sábado, 8 de março de 2025

O bolso ou a vida


Escrevi este texto há 18 anos...
(notem o modelo do celular da foto)
Hoje, algumas mulheres reclamam! 
Acham o texto machista!
O que acham?
Felizmente, a grandíssima maioria delas adora!
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Dia normal de trabalho, você precisa discutir com uma colega sobre um assunto importante, você sabe o ramal dela e liga direto. 1, 2, 3, 4 toques, entra a secretária eletrônica. Pelo número de toques, você percebe que ela não está na sala, mas você não deixa mensagem, pois tem urgência. Você vai pacientemente ao celular, procura no catálogo pelo celular dela, encontra e liga. 1, 2, 3, 4 infindáveis toques, às vezes a voz mecânica entra. Você xinga, mas a voz não está nem aí, continua falando como se nada tivesse ouvido, mas você desliga antes de deixar o recado. Você vai ao catálogo da empresa, e procura por algum ramal do setor ou departamento em que ela trabalha, para encontrar a secretária ou alguém por perto da 'baia' dela (ah! a beleza da vida corporativa!), de repente ela está logo ali, quem sabe você dá uma sorte. Alguém atende e você pergunta por ela, aí vem: “Ela já chegou, sim, estava por aqui neste momento, aguarda um pouquinho”. (muito solícito, obrigado mas a minha adrenalina vai aumentando...).  1, 2, 5, 10, 20 insuportáveis segundos, volta o colega de boa vontade: “Ó, ela saiu da sala, mas não deve ter ido longe, pois ela deixou o celular na mesa, deve ter ido ao banheiro!” (a pressão sobe ao vermelho!!). Ora, ora, por que, diabos, ela tem um celular se não anda com ele? Você, então, procura manter a calma e pede que o simpático colega avise à querida colega, quando ela voltar de não sei onde, que você precisa falar urgente com ela!

Aí, você se lembra imediatamente da insolúvel incompatibilidade entre mulheres e bolsos. E até tenta compreender, onde já se viu roupa de mulher com bolso? Não permitir-se-á nada que ameace a silhueta mantida pela calça justinha, delineando as formas, enfim, sabe-se lá!! Algumas peças de vestuário até contam com aquele simpático e prático compartimento, feito para abrigar pequenos utensílios que podem vir a ser úteis em algum momento do dia-a-dia, o jeans, por exemplo, mas, invariavelmente, aqueles bolsos estão lá só para enfeitar, vaziozinhos, como se não existissem. O bolso é uma figura desprezível na vida da mulher. Em camisa, então, nem pensar, o que é totalmente justificável!
Em outra situação, você a procura no celular, ele toca, toca, toca, se esgoela de tocar e nada. Você repete a tentativa, uma, duas vezes e desiste. Quinze minutos depois, ela te liga: “Oi, você ligou???!!! Tinha 3 chamadas perdidas no meu celular! É que eu estava no almoço e, com a barulheira do restaurante, acabei não ouvindo, pois ele estava na bolsa!” (... me tira os tubos!!). Não adianta, pode botar no volume que quiser, ligar o vibra-call no nível ‘terremoto’, que não vai dar resultado, a bolsa está lá na cadeira vazia, junto com outras cinco companheiras, igualmente abandonadas!
Entra então a personagem, esta sim, onipresente na vida feminina, a bolsa
Uma letrinha só diferente na escrita, bolsO versus bolsA, mas quanta diferença! Um, rejeitado, a outra, inseparável! O que seria das mulheres sem suas queridas bolsas? Documento, carteira, talão de cheque, remédios para variados fins, maquiagem, escova, chaves, creme para as mãos, blush, agenda, i-pod, lenço, óculos-de-sol, pen-drive, álcool-gel, pinça (veja abaixo uma situação em que fui salvo por uma bolsa de uma desconhecida!), mini guarda-chuva, enfim, a mais variada quantidade de badulaques, tudo vai naquele sumidouro. Chego a lembrar-me de minha tenra infância, da bolsa da Mary Poppins, de onde saía até abajur. Isso tudo tem que mudar de lugar naquela hora da manhã em que todos têm pressa, sabe, com o marido esperando, já com o carro ligado. Sim, porque claro, impensável é que se use a mesma bolsa dois dias seguidos. Então, além da dúvida cruel sobre  'qual bolsa combina melhor com minha roupa?', que toma alguns minutos, senão dezenas, tem o tempo gasto de mob/demob, que consiste em remover os objetos da bolsa de ontem e colocá-los na bolsa de hoje. O que não impede de ouvirmos, meia hora depois: 'Ih! Esqueci dos óculos na outra bolsa!'


Na bolsa, está, inclusive, o querido celular: não adianta a caixinha do bichinho vir com prendedores de cinto, penduradores para pescoço, ou outra solução qualquer para carregá-lo, o destino final de todo celular feminino é lá, afogado junto com as 1001 outras utilidades do universo feminino. O que provoca também, muitas vezes, aquelas ligações misteriosas, provocadas por algum daqueles objetos contundentes, um batom, um chaveiro, sei lá, que acaba acionando o último número chamado. Ou seja, além de não serem atendidos, porque afogados, eles ligam sozinhos, porque afogados! Surreal....

            Houve época em que homem também usava bolsa, a tiracolo ou, ainda, na forma da indefectível pochete, hoje meio fora de moda (eu usei...). Ainda passamos pelas carteiras, que carregávamos na mão, facílimas de serem esquecidas nos mais variados balcões. Hoje, concentramos nossas necessidades diárias nos queridos bolsos, em nossas confortáveis calças, em nossas sociais camisas. Vamos desconsiderar a moda adolescente de ter bolsos até à altura dos joelhos, sabe-se lá o que guardam lá, fiquemos só nos tradicionais. A gente se lembra da utilidade dos bolsos quando viaja de avião, aaah que bem faz um bolso numa camisa! 

Depois, vem a multiplicação do efeito benéfico: o paletó, com seus cinco bolsos entre externos e internos, recheados de apetrechos de viagem. O paletó é a bolsa do homem, utilíssimo em viagens, mormente as internacionais. Bilhete (eletrônico ou papel), passaporte, dinheiro, cartão de embarque, ticket de bagagem, cartões de visita, formulário da imigração, da alfândega, pen-drive, caneta e, claro, o inseparável celular, todos confortavelmente acomodados no paletó, para passar facilmente na caixinha do raio-X. E cada um no seu lugar, facilmente localizável, bem diferente do visceral dilema feminino ao procurar qualquer coisa na bolsa. A única coisa que se tem certeza quanto a pertences em uma bolsa, é a de que eles entraram lá; agora, encontrar e extrair de lá, exatamente o que se deseja, é uma história bem diferente. A não ser, claro, que se apele para aquela radical chacoalhada de cabeça pra baixo, espalhando o conteúdo sobre uma superfície livre. Deixo aqui um alento para o inseparável apetrecho, tenho que admitir: nós, homens, invariavelmente, vamos precisar, alguma vez em nossas vidas, de alguma coisa não temos à mão, e as bolsas delas estarão lá para nos salvar!

