Portanto, leia o texto pensando estar em 2005!
Nesse tempo, ele se separou da mulher... E casou com outra...
E cantou para Obama... E gravou outros 7 CDs...
E lançou documentário ... e lançou livro de letras ...
E fez centenas de shows pelo mundo,
Como sempre, com mais de 3 horas, sem beber água!
E já voltou à estrada, após a pandemia!
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Há uns três meses tenho estado acometido da Síndrome Noticiosa Aguda. Explicando: estou viciado em notícias via FM, enquanto dirigindo meu carro .... música, só entre 19:00 e 20:00 (“Esta é a Voz do Brasil!”). Nas últimas semanas, porém, outro poder se “alevantou”, salvando-me temporariamente do vício: chegou em casa uma caixinha com três CDs, encomendados via internet. O primeiro que ouvi (claro!) foi o novo disco de Paul McCartney, chamado “Chaos and Creation in the Backyard”. Trata-se do 20º disco de estúdio de Sir Paul (sem contar os discos ao vivo) desde que deixou os Beatles, há (pasmem!) 35 anos. Desde então, venho prestando atenção aos detalhes, entendendo as letras, ouvindo e re-ouvindo este que é, sem dúvida, o seu melhor disco em 20 anos. As notícias ficaram para trás, por um momento!
Esta é a terceira vez que Paul se aventura a ser um ‘One-Man-Band’. Isso é para poucos! O primeiro disco solo, McCartney, em 1970, também foi o primeiro deste tipo, em que ele é o único instrumentista, mostrando todo seu talento. Foi até sintomático aquele lançamento, pois, na primeira vez em que canta solo, ele ‘manda um aviso’ aos outros Beatles: ‘Não preciso de vocês!’. Nem deles, nem de ninguém: tocou, além do baixo elétrico (sua especialidade), guitarra, bateria e piano. Aqui, cabe um esclarecimento: tocar tudo não significa tudo ao mesmo tempo! Primeiro grava-se uma base com a música toda, com piano ou guitarra, com voz ou não, depois se vai acrescentado um a um os instrumentos que faltam. Recurso disponível com a tecnologia de estúdio.
Entretanto, aquela não foi a primeira vez em que tocou algo diferente do que o seu querido baixo Hoffner (só se ficarmos no instrumentos de cordas). Em 1969, ainda Beatle, quando estava de férias, John apareceu à porta de Paul, que morava perto de Abbey Road, e disse: ‘Vamos para o estúdio!’ Ele havia acabado de compor uma ode a sua lua de mel com Yoko Ono, “The Ballad of John and Yoko”, e não queria deixar de registrar. Como George e Ringo também estavam de férias, porém, fora da Inglaterra, resolveram tudo eles mesmos: John além de ser o guitarrista-base, como sempre, fez também o papel de George, tocando a guitarra solo, e Paul, normalmente só baixista, fez também o papel de Ringo, tocando bateria. Num dos momentos da gravação, John, tocando guitarra, perguntou a Paul, tocando bateria: “All right, Ringo?” E Paul respondeu: “Yeah: George!” A brincadeira foi lançada em compacto e foi um grande sucesso, como sempre! Os outros dois Beatles não gostaram muito, mas, afinal, ganharam sem trabalhar!
Claro que, depois daquela primeira aventura super solo, ele montou algumas bandas até fixar um novo grupo, Wings, e saiu fazendo shows pelo mundo. Seus maiores sucessos no início da década foram “Another Day”, “Maybe I’m Amazed” e “Live and Let Die”, esta última, tema do sétimo filme de James Bond. Fato interessante do começo desta fase é que, sem fazer shows ao vivo há mais de cinco anos, desde o último show dos Beatles, em Candlestick Park , San Francisco, em 1966, ele estava inseguro quanto à sua capacidade no palco. Então, começou a tocar, de graça, e sem aviso, nas universidades dos Estados Unidos, assim quase que batendo à porta dos reitores das escolas e se oferecendo: ‘Podem abrigar um show de uma banda que está começando?’. Dá para imaginar o furor que eram aquelas incertas!
