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sábado, 27 de novembro de 2010

Meu DePAULimento - Parte 3

Show de Paul McCartney
São Paulo – 22/11/2010
Parte 3

Aqui, a Parte 1

Aqui, a Parte 2

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O público está cada vez mais maravilhado com o que ouve, quando Paul se apodera de um ukelele, uma espécie de cavaquinho hawaiano, e apresenta a próxima atração com um: “Esta música é em homenagem a meu amigo George”, delírio total, e começa a tocar ‘Something’ num ritmo alterado, mas que todo mundo acompanhou direitinho, pra depois retomar o baixo quando a música volta a seu arranjo original, dando a oportunidade de ouvirmos o solo de guitarra mais lindo da história do rock, com todas as notas em seu lugar, ai do guitarrista Rusty se fizesse diferente, ele não tem permissão para improvisar. Paul temexecutado desta maneira a grande canção da vida de George Harrison desde Concert For George, quando muitos amigos se reuniram, no Albert Hall em 2002, para uma homenagem póstuma, um ano após sua morte, que foi registrada em um dos melhores DVDs de todos os tempos. Aqui, no telão principal, uma sequência de fotos do quiet beatle, emocionando a todos.

Breve passagem pela carreira solo, com ‘Sing The Changes’, do Fireman, e o talvezmaior sucesso do Wings, ‘Band On Te Run’, para então entabular uma série de seis (6) músicas beatle, de tirar o fôlego, não sem antes encantar-nos com seu português, com um “Tudo ótimo?” e um “Como está meu português?”, claro que ambas respondidas com sonoros “Yeah!” e “Good!”, e emendando em inglês mesmo “Not bad for an English lad”, e aí sim, ao trabalho, com um “This next song, I’ll ask you to sing alongwith, but you’re singing alongeverything, anyway, so ...”, para introduzir:
  1. Entra o pianinho marcante (tan tararan tararan tan tan) da simpaticíssima ‘Obladi Oblada’, que Lennon abominava, mas o resto do mundo adorava. Quando chegava a hora do refrão, o telão central mostrava imagens da galera da frente se esgoelando para cantá-lo ...Obladi Oblada life goes on bra, ah ha how the life goes on...;
  2. O estádio vem abaixo quando se ouve o som de um avião pousando para avisar que Paul estava ‘Back In The USSR’, e declarava saudades das garotas da Ucrânia ...really knocking him out... e que ...Georgia’s always on mymymymymymymymymymind...;
  3. Vem então um riff de guitarra que deixou todos arrepiados, introduzindo ‘I’ve Got A Feeling’, ...a feeling deep inside oh yeah..., em que Paul ainda mostra disposição para urrar o refrão, não com a mesma força, mas com competência. Pena que, para o contraponto ... Everybody had a hard year, every body let their hair down ..., Paul não tinha Lennon para acompanhá-lo, e o jeito foi usar um vocal duplo, perfeitamente executado por Abe e Rusty;
  4. Depois de mais um show para a galera, com a regência de um coral de 64 mil vozes espelhando o que ele comandava, numa ode a São Paulo, Paul declara que, para a próxima canção, a guitarra que usaria era a mesma que usou em sua gravação, ‘in the sixties’, e começa ‘Paaaperbaack Wriiiteer’, provocando torrentes de lágrimas, especialmente em mim, que sempre amei a canção e agora, ainda mais, já que a situação descrita é mais ou menos a que se passa com minha filha ...Dear Sir or Madam, will you read my book? It took me years to write, will you take a look?... Não tenho dúvidas que se o editor percebesse o potencial da obra, … (He could) have the rights, It could make a million for (him) overnight….;
  5. Um violão introduz o encanto de se ouvir ‘A Day In The Life’, que foi idéia de Lennon, mas que Paul complementou brilhantemente com o ...Woke up, got out the bed,dragged a comb across my hair… e com a idéia para o crescendo monumental de orquestra, e o famoso MI final, tocado em quatro pianos simultaneamente, mas fica claro tratar-se de uma homenagem a John quando emenda (all we are saying is) ‘Give Peace A Chance’ ;
  6. A meia-dúzia brilhante termina com a indefectível ‘Let It Be’, com Paul ao piano,  invocando a mãe Mary ...speaking words of wisdom..., e que não me venham com aquela interpretação de que a Mother Mary que ele fala refere-se a marijuana. Certamente que ele não iria brincar com o nome da própria mãe. E afinal, ninguém imagina um baseado que ...is standing right in front of (him)…
A última peça da carreira solo que vem antes de ele emendar a última série beatle, é a emocionante ‘Live And Let Die’ um dos melhores temas de James Bond, que ele sempre tocaem todas as excursões, há décadas, e que não ganhou o Oscar de 1973 por pura sacanagem dos velhinhos da Academia. E desta vez, ela veio com efeitos mais que especiais, em especial para quem estava ali na frente, que sentiu a onda de calor dos canhões. Estando tão próximo ao palco, não vi os fogos de artifício de grande alcance que pipocavam por trás dele, como vira no compacto que a Globo mostrou no domingo. Mas senti o impacto sonoro e visual proporcionado no palco, com fogos sincronizados com a música, sensacional.

A última série de encantos musicais beatle teve 7 canções, sendo que a primeira termina o show, teoricamente, já que é claro que ele voltará. Nada melhor que ‘Hey Jude’ para oefeito. Para alegria nossa, ele não usa o piano oficial, de cauda, mas um menor, todo colorido,que ele usou na excursão de 1990, quando nele tocou ‘Fool On The Hill’. Todo mundo canta junto com ele as várias estrofes da letra, e quando chega a hora do quarto ...Na Na Na NaraNaNááá NaraNaNááá Hey Jude... ele abandona o piano e vai pro meio do palco comandar a enlouquecida galera, desta vez em português perfeito “Agora só os homens”, e depois, “De novo os homens”, e depois “Agora só as mulheres”, e depois um surpreendente “Continuem, mulheres!!!”, e depois, “Todo mundo junto!”. Um showman, de verdade! Aí vem o primeiro fim falso, dá as mãos para a banda, agradece, dá adeus pra todo mundoe abandona o palco; a platéia começa num criativo ...Hello, hello, I don’t know why you say goodbye, I say hello!..., poucos minutos depois ele volta, gritação geral, carregando seu famoso baixo, e nos brinda com a canção com um dos melhores riffs iniciais de guitarra de todos os tempos, rivalizando com o de ‘Satisfaction’, dos Stones... adivinhe ... ‘Day Tripper’....one way ticket yeah...; volta ao piano coloridinho e solta uma das melhores introduções de rock ao piano de todos os tempos, com ‘Lady Madonna’ ... Wonder(ing) how you manage tomake ends meet...; e ‘termina’ o show novamente, de volta ao baixo, pra mandar a sweet Loretta Martin Get Back ... to where (she) once belong…


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Aqui, a Parte 4 

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