Sei que a mulher de hoje conquistou um mundo muito maior do que cabe em sua bolsa, mas permito-me esta análise levemente crítica sobre o acessório indispensável para uma enorme maioria delas!!!
E, na verdade, nas diferenças é que mora a beleza. Se as mulheres não usam bolsos, é para ficarem mais elegantes, seja para nós, seja (quem sabe, principalmente) para as outras mulheres. É assim que as conhecemos e assim que as amamos. E que continuem assim. Mas, ao menos, que encontrem uma solução compatível para que sejam encontradas neste fundamental meio de comunicação do mundo moderno.
            Vida longa à classe e à elegância feminina!
__________________

Ah, sim, a situação em que fui salvo decisivamente por uma bolsa apetrechada!

A pinça salvadora!



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sexta-feira, 7 de março de 2025

Oscar Está Aqui!

 Aconteceu!

O Brasil tem um Oscar!

Passei de 2ª a 4ª feira dando pinceladas sobre a cerimônia de entrega do último domingo, sim, de Carnaval, detalhando minhas impressões sobre algumas categorias, não todas, afinal não sou em expert, apenas um cinéfilo curioso mais atento que a média.

Trancrevo-as aqui.

Eu sempre assisto à cerimônia, do começo ao fim, com algumas exceções nos últimos 40 anos, mas sempre, até aquele domingo, solitário, em casa, e com um ou outro amigo que acompanhava de longe. Neste domingo entretanto, a casa esrava cheia, e muitos estavam atentos até o final. Afinal, seria uma grande Noite para o Brasil.

Mas vamos lá.

1. A Abertura

Feliz pelo Brasil agora ter um Oscar pra chamar de seu e tristre por não ter dois, venho aqui tecer meus comentários sobre a  97ª Noite do Oscar.

Foram poucas as vezes em que não vi a cerimônia na íntegra, e, desta vez, não poderia deixar de ser daquele jeito, do começo ao fim, afinal tínhamos, pela 1ª vez, filme brasileiro concorrendo a 3 estatuetas, dentre elas, Melhor Filme. E, pela 1ª vez, estivemos todos os viventes da casa firmes na telinha, inclusive Neusa com a gente. Luna também estava, com as orelhinhas em pé!

A coisa toda abriu com estonteantes desempenhos vocais de Ariana Grande, uma cantora que eu não sabia atriz e Cynthia Erivo, uma atriz que eu não sabia cantora, primeiro cada uma solo, depois em dueto a cantar a canção Defying Gravity, do filme Wicked , de arrepiar, e a merecer a chamada Standing Ovation no Dolby Theatre. Disse-me Renata que a canção não concorreu ao Oscar por ter sido composta para o Musical Wicked, da Broadway, e não para o filme!


Uma nota a acrescentar: as duas subiram ao palco com vestidos diferentes dos que passearam pelo Red Carpet... afinal seria IMPOSSÍVEL desempenhar vocalmnte com aquela obras que engessavam seus movimentos.




2. O Apresentador

Então começa na tela uma cena de A Substância , em que a personagem de Demi Moore injeta-a em si mesma, cai com a cara no chão do banheiro, aliás, cena que me impressionou pelo realismo quando vi o filme, em outubro, sendo o 1º filme de minha escalada do Oscar, que terminei ontem de tarde, ao ver o 10º candidato a Melhor Filme. Voltando à cena, Demi já está de em transformação, começa aquele rasgo em suas costas, e nesse momento eu grito em casa: 

"Vai aparecer o Conan O'Brien!!!"

BINGOOOO!!

Os cabelos ruivos do apresentador logo aparecem, e ele emerge da enorme ferida, por inteiro, já de smoking. Espetacular!!! Todos a rir, em casa e no teatro, e imagino na maioria das casas do bilhão de pessoas que estavam atentas à cerimônia.

Clique aqui, para ver a ESPETACULAR Cena

Foi uma entrada triunfal de um dos apresentadores de talk show mais famosos dos EUA, mas que nunca havia sido convidado para comandar o Oscar, e ele faz piada sobre isso, inclusive sendo essa uma oportuindade de aparecer o narrador que em todo prêmimo entregue diz um pouco da história do agraciado em edições anteriores, tipo "Esta é 7ª vez que concorre ao Oscar e a 1ª vez que leva ".

Em minha opinião, Conan foi muito bem, com boas piadas, mas poderia ter evitado a que disse justamente sobre o nosso filme, fazendo graça de coisa séria... Ele não deixou de dar alfinetada, uma na atriz trans de Emilia Perez (não por ser trans, diga-se, mas por conta das bobagens que disse nas redes há alguns anos), que, aliás, sendo espanhola, ela não entendeu de imediato e pediu ajuda. Uma outra alfinetada foi na Rússia, quando falou do filme Anora.


3. Homenagem a 007

Um ponto altíssimo pra mim, e por duas razões, foi a homenagem aos Broccoli, tradicionais e históricos produtores de James Bond, que passaram o bastão noutro dia para a Amazon, poucos meses antes de completarem os 63 anos de vida da saga mais longeva do cinema (desde 5 de outubro de 1962), já com 25 filmes!

Montaram um sensacional espetáculo de música e dança, com 3 dos sempre marcantes temas musicais, cantados na cerimônia por 3 desconhecidas para mim. 

Foram escolhidos os temas de

  • O tema de 007, com dança estrelada pela atriz que faz a Demi Moore nova em A Substância
  • Live and Let Die - 1973 (composta e cantada por meu ídolo Paul McCartney) da época de Roger Moore como 007, esta o 2º motivo
  • Diamonds Are Forever - 1971, (então cantada por Shirley Bassey), da época de Sean Connery, 
  • Skyfall - 2012 (composta e cantada por Adele, que aliás, ganhou o Oscar de Melh…

4. Os Coadjuvantes

Não teve pra ninguém!!

Ambos, Atriz e Ator, já estavam a ganhar quase todos, senão todos, os prêmios que disputavam! E confirmaram, sem sustos!