Aliás, incerto foi também o começo da nova banda, mas ela acabou se firmando com alguns bons discos, o melhor deles, ”Band on the Run”. A fase Wings foi marcada também pela prisão de Paul, em Tokyo, por porte de maconha. O acontecimento proporcionou as únicas 24 horas seguidas em que ficou sem a companhia de Linda, sua mulher desde 1968 até 1997, quando morreu de câncer, sem dúvida, uma bonita história de amor. Já a cannabis também foi companheira de Paul durante uns bons 15 anos! Ele foi o último dos Beatles a embarcar na onda daquela juventude, no meio da década de 60. Muitos ingleses nunca se esquecem de sua declaração na TV, admitindo o consumo, com aquela carinha de anjo: não viu necessidade de mentir. Ele não foi tão fundo nas drogas como John, mas acabou por adotar a maconha como inspiradora mental. Até fez uma de suas canções com letra dedicada ao hábito, “Got To Get You Into My Life”, do disco ”Revolver”, de 1966. Sabiam? Notem bem a letra: parece que ele agradece por ter encontrado alguém que mudou sua vida mas, na verdade, esse ‘alguém’ é a marijuana! Releiam a letra com mais atenção: ele começa com ‘I was alone, I took a ride, I didn’t know what I would find there. Another road where maybe I could see another kind of mind there!’, e termina perguntando ‘What are you doing to my life?’. Só entendi isso quando li relato dele mesmo no livro “Many Years From Now”, de sua autoria.
Quando Wings terminou, ele lançou o 2º disco tocando tudo, em 1980, ”McCartney II”. Só que, naquela oportunidade, usou e abusou da música eletrônica, moda na época, e acabou produzindo um disco estranho, que tinha pérolas como “Temporary Secretary”, que ele teve a coragem de lançar em ‘single’. Mesmo assim, ainda conseguiu um hit, com “Coming Up”. Durante a década de 1980, ele lançou discos como Paul McCartney, simplesmente, sem montar uma banda fixa. Foram alguns bons discos com algum sucesso comercial, dos quais meus favoritos são “Pipes of Peace”, “London Town” e “Tug of War”. Fez interessantes parcerias com Michael Jackson (“The Girl Is Mine” e “Say, Say, Say”) e Stevie Wonder (“Ebony and Ivory”) que foram grande sucesso. Sozinho, marcou um grande hit com o compacto “Mull of Kintire”, homenagem ao local de sua casa de campo na Escócia, que vendeu, só na Inglaterra, mais de 3 milhões de cópias, um recorde do Guinness. A canção, linda, é marcada por uma sinfonia de 100 gaitas de fole. No final da década, resolveu fazer uma excursão mundial, preenchendo mais da metade do repertório do show com canções suas da época Beatle. Antes, a concessão era de uma ou duas, apenas. Foi um delírio, sucesso absoluto, e lhe rendeu mais uma inscrição no Guinness, recorde até hoje não superado: reuniu, em recinto pago, o maior público para um artista solo, em outras palavras, 183.000 pessoas, no Maracanã, em abril de 1990. E eu era uma delas, claro!
