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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Paul McCartney - O Maraca é nosso!!

Este post está em construção, 

ainda preciso de ajuda para colocar 

os vídeozinhos que fiz ao longo do show.

HELP!!


My 

Paul McCartney 


Saturday Dec.16 2023 


was a true...>>>>>>


O Plano Homérico era

1. Sair às duas de casa para o Maracanã, mochilinha com água e fruta e boné e folha com NA NA NA;

2. Chegar no máximo às 3 na fila da Pista Premium; 

3. Entrar no estádio às 5;

4. Posicionar-me no máximo a 10 metros do palco

5. Hidratar, sentar, conversar, levantar, cantar

6. Aguardar até às 9, quando começa o show

7. E tudo com muita reza pros joelhos e a bexiga se comportarem, e que meu Protetor seguisse me protegendo...

Minha posição era ótima!
Resultados do plano:

1. Sucesso

2. Sucesso.. pulseirinha de papel número 120

3. Sucesso

4. Sucesso.. fiquei a 5 metros da grade

5. Sucesso

6. Sucesso... sentado durante 3 horas, até chegar o DJ, quando todos se levantaram e me aproximei quase 2 metros...

7. Sucesso... Meus joelhos merecem todas as minhas homenagens... resistiram bravamente... e a bexiga parece que não gosta dessa agitação... resolveu ficar quietinha, não deu um sinal sequer durante 10 horas... um verdadeiro recorde!

Meu Protetor me protegeu!

E o show foi, decerto, o melhor de minha vida...

O 'pai', como ele se proclamou,  em uma das vezes que usou gíria local, divertidíssimas, mandou muito bem, na produção e no desempenho. Vídeos especialmente produzidos para cada canção, todos maravilhosos, lasers projetando desenhos na cobertura do outro lado do estádio, iluminação móvel fazendo piruetas, um trio de metais magnífico com coreografias simpaticíssimas, e a banda fenomenal como sempre...

O 'pai' alterna as canções de abertura, entre A Hard Day's Night e esta aqui 

Can't Buy Me Love saiu no LP A Hard Day's Night, Os Reis do Iê Iê Iê no Brasil, e Os Quatro Cabeleiras do Após Callypso em Portugal, mas um pouco antes, no 6º Compacto dos Beatles em 1964, tendo a excepcional You Can't Do That no Lado B, quando já haviam coquistado a América

Depois vieram duas pós Beatles

Junior's Farm, que eu não curto tanto assim, e que conheci no All The Best americano... o que me levou a comprar outro All The Best, o do resto do mundo, que tinha Mull of Kintire em seu lugar... Os americanos foram privados da obra-prima...

A canção nº 3 foi Letting Go, de Venus and Mars de 1975, notável por seus riffs de metais que, aliás, foram parte notável do show, e que apareceram nesta canção ainda por trás das grades, junto ao público, como se tivessem chegado atrasaddos... genial!

Na canção nº4, voltou aos Beatles, com She's A Woman, 

Lado B de I Feel Fine de 1964, letrinha meio machista da época... Há quem diga que foi dedicada à maconha, que fora apresentada a eles por Bob Dylan uns meses antes... Não encontrei quando e SE foi lançada no Brasil..

A canção nº 5 foi Got To Get You Into My Life, 

De Revolver, em 1966.... agora  que ele se apresenta com trompete, sax e trombone de verdade no palco, é canção obrigatória... o naipe de metais da canção foi considerado um marco na época. Nos Beatles, retorno em Good Mornig Good Morning em 1967 mas somente foi superado por George em Savoy Truffle, de 1968. Paul declarou tempos depois que o YOU da letra se referia à maconha... ô falta de romantismo, a gente a achar que ele estava a agradecer por ter encontrado o amor de sua vida... a Jane Asher...

Antes de seguir, vou apresentar a vizinhança desde minha chegada ao Maracanã.

Vocês sabem, estar num show de Paul sem ninguém da família com você não quer absolutamente dizer que você está só, você está no meio de iguais, de pessoas que têm a mesma paixão, a mesma alegria de estarem ali por horas, a aguardar a chegada de um ídolo, e que vão conhecer a grande maioria das canções, e pular, e gritar, e chorar ... bem... pular eu não podia, mas gritar e chorar fiz bastante...