  • Zoe Saldaña de Emilia Perez, merecido, vi os filmes em que atuaram as rivais, eram todos candidatos a Melhor Filme, e não tinha pra ninguém mesmo, atriz completa, representa, canta e dança. Pra mim, aliás, ela devia concorrer a Atriz Principal nesse filme, aparece muito mais que a Karla Sofia Gascón, atua melhor, canta melhor e dança melhor! E, por ela, tenho um quê de simpatia a mais: ela é, ou foi, a Tenente Uhura, do último revival de Star Trek na telona. Aliás, pena que não continuou a nova saga... acho que foi difícil superar a perda do novo Chekov, tendo sido o jovem ator morto por seu próprio carro, dentro de sua garagem... vai entender...
  • Kieran Culkin, de A Real Pain, não posso dizer, pois como o filme não concorreu a Melhor Filme, eu não vi sua atuação. Notável seu discurso de aceitação! Ano passado, sua esposa lhe dissera que aceitaria ter o 3º filho se ele ganhasse o Emmy... e ele ganhou, por "Succession", série de grande Sucession. Ela ainda não lhe dera o prometido, quando então disse que teriam o 4º se ele ganhasse o Oscar!!! Ótima história! Está então garantida a extensão da prole Culkin. Mais sobrinhos virão para McCaulay ... sim, o garoto de Esqueceram de Mim!


5. Figurino e Fotografia

Dentre as novidades da cerimónia, as categorias de Fotografia e Vestuário/Penteados foram apresentadas por atores dos respectivos filmes escolhidos a tecerem loas aos fotógrafos e figurinistas candidatos.

Ficou legal!

A fotografia ficou com O Brutalista, super merecido ... tem um cena em Carrara na Itália que me deixou extasiado, não imaginava que a extração de mármore era daquele jeito!

O figurino ficou com Wicked, aliás, o primeiro figurinista negro a ganhar um Oscar nessa categoria, ele estava emocionado por isso, e foi muuuito celebrado pela comunidade!

NOTA: Os prêmios a roteiros vieram até antes, mas vou deixar pra depois, pois tem uma pincelada INTEGRALMENTE dedicada ao vencedor do roteiro original, que virá ao final.

 

6. Melhor Animação

A primeira surpresa da noite veio nesta categoria, na verdade nem tão surpresa assim, desde que ouvi Walter Salles, e Fernanda Torres no red carpet exaltarem FLOW, que, além de concorrer a Melhor Animação, conorria a Melhor Filme Internacional, portanto concorrente de Walger Salles. Era um filme da Letônia, primeira vez que aquele país colocou algo no Oscar. E já havia ganhado o Globo de Ouro de Animação também. No discurso, o diretor, em bom inglês, agradece Mom and Dad... his Cats and Dogs ... e também agradece a Blender, um software de código aberto, portanto FREE, que ele usou para fazer uma animação GANHADORA DE OSCAR!!!

Cliquem aqui para ver o clipe com a entrega do Oscar ao diretor Letão (sim... quem nasce na Letônia é Letão!). Notem, no caminho ao palco, que Walter Salles está aplaudindo de pé!!!

Em tempo, asssitimos ao filme no cinema e é totalmente merecedor..... do Oscar, e da verdadeira febre que está a assolar a capital Riga e outras cidades letãs (adorei o adjetivo pátrio!).

O gatinho já tem até estátua!!!


7. Production Design

Quando veio a hora de Production Design , anunciaram Ben Stiller, ele aparece sendo elevado, no meio do palco, mas o elevador pára no meio do caminho, e ele começa a explicar o que é o Production Design e como por vezes as coisas não funcionam direito e causam dificuldades ao desempenho dos atores... foi espetacular, não descreverei, melhor colocar o clipe logo...

https://www.youtube.com/watch?v=vXqLim2Sh5U

Pena que só a primeira parte está disponível, não sei por que fazem isso...

Quando ele some, ele pula três vezes pra cabeça dele ressurgir e ele gritar:

HERE

ARE

THE NOMINEES!!

E teve mais!

Na volta após os clipes dos filmes indicados, ele ainda está embaixo.... e ele arremessa o envelope para o palco  e escala para chegar ali em cima e poder anunciar Wicked , como vencedor do Oscar de Production Design! ... que é quem comanda a construção dos cenários... e realmente eles são estonteantes no filme vencedor!

Ufa, uma batalha!!

 

8. Melhor Canção Original

Falo então da surpresa que foi quando chamaram ao palco o astro que iria anunciar os indicados a Melhor Canção Original, mas antes, devo comentar o estranhamento que eu senti ao longo da cerimonia até então, porque não houve números especiais com cada um dos 5 candidatos, o que deve tê-los deixado muito P da vida, era a chance de terem suas canções executadas a mais de bilhão de pessoas no mundo.

Com certeza foi uma decisão para diminuir a duração da cerimônia, mas deve ter contribuído a extrema falta de inspiração das candidatas, tanto que um mesmo filme tinha duas indicadas, Emilia Perez , e uma delas acabou levando o Oscar, e nenhuma delas era boa, e nem sei o nome delas. Pelos breves trechos que ouvi ali, decerto qualquer outra era melhor que a vencedora, uma delas até mesmo era de Elton John, num filme sobre ele mesmo que eu nem sabia existir, e que poderia ter repetido o Oscar que ganhou em em Rei Leão, seria uma homenagem especial de fim de carreira.

Mas o que valeu mesmo foi o tal astro que apresentou o prêmio, ninguém menos de Mick Jaegger , recebido com o Teatro Dolby todo de pé, emocionante, e merecido. Há tempos não o via ao vivo, e o achei um pouco mais acabado que eu esperava, mas vá lá, do alto de seus 81 anos, e seu discurso foi MAGNÍFICOOO .

Depois de agradecer sinceramente à Standing Ovation , disse que

1. quem deveria estar ali era Bob Dylan (risos, porém verdade, ele foi realmente convidado, inclusive para fazer uma performance ao vivo em homenagem ao filme Um Completo Desconhecido, sobre os 5 anos iniciais de sua carreira e que concorria a 8 Oscars, mas declinou... esperado ... ele nem fora buscar seu Prêmio Nobel!!)

2. mas que Dylan não aceitou pois o filme que tinha as melhores canções não foi indicado (risos, verdade, porém seria impossível por não serem canções originais) e que 

3. deveriam chamar alguém mais novo (risos porém, verdade pois Dylan está coim 83 anos)

Clique aqui para ver!!! 

