Aqui, a primeira parte do Depoimento de Pedro, um Geólogo Parte 1: Apenas um Contrato
Parte 2: Desbravando e Descobrindo
Sonhos realizados?
Sim, muitos sonhos realizados! Minha vida é a confirmação daquela frase “cuidado com o que você sonha, pois os sonhos podem se tornar realidade...”
O que eu sonhava então?
Sonhos simples, de um menino suburbano simples............
Sonhava com aventuras e viagens........nada mais que aventuras.....aventuras de vários tipos............, dentre as várias, a aventura de conhecer a floresta amazônica, a aventura de viajar pelo mundo afora.......conhecer outros países, rincões distantes e desconhecidos.......... e aventura foi o que não me faltou na vida...........
A começar por ser solteiro e morar em Belém na década de 70.............Será que alguém aí pode imaginar o que significava ser solteiro e morar em Belém em 1978?????? Se alguém morou em Mossoró durante o seu boom na década de 80, este alguém terá uma pálida idéia do que era Belém em 1978. Vejam bem o ano, 1978! Imaginem o mundo em 1978...........O que é que havia e o que é que não havia ainda no mundo em 1978? Foi assaz interessante ser solteiro em 1978 e morar em uma pensão dentro de um convento de freiras, por um mês, em Belém do Pará. Lembrem-se que para as famílias sérias e conservadoras da época não poderia haver um lugar mais seguro para se enviar filhas e sobrinhas que necessitassem passar uma temporada em Belém do Pará do que uma pensão dentro de um convento de freiras católicas, onde havia hora marcada para se chegar de noite, certo!? Tsst, tsst, tsst,........rss, rss, rsr....
Passei e presenciei aventuras inenarráveis em um documento público............Imaginem que caldeirão de culturas diferentes era a turma de petroleiros estagiários sendo treinados em Belém em 1978. Gente de todo o Brasil, e como a maioria dos geólogos de então, gente de todo o interior do Brasil. Geólogos na década de 70 vinham dos subúrbios de grandes cidades ou de remotas cidades do interior. Boy surfista de zona sul não fazia Geologia..........Eu conheci gente que nunca havia visto um côco na vida (“que fruta verde é aquela que tem um canudo dentro?”), gente que não sabia o que era um urubu (“que pássaros pretos são estes?”) (e Belém era cheio deles.......), gente que se embebedava tanto que acordava na sarjeta espancado e assaltado, gente que nunca havia visto o mar, gente que foi cobrada duplamente em uma churrascaria rodízio de tanto que comia, gente que oferecia................para...............na Praça da..................em troca de..........., bem, é até melhor parar porque provavelmente vocês não acreditariam mesmo nas histórias que eu presenciei e vivenciei........
Depois vieram as aventuras na região amazônica...........seja nos mares distantes do Amapá, seja nas florestas da Bacia do Solimões. Imaginem voar de monomotor de Belém para Amapazinho, sobrevoando toda a Ilha de Marajó a 2000-3000 m de altura, vendo toda aquela beleza exótica. Próximo a Amapazinho havia uma antiga base aérea americana do tempo da guerra, e nos arredores se contava a história de um senhor que dizia: “Um dia caiu uma coisa do céu (até então, ele nunca havia visto um avião) e eu fui lá ver o que tinha acontecido. Ocês imaginam que havia uma coisa branquela de cabelo vermelho e que gritava e acenava para mim em uma língua que eu não entendia e eu fiquei com tanto medo dele que passei fogo no sujeito.” Era um piloto americano que havia “sobrevivido” a uma queda de avião durante a Segunda Guerra Mundial........ Imaginem entrar em um helicóptero sem GPS e voar mar adentro em meio à chuva tropical e tentar achar plataformas tão distantes da costa que o combustível só dava para a ida. Era achar ou achar........ou então cair por falta de combustível.....Havia o temido ponto de no return.......a partir dali não havia mais combustível suficiente para se voltar para o litoral caso a plataforma não fosse achada........

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A seguir, a Parte 3: Aprendendo e Ensinando
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