Antes houve  os latino-americanos da fila...   dois da Costa Rica, dois da Argentina e um mexicano que já havia assistido aos dois shows na Cidade do México e aquele era o 3º show dele no Brasil, neste ano!! 



Depois na entrada me perdi deles, pois não podia correr, apenas andar rápido, só v…

Ao chegar, a gente já encontra grudados à grade aqueles felizardos bem de vida que pagar quase 3.000 reais para verem a passagem de som... eles chegam ao meio dia e ficam por lá... (o que será que Paul tocou?).

Então assim que me posicionei, sentei-me e naquele tempo bati papo com 3 famílias... uma carioca, Daniele, Vitor e o filho de 14 anos que me esqueci o nome... ao perguntar a ela como começou seu amor pelos Beatles, ela aponto para cima, o marido, que permaneceu em pé o tempo todo. Notável que Vitor apesar de não parecer, tem idade suficiente para ter ido ao histórico show do Maracanã, de 1990, e do recorde Guinness, imbatível, o de 184.000 pessoas a ver um show pago de artista solo (eu era uma delas...) e aquela seria sua 10ª vez num show de Paul. Out…

Como se pode notar, a família descrita é a da direita... veja a camisa do pai...



A da esquerda é de Enrique e sua filha, que não capturei o nome... argentino que ADORA o Brasil.. está sempre aqui e já foi a vários shows de Paul, inclusive os do Monumental de Nuñes (estádio do River Plate) de 2010, e também já estão, ele e ela no 3º show do Brasil nesta turnê... torce mais pelo Flamengo que por qualquer outro time argentino, e declara que o Rio é a cidade mais bonita do planeta!! E já desfilou em Escolas de Samba!!! E iria ficar até a quarta-feira seguin pra ver Ivete no Maracanã!!!

Quando soube que eu era santista, lamentou muito que o Santos tenha sido rebaixado ... e justamente no Brasileirão Rei que assim foi denominado em homenagem ao Pelé, que nos deixou no final de 2022.



A terceira família é de Porto Alegre, do pai  Luciano, da mãe Alessandra, e marcou-me o nome que o pai deu ao filho mais novo... Lucas Lennon... sim, e contou da dificuldade de encontrar um cartório que aceitasse registrá-lo com os dois 'N's necessários à homenagem.... a filha é Jaqueline, a nossa "ventadeira", que dezenas de vezes abanou seu leque para aliviar nosso calor, e também borrifava água na gente, uma delicadeza e altruísmo notáveis. Leva consigo algumas tatuagens, mas a primeira que fez é aquela imagem da capa de HELP, com os quatro Beatles fazendo sinalizações de aeroporto... inclusive convenceu o pai a fazê-lo, sendo essa sua única tatuagem... também estão na peregrinação pelo Brasil, seguindo o nosso Messias de Liverpool em algumas capitais.

Logo em seguida vem uma campeoníssima da carreira solo, Let'Em In, 

De 1976, LP Wings at the Speed of Sound. É Paul abrindo a porta de sua casa a todos, os amigos e a família, um clima de reconciliação (ele chama 'brother John'), e abrigo. No show, Paul está ao piano, seu trio de metais faz coreografias divertidíssimas, e foi a primeira vez que prestei bem atenção ao vídeo do telão, uma sucessão de bandas marciais de todos os cantos do mundo, sensacional!

E segue a carreira solo com 1985,

A primeira contribuição do Band On The Run, de 1974, que tem o nome de um ano, um tremendo rock'n roll, com Paul seguindo na seção piano, a canção é também favorita das excursões, e foi somente ali que percebi que os Lasers que saíam do palco faziam desenho lá na cobertura do lado sul do Maracanã (o palco estava no lado norte)... simplesmente sensacional...

Ainda seção piano, de cauda, bem entendido, em que Paul fica lá no alto, e de lado para a plateia, vem Maybe I'm Amazed,

Aquela que eu ainda considero a sua melhor composição solo, e que foi lançada no 1º LP, chamado apenas McCartney, em abril de 1970, ainda antes de Let It Be, que foi em maio. Lembrando que o álbum foi o primeiro em que Paul foi one-man-band, gravando todos os instrumentos, inclusive aquele magnífico solo de guitarra que foi reproduzido perfeitamente ali ao vivo, por Rusty Anderson. 