GENIAL, GENIAL, GENIAL.


9. Melhor Documentário

E, quando estava a chegar a hora da nossa primeira chance, vieram antes os documentários, e no de longa, o vencedor foi Sem Chão ( No Other Land ), filmado ainda antes da invasão de Gaza, falando sobre a ocupação dos israelenses na Cisjordânia palestina, dirigido por dois jovens diretores iniciantes, mas mais importante, um judeu e um palestino.... e o discurso deles foi simplesmente, perfeito, para o momento de hoje... eu não vou dizer nada, apenas deixar aqui o discurso, para se emocionarem...

https://www.youtube.com/watch?v=QplPq-_xTaU


10. Melhor Filme Internacional

Quando veio a 'nossa' hora, armei o celular na posição vídeo, ajustei o foco para a luminosidade da TV, dei o REC assim que Penelope Cruz adentrava ao palco com aquele envelope..... então ela acionou os clipes com imagens dos filmes Internacionais indicados, e disse:

" And the Oscar goes to .... I'm Still Here!! "

e entramos em gritaria aqui em casa, e imediatamente meu celular começo a disparar inúmeras notificações, de amigos de vários grupos de WApp que estavam a registrar a emoção da primeira vitória da noite (que infelizmente seria a única...), enquanto a platéia do Dolby Theatre se levanta para ovacionar Walter Salles, que então caminha rumo à consagração e, meio atordoado, até deixa no ar o querido Edward Norton que lhe estendeu a mão em cumprimento (felizmente, Fernandinha amenizou a situação com um forte abraço), sobe ao palco, abraça fortemente Penelope Cruz, recebe o Oscar, faz menção em pegar um papel no bolso, coloca os óculos que seriam inúteis, e faz um bom discurso de aceitação, exaltando as 3 mulheres que na envoltória do filme, a real, Eunice Paiva, e as que a representaram, as duas Fernandas!! Foi bom!!

O que aconteceu foi o seguinte, soubemos depois... o fato (terno) que ele usava era novo, e o bolso em que ele guardou a fala de aceitação, estava ainda meio costurado... ele conseguiu enfiar lá o papel, mas na hora H, não conseguiu retirar, e desistiu!! Ele contou que havia preparado uma fala com efoque mais político, e que terminava com um:

"Abaixo a ditadura! Viva a Democracia!!"

Mas foi bom, também!!!

Eis as palavras que ele falaria caso o bolso estivesse aberto



 













 

11. Melhor Roteiro, Edição e Direção

Agora vem o capítulo Sean Baker!!

Se não guardaram o nome, de agora em diante, deverão guardar e exaltar e lembrar-se dele...

Baker sobre ao palco para receber o Oscar de Roteiro Original por Anora , faz um discurso de improviso e vai embora pra sua cadeira.... Parabéns, Sean você está na história do Oscar!!

Seguem as categorias e vem o Oscar de Edição, e Sean Baker é anunciado como vencedor, pelo filme Anora, ele sobe ao palco, faz um discurso improvisado e vai embora pra sua cadeira. Parabéns, Sean você está na história do Oscar ao quadrado!! Nunca antes alguém havia ganhado Oscar por Roteiro E Edição numa mesma edição do prêmio... 

Acresça-se que ali, ele faz uma piadinha de como se sentiu salvando aquele filme após o trabalho meia-boca do diretor. Eu apenas achei estranho e engraçado, mas Renata, perspicaz, desconfiou e disse: Vai ver que ele é o Diretor do filme também!

BINGO

Vem o prêmio de Oscar de Direção, e Sen Baker é anunciado vencedor, pelo seu filme Anora !! Ele sobe ao palco, ovacionado, e só então tira do bolso um papelzinho onde lê, acelerado, para não passar do tempo, um excelente discurso, de convocação para irem ao cinema, de arriscarem-se mais em filmes independentes, como o dele, enfim, brilhante!! Parabéns, Sean você está na história do Oscar, ao triplo!!

Aí eu pensei, mas não falei nada.... iiiih, este é o ano de Anora... Fernanda vai perder pra ela!!...

Deixo o epílogo sobre Sean Baker para a última pincelada!!


12. Melhor Ator

Uma rapidinha, sobre o Melhor Ator, anunciado por Kylian Murphy, o vencedor do ano passado, que não fez que nem Robert Downey Jr, vencedor do ano passado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, quando  exaltou magnificamente os indicados deste ano, individualmente, não, Murhy foi mais em linha geral, nada demais, sem qualquer emoção, e logo chamou os clipes de cada ator e anunciou Adrian Brody, de O Brutalista, realmente merecedor, para aceitar seu 2º Oscar de Melhor Ator. Porém, eu estava a torcer pelo jovem Timothée Chalamet, que fez um Boby Dylan irrepreensível em Um Completo Desconhecido , inclusive cantando TODAS as canções e tocando TODOS os instrumentos. Se ganhasse, seria o mais jovem a ganhar, com os mesmos 29 anos, mas alguns meses mais novo que o próprio Adrien Brody, quando ganhou seu Oscar por O Pianista, 23 anos atrás. …


13. Melhor Atriz e Filme

Bueno, chegando ao final... 

As duas entregas finais do Oscar 2025 foram justamente as duas outras categorias em que concorríamos... Melhor Atriz e Melhor Filme...

A Melhor Atriz do ano passado, Emma Stone, veio, como sóe acontecer, anunciar a Melhor Atriz deste ano, liguei novamente minha câmera do celular. Emma também fez um discursinho geral, sem enaltecer as individualidades, chamou os clipes, a imagem fixou num mosaico de imagens das 5 atrizes presente, eu fixei meu olhar na Fernanda, e ouvi, como já esperava, internamente, face à avalanche de Anora , como já mencionei, Mikey Madison, notei Fernanda sinceramente feliz, mas aí já desliguei a câmera, desanimado, nem quase prestei atenção no discurso, que não foi nada de especial, aliás, ela levou papelzinho, que pegou com seu parceiro ali na plateia.

E .. armei a câmera novamente ... vai que, né ... só que não. Confirmado Anora, como Melhor Filme, e Sean Baker subindo pela 4ª vez ao palco, uma coisa super inédita, somente possível em filmes independentes e de baixo orçamento, que no caso, foi de 6 milhões de dólares. Realmente admirável, mas longe de ser meu favorito... O Brutalista e Conclave eram bem superiores e mesmo o nosso era...

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Espero ter ajudado, a quem não viu a cerimônia, ou parte dela, a ter uma boa ideia do que aconteceu!!