Na década de 90, uns poucos discos, entre eles o “Unplugged – The Official Bootleg”: Paul foi o primeiro a gravar, em disco, o show acústico ao vivo promovido pela MTV, que começara em 1989. Ele quis evitar a gravação pirata (‘bootleg’) que sempre acontecia com os outros artistas convidados, mostrando, mais uma vez, seu tino comercial! Fez outra excursão mundial, em 1993: ele esteve no Brasil, em São Paulo e Curitiba, e eu não pude ir devido a compromisso profissional, ‘shit’! O fato mais marcante da década, entretanto, foi o câncer e a morte de Linda, sua companheira de quase 30 anos, em 1997, mãe de seus três filhos até então, mais um ente querido levado pela terrível doença. Treze meses de luto depois, veio o flerte com Heather Mills, modelo-loira-ativista-anti-minas-nomeada-para-o-Nobel, namoro, casamento e, finalmente, sua última filha, Beatrice, hoje com dois anos de idade. A volta ao trabalho foi em 2000, com um disco chamado ”Run Devil Run”, que tinha apenas três inéditas McCartney (uma delas, a música título) e era puro Rock & Roll. Marcante foi a banda que ele amealhou. Qual outro artista poderia dar-se ao luxo de ‘contratar’ um baterista como Ian Paice, do Deep Purple ou, mais ainda, tirar da aposentadoria de seis anos o lendário David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd? Outra marca do retorno à vida artística, foi a gravação do DVD ao vivo no Cavern Club, ou melhor, na réplica da birosca onde começara sua carreira, mais de 40 anos antes, tocando muitas das canções do disco.
O relacionamento com Heather foi inspirador de muitas das canções de seu disco ”Driving Rain”, de 2001, de relativo sucesso. Junto com ele, a excursão “Back To US”, dedicada apenas aos Estados Unidos. No título, uma brincadeira com um dos grandes sucessos da era beatle, “Back To USSR”. Quase 30 cidades americanas foram visitadas, shows em ginásios de basketball, todos lotados. Felizmente, uma delas foi Houston, onde morava, e eu tive o privilégio de assistir. Imediatamente, desbancou “In The Flesh”, de Roger Waters, do posto de ”Melhor-Show-Que-Eu-Já-Assisti!”, não só pelas canções, mas também pela cuidadosa (e audaciosa) produção, banda impecável e, principalmente, pelo carisma de Paul, extremamente simpático, conversando muito com a platéia, contando muitas histórias divertidas. Uma verdadeira benção! Minha família e os felizardos houstonianos tivemos o privilégio de ouvir algumas canções beatle que jamais haviam sido executadas em público, com destaque absoluto para “She’s Leaving Home”, balada magnífica presente em ”Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, de 1967. Jamais ela poderia ser cantada ao vivo, naquela época. Infelizmente, esta canção não está presente nem no CD nem no DVD que reproduzem o show, o que somente reforça o caráter de exclusividade da audição ao vivo. Obrigado, Paul! No DVD, com excelente edição, é mostrada a grandiosidade da excursão pelos Estados Unidos, com todo o equipamento sendo transportado de cidade a cidade por seis gigantescos ‘eighteen wheelers’, como os americanos gostam de denominar aquelas enormes jamantas de cinco eixos e 18 rodas (daí, o nome). Nas imagens da platéia, entrecortadas com imagens do show propriamente dito, alguns dos melhores momentos são retratados: a presença de estrelas como Michael Douglas e Jack Nicholson sorrindo como crianças, a mescla de jovens, velhos e outros nem tanto, acompanhando as letras das canções e, no momento mais tocante, um quase cinqüentão (como eu), ouvindo calado os acordes de “All My Loving” com os olhos marejados, as lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos, não se sabe se recordando o passado perdido, ou emocionado e agradecido por estar presenciando um show do maior artista vivo deste planeta.
Depois de um recesso para dedicar-se à gravidez de Heather e aos primeiros meses da vida de Beatrice, dedicou-se ao presente lançamento, que ora passo a descrever, brevemente. Desta vez, a aventura de tocar tudo veio acompanhada de muita musicalidade e inspiração. “Chaos and Creation in the Backyard” é generoso: são 13 canções, todas de autoria de Paul. O disco inteiro foi bem recebido pela crítica e vai bem com o público, saindo facilmente da rotina beatlemaníaca do oba-saiu-mais-um-disco-de-Paul-e-vou-comprar-mesmo-que-seja-uma-droga! Escrevo sobre ele aqui neste link.