Maybe I'm Amazed é linda demais, e com uma ponte em que Paul mostra todo o seu potencial vocal. Hoje, já não igual como dantes, mas que ele faz questão de cantar. É em homenagem à Linda, sua primeira esposa, ainda no primeiro ano de casados... E veja como a plateia canta junto.... mesmo uma letra bem complexa... É Beatles contribuindo pra galera aprender inglês.

A seção piano de cauda termina em Grandíssimo estilo, com a canção mais bonita que Paul fez neste Século XXI, 

My Valentine, feita para sua então noiva, hoje esposa Nancy, que, aliás, estava presente ali, como ele anunciou em português. Ele a cantou na primeira vez pra ela no dia do casamento, olha só!

É a segunda vez que Paul usa esse nome feminino, Valentine, que é a expressão aplicada às namoradas, em inglês. A primeira foi em uma das primeriras canções que fez, aos 15 anos, em homenagem ao seu pai, o velho Jim, When I'm 64 (sim, ele tinha 15 anos quando fez essa obra-prima!), que foi lançada apenas em Sgt.Pepper's, 12 anos depois.

My Valentine foi uma de apenas duas originais McCartney no álbum Kisses on The Bottom, de 2011 sendo as demais grandes clássicos da música americana…

Agora ao violão, Paul brinda a galera com 

I've Just Seen a Face, uma canção lado B do álbum HELP! original de 1965, . Aqui no Brasil o Lado B era bem diferente, abria com Ticket to Ride, mas depois tinha outras canções que não haviam saído, uma delas aliás, I Feel Fine. 

Coloquei o ponto de exclamação pois foi assim que o álbum teve que ser registrado na Inglaterra, pois já havia outro LP chamado HELP.

Bem, essa canção é uma country animadíssima, que nem sei se saiu no Brasil... eu só conheci mesmo quando saíram os CDs na década de 1980.

E agora, vem um dos melhores pontos do show, minha modesta opinião, aliás, não, minha abalizada opinião... hehehe... a sessão toda é sensacional

Paul segue no violão e a banda toda ali ao lado deles no palco mais baixo, agora com o baterista Abe Laboriel Jr de pé, tocando mais escovas, o tecladista Paul Wix Wickens de pé, sem teclado... vai tocar gaita logo na canção a seguir (ai que me arrepio) e os dois guitarristas o moreno Rusty Anderson e o loiro Brian Ray também com violões, este último num baixo acústico. A primeira da sessão foi

In Spite Of All The Danger. Antes tem uma historinha.... John, Paul e George (e dois outros membros do Quarrymen) entraram em um estúdio de rua em 1958, ano em que eu nasci, e gravaram em um acetato, aquela que é considerada a primeira gravação dos Beatles, embora eu só chame de Beatles mesmo quando Ringo entrou na banda, em agosto de 1962

Porém... me arrependi de ter parado de filmar... é que Paul adorou a reação da galera, provavelmente de outras ocasiões em que tocou a canção... e ele incita a gente a cantar o Ô Ô Ô Ô a capella, e a banda toda volta de novo... encaixadinha...

É de chorar!! 

Felizmente, ele fez isso ainda mais uma vez e eu consegui pegar um pouquinho!!

Desculpe a emoção com... cantei alto demais... Mas a emoção iria aumentar....

Como numa cronologia, a próxima canção foi justamente a segunda gravação dos Beatles... a primeira em Abbey Road, e já como Beatles de facto, com Ringo na bateria!

Era Love Me Do....

Lançada em 5 de outubro de 1962.. vinha ao mundo o primeiro disco dos Beatles... e... no mesmo dia mês e ano... 007 também veio ao mundo... coincidência cósmica... ambos fenômenos vivos até hoje..

A gaitinha fenomenal que John tocava foi tocada por Wickens!

Foi de chorar ...  Novamente...

Ainda com a mesma configuração de palco, Paul aparece com um bandolim e o apresenta para a plateia.... e antes de começar di: "Tá irado!" para gáudio de todos nós, e começa um momento muito gracinha e muito esperado, graças à atuação do baterista. A canção é 

Dance Tonight, que abre o álbum Memory Almost Full, de 2007... aliás, quando ele lançou esse álbum chegaram a dizer que era um aviso de que ele estava prestes a parar... e lá se vão 16 anos, e não há sinais que isso ocorra... ainda bem...

E também faz quase igual tempo que a apresentação ao vivo começa sem bateria, pois o baterista Abe fica dançando magnificamente durante 2/3 da canção, notem ali, mais à direita, sensacional. O multi-instrumentista Wickens pilota um acordéon!!

