(ou Sperling expelindo ideias)
"Após cometer suicídio, desci as escadas do prédio utilizando apenas os cotovelos e os joelhos. Fui até a farmácia mais próxima e perguntei se eles tinham algum remédio....
... Ele (o atendente da farmácia) me respondeu entoando uma velha canção medieval que falava sobre os quasares e as constelações distantes, nas fronteiras do universo, e sobre como ele amava a arte de confeccionar cestos de vime.
... Tentei remover o míssil, mas por mais que eu puxasse, nada acontecia; do nada, a moça começou a chorar muito e a se esfacelar na minha frente. Ainda tentei pegar os seus pedaços que caiam no chão, e remontá-la, mas foi em vão, logo ela era um morrinho de areia gordurosa e onomatopaica."
Estes são trechos do último post do Blog SOMESENTIDO (entenda como quiser). O blogueiro é Rafael Sperling, um nome de quem vão ouvir falar muito. O blog existe desde 2009, com uma média de um post por semana. Nonsense com todo sentido, passeando pelo escatológico, pelo realismo fantástico, defina como quiser, mas sempre surpreendente, e mágico.
SOMESENTIDO tem mais de 400 seguidores (uau!), que o acompanham fielmente, e comentam, ó só que inveja, a uma média assombrosa de 20 a 30 comentários por post! Aqui, a íntegra daquele post: http://somesentido.blogspot.com/2011/05/um-passeio-ate-farmacia.html . Confira mais alguns outros!
SOMESENTIDO tem mais de 400 seguidores (uau!), que o acompanham fielmente, e comentam, ó só que inveja, a uma média assombrosa de 20 a 30 comentários por post! Aqui, a íntegra daquele post: http://somesentido.blogspot.com/2011/05/um-passeio-ate-farmacia.html . Confira mais alguns outros!
Neste ano, a média de publicações do SOMESENTIDO baixou para um post por mês, não por isso menos genial, porque ele se dedicou à finalização de seu primeiro livro,
Festa na Usina Nuclear.
A notar que o título é apenas um dos 25 contos que o formam, escrito em 2010, e foi registrado como nome do livro antes do tsunami do Japão. Não deixa de ser uma coincidência interessante. O livro foi lançado em junho, tem tido boa repercussão, e despertado o interesse de gente que faz, como por exemplo, de Marcelino Freire. Veja como ele descreve as emoções ao ler o livro (íntegra do post, aqui):Vim vindo de avião e rindo e curtindo a imaginação do Rafael. A graça com que ele segue fabulando, nomeando personagens. Sem delongas, sem “querer ser”. Naturalmente o texto dele desliza, ironiza. Quando conta de um casal pedindo um filho via delivery – um barato. Ou quando ele nos ensina a quebrar um ovo. E, até, quando exalta a palavra “puta”. Puta palavra! Porra! A literatura, com o livro do Rafael, não está mesmo morta.
O livro tem orelha de escritor renomado, o André Sant'anna, o que é uma baita 'plus', mas dou mais valor à dedicatória que Sperling faz, não a alguém da família, ou a um amigo inspirador, ou a algum professor em especial, mas a ...
... todas as pessoas que sofreram com abusos; às crianças que não receberam amor suficiente de seus pais; aos artistas plásticos, atores, e músicos que lutam por um lugar sob os holofotes; aos que estavam fazendo provas de vestibular e ficaram sem tinta na caneta; às pessoas que nunca conseguiram ganhar nada com raspadinhas de jornaleiro; às pessoas que foram acertadas por fezes de pombos quando menos esperavam; aos que têm vizinhos desafinados que insistem em cantar todos os dias aos berros; aos nerds que ficaram dependentes de jogos de RPG; às pessoas que tropeçaram e bateram com o dedão; aos que ligaram para programas de televisão, mas não conseguiram participar; aos que estavam comendo açaí e mancharam suas roupas; aos que deixaram cair moedas de cinco centavos em bueiros; aos que foram acertados por catarro de espirro alheio; e às pessoas que tiveram suas bebidas retiradas pelo garçom antes de terem terminado de beber.
Não precisaria dizer mais nada, né?