O disco está sendo levado na mais nova excursão de Paul, “US”, novamente somente para olhos, ouvidos e corações americanos. A patuléia ignara do ‘resto do mundo’ terá que esperar pelo DVD. Bem, claro que, no palco, ele está acompanhado de vários instrumentistas, não dá para reproduzir a mágica de estúdio. O nome da excursão é, novamente, um magnífico duplo sentido com o nome do país US (United States) e a idéia de compartilhamento ‘Us’ (Nós), em contraponto a ‘Me’ (Eu), garantindo que, no palco, não está sozinho, como no disco, ou ainda, dando uma idéia de união entre ele e o público que o ouve. Mais uma vez, Paul é partícipe de um “Pela primeira vez ...”: em uma das ‘performances’ do show, Paul e sua banda acordaram os astronautas da Estação Espacial Internacional pela primeira vez com uma performance ao vivo. Normalmente, os astronautas são acordados por música gravada. As canções escolhidas foram “English Tea” e “Good Day Sunshine”, esta última de ”Revolver”, muito apropriada para quem está acordando com a luz do sol batendo firme nos olhos, como nenhum outro ser humano pode apreciar. Vi a cena: lá no alto, dois astronautas, um americano, que dava piruetas de felicidade, em gravidade zero, ao lado de um soviético que parecia não estar lá muito bem entendendo o que se passava.
Bem, como já visto, Paul adora nomear suas excursões de maneira inteligente. A do ano que vem, como eu previra há anos atrás em conversas com amigos, deverá se chamar “Now I’m 64” , clara alusão ao grande sucesso “When I’m 64” , uma canção ao estilo vaudeville lançada em ”Sgt.Peppers...”, em que ele se imagina velho, caído, temeroso se ainda teria a companhia de sua amada, numa situação de futuro então muuuuito distante: ‘Will you still need me, will you still feed me, when I’m sixty-four?’. Em 18 de junho de 2006, ele completará 64 anos e, se tudo correr como planeja, ainda estará muito ativo, rodando, desta vez, pelo mundo, encantando a galera. Felizmente, o Brasil está em seus planos!
O título deste artigo foi inspirado em uma coincidência tripla. O segundo disco que ouvi da encomenda foi o novo lançamento de outros sessentões, que também estão ainda ‘Rolling’: os Stones. Profético foi Mick Jagger ao nomear a banda, lá no início da década de 60, baseado em uma passagem de um grande sucesso de blues que dizia: ‘Rolling stones gather no moss’, traduzindo, ‘Pedras que rolam não criam limo.’. E eles vêm seguindo aquela máxima há mais de 40 anos: para não criar limo eles seguem na estrada, nunca ‘disbanded’, como fizeram os Beatles, Pink Floyd e tantas outras bandas de rock, continuam fazendo shows pelo mundo. Quando morreu um importante membro, Brian Jones, substituiram-no e seguiram adiante, ao contrário de Led Zeppelin, que encerrou a carreira quando morreu o baterista John ‘Bonzo’ Bonham. Enfim, seguem fazendo seu rock’n roll. Se bem que, no caso deles, já entrou na categoria ‘Rug’n Roll’. Dá pra notar a idade deles, mas só nas faces: no palco, a energia, principalmente de Mick, é contagiante. A máxima deles é bem direta, já admitiram: se dá para seguir faturando, por que não? A segunda parte da coincidência também é porque eles também produziram o melhor disco deles em muito tempo! Não sou especialista na carreira deles, mas garanto ser o melhor dos últimos cinco que ouvi. São 16 canções (foram até mais generosos que Paul), todas de autoria Jagger/Richards, umas poucas baladas e muito rock, blues e ritmos dançantes. Uma última parte da coincidência fica por conta do título do disco: “A Bigger Bang”, portanto, como no disco de Paul, falando em ‘Criação’.
