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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nowhere Boy

A semana Lennon, 'celebrando' as 3 décadas sem ele, teve ótimas atrações.

Na telinha, vários documentários, e na telona, o filme 'O Garoto de Liverpool', excelente, tanto para leigos como aficionados.

Ele dá uma abrangente visão sobre a adolescência de John. O nome em inglês não poderia ser melhor, 'Nowhere Boy', que é uma alusão a 'Nowhere Man', uma das grandes canções de John como beatle, e retrata o estado de espírito de John durante toda sua vida, até que encontrou Yoko, tenho que reconhecer, um conflito permanente.

Mostra sua relação com Tia Mimi, que o criou após ser abandonado por pai e mãe, severa, mas amorosa. É marcante seu reencontro com Julia, tresloucada, alucinada, mas responsável pelo John que conhecemos, afinal ensinou-lhe os primeiros acordes, num banjo. E é muito bem feita a cena em que ele treina no instrumento o dia todo, até tocar ao final, uma música inteira.

Conta suas loucuras juvenis, suas brigas, seu comportamento com garotas nada recatadas. A ironia, o humor, a acidez de John estão sempre presentes. Os diálogos com o o diretor da escola, onde ele só aprontava, são hilários. E a fala final com Mimi, é de arrepiar. Todos eles com poucas palavras, mas que vão direto ao ponto.

Tem outros acontecimentos que não posso antecipar, pra não estragar, mas tem alguns que eu posso, e conto, até para os leigos prestarem atenção!!!
  1. O encontro com Paul McCartney, em julho de 1957 quando após um show no auditório de uma igreja, ele é trazido à presença de John por um amigo comum, o mundialmente conhecido Ivan Vaughn (o responsável pelo encontro do século, a quem agradecemos sempre, todos os beatlelovers). Paul dá um show, tocando 'Twenty Flight Rock' em seu violão ao contrário (pois é canhoto), impressionando a todos.  Arrepiante! 
  2. Os momentos de composição de John e Paul, na casa de Mimi, onde fica claro que John aprendeu muito com Paul, que era muito mais interessado na música em si. E foi também Paul quem incitou John a compor. Revelador! 
  3. A viagem de ônibus aonde Paul apresenta George Harrison a John. Histórico! 
  4. A primeira gravação, em um estúdio de rua, graças a um dinheiro de Julia, onde cantam 'In Spite of All the Danger', uma das primeiras composições de Paul, na verdade uma McCartney/Harrison, desconhecida do grande público pois não esteve em nenhum dos discos originais.  Ela era levada por John no lead vocal e Paul e George no backing, compartilhando o mesmo microfone de John, coisa que viriam a fazer maravilhosa e plasticamente muitas vezes como profissionais. Emocionante! 
  5. Os créditos finais acompanhados por uma versão preliminar de 'Mother', das melhores canções de John em carreira solo, cuja letra é um retrato do drama que sempre viveu. Tocante!

O ator agraciado com a honra e a responsabilidade de interpretar um ícone como John Lennon chama-se Aaron Johnson e mandou bem. Seu sotaque esteve perfeito, e a dramatizaçäo, necessária ao drama que foi a vida de John, foi a contento.

Seu grande defeito foi ser mais bonito que John. Além disso, mais bonito que o Paul do filme, o que deixou meio estranha, por exemplo, a ironia que faz em um show, ao apresentar o amigo como Paul McCharmingly. E parece impossível que John tivesse socado Paul, isso é impossível. E, claro, ficou meio fora de foco o fato de ter olhos azuis, e o pior foi que aqueles olhos foram tomados em close, várias vezes. Um par de lentes de contato resolveria o problema.

Depois, ao ler uma entrevista com o diretor do filme, Sam Taylor-Wood, vi que na verdade tratava-se dA diretorA Sam Taylor-Wood, 42 anos, daí a atração por aqueles olhos, e por outras partes daquele ator de 19, pelo qual se apaixonou, e até teve com ele um filho...

Resta saber se ela se apaixonou pelo ator ou pelo personagem...

O Bonequinho d'O Globo aplaude sentado, com o que eu concordo, para o público leigo.

Para beatlemaníacos, o Homerinho aplaude de pé!!!

I strongly recommend it!!!

Homero Somewhere Ventura

19 comentários:

  1. Parabéns pelo seu blog! Desejo muito sucesso nessa iniciativa. Tenho certeza que em breve você terá muitos seguidores e admiradores.

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  2. Vimos o trailer desse filme nesse final de semana. Ficamos com mta vontade de ver...vimos o trailer antes de vermos Vicky Cristina Barcelona. Alias, recomendamos. Filme de Woody Allen...mto legal. E com certeza assistiremos o Nowhere boy....

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  3. Pelo seus comentários acabo de assistir o filme...
    GOSTEI, senhor!!!!!

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  4. Vi aqui. Muito bom mesmo.
    abs!

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  5. Acho que tá passando da hora de desenhar um Homerinho....
    Sempre boas dicas e ótimas resenhas. Já te disse isso, mas você bem que poderia ter uma coluna semanal (ao menos no jornal de bairro...).

    Beijão

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  6. Thanks for this wonderfulllllllllll texto.
    Paulus

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  7. Obrigado pela resenha e recomendação, Homero. Já estava interessado em assistir, agora mais ainda. A propósito, minha mulher também leu seu depaulimento sobre o show em São Paulo e gostou muito.
    Um abraço,

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  8. Amigo, você faz isso muito bem. Parabéns.