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Eu estava sentindo falta de uma conclusão, então não haverá mais falta.... 

O meu favorito a Melhor Filme, claro que descontando Ainda Estou Aqui, concorreu a 8 Oscars, dentre os mais importantes, mas não levou nenhum!!! Foi o único dentre os 9 demais filmes que me deixou arrepiado!! O filme foi muuuito mencionado, se não foi O MAIS lembrado na cerimônia, nas oito vezes em que estava a concorrer na categoria em tel, mais duas vezes pelo apresentador O'Brien, uma pelo Mick Jaegger, e até pelo Adam Sandler que fez uma aparição cômica sem graça nenhuma, mas ao sair foi até o clone de Bob Dylan, pegou sua cabeça e disse: "Chalameeeet!!", o sobrenome de Thimotée, que encarnou o bardo de forma perfeita, após 5 anos de treino, até aprendendo a tocar violão, gaita e piano!! Um espanto!!!

Um Completo Desconhecido.

A Complete Unknown , no original, em inglês!

Não deixem de ver!

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domingo, 2 de março de 2025

AINDA ESTOU AQUIIII até hoje!!!

Post original de 23 de novembro de 2024.

com as devidas atualizações sobre seu desempenho

em premiações em vermelho itálico alinhado à direita

ANTEEEES ... É HOJEEEEE ... OSCAAAAAR!

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Ontem, fomos assistir ao filme

Ainda Estou Aqui

História de Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, desaparecido pela ditadura.

Ela, por Fernanda Torres, ele, por Selton Mello.

Espetáculo!

Chorei várias vezes.

Vai ao Oscar, com certeza, disputar como Filme Internacinal.

Atualização de 7 de janeiro de 2025: 

Não levou o Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira... aguardemos as nomeações ao OScar, no dia 17 de janeiro

E busca indicação a outros, inclusive Melhor Atriz e Melhor Roteiro, que aliás ganhou o Festival de Veneza, onde o filme foi aplaudido por 10 minutos!

Atualização de 7 de janeiro de 2025

Fernanda Torres levou o Globo de Ouro de 

Melhora Atriz em Dramaaaaa... 

As indicações para o Screen Actors Guild Awards, cujos votantes são os próprios atores e atrizes não se lembraram dela.

Nem o BAFTA, o Oscar britânico. 

É indicado a 3 Oscars, Atriz, fIlme Estrangeiro e Filmeee!!

Outra coisa.... dificilmente um vencedor de Globo por sua atuação de Ouro em Comédia/Musical não leva o Oscar, mas neste ano, temos o espetacular comeback de Demi Moore, vencedora da noite na categoria, que é queridinha de Hollywood. Ela está realmente sensacional... eu vi o filme, Substância, e foi merecidíssimo!

O discurso de aceitação dela foi sensacional.

Vamos ao filme!!!

Uma reconstituição histórica perfeita..

Inclusive da casa deles. Foram buscar uma casa na Urca, que preserva a arquitetura da época, 1971, e a colocaram por computação gráfica na Delfim Moreira 80, hoje o edifício Juan Les Pins.

Elenco jovem muito bem escolhido e treinado.

No final, envelhecimento perfeito de La Torres na fase 25 anos depois..

E ainda 20 anos à frente, uma participação de menos de 5 minutos, de La Montenegro, calada, mas espetacular!

Sala lotada... plateia em respeitoso silêncio, tensão instaurada o tempo todo... Ao final, aplausos...

Aahh estava a esquecer-me de mencionar uma coisa importantíssima do filme: a trilha sonora!! Uma antológica canção de Erasmo Carlos, É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, lançada no mesmo ano do desaparecimento de Rubens Paiva, e que foi ao topo do Spotify por conta de sua associação com o filme.

Pra quem viveu na época, é um verdadeiro desbunde de emoções... Tim Maia, Tom Zé, com direito a citação francesa, com Je T’aime Moi Non Plus.

Interessante como Caetano perpassa por todos os 45 anos do período coberto pelo filme 1971 a 2014.... mas tem muito mais.... e tem a espetacular lembrança de Juca Chaves, com um grande sucesso irônico, crítica política que não foi barrada pela censura: Take Me Back To Piauí!.

Além, claro, das estonteantes menções aos Beatles!!

Não percam!

Atualização de 23 de janeiro de 2025

VIVAAAA!

3 INDICADOS AO OSCAR 2025

1. Melhor Filme Internacional

2. Melho Atriz - Fernanda Torres

3. MELHOR FILMEEEEE!!

<<< no filme           na vida real >>>




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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Até a 15ª casa já estava ótimo!!



O nome deste post será entendido após eu contar esta breve lenda, sobre o surgimento do jogo de xadrez...

Reza a tal lenda que um rajá indiano havia acabado de vencer dura batalha, mas estava inconsolável por ter nela perdido seu primogênito. E se amargurava mais e mais e definhava. Até que no salão do trono surgiu um brâmane que lhe presentou com um novo jogo, que ele inventara em sua cidade, também da Índia.

Em poucos dias, o rajá estava simplesmente maravilhado com os movimentos das peças e logo aprendeu que poderia ganhar batalhas se antecipasse os movimentos do adversário. E se tornou outra pessoa com todas as lições de vida que aprendeu com o jogo, voltou a ter alegria de viver. Falou ao brâmane que pedisse o que quisesse, como mostra de seu apreço. O inventor humildemente recusou, mas o rajá insistiu, um baú de moedas de ouro, uma arca de jóias, um palácio. Enfim, o servo disse que aceitaria grãos de trigo como pagamento. O rajá, rindo, perguntou quanto?
"Simples, Majestade! Quero a quantidade de grãos assim formada: no tabuleiro desse jogo que ora tanto admira, quero um grão pela 1ª casa, dois grãos pela 2ª, quatro grãos pela 3ª casa e que assim se vá dobrando a quantidade até que se chegue à casa 64. Simples assim!"
O rajá e todos os vizires que o circundavam riram com a humilde pedida. Foram então chamados os matemáticos do reino. Após uma calorosa discussão, vieram ter com o monarca para contar-lhe o incrível resultado...
"Majestade, a quantidade de trigo prometida näo seria produzida nem que cada metro quadrado da Índia fosse plantado, e com sucessivas colheitas em 100 anos. Os grãos, então, formariam uma montanha com a base igual à nossa cidade e a altura de 100 Himalaias!"
O tesouro indiano da época só preencheria até a 6ª fileria e só pagaria 0,001% da dívida!