Não percam a conta... já foram 16 canções!

E agora todos deixam o palco e vão descansar ... menos Paul e seu violão, que ficaram ali firmes... e ele vem mais para frente.... e começa a tocar ... e o novo palco sobe... e a frente do novo palco é outro telão.... produção maravilhosa.... e as imagens são de uma noite azulada ... e pássaros negros voam .... sim, era 

Blackbird... grande sucesso de 1968 do Álbum Branco, nome popular de The Beatles, o 9º da carreira.... uma canção Lennon/McCartney só de Paul, inspirado pelo movimento negro, forte na época, ano de assassinato de Martin Luther King Jr... e já começando sua preocupação com o mundo feminino... exaltava as garotas negras, as "black birds" (tratamento inglês) a alçarem seus vôos. 

O povo, como sempre, cantando tudo junto... e eu também...

Ainda lá em cima, Paul ainda ao violão, faz o costumeiro anúncio..."Essa música é para meu querido amigo John!" todos já sabiam... era 

Here Today, que foi lançada em 1982, no álbum Tug of War, último a chegar ao topo da parada americana, até Egypt Station, de 2018.

Lembrem-se, John havia sido assassinado em dezembro de 1980... Paul e os demais Beatles passaram 1981 de luto, com pouquíssima produção... e seu parceiro fez essa linda canção, que ele toca em todos os shows e SEMPRE se emociona... tenho um áudio dele em que ele conclama as pessoas a dizerem 'Eu te amo!' para as pessoas enquanto elas estão vivas... é ele a lamentar-se que nunca disse isso a John.... mas está a se redimir disso em todos os seus shows das últimas décadas. 

Na canção, é o momento mais emocionante…

E agora Paul está àquele mesmo piano multicolorido em paleta psicodélica que nos encantou em 1990 no mesmo Maracanã, quanto cantou Fool on The Hill, e a plataforma girava e girava e girava,  round and round and round... não... não era o mesmo ... percebi logo depois.... agora é um piano vertical sim, mas a pintura não é pintada, é uma tela digital, cujo tema varia...

Paul não veio com Fool On The Hill naquele piano mas sim, com 

Lady Madonna, sucesso de um single do começo de 1968, mais de Paul que de John, em homenagem às mães lutadoras que passam sufoco para criar seus filhos, arranjo com piano e metais ótimos, também, esqueci de mencionar ali em cima. No telão, um vídeo especial mostrando essas mães com seus filhos a tiracolo em vários cantos do mundo e atletas inglesas de vários esportes, sendo que apenas corredoras quando todos cantávamos "Seeeee how they ruuuuun"... muito bom!!

Na canção 21, Paul volta ao baixo Höffner para cantar 

Fuh You, de 2018, álbum Egypt Station... decerto eu teria outras dezenas de canções da carreira solo para sugerir.... não sei por que Paul se esquece de RAM de 1971, meu álbum favorito da carreira solo (não.. não é Band On The Run), que tem pelo menos 7 canções mais expressivas que Fuh You,  ou mesmo de do álbum Red Rose Speedway, de 1974, que eu ouvi muito, e tem pelo menos meia dúzia de canções mais expressivas que Fuh You... 

Nesse sentido, Fuh You, Paul!!!

Já na 22, ainda no Höffner, Paul leva um clássico solo, 

Jet, de Band On The Run (1973), grande sucesso, um de dois singles do álbum que chegaram ao topo da parada americana, que eu adoro, mas que até hoje não entendo aquela parte da letra  
"And Jet, I thought the major was a lady suffragette!" ... 

Tenho pra mim que ele foi ao dicionário de rimas buscar uma rima para 'jet' e achou bonitinho lembrar das excepcionais batalhadoras pelo voto feminino no Reino Unido durante a 1ª Guerra Mundial.

Estranha ou não, a galera canta a letra inteirinha!!

Bueno, a canção seguinte ficou sem vídeo, porque decidi ficar alguns momentos apenas como assistente embasbacado do astro corresponsável pela trilha sonora da minha vida.... Só fiquei babando e cantando.... o que não me impede de mencioná-la aqui, com os devidos comentários!!!