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  9. Isso é que é deixar a gente com água na boca! Claro que não perderei por nada!

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  10. Homero

    Seu depoimento sobre o filme bate exatamente com a opinião de amigos beatlemaníacos que também assistiram Nowhere Boy.

    Ao que me consta, o primeiro encontro do John com o Paul ocorrido em 1957, jamais havia sido cenarizado. Para mim é o clímax do clímax.

    Normalmente estes grandes momentos históricos não são registrados, nem em filme e nem em fotos. Fica sempre na imaginação de cada um como os fatos efetivamente ocorreram. É como se existissem várias verdades, já que não existem registros reais.

    Aí, quando alguém com credibilidade resolve reproduzir a cena, seja em filme, teatro, foto, etc..., ela passa a ser uma espécie da cena verdadeira.

    Guardada as devidas proporções, e fazendo um paralelo entre Beatles e futebol (duas grandes paixões na área do entretenimento), podemos dizer que também estão no no imaginário popular (já que não existe registro real), assim como o encontro John e Paul, dois dos maiores momentos protagonizados pelo maior jogador de todos os tempos, Pelé. que são os gols de placa contra o Fluminense no Maracanã, e o famoso gol dos lençóis contra o Juventus na Rua Javari.

    Cá prá nós, não sei o que é melhor, se é continuar do jeito que está, ou seja, cada um de nós, que somos apaixonados, termos as nossas próprias imagens dos fatos que certamente criamos com algum exagero, ou conhecer a versão verdadeira (vai que aparece um filme destes que estão escondidos a tempos e que alguem vasculhando um baú velho acaba encontrando. Vira e mexe agente se depara com notícias deste tipo) e ela acabar nos decepcionando?

    Prefiro não arriscar.

    Abraço

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  11. Com esse seu texto, é claro que vou!!!!
    Impossível não se envolver.

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  12. Vou tentar assistir.... prometo!

    Neste fim de semana fui ver O Pequeno Nicolau..... tb recomendo (já está há muito em cartaz.... mas tudo bem! vale a pena!)

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  13. Merix,

    Brilhante a sua síntese da semana John Lennon. Há muitas passagens que são recorrentemente emocionantes. Um pequeno ajuste: o que é um violão ao contrário? Não seria melhor chmá-lo de violão especular ou sinistral? ou então aplique os conceitos da isomeria química. Noto, entrementes, que você continua insistentemente perdendo tempo com esse boçal bonequinho de O Globo.

    Hugs,

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  14. Ótima dica, Homero. Deve ser imperdível mesmo. Vou conferir.

    Abs,

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  15. Ola,eu sou Mariana e também sou muito fã de Beatles e filme favorito também é Basatrdos Inglórios.Tenho tres blogs:1 sobre Beatles,o meu oficial e um sobre a Eva Braun se vc pude entrar um ficarei muito agradecida.Obrigado,Mariana.
    http://marianastarkey.blogspot.com/ omu blog oficial
    http://blogdaevabraun.blogspot.com/ Blog da eva Braun
    http://ticktoride.blogspot.com/ Beatles

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  16. EXCELENTE FILME.MAGNIFICA INDICAÇÃO.COMO SEMPRE...

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  17. Vi esse filme..
    Realmente os atores não são parecidos com os Beatles originais
    Mas é um ótimo filme

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  18. Vi o filme e com certeza os atores não são parecidos com eles.A história de John realmente é muito cheio de traumas e tristezas. Mais ele já era gênio.E qdo gênios se encontram é fácil dizer formaram Beatles.Você foi excelente na colocação do conteúdo do filme. Abraço.

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  19. Eu não gostei do filme. Paul também não, Foi tomar satisfação com a diretora Sam Taylor Wood. Segundo Paul, aquele ali não é John de jeito nenhum. Coisas inventadas. Ex: John nunca bateu nele. Aquilo irritou Paul profundamente. John não se comportava exatamente como o filme mostra. Mesmo cena boas cenas, elas não são verdadeiras, foram criadas pelo roteirista. E Mimi nunca foi daquele jeito. Paul achou desrespeito a ela. Resposta de Sam: " Paul, não é uma biografia de John. Não tem esse objetivo. Nâo é um documentário. É apenas ...entretenimento". "Se é assim, tudo bem", disse Paul. Eu teria acrescentado: desde que viesse escrito isso em letras garrafais na tela: Filme livremente inspirado na adolescência de John Lennon, sem compromisso com a verdade." Mas como não vem essa informação, faz com que pessoas vejam o filme e acreditem ser verdade. Homero tem bom faro...Ele suspeitou que o tal soco nunca aconteceu. Mas com certeza, outros pensam que aconteceu...porque viu num filme. Mas realmente foi Paul que incitou John a compor. Pelo menos li isso ainda nos anos 60. Muito anos do filme ser feito já se falava sobre isso.
    De bom tem a locação. O clima parece mesmo ser daquele tempo em Liverpool. Gosto quando tocam In Spite of all the danger...
    Homero também percebeu que, aquele ator fazendo Paul, nunca levaria John a chamá-lo de MacCharmigly.
    É boa a sequencia de Paul tocando Twenty Flight rock...Mas não é boa a representação dos atores. Extremamente forçada.

    Mas Sam Taylor Wood, tem razão porque realmente é assim no cinema. Nunca um filme sobre uma personalidade mostra a verdade sobre o retratado. Por isso sempre deviam informar. Só que não informa. Muitos acreditam e a História fica comprometida.

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