Algo bem mais discreto foi entãoacordado...

Mostrando em números, a continha simples de multiplicar 64 vezes por 2, e somar todas as casas anteriores, nada mais é que o Soma do termos de uma Progressão Geométrica, uma fórmula de vestibular que, neste caso, resultou na bagatela de 18.446.744.073.709.551.615 grãos. 

O que seria? 18 quinquilhões? Pra se ter uma ideia nem o Excel consegui calcular direito esse número. A partir da casa 55 ele começa a encher de zeros.

Bem, este post já se tornou longo demais e a explicação para o título fica para um próximo... 

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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Baby's In Black - A 1ª valsa dos Beatles



Esta é a 50ª edição de OUÇA e LEIA

onde você ouve uma historinha minha 

clicando no Play aqui em cima

conforme saiu no Submarino Angolano de 25 de janeiro de 2025.

e se quiser, lê o que está ouvindo!

Abaixo, a transcrição do texto correspondente!
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Olá comandante e marujos do Submarino Angolano

Aqui é Homero Ventura, direto do Brasil.

Continuamos a destrinchar TUDO sobre as canções de Beatles For Sale, o 4º álbum da banda, que foi lançado em 4 de dezembro de 1964.

E estamos a fazer segundo a ordem que foram lançadas no original britânico

Desta vez é a 3ª do Lado A

3. Baby's In Black  (by John Lennon)

 John clama: 'Eu penso nela mas ela só pensa nele e apesar de ser só um impulso, ela pensa nele. Ah, quanto tempo vai levar pra ela perceber o erro que cometeu?' 

John não se conforma que sua garota está vestindo preto, porque ele sabe que assim, ela está pensando no antigo namorado... ô sina! Ok, a canção é daquelas tipo fifty/fifty entre John e Paul, mas eu a atribuo a John, primeiro por causa do jogo de palavras logo no refrão inicial

"Oh, dear, what can I do? Baby's in BLACK when I'm feeling BLUE' tell me woo what can I DO"

Black e Blue são duas cores, porém a última está em sentido figurado

E deverão se lembrar de

"Please PLEASE Me like I PLEASE you",

E também da conjunção de uma expressão verbal com um verbo, ambos com a mesma escrita, de

"It won't BE LONG till I BE LONG to you",

Essa é uma recorrência de John... foram várias as ocasiões em que fez jogos de palavras 

Além disso, havia uma suspeita de que a garota em questão fosse Astrid Kircherr, a fotógrafa alemã, namorada de Stuart Sutcliffe, ex-companheiro de banda que morreu em Hamburgo, de aneurisma cerebral. Então, o "dressed in black" era pelo luto, e John tinha uma quedinha por ela, "but she was allways in black, thinking of him!". 

Seu ritmo é uma novidade, deliberadamente uma valsa - Pum pa pa Pum pa pa. A principal contribuição de Paul seria na ponte, que eleva a tensão do lamento lá no alto

"Oh how long will it take till she sees the mistake she has made, Dear what can I do…?"

e, claro, na constante harmonia alta com o grave de John ao longo de toda a canção! Uma coisa interessante é essa sílaba final da ponte (made) já é a 1ª sílaba do verso que vem a seguir, no lugar 'oh' da letra original. Belo recurso!

Eles usariam esse revcurso muitas vezes!

Take 7

Baby's In Black foi a primeira canção gravada para o álbum "Beatles For Sale" ainda em agosto, dia 11, antes mesmo da excursão aos Estados Unidos. Foram necessários 14 takes, durante três horas noturnas!!! Apenas cinco deles foram completos. Era John no violão, Pauk na guitarra baixo, George na guitarra solo, e Ringo na bateria. John e Paul cantam juntos a canção toda e por vezes se fica em dúvida de qual é a melodia principal da canção. 

Vocal isolado de John e Paul

A maior dificuldade foi a de George acertar o breve riff inicial de dois compassos, que fez 5 takes abortarem logo no início. 

         A guitarra torta de George

Ele se repete em vários pontos da canção e também na conclusão. Além disso, aqueles choros da guitarra que aparecem espalhados pela canção toda necessitavam da alavanca do trêmolo com que George não estava se dando bem. A coisa só acertou no final quando John se ajoelhava em frente ao parceiro para operar a ferramenta, George confessou anos depois. Os overdubs vieram sobre o último take, com Ringo no pandeiro, John e Paul dobrando seus vocais, e John acrescentando uma guitarra nas ponte e versos subsequentes.

Baby's In bBack ao vivo na BBC

Baby’s In Black foi mmuuuito tocada ao vivo, desde os 38 shows que Brian Epstein marcou para o Natal de 1964,

Baby's In Black ao vivo no Shea Stadium 1965

em todas as turnês, passando pelo Shea Stadium em New York

Baby's In Black ao vivo Candlestick Park, 1966

e foi até o último concerto, no Candlestick Park, San Francisco, agosto de 1966, onde John conta que trata-se de uma valsa!!

E uma das apresentações foi lançada como Lado B do single Real Love, do Projeto Anthology. Note que George não faz ao vivo aqueles tremiliques na guitarra!

Baby's In Black versão original 1964


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John Lennon - uma vida repleta de traumas!!

 



Esta é a 49ª edição de OUÇA e LEIA

onde você ouve uma historinha minha 

clicando no Play aqui em cima

conforme saiu no Submarino Angolano de 14 de fevereiro de 2025.

e se quiser, lê o que está ouvindo!

Abaixo, a transcrição do texto correspondente!
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O dia 8 de Dezembro é uma data notória!

 

         Ela se encaixa, para muitos, num pequeno grupo das datas mais conhecidas pelo Mundo Ocidental, como:

Crescendo instrumental  de A Day In the Life    

 

25 de Outubro de 1917 - Revolução Bolchevique, 

   6 de Junho de 1944 - Desembarque na Normandia,

      22 de Novembro de 1963 - Assassinato de John Kennedy,

         11 de Setembro de 2001 - Atentado terrorista EUA

            5 de Novembro de 2008 - Um presidente negro é eleito nos EUA

               8 de Dezembro de 1980 .....

Crescendo instrumental  de A Day In the Life

 

  O ano, 1980;

     O fato, um assassinato;

        O país, Estados Unidos;

           A cidade, New York;

              O endereço, Rua 72, Nº 1;

                 O local, entrada do edifício The Dakota;

                     A noite, pouco enluarada;

                        O dia, uma segunda-feira;

                           A hora, 22:50;

                     O modo, tiros de revólver;

                 A bala, Dum-Dum, que explode ao atingir o alvo;

            O ferimento, 4 perfurações nas costas;

       O assassino, Mark David Chapman;

    A vítima, John Winston Lennon;

O motivo, desconhecido.