Being For The Benefit of Mr.Kite foi lançada no esplendoroso Sgt.Pepper's em 1967 fez digna parte daquela revolução. Ideia original de John, Paul a tem cantado nas últimas turnês pois clama ter participado bastante da letra, que é um cartaz anúncio de um circo do Século XIX, que John comprou, emoldurou, namorou, e começou a imaginar uma canção com aqueles dizeres todos, e tocou uma melodia tipo marcha, que no meio passa para valsa, e que na gravação tem inovações técnicas surpreendentes, incuindo fitas cortadas por tesoura em trechos de 30 centímetros, tudo juntado e jogado para o alto e remontado aleatoriamente, ideia de George Martin, o grande produtor, um clima de circo total, como John queria. Espetacular!

Quando vi que Paul apareceu com o ukulele, retomei a câmera do celular. Eu sabia que ele ia tocar 

Something!

Logo, Paul disse que era para o 'meu amigo George', e começou a tocá-la no arranjo que ele criou para o Concert for George, de 2002 no Albert Hall, que começa com  aquele cavaquinho chique (que George adorava) e depois o abandona para tocar o arranjo original, inclusive com o melhor solo romântico de rock da história, criado  e tocado por George uma vez só e gravado perfeitamente no último espaço de fita que havia disponível, na esplendorosa seção de agosto de 1969, última seção de gravação de Abbey Road. No show, quem o reproduz quase à exatidão, pois nós fãs não permitimos que se faça de outra forma, é Rusty Anderson, tudo acompanhado no telão por…

A câmera permaneceu ativa, pois Paul disse algo assim 'Vamos tocar esta canção e depois eu digo: Agora vocês!'... e vi armar-se ao meu redor um exército de soldados armados com coloridos balões de plástico... eles sabiam a batalha que iriam lutar... era

Ob-la-di Ob-la-da!

Ah, como ouvi essa canção aos meus 10 anos... e não foi no Álbum Branco, não, foi num single, um compacto que saiu em todo mundo menos no Reino Unido. E acho que só ouvi o Lado A, pois não me lembro de ter ouvido, ou se ouvi, não entendi, em minha meninice, a esplendorosa While My Guitar Gently Weeps, varreu-se-me da memória..... e acho que meu irmão, provedor dos LPs lá em casa, 13 anos mais velho que eu que ele era, falhou e não comprou o Álbum Branco lá pra casa.... não me recordo absolutamente… 

Ali ao vivo, foi um espetáculo multicolorido, inesquecível. Paul agradeceu depois!

Canção 26?

Band On The Run, do álbum de mesmo nome, de 1973... o álbum de maior sucesso de Wings, e que tem a particularidade de ter sua base toda tocada por apenas dois instrumentistas, Paul e Denny Laine,  e mais sua esposa Linda, que é café-com-leite.  Na edição final, já nos AIR Studios, de George Martin, outros instrumentistas foram chamados para overdubs. É que quando Paul anunciou que iria, sempre inovador, fazer a gravação em Lagos, capital da Nigéria, o baterista e um dos guitarristas simplesmente desistiram da empreitada. Paul tocou bateria, teclados, guitarra e baixo, Denny Laine, recentemente falecido, na guitarra e percussão. Ah, sim a café com leite tocou teclados.... 

Houve problemas sérios em Lagos, Paul e Linda foram atacados por ladrões com facas, tudo foi roubado deles, inclusive gravações, tiveram que fazer tudo de novo, Paul passou muito mal com o calor, Linda achou que ia morrer... enfim... péssima escolha, e tenho pra mim, que Paul pagou ali mesmo por abandonar o outro lugar exótico que cogitou para fazer a gravação... Rio de Janeiro!

Agora, 

Get Back!! 

A canção, gravada ao vivo no Show do Rooftop da Apple em 30 de janeiro de 1969, e que materializou-se em single dois meses depois e no LP Let It Be em 1970, também era o nome do projeto de retorno às origens da banda, de shows ao vivo. Ficaram aquele mês todo gravando e filmando, tudo saiu no 5º filme dos Beatles, mas o que está em voga hoje é o documentário de 2021 dirigido por Peter Jackson que fez milagres de som e imagem e encantou todo mundo com uma visão bem mais positiva daqueles dias.

E Peter Jackson foi chamado para fazer a edição que nos encanta ao longo da performance no show no telão... ele escolheu somente os momentos de muito humor e graça e risadas e caretas, decerto é a montagem mais positiva possível.