Um outro lado de Rafael, na verdade, seu primeiro lado, é a música. Pianista, compositor e produtor musical; já fez música para cinema, TV, teatro, games. Tem alguns dedos dele na trilha do filme "Não se preocupe, nada vai dar certo" , onde foi assistente de Edu Lobo. E compôs algumas das canções infantis que Xuxa canta (?!) 'para baixinhos', portanto, também na linha do nonsense (HeHeHe)!
Veja aqui algumas entrevistas com Rafael:
Homerix Sem Exageros Ventura
Um outro lado de Rafael, na verdade, seu primeiro lado, é a música. Pianista, compositor e produtor musical; já fez música para cinema, TV, teatro, games. Tem alguns dedos dele na trilha do filme "Não se preocupe, nada vai dar certo" , onde foi assistente de Edu Lobo. E compôs algumas das canções infantis que Xuxa canta (?!) 'para baixinhos', portanto, também na linha do nonsense (HeHeHe)!
Veja aqui algumas entrevistas com Rafael:
- uma entrevista com a Saraiva Conteúdo, neste link
- uma entrevista para um site do Cronópios, neste link
Para comprá-lo, várias formas:
- uma entrevista para a CBN, neste link
É isso!!Pelo site da editora neste link aqui ou nos sites da Travessa e da Saraiva. Pra quem for do Rio, é possível comprar nas lojas da Travessa, ou na própria sede da editora, o Espaço Oito e meio (Travessa dos Tamoios 32, loja C - Flamengo). É um espaço muito bonito, aberto ao público, estão todos convidados a visitá-lo!
Se eu pudesse comparar literatura com pintura,
eu diria que ler um conto de Rafael Sperling
é como admirar um quadro de Salvador Dali!
Homerix Sem Exageros Ventura
Rafael Sperling é, de facto, o novo gênio da literatura burguesa carioca.
ResponderExcluirApesar de parecer nonsense, eu gosto dos textos do sperling. Ele tem poemas bem legais que eu ainda pretendo musicar. Muito bom Sperling!!! =DDDDD Continue assim e que venha o próximo livro!!! By the Way, quando poderemos ver algum livro do Homero Ventura?
ResponderExcluirAbraço!
Li o Festa na Usina Nuclear e curti muito. É escatologia, é realismo fantástico. Mas não sei não, com minha formação de ciências sociais tendo a ver coisas... crítica social não sei, mas os textos de Rafael Sperling me fazem pensar. Indico!
ResponderExcluircara, MORRI com esse livro.
ResponderExcluirSorte que trouxe meu Ipad comigo, pra poder comentar isso daqui de baixo.
Aaaaaaaaaahhhh!!! Rafael Dali Sperling!! Aaaaaaaahhhhh
ResponderExcluirImpossível não viciar nos textos do Sperling :) Notável ver como as palavras saem criando vida própria nas obras desse garoto. Acompanho o trabalho dele há mais de 1 ano e recomendo.
ResponderExcluirGenial. Sim, genial.
Esse livro é muito sucesso! As associações surreais que ele faz, ao mesmo tempo que nos causa um espanto pelo estranhamento ao cotidiano, nos leva ao encanto das metáforas, ora críticas do comportamento humano, ora cômicas pela consistência da narrativa.
ResponderExcluirFala sério! Dali deixa muito a desejar se comparado com o Rafael Sperling! Rafael seria Bosch, porra!!
ResponderExcluirnão tem nada melhor do que o nonsense e o delirante (Burroughs que o diga), principalmente um nonsense que faça sentido dentro de um todo. o Sperling delira como ninguém, mas sem jamais perder o fio da meada. incrível como consegue evocar tanto lirismo grotesco e mesmo assim continuar dentro da mesma unidade. é preciso habilidade.
ResponderExcluirEu comecei a seguir o blog do Sperling no meio do trajeto, ano passao, e não me arrependo sequer por um segundo. Vagando por ideias absurdas, comentários abusivos e imagens surreais, Rafael Sperling cria uma realidade alternativa para quem quiser navegar e se divertir com ela. Com uma linguagem leve e temáticas não convencionais, ele contruiu seu primeiro livro, "Festa na Usina Nuclear", o qual fiquei anciosamente aguardando durante meses para poder comprar. Eu não posso dizer que seu estilo é para todos os públicos, até mesmo porque quando mostrei a minha mãe um conto ela freneticamente perguntou aos astros o porquê do filho dela ler esse tipo de coisa. Aliás, acho que vale comentar aqui, que certo dia sonhei que Rafael Sperling havia criado um novo estilo literário, chamado "Radicalismo". Quem sabe meu sonho não vira realidade?