Bem, comecei este papo, vejam bem, apenas para recomendar o novo disco de Paul, acabei falando sobre sua carreira solo, e terminei, vejam só, mudando até de artista! A sorte de vocês é que ainda não ouvi o terceiro disco, o último dos Titãs, outros que admiro muito e que caminham a passos largos para se tornarem dinossauros do rock.
Abraço!
Ótimo texto!! Obrigado
ResponderExcluirIncrível! A gente lê, lê e lê mais ainda....e não se cansa!
ResponderExcluirValeu muito a leitura, vou escutar Paul McCartney agora mesmo !
ResponderExcluirExcelente post
ResponderExcluirUm relato e tanto. Feito no capricho. Mas permita-me duas correções. Espero que não se importe porque afinal se enganar com fatos relacionados aos meninos Beatles é a coisa mais natural do mundo. Afinal são muitas informações diferentes sobre o mesmo assunto, como saber quem está falando o certo? Mas aqui pósso de garantir que Paul ficou longe de Linda muito mais que 24 horas quando foi preso. Ele ficou encarcerado por cerca de nove ou dez dias! E foi bem quando Linda gritou contra e informou que ele não ficava longe dela. Que nunca tinha ficado longe dela desde que se casaram. Pois ficou por vários dias em companhia de prisioneiros. Morrendo de medo. Já até pensava que teria de ver se a família poderia se mudar para Tokyo. Havia a possibilidade dele pegar 8 anos de prisão. Felizmente não foi assim e ao cabo de dez dias, ( ou nove) ele saiu. Linda já tinha ido embora há alguns dias. E a turma Wings também. Ele voltou sozinho para casa.
ResponderExcluirOutro engano é quanto a autoria do livro Many Years from Now Não é dele embora pareça ser. É com informações vindas diretamente dele. Mas o autor do livro é nada mais nada menos que Barry Miles, o velho amigo dos anos sessenta que era o editor chefe do Jornal International Times. A propósito o lançamento desse jornal da contra cultura foi possível graças a Paul que o financiou. Miles se tornou biógrafo especialmente dos poetas da Geração Beat. Ele organizou o livro, gravou o que Paul falava , editou...cortou algumas coisas a pedido de Paul ( teve alguma censura sim, mas não em demasia) enfim, o livro é dele. Não de Paul. Mas com Paul contando a historia.
Agora é apenas uma questão de gosto mesmo. E também de convicção Vi que você aprecia "Temporary Secretary" e Paul também pois a incluiu no seu disco bonus com suas favoritas. Eu não me conformo. Eu me sinto entristecida quando lembro que Paul ousou compor aquela musica. Para muitos ela é boa pela música em si. Gostam não sei bem do quê. Mas é direito de cada um.
ResponderExcluirMeu problema não está na música e sim no seu signficado Como mulher não há como aceitar musicas machistas. Quanto desrespeito às secretárias. Me fez lembrar de uma coisa parecida que foi lançada por volta de 1960. Cha Cha Cha de la secretaria. E como me lembro das pessoas cantando e dizendo que era exatamente assim...Que as secretárias eram contratadas tamnbém para serem usadas sexualmente pelos patroes. Isso era considerado natural na época. Mas eu sempre tive a mania de pensar. Ficava pensando que estava errado, que não devia ser assim. Diziam o mesmo sobre enfermeiras que sempre satisfaziam os desejos dos médicos. É o machismo instuticional que não tem a menor graça e aceito por muitas mulheres também. Lamento muito Paul ter feito aquela música. E se alguém pensa que é exagero, que a letra pode ser vista de outra forma...vejam a capa. Ali não há margem para dúvidas. É Paul com um pensamento de homens de meia idade dos anos 50!
Há outras músicas de Paul com sinais de machismo. Mas nenhuma tão abertamento quanto Temporary Secretary. Gente, Beatle machista não dá. Então me lembro que ele não é racista, não é homofóbico, e não é especista...O que eu queria? A perfeição? Isso não existe.