E o documentário de 2021 nos revelou como ela surgiu, do nada, com Paul em seu baixo Höffner tocando alguns acordes em frente a George e Ringo, parece que estava recebendo do além a inspiração. Sensacional.

Canção 28?... 

Let It Be 

Lançada em single e no LP de mesmo nome, em 1970, cada uma delas com um solo de guitarra diferente de George... e o solo do show não foi nenhum deles...  mas estão perdoados...

Deixa estar, foi o que a mãe Mary disse a Paul em um sonho, e materializou-se numa das mais lindas canções dos Beatles... tão tocada que já cansou um pouco... hehehe. No show, ele a canta ao piano de cauda, no telão, lanternas amarelas sobem aos céus, e é decerto o momento em que mais se veem as lanternas dos celulares da platéia!!

Desculpem por não dar zoom no vídeo de Get Back, para que pudessem vê-lo melhor... é que estava tão embasbacado com o video que não tirei os olhos...

E vem o momento de tocar fogo no palco.

Live and Let Die, canção tema do filme de mesmo nome de 1973, com a primeira aparição de Roger Moore no papel de James Bond, grandíssimo sucesso, candidata ao Oscar de Melhor Canção Tema (perdeu para Barbra Streisand, uma pena). Considerada uma das mais perfeitas canções tema de 007, pois captura a ação como poucas naquela ponte instrumental em orquestração pesada, e volta ao clima de romance, e ainda tem um trecho de reggae, Paul sendo o ousado Beatle mais uma vez.

E já é tradicional a pirotecnia..... naquela ponte , logo após cantado o título, 12 canhões de fogo explodem simultaneamente, a gente ali na frende sente a onda bem quente!!! E os raios lasers à toda e fogos de artifício por toda a parte... demais demais.... o vídeo capta bem imagem e som... mas não registra o calor.....

A canção que fecha o jogo em seu tempo normal é a de nº30, uma conta certa para a mais certa de aparecer em shows de Paul, desde aquela 1ª vez no Maracanã de 33 anos atrás... eu ouvi lá..... e Macca a tocou em cada uma das mais de 100 vezes em que subiu ao palco desde então.

Hey Jude foi inspirada na triste canção (sad song) por qual passava o menino Julian, aos 5 anos, não entendendo por que seu pai John havia saído de casa e abandonado a mãe Cynthia, e Paul dizia a ele que tornasse aquela uma canção melhor (make it better)

Em tradução livre poder-se-ia dizer: Faça desse limão uma limonada.

A canção tem três versos e duas pontes tudo todos sem repetição de letra, tem rimas ricas e internas sensacionais (BAD-SAD; HEART-START, AFRAID-MADE, SKIN-BEGIN, DOWN-FOUND), tem uma bateria que e…

O jogo, então terminou empatado, com todos os presentes felizes, e foi pra uma prorrogação...

E ela começa em alto estilo!!!

Com John Lennon dividindo o vocal com Paul McCartney.

Sim, graças a Peter Jackson, grande beatlemaníaco e diretor de cinema, que domina a tecnologia de separar cada um dos sons de um áudio, e que denominou MAL, em homenagem a MAL Evans, histórico roadie dos Beatles, mas que também é sigla para Machine Assisted Learning, a gente tem, ali, no telão, John Lennon no Rooftop da Apple cantando 

I've Got a Feeling junto com Paul no palco.... é simplesmente demais.

A canção é uma pura Lennon McCartney, mas no sentido que junta uma canção de Paul com outra de John. Eles perceberam tratarem-se dos mesmo acordes e as juntaram genialmente!

A gravação ao vivo foi a mesma que foi ao LP Let It Be, mesmo com um pequeno erros de John na letra!

O show está chegando ao fim e Paul leva aquela canção que termina os shows da Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta.... 

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band - Reprise

Aliás, interrompo a parte musical para um pouco de poética... na verdade quero que apreciem sílabas poéticas... e apreciem como a língua inglesa é mais objetiva que a nossa... conte as sílabas poéticas da primeira frase do refrão.

We're Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band

Contou? São 10 vezes que se abre a boca.

Agora faça o mesmo com a tradução em português

Nós somos a Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta.

Controu? São 21 vezes...

Fim da pausa poética...

Bem, vocês sabem o Sgt Pepper's é um álbum conceitual, imaginado por Paul, com a tal banda sendo um alterego dos Beatles. O show abre com a banda se apresentado (We hope you will enjoy the show) e termina com a banda se despedindo (We're sorry but it's time to go!).

