Em vários temas, há que se localizar, antes de generalizar: o transporte público, por exemplo, de Houston (e outras monotonias como Dallas) é absolutamente distinto do de New York (e outras metrópoles dinâmicas como Filadélfia e Chicago).
Enquanto em Houston, se anda, anda, anda, de carro, em New York se anda, anda, anda, sem carro. Vez por outra, na chegada ou na partida, por exemplo, um táxi pode ser a melhor solução, sempre amarelinhos, sempre com aquela divisão entre os passageiros e o motorista, normalmente um egípcio, um libanês, um indiano com ou sem turbante sikh, até mesmo um americano afro, ou não, e agora, os mais modernos com GPS instalado, para você se localizar, ou ainda ser atualizado com algumas notícias, com o tempo e o que vai pelas noites.
A verdade é que anda-se muito a pé, a pé, a pé, até fazer bolhas. Em Houston, é nada a pé, se você anda a pé, é visto como um ser alienígena, a polícia pára e pergunta se você está com problemas com o seu carro (já aconteceu realmente!). E no tempo do calor, a galera pega o carro mesmo se vai almoçar do outro lado da rua. Em New York, esbarra-se com pessoas pelas ruas o tempo todo.
O sistema de transporte público do Houston é inexistente, praticamente, se comparado ao de New York, em que metrôs e ônibus levam você a qualquer ponto de Manhattan, Queens, Bronx, Brooklyn, mesmo New Jersey, mas você só precisa ficar na charmosa ilha à beira do Rio Hudson para ter tudo o que precisa, de lazer a consumo. O bilhete do metrô dá direito ao uso dos ônibus, pelo tempo em que ele for válido, seja dia, semana ou mês. Há pontos de duas em duas ruas (na direção norte-sul) ou a cada avenida (na direção leste-oeste), e são super-confortáveis, todos eles socialmente corretos, com equipamento para entrada de cadeiras de rodas, e, muito interessante, todos equipados com um dispositivo que faz o ônibus se “ajoelhar” quando chega a um ponto, facilitando a entrada dos passageiros, principalmente os idosos, e é assim mesmo que eles são qualificados: “kneeling bus”.
Em Houston, o sistema de ônibus é precário, apesar de altamente organizado e previsível em termos de horário, e há até um moderníssimo metrô de superfície, mas que liga nada a lugar nenhum, quer dizer, nem tanto assim, liga Downtown à região conhecida como Medical Center, onde estão concentrados os principais hospitais e prédios de consultórios médicos da cidade. Foi um pouco de sarcasmo de minha parte, mas o que eu quis dizer é que a maravilha tecnológica não provê solução de transporte para quem precisa, por exemplo, sair de sua casa e ir trabalhar em um daqueles pontos finais, foi mais um motivo para gastar-se dinheiro, coisa que sabem fazer muito bem, vide a substituição de magníficos estádios de Baseball e Basketball, totalmente funcionais, por outros super modernos, de teto retrátil e tudo o mais.
Voltando ao transporte público da cidade do Texas, trabalhadores domésticos (os poucos que existem), braçais, empregados humildes, cada um vai ao trabalho com seu carrinho, que compram financiado a perder de vista, é até interessante observar os estacionamentos dos pátios de obras onde chegam os pedreiros, e outros operários estacionam. Já na cidade que não dorme (segundo a definição de Frank Sinatra), carro é um luxo, não há incentivo algum a andar de carro, a começar pelos estacionamentos, de custo proibitivo, enquanto que os de Houston são gratuitos, principalmente os destinados ao consumo, como em shopping centers e street malls, as vagas são enormes, dispostas em 45 graus, você acaba desaprendendo de fazer baliza, totalmente desnecessária.
Legal !!
ResponderExcluirEstacionamento gratuito em Houston e caro em NY, gostei. Avaliação pelo Custo x beneficio.
Já aqui, o prefeito define metas para aumento da receitas com multas de transito. É mais ou menos como uma empresa de petroleo estabelecer metas para descoberta de reservas....rs.
Isso mostra o quanto são preparados os gestores de lá e os de cá.
Obrigado por compartilhar.
Abs,
RR.
Muito bom!
ResponderExcluirJá havia lido... esquecendo de comentar.
ResponderExcluirLEGAL
Paulus
Muito bom! Me "consolou" um pouco eu não ter ônibus decente aqui em Aracaju...(brincadeirinha)...nos EUA pelo menos tem espaço e possibilidade das pessoas mais pobres poderem comprar carro nessas cidades onde não tem transporte público praticamente. Aqui é bicicleta e moto.
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