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domingo, 12 de maio de 2013

O Discurso do Rei


Uma história real e, além disso, uma História Real, podem dar a Colin Firth o Oscar de Melhor Ator por um desempenho firme como um Rei nada firme, em “O Discurso do Rei. Ele está perfeito como o Rei que não devia, muito menos queria, ser Rei. Como descubro numa fala do filme, nunca antes na história daquele país, um Rei novo sucedia um Rei vivo! Um povo que prezava o seu Rei como voz da Nação iria conviver com um Rei gago.
No maior escândalo real da História  Real inglesa, o legítimo herdeiro ao trono, David (que escolheu Eduardo VIII como nome Real) abdicou para se casar, mas com quem?
Com uma plebéia,
    ainda por cima, divorciada,
        ainda por cima, duas vezes,
            ainda por cima, americana,
                ainda por cima, feia....

Óssóqstuação, repara!

Para completar a real tragédia Real, o próximo na linha de sucessão era George, um apagado, porque gago, primeiro-irmão. E como se isso tudo não bastasse, a Inglaterra estava prestes a entrar em guerra com a Alemanha.

Nem sei porque esperaram 70 anos para fazer um  filme real para essa história realmente, como direi, Real!

Colin Firth deve ganhar o Oscar, não apenas porque ele está es-pe-ta-cu-lar, mas porque já levou o Globo de Ouro (para Drama) e o Bafta (prêmio inglês) e o SAG (os atores são os juízes). Poderia haver alguma dúvida, se o seu par vencedor do Golden Globe  (para Musical/Comédia), o improvável Paul Giamati, estivesse entre os 5 indicados.

Análise dos demais indicados:
  1. Ameaça real #1 : Jeff Bridges de Bravura Indômita, mas ele já ganhou em 2010, aliás, fazendo o mesmo papel, um velho gordo e bêbado;
  2. Ameaça real #2: o quase sempre ótimo Javier Barden pelo filme Biutiful (assim mesmo). O quase fica por conta de seu péssimo desempenho como o namorado brasileiro de Julia Roberts em "Bocejar, Afundar, Dormir", grande sucesso de 2010. Sobre o filme, já me disseram ser mais pesado que o Ronaldo (sorry, Fenômeno!). Mas ele é espanhol, e estar concorrendo ao prêmio de ator principal já é grande honra.... se bem que já houve Roberto Benigni....
  3. Dos outros dois concorrentes, nada se deve temer, afinal são dois fedelhos, o Jesse Eisenberg por A Rede Social”, e o James Franco por “127 horas”, que ainda têm muita farinha pra comer. (ou será que a Academia vai pregar uma peça apenas para dar um Oscar a um ator mais jovem de todos os tempos, ou coisa que o valha?) 

Portanto, barbada!! Portanto, já merece a ida ao cinema!

E merece também, por Geoffrey Rush, como o instrutor, fonoaudiólogo, terapeuta, ator shakespeariano frustrado, profissional informal não diplomado, que tentava resolver o problema do irreal Rei, um dos pontos altos do filme  a travar ótimos diálogos, ironias, regras, com seu paciente real. Rush não tem chance de ganhar o Oscar que disputa, de ator coadjuvante, pois este já tem dono, o Christian Bale de O Vencedor(clique no nome para ler crítica que escrevi sobre o filme). Mas ele já ganhou o Oscar dele, e na categoria principal, há 15 anos, quando estreve brilhante em “Brilhante”, na pele de um pianista. E brilhante também esteve no papel de Capitão Barbossa, em dois dos filmes da trilogia Piratas do Caribe (clique no nome para ler texto que escrevi sobre a trilogia).

A mulher do R-R-R-Rei George VI é feita por outra candidata ao Oscar, a coadjuvante Helena Bonham Carter, que coleciona ótimos desempenhos em sua carreira de 25 anos, os últimos 10 ao lado do sempre surpreendente Diretor Tim Burton. Ela está ótima como aquela que nós conhecemos como a Rainha Mãe, a simpática e longeva (morreu com 102 anos de idade) mãe da Rainha Elizabeth. Aliás, muito legal ver a pequena Elizabeth, futura Rainha Elizabeth II, e sua irmã Margret, ainda como meninas, pessoas que estão conosco até hoje! Só que escolheram atrizes mirins excessivamente bonitas para representá-las, quando sabemos como elas ficaram quando cresceram.

Para terminar, declaro imperdíveis as cenas de abertura e fechamento do filme:
  1. O filme abre com o então-ainda-só-irmão-do-futuro-Rei  tendo que enfrentar uma multidão no Estádio de Wembley para ler uma mensagem de seu pai, em frente a um ameaçador microfone. Cena tensa, Colin perfeito, nós tensos com ele (e querendo enfiar a cara na poltrona);
  2. Destaco, com ênfase, a seqüência clímax do filme, que vem a ser o motivo que lhe deu o nome, quando George VI faz o discurso à nação inglesa informando que seu país entrara em guerra com o país de Hitler, ironicamente, um orador mais-que-perfeito. Cena tensa, Colin mais-que-perfeito, nós tensos com ele (e sentindo o momento histórico);

Well, I believe that's enough for today, James!

E, com que então, já estou a meio caminho de poder dar uma opinião sobre meu candidato a Melhor Filme deste ano. Infelizmente, o meu candidato até agora, com cinco filmes conferidos, A Origem (clique no nome para ler crítica que escrevi sobre o filme), não tem chances... 


Homerix Sem G-G-Gaquej-j-jar Ventura

2 comentários:

  1. Paulus conferindo....

    É, apesar de não ter visto este filme, como outros, devido ao meu atraso de fuso cinéfilo, acho que realmente o Oscar irá (goes to!!!!!) Colin, apesar das ameaças reais #1 e #2.
    Sinto, mesmo sem ter visto, a ausência, nesta cerimônia de um merecido premio para Geoffrey Rush, cujos personagens citados por você, principalmente mim, como o "brilhante" pianista e verídico... foi sensacional!!!!!!!!!!!!

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  2. Homerix,

    Há uma teclinha muito útil no meu controle de TV, sap, que me permite assistir filmes no idioma original. De outra forma, não vejo. Simples assim.

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