Calma... tenho video dela sim, mas é que Paul emenda com a canção seguinte e nem deu tempo pra dar o stop!!! Não era o final do show!! (sabíamos, claro!). Ainda tinha

Helter Skelter

E o vídeo que então começa é espetacular, bem no clima da canção, um túnel em que entramos em alta velocidade, estonteante, alucinante, que dá até bolhas nos nossos dedos... desculpe, não pude deixar de mencionar a fala de Ringo Starr ao final da gravação, registrada em disco, quando termina de tocar aquela que é considerada a canção pioneira do Heavy Metal.

Paul não se furta a cantá-la mesmo sendo de muito esforço para sua já um pouco combalida voz.

Lançada no Álbum Branco em 1968, ela infelizmente inspirou um certo Charles Manson a comandar os assassinatos de Hollywood, que matou Sharon Tate grávida de 9 meses, de Roman Polanski, e que marcou muito aquele menino de 10 anos.

E finalmente... (que pena.... as pernas já não se aguentavam, mas certamente ficaríamos mais uma, duas, 10 horas se fosse...) vem o GRAN FINALE...

Golden SLumbers - Carry That Weight - The End

E cabe aqui um pequeno tratado sobre esse FIM.....

É que mostra quão geniais eram os Beatles...

Explico: o matemúsico Paul elaborou a Equação do Amor

"And in the end, the love you take is equal to the love you make!"

E achou que seria uma ótima canção para terminar o medley, justo.

Só que o medley era previsto estar no Lado A do novo LP que viria a ser chamado Abbey Road (de 1969), mas mudaram para o Lado B, o que acabou sendo ótimo, pois finalizava o disco..  mas apenas o disco... eles não tinham ideia de que aquele seria o último disco dos Beatles, então a carreira dos Beatles termina com uma canção chamada The E…

Os apressados dirão "aaaah mas o disco não termina com The End..."

Sim, é verdade, mas o plano era terminar com The End... só que apareceu uma Rainha travessa... Her Majesty havia sido abandonada pelos Beatles, pois não se encaixara direito na métrica do medley, mas existia uma política na EMI de que nada dos Beatles se perderia, então um técnico, na calada da noite, viu que havia essa canção e, simplesmente a colocou no final da fita matriz...

Tanto não era o plano de ela estar ali que as primeiras capas prensadas não tinham Her Majesty e a última era The End.... Incrível!!

Sim, antes do FIM, há duas canções, que antes de fazerem parte do medley, haviam sido criadas para serem elas próprias um medley, como seu compositor Paul queria.... e, no começo da gravação, elas eram uma só, dennominada Goldens Slumbers/Carry That Weight.... mas ao longo das gravações elas viraram duas canções separadas!

Goldens Slumbers tem uma melodia de mais de 200 anos e a letra de Paul, e virou uma canção de ninar... ela se junta muito bem melodicamente a Carry That Weight, de uma frase só, "rapaz... cê vai carregar essse peso por muuuito tempo" os 4 Beatles gravaram esse brado em uníssono....ai ai ai... e o peso foi bem alto pra dois deles, com um sendo assassinado (John) e o outro quase (George), quando levou quase 20 facadas de um maluco que invadiu sua mansão, vindo a morrer dois anos depois, de câncer, mas acelerado por sequelas do ataque.

E na emoção, eu me enganei e em vez de apertar a reversão da Selfie, eu apertei Stop....

Fiquei p... da vida até me desconcentrei mas retomei...

E no meio de Golden Slumbers e Carry That Weight, com tudo intensamente orquestrado, reaparece You Never Give Me Your Money, a canção que abre o medley, agora com um verso diferente

Até ali, Paul está ao piano de cauda e vem um solo de bateria de Abe levemente estendido em relação ao de Ringo e, ao final do solo, Paul já aparece na guitarra, e no telão surgem imagens incríveis, com criaturas fantásticas e psicodélicas, enquanto rola a declaração de amor ao mundo "Love you ... Love you ... Love you..." com Paul / Rusty / Brian fazendo solos de guitarra alternados a la Paul / George / John, 3 solos cada um, e chega Wickens ao pianinho sensacional e todos enunciam a Equação do Amor fechando a canção... o medley... o disco... a carreira... o show... 

Um verdadeiro GRAN FINALE.

TERMINEEEEI!

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