos ser o caminho certo. Plano B era perguntar aos inúmeros representantes da banda 'Posso Ajudar?', que nos davam a direção. Notei as caras boas dos membros da banda, e hoje soube que eram todos trilíngues. Sempre davam a informação e desejavam bom show. Chegamos à plataforma exclusiva para o Engenhão, local do show, andamos até o primeiro vagão, mais distante de nós, para garantir que iríamos sentados. Sucesso! Vagão limpo, com ar condicionado, conforto, aguardamos 10 minutos até a partida, às

17:30.
Britanicamente pontual, com caminho expresso, até a estação Engenho de Dentro, no stop! Pouco mais de 12 minutos depois, chegamos. Ao sair da plataforma para a estação, fomos recebidos por um som ambiente que levava 'Twist and Shout', bela recepção, para entrar no clima; descemos a grande rampa, pesquisamos pela entrada do Setor Superior Leste, caminhamos até lá, encontramos a fila, confirmamos ser ela mesma, mas lááá atrás, voltamos educadamente, e chegamos ao final da fila às


18:00.
Como os portões já haviam sido abertos, a fila caminhava, a passos de tartaruga. Ali foi a primeira vez em que constatamos, confirmando minhas impressões de São Paulo: o público Beatle é jovem! Oitenta por cento do que víamos tinha menos, às vezes muito, de 30 anos. Impressionante como uma banda que terminou há quatro décadas ainda dá as cartas. Informados das regras pelos membros da 'Posso Ajudar?' (Comida não entra!), sempre presentes, acabamos com os estoque de comida que trazíamos, basicamente chocolates e amendoins. Atrás de nós, um casal fazia o mesmo, no caso deles um sanduíche de queijo básico, e a mulher comentava que, ao preparar o mesmo, chegou a colocar presunto, mas lembrou-se que o show era de Paul, e ficou só no queijo. Isso é que é respeito ao mais famoso vegetariano do mundo! O comportamento dos filantes foi exemplar. E o dos não-filantes também, não presenciei, em nenhum moento, qualquer intenção de furar a fila. Aliás, era o que se podia esperar de um público beatle. Conversa vai, conversa vem, e chegamos às

19:30.
Passamos pela revista e pela roleta, subimos as inúmeras rampas, escolhemos um lugar com boa visão do palco e nos instalamos. Fomos à busca de alimento, havia várias opções, uma pior que a outra, optamos pelo cheeseburger básico (vegetariano é o Paul!), mas estava péssimo, paciência, esperamos ouvindo, primeiro um som ambiente, inaudível, depois um DJ que passava covers de Beatles e originais de Jorge Ben (!!), com um som menos ruim; quando voltava de uma visita ao banheiro (água amarelada) notei um agito da platéia, imaginei logo: começou o telão, ou melhor, os dois telões, salvação de quem não está na Pista Prime com os cornos no palco. Os telões eram os mesmos já descritos em meu dePAULimento. Dali de cima se vê pouco o palco, mas muito bem o público que está lá embaixo, dando uma melhor idéia do espetáculo. Chega a hora marcada, passa um pouquinho, até reclamamos (por reclamar) da pontualidade do britânico mas, finalmente, apagam-se as luzes às

21:42 
e começa o espetáculo!

As próximas 2:45 horas passaram como um sonho, que será objeto do próximo capítulo e, já no dia 23 de maio,

00:17
começa a volta para casa! Levantamos, mas a coisa demora um pouco a andar, mas podemos observar lá embaixo, como a turma da pista comum se esvai rapidamente por seis saídas do lado sul, e imaginamos como eles iriam pegar o trem antes de nós; e observamos também que o pessoal da Pista Prime, privilegiados por ver Paul mais de pertinho, teriam que usar os portões do lado norte, diametralmente opostos ao lado aonde estava a estação do trem, mas garanto que não estavam nem um pouco tristes com isso. Começamos nosso caminho, andando devagarinho em meio à turba, pela rua tomada de gente, sem espaço para automóveis, o pedestre era rei(quem estava em algum dos estacionamentos da redondeza certamente teve que esperar muuuito!). Sem qualquer problema chegamos à rampa da estação, e aí vimos a extensão da massa, milhares de cabeças à nossa frente, gado tranqüilo, caminhando devagar e sempre, breve sufoquinho na entrada da estação, nada de mais, até que chegamos à plataforma, mais ou menos, à

01:30.
Mais uma corrida até os primeiros vagões para garantir assento, e também lugar mais próximo à saída da plataforma na Central. Sucesso, mais que isso, sentei num lugar onde pude encostar a cabeça e tirar aquela pestaninha, aliás várias: a cada parada em estação, eu acordava. Sim, na volta, o trem não era expresso, mas parador. Se não me engamo, foram cinco estações. Depois, no metrô, foi aquilo de sempre, tudo lotado, viemos em pé, mas felizes. Depois, Metrô na Superfície (poderíamos ter usado na ida - táxi foi opção de tempo), até chegar em casa, às 


02:30
completando 10 horas de dedicação ao fenômeno, sem o menor arrependimento das decisões tomadas (talvez o cheeseburger...), pronto para dormir o sono dos justos e dos realizados.


Amanhã, o show!!!

5 comentários:

  1. Homero

    Eu que vivenciei com você aquelas horas todas que você relatou no início do texto, quando fomos assistir ao show do Paul em São Paulo, posso te dizer que levei um pouco mais das 10 horas que você utilizou neste domingo.

    Saí de casa às 8:30 da manhã, para poder ficar junto do palco e bem em frente ao Macca, como ficamos em São Paulo na pista prime, e cheguei de volta as duas da manhã, ou seja, 17 horas e 30 min depois (quando você me telefonou eu já estava posicionado à mais ou menos 10 metros do palco).

    Na volta fiz como você (trem - metrô). Assisti ao show ao lado da minha filha e do meu irmão, e durante todo este período, tudo transcorreu na mais perfeita ordem.

    Concordo com você. Parabéns para a prefeitura.

    Que ela repita este procedimento quando o Paul voltar a se apresentar por aqui.



    Mas como nós beatlemaníacos agente fala: valeu a pena.

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  2. Homero,
    fui ao show da segunda, com minha mulher e minha filha, e também usei a integração metrô/trem para todo o percurso Gen.Osório/Central/Engenhão/Central/Gen.Osório. Tudo tranquilo, organizado, a turma do "Posso ajudar" orientando e desejando um bom show e, apesar do grande movimento, sem qualquer atropelo nos dois percursos.
    No mais, foi só curtir um show inesquecível. Chegamos em casa às 2:30 h. Estava bem cansado, mas sem qualquer vontade de dormir. Acredite, ainda peguei alguns discos para um "bis" caseiro de Blackbird e Let it be, na calada da madrugada. Valeu demais.
    Ricardo Loureiro

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  3. Que beleza! É um verdadeiro privilégio vivenciar esses momentos. A lamentar o clima de Ilha da Fantasia. Por que o Estado, a Prefeitura e a PM não promovem a ordem e a disciplina, o respeito ao usuário do transporte público, o clima de civilização, etc. no dia a dia da população?. Passado o momento Paul in Rio, voltamos ao caos que asfixia o cidadão. Você já tentou assistir um clássico do futebol no Engenhão? Pelo que você comentou, esse Engenhão, do show do Paul, não é o mesmo do futebol...

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  4. Caro Gert, Renata teve que ficar com vovó. Felizmente, o show foi gravado ao vivo pelo Terra e ela pôde ver uns destaques.

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