ResponderExcluir"Rodrigo Moon, espero que este livro faça teu cérebro excretar uma gosma roxa. Abraços, Rafael Sperling.", essa foi a dedicatória que recebi.
Sem hesitação recomendo este livro para quem quiser fugir dessa realidade e se divertir com as palavras de Rafael Sperling.
Acompanho o blog Somesentindo faz é tempo. As vezes eu fico rindo, outraz vezes fico um tempo processando o que li. Eu nem sei expor em palavras o que acho sobre os textos de Rafael, mas sem dúvida é bom e ele tem talento, que só.
ResponderExcluirBeijos
acabei clicando no blog dele agora e me surpreendi. demais! gozei!
ResponderExcluirBom, a primeira vez que eu descobri o blog do Rafael tomei um choque; fiz logo um comentário super elogioso, ago do tipo " De todos os contistas que eu já encontrei na blogosfera, você é o melhor". Ainda continuo com esta afirmação, e digo ainda, muito difícil fazer o que ele conseguiu no blogspot - eu praticamente viciei em entrar todos os domingos na página do Sperling só pra ver se tinha um texto novo.
ResponderExcluirComprem e devorem o livro; garanto que não irão se arrepender!
parabéns pela resenha e sucesso aos destemidos escritores contemporâneos!
ResponderExcluirO primeiro conto do Sperling q eu li foi "um passeio até a farmácia".. foi assim: eu lia 2 frases, mijava de rir, ia me limpar, e voltava. isso aconteceu sucessivamente umas 200 vezes, até que, no final do dia, consegui terminar esse conto, com uma tremenda dor abdominal que já compensou ter matado a academia nesse dia. depois os outros contos foram pura alegria ;)
ResponderExcluirPorra, dificil encontrar um cara jovem, ainda vivo e que faça algo revolucionario dentro da literatura. É um livro fantastico, desapegado de qualquer regra literaria, uma loucura do caralho que faz todo o sentido do mundo.
ResponderExcluirRafael excreta catarro lírico desobstruindo por tabela minhas vias respiratórias, o que o torna uma leitura de utilidade pública. Recomendo também como alternativa à insulina em casos de acúmulo danoso de melosidades poéticas na corrente sanguínea. Muito bom!
ResponderExcluirEu nem lembro como topei com o blog do Sperling (que eu chamo - e ele a mim - de 'Clunsti' graças a um texto dele), só lembro que li e dei muita risada daquela escrita tão inteligente e tão escrachada. Eu acredito que o Rafael seja um desses escritores que você ou ama ou odeia, e que com certeza, deixará a sua marca na literatura porque não dá para ler alguma coisa dele e simplesmente esquecer: é uma maneira de escrever tão autêntica que será reconhecida imediatamente mesmo que não conste a autoria.
ResponderExcluirCreio que o "Clunti" seja desses tesouros que causam inveja literária nas pessoas.
Conheci o blog do Rafael em 2009 e o cara é sensacional. Contos que pegam coisas banais e nos fazem pensar sobre elas.
ResponderExcluirEle vai longe.
Já que todos aqui descrevem como conheceram o (texto do) Rafael, o que eu posso dizer é que a primeira frase, da primeira coisa que ouvi era sensacional. Era algo como "Repitam comigo, sou uma amora bela e resplandecente no jardim". Toda a leitura foi uma experiência sinestésica. Foi mesmo. Daí em diante li seu blog e prestei especial atenção às coisas que ele escreve. Porque na boa, o cara manda bem.
ResponderExcluirA Festa na Usina Nuclear é a ficção na seu mais puro estado de fissão!
ResponderExcluirA cada conto, frase por frase, a radioatividade enriquece um pouco mais o risco de levar o leitor, ou reator, ao limite extremo de sua capacidade,
e, com muito azar (ou sorte, pra quem quiser mesmo aproveitar o melhor da Festa)
transformar o tédio em Césio, o sentido em câncer, e uma boa dose de raios gama em uma boa dose dum raio de uma grana para esse homem que por pouco não se chamou Homem! (Preferiram Rafael Sperling, mesmo...)