POIS É.... 44 ANOS SEM ELE!!

Final PIANO com o MI de A Day In the Life

 

    Pois é, nesse dia, Sean e Julian perderam o pai, Yoko Ono perdeu o marido, Paul McCartney perdeu seu grande parceiro e amigo, o mundo das artes perdeu um gênio, os defensores da paz perderam seu ativista mais famoso! E, em última instância, porque não dizer, o mundo da música perdeu a esperança de ter os Beatles de volta, da maneira mais trágica e definitiva possível!

Imagine com John Lennon

    Naquele dia, uma lágrima rolou em muitos milhões de rostos por todo o mundo, tristes pela perda, chocados pela surpresa, indignados pela violência. O fato provocou enorme demonstração de consternação, uma das maiores da história, quando, em muitos pontos do planeta, tudo parou por 10 minutos, numa vigília realizada 4 dias depois, em homenagem ao astro desaparecido.

    Terminava então, tragicamente, a passagem de John Lennon pela Terra. Uma vida de sucesso entremeada por momentos traumáticos.

Sons de bombardeios aéreos

     John veio ao mundo numa noite iluminada, em 9 de Outubro de 1940!

     Felizmente, naquela noite a iluminação era apenas no sentido figurado. Mas houve outra, na época, que foi provocada pelo intenso bombardeio alemão que atingia regularmente a cidade de Liverpool, que era, então, o mais importante porto da Inglaterra, porta de entrada das mercadorias provenientes da América, o segundo alvo inglês preferido da  poderosa Luftwaffe, Força  Aérea  Alemã, durante a 2ª Guerra Mundial! Os bombardeios começaram em agosto de 1940 e foram até janeiro de 1942, mais de 4 mil Liverpoodlians morreram! Lennon  já é um sobrevivente, desde sempre... bem... até aquele 8 de dezembro...

Sons de marinha mercante

    O pai de John, Alfred, garçom de navios, abandonou a família logo depois da nascimento do menino e partiu, pelo mundo, num navio mercante. A mãe, Julia, não perdeu tempo e logo se casou novamente. O padrasto, no entanto, não queria saber do filho do outro. John cresceu, então, na casa de Tia Mimi, irmã de Julia. 

         Sons de canção infanti da época de John menino

Apesar do ambiente familiar de classe média, propiciado pelos tios, John cresceu revoltado com o abandono dos pais. Seu comportamento rebelde causava, frequentemente, enormes constrangimentos à tia Mimi.  Ele conseguiu ser expulso do jardim de infância, aos cinco anos de idade, dentre outros eventos!

    Mas, John gostava muito de sua tia Mimi! Assim que ele ganhou dinheiro suficiente com os Beatles, deu a ela, de presente, uma bela casa de praia, toda mobiliada, em que se destacava um quadro com uma guitarra pintada a óleo e uma inscrição em letras douradas que repetia as "sábias e proféticas" palavras dela, proferidas alguns anos antes:

Tudo bem quanto a tocar guitarra, John,

mas não pense que vai ganhar a vida com isso!

 Julia, dos Beatles,

    Aos 15 anos, John voltou a conviver com Julia, e tinha nela, não só uma mãe, mas uma amiga, com seu espírito jovial. Amante do Rock and Roll, que começava a despontar nos Estdos Unidos, ela ensinou a John os primeiros acordes musicais em um banjo. Extrovertida, andava com John para todos os lados, e os amigos dele a adoravam, Paul McCartney, inclusive. Brincalhona, costumava andar com óculos sem as lentes, parava um transeunte e pedia-lhe uma informação qualquer. Enquanto a escutava, Julia coçava os olhos através dos aros, só para ver a reação do coitado!

 Mother, de John Lennon,

    Tudo ia muito bem, até que o destino deu um duro golpe no rapaz: em julho de 1958, quando atravessava a rua da casa de sua irmã para pegar um ônibus, Julia foi atropelada por um policial bêbado, de folga, sendo lançada a metros de distância, e morrendo instantaneamente, aos 44 anos de idade.

Gravação da época pré-fama comStuart Sutcliffde

    No Liverpool Art College, onde estudava, John, por seu temperamento arredio, tinha poucos amigos. O melhor deles, um elogiado aluno de pintura, Stuart Sutclife, era o companheiro de todas as horas, dos bons e maus momentos, das brigas e das farras com as garotas. Por insistência de John, que o convencera a comprar uma guitarra-baixo, Stuart acabou fazendo parte dos Beatles, bem antes da fama.

    Entretanto, o negócio dele era a pintura!

Som de conversas em alemão, ou uma música alemã típica

Em Hamburgo, na Alemanha, onde os Beatles permaneciam longos períodos, eles conheceram Astrid Kirchherr, uma fotógrafa intelectual que logo se apaixonou por Stuart. Astrid foi responsável pelas primeiras e históricas  fotos dos Beatles. Numa dessas viagens, Stuart optou por desenvolver seu elogiado trabalho na pintura e acabou ficando por lá, vivendo com a namorada Astrid. Algum tempo depois, no entanto, morreu, com 21 anos de idade, vítima de um aneurisma no cérebro, lesão provavelmente iniciada em uma das muitas brigas em que se metia juntamente com John. 

 Sons de Hamburgo

Este último carregou, desde então, uma ponta de culpa pela morte do melhor amigo, pois tais brigas eram invariavelmente causadas por ele e sua língua ferina.

Essa perdas marcaram  John sobremaneira… Logo isso começo a manifestar-se em suas composições… Se Paul era quem mais contava histórias, e George falava às pessoas… John se mostrou como o  único Beatle que falava sobre si mesmo … e pedia socorro..

HELP, dos Beatles

Mesmo quando aparentemente está a contar uma história sobre alguém

Here´s a real Nowhere Man sitting in his nowher land…

Ou parece estar a dar conselhos a alguém…

Nowhere mean, please liste, you don´t know what you’re missing, Nowhere Man the world is at your command

… na verdade ele está falando sobre si memso..

JohnLennon É o Nowhere Man….

Apesar do susesso ele se sentia perdido..