E sinceramente penso que ele mudou de lá para cá. Nunca mais vi nada nem parecido com machismo em suas músicas ou declarações.
Quanto a Heather Mills não há confirmação que ela tenha sido indicada para o Nobel. Há confirmação que ela realmente sofre de um problema muito sério que é a necessidade de mentir. É bem provavel que tenha inventado essa indicação. Não há como provaar que disse a verdade nem que mentiu porque os indicados ficam com seus nomes guardados em segredo só sendo revelados cinquenta anos depois.
Ela porém ganhou prêmnios como Children in Need. A Open University deu a ela alguma coisa também, não sei bem o quê pelo trabalho em beneíficio das pessoas amputadas. E já foi a Goodwill Ambassador da United Nations Association Adopt-A-Minefield programme.
Já ia me esquecendo de dizer. Eu amo McCatney II. Adoro aquele disco bem mais que os anteriores dos anos 70. So não gosto mesmo de Temporary Secretary e de Coming Up, que acho bobinha demais. Curiosamente John gostou tanto que até voltou a gravar depois que a ouviu. E isso me fez lembrar de uma coisa. Tem uma música de John muito parecida com Comgin Up. Já ouviu? So que esqueci o nome. Eu não sei se foi composta antes de Coming up ou depois. Se foi depois foi totalmente inspirada em Coming Up. É uma que seria para Ringo gravar. Mas não gravou.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto. Você acompanha de verdade a história dos Beatles e as carreiras individuais, falando com base e tem o poder de né transportar para a história, me dando a chance de aproximação dos meus/nossos ídolos.
ResponderExcluirMuito obrigada por isso!
Denise
Eu de novo. Eu não acho que Paul tenha mandado um recado aos outros dizendo que não precisava deles. Ele disse isso? Não me lembro. Para mim ele tinha de tocar tudo porque estava só mesmo, não tinha outro jeito. Mas isso não indicava que achava bom. Ele poderia sim preferir estar com os outros Eu digo isso proque Paul falou na festa de 50 anos que foram bons sozinhos. Mas eram espetaculares juntos. Não me recordo se usou a palavra espetacular ou outra com o mesmo signficado. Quer dizer que ele sabia que, para ser espetacular, ele precisava e muito dos demais. Todos eles precisavam uns dos outros.
ResponderExcluirJá conhecia o texto e os comentários, claro, sempre bons e positivos, mas vivas as 80 anos Paul!
ResponderExcluirMuito interessante. Um outro universo.
ResponderExcluirAmei! Quanta energia, tem esse Paul! Incrível saber que, no início da década de 1970, ele tocava de graça, e de surpresa, nas universidades americanas. Indicado ao _Oscar_ por _Live and Let Die_, trilha de um filme do James Bond. Dá muita pena saber do desfecho trágico da doença de Linda, sua companheira de quase 30 anos e mãe de seus três filhos. Treze meses de luto bem demonstram o tamanho da perda. Mas ele foi em frente, na vida pessoal, casando-se com Heather Mills, e na vida artística, compondo com Michael Jackson: “The Girl is Mine” e “Say, Say, Say”; e com Stevie Wonder: “Ebony and Ivory”. Sem falar na sua companheira de 15 anos, a maconha, pela qual foi preso em Tóquio.
ResponderExcluirVera Mussi
Muito interessante esse recomeço em universidades americanas. Isso mostra que os nossos heróis também têm fragilidades e incertezas. Felizmente essa fase de insegurança foi passageira e o Paul brindou o mundo com muitas performances inesquecíveis. Homerix, nessa resenha, nos brinda mais uma vez com a suas versões da história recheadas com emoções particulares tocantes de ter participado de alguns eventos memoráveis como o do epopeico Maracanaço. Parabéns. Laury
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