"Festa na Usina Nuclear" é uma estreia promissora. O Sperling combina referências literárias e pop num estilo que faz um comentário sarcástico ao nosso mundo fragmentado e materialista. É um livro para ser relido, pois o material mais intrigante se encontra nas entrelinhas. Sua opção narrativa pelo absurdo força o leitor a encarar o mundo em que vivemos sem cerimônias e perceber que as metáforas utilizadas pelo autor nos encaram todo quando saímos de casa, nos conectamos na internet ou ligamos a TV. Sperling tem muito a oferecer em termos de escrita e devemos incentivar o surgimento e cultivo de talentos como este. Tudo de bom, DRR
ResponderExcluirAaah, o Rafael.! haha. Ainda não tive a oportunidade (diga-se dinheiro. o tal do estudante falido é foo--) de comprar o livro, mas ainda pretendo tê-lo em minha estante. Sou seguidora do blog do Sperling desde o ano passado, se não me engano, e é um ótimo lugar pra passar o tempo quando se está sozinho em casa, deprimido fazendo nada de útil na net.. você é imediatamente transportado pra outro mundo, a cabeça do Rafael, do qual você nunca sabe o que vai sair de lá de dentro!
ResponderExcluirQuando ele me disse que ia lançar o livro, lembro de ter pedido inúmeras vezes pra fazer dedicatória especial pra mim, e agora que vi um trecho dela fiquei felizíssima constatando, olha só, não é que ele escreveu a dedicatória (também) para mim! - risos.
Vale muito a pena conferir o trabalho do garoto. E ainda quero vê-lo tocando também! rs
Sim, o texto dos pais que pedem uma criança como quem pede uma comida em casa é perfeito. Faz pensar na atitude das pessoas. E tudo o que nos faz pensar, mudar nos olhos de direção, me impressiona. Conheci o blog por indicação de uma amiga garimpeira e achei muito original, e bom!
ResponderExcluirO livro é ótimo, faz rir, e "limpa a cabeça", como disseram. É bom saber que a boa literatura não pára!
Sperling homem-bomba sem credo
ResponderExcluirBem, pelo menos é um livro. de papel. com capa. título. e nome do autor. Porque tinha que ter algo de normal nessa história toda.
ResponderExcluirParabéns pelo livro e pela resenha aqui no blog do Homerix, Sperling, curti muito!
Homerix... por tudo o que li do Blog do Sperling, fiquei curiosíssimo de entrar nele...
ResponderExcluirPaulus
Eu tinha uma outra visão do processo criativo do Sperling. Preciso digerir essa nova informação ali junto do meu travesseiro ouvidor de mágoas.
ResponderExcluirabraço grande.
Muito bom!
ResponderExcluirÉ além de louvável muito animador ver que é possível sentir essa reação da galera diante dos teus devaneios e da (literatura?)das esquinas e butequins.
grande abraço e parabéns!
Ao Rafael: parabéns eu já disse uma outra vez. Queria mais registrar como é legal ver alguém surgir dos blog's e se destacar com algo realmente bom, e também como é legal ver o rosto, a voz e as expressões por trás do criador.
ResponderExcluirMe senti representado tb!
Nossa, que maravilha! Desejo muito sucesso com o livro. Vou esperar o fim do mês e já vou garantir o meu. Vendo a entrevista me deu super vontade de devorar o livro.
ResponderExcluirSeu livro e sua escrita são únicas, brou. Fico muito contente mesmo como as coisas estão crescendo e como mais pessoas estão podendo ler suas doideras. Sempre acreditei que só a poesia salva. Sua escrita tira as pessoas do lugar. Que venham mais entrevistas, divulgações, livros!
ResponderExcluirOlá Homerix!
ResponderExcluirObrigado pela visita!
Nossa! Não sabia que você era blogueiro à tanto tempo, parabéns, você é o cara!
Através de sua escrita você expressa muito bem sua personalidade, a sensação é de que nos conhecemos há muito tempo.
Até mais...
Ola Homero, passei para conhecer teu blog.Vou acompanha-lo.Muito bom ...Parabéns....feliz dia dos pais.Virgínio Miranda.
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