Knows not where he's going to 

Isn't he a bit like you and  me


Ou ainda, quando cantava a vida do marido preso à vida do lar assistindo TV

Good Morning Good Morning, dos Beatles


People running round, it's five o'clock

Everywhere in town, it's getting dark

Everyone you see is full of life

It's time for tea and meet the wife

Somebody needs to know the time, glad that I'm here

Watching the skirts you start to flirt, now you're in gear

Go to a show you hope she goes

I've got nothing to say, but it's okay

Good morning, good morning, good

Good morning, good morning, good

.. é sobre ele mesmo que John fala…. John se sentia frustrado, John engravidou Cynthia, não fugiu à reponsabilidade , casou ainda antes da fama e foi o primeiro Beatle a se casar…. Filhinho pequeno … vivia isolado, mas queria ser como Paul….

Mas quando John decidia dar mensagens aos outros, era para o mundo todo…

começou quando descobriu a palavra AMOR

The Word, dos Beatles

Say the word and you'll be free

Say the word and be like me

Say the word I'm thinking of

Have you heard the word is love?

It's so fine, it's sunshine

It's the word, love

E seguia pregando a mensagem definitiva para um mundo sem violências, tudo o que o mundo precisa é AMOR

All You Need is Love, dos Beatles

    Após três anos de fama mundial, os Beatles, influenciados pelo ambiente em que viviam, se tornaram vítimas naturais das vaiagens prometidas pelas drogas alucinógenas, ajudados até mesmo pela ingenuidade de sua juventude, que não estava muito bem informada sobre a magnitude de seu efeito nocivo. Começaram pela maconha e logo chegaram ao LSD, o ácido lisérgico.

    John era sempre o pioneiro nos experimentos e não há dúvidas que muitas de suas melhores músicas foram produzidas nessa época, durante 'viagens' alucinantes, apesar de ele sempre negar. 

Lucy in the Sky with Diamonds

Uma das negativas mais famosas foi quanto à famosa Lucy in the Sky with the Diamonds, acusada de ser uma ode às drogas, por causa das iniciais L, S e D. John negava, veementemente, a influência, pois a inspiração viera de um desenho de Julian, seu primeiro filho, então com quatro anos, que mostrava sua amiga Lucy voando em meio a diamantes. Sim, é verdade, entretanto, após observar a letra da música, povoada por citações como  ....

cellophane flowers of yellow and green... ,

towering over your head,

look for the girl with the sun in her eyes and she's gone

 é... não há como negar alguma influência!

    John foi mais fundo e chegou à beira do abismo! Uma vez, em meados de 1967, gravavam Getting Better, música de Paul mas com uma confissão de John

Getting Beatter no trecho da ponte

I used to be cruel to my woman

I beat her and kept her aparto from the things that she loved..

man I was mean, but I’ve changed my scene

and I’m doing the best that aI can …

 I admit it's getting better…

Paul McCartney e George Martin estranharam a ausência prolongada de John em uma sessão de gravações nos estúdios da EMI em Abbey Road, traçaram seu caminho e encontraram-no no telhado do edifício, pronto para realizar de verdade o sonho de voar que sua mente, então afetada, lhe sugeria em imagens alucinantes.

Cold Turkey, de John Lennon

    John só se libertou das drogas após um intensivo tratamento a que se submeteu em 1971 juntamente com Yoko, em Los Angeles, num momento em que até heroína havia entrado em seu cardápio alucinógeno.

    Profundo admirador de New York e do American way of life (e para fugir do Taxman britânico), John decidiu fixar residência nos Estados Unidos em finais de 1971. Mas não seria nada fácil!

Give Peace a Chance, de John Lennon

Participante ativo de várias manifestações pela paz, John era visto pelas autoridades de segurança americanas como um verdadeiro animal político, e teve todas as dificuldades possíveis para obter permissão para viver em solo americano. A CIA, principalmente e o FBI mantinham vigilância constante em todos os seus passos. Ele fazia parte de um seleto grupo de 7.200 indivíduos considerados muito perigosos pela CIA. Seu telefone era grampeado, seus passei os, tanto a pé quanto de carro, eram seguidos de perto por agentes nada discretos.

Working Class Hero

A pressão era tamanha que chegou a comentar com amigos:

    "Caso algo aconteça a mim ou a Yoko, saibam que não foi acidente! (.....)"

… e todos sabem o que aconteceu, é…

MI final de A Day in the Life, dos Beatles

     Seu Greencard (e de Yo  ko) só foi concedido no início de 1975, após longo processo, quando ele já havia diminuído a zero seu nível de atividade política.

    Em 9 de Outubro de 1975, nasceu Sean, seu primeiro filho com Yoko, após 3 abortos não programados, devido à idade já avançada à época para uma gravidez segura.

Beautiful Boy

   John anunciou, então, que iria retirar-se, completamente, da vida artística por um período indeterminado, um pouco por pressão de Yoko e muito por remorso: John se culpava por não ter acompanhado de forma adequada o crescimento de seu primeiro filho Julian, então com 12 anos, devido à loucura da Beatlemania. Decidiu então que, desta vez, seria diferente!

    Durante quase cinco anos ficou em casa, trocando fraldas, fazendo pão, preparando mamadeiras e dedicando-se totalmente a Sean enquanto Yoko cuidava (e bem!) da administração de seu patrimônio. Só pegava no violão pra cantar para seu filho e ensinar-lhe, ainda que prematuramente, os primeiros acordes.

    Em meados de 1980, decidiu que era hora de voltar!

(Just Like) Starting Over, de John Lennon

Numa viagem para as Bermudas, produziu, em poucos dias, material musical suficiente para encher dois álbuns completos. Numa primeira seleção, montou aquele que seria seu último álbum, enquanto vivo, Double Fantasy, cujo carro chefe era a faixa (Just Like) Starting Over, que, já no título, anunciava o seu começar de novo.

Grow Old With Me, de John Lennon

    Seu retorno foi festejado pela imprensa, que, seguidamente, o chamava para entrevistas. Numa delas, realizada naquela mesma segunda-feira, 8 de Dezembro de 1980, aos 40 anos de idade, um Lennon de bem com a vida desfilou seu clássico humor e, entre devaneios sobre vida e morte, declarou:

"Eu e Yoko já temos tudo planejado 

para chegarmos até os 80 anos!"

     Tudo poderia ter saído conforme seus planos se, na volta dessa entrevista, um certo jovem de Atlanta, que eu prefiro não dizer o nome, não o estivesse esperando em frente ao The Dakota para, após cumprimentá-lo e deixá-lo seguir, apontar uma arma para suas costas e chamar:

                                             "Mr. Lennon!"

Disparos de bala e aquele mesmo MI Final

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