Apesar do imenso culto ao Merry Christmas, das extremamente repetidas canções natalinas, de todas as menções hollywoodianas ao Santa Claus, não é o Natal a principal data festiva do ano. É o Dia de Ação de Graças o motivo principal para o encontro das famílias, o Thanksgiving, tradicional celebração que vem da época dos peregrinos, no século 17, os famosos Pilgrims, seita dissidente da igreja anglicana. É o momento de maior faturamento das companhias aéreas, o feriadão mais aguardado. Ele cai sempre na última quinta-feira de novembro, estrategicamente, para deixar a sexta-feira enforcada, o Day After Thanksgiving, que, não é mera coincidência, vem a ser o principal acontecimento comercial do ano. Todas as grandes e pequenas lojas fazem suas maiores liquidações neste dia: filas de enlouquecidos consumidores se formam às portas dos estabelecimentos, esperando o gongo soar, para provocar o maior faturamento diário de todo o ano. Bem, ao menos, era assim, antes da crise. Um fato pitoresco ocorre, o que vem a ser o ponto máximo da vida de uma peru, todos eles vivem para serem escolhidos para receberem o Perdão Presidencial um dia antes do Thanksgiving: só aquele felizardo espécime, iluminado, escapará de virar comida no almoço do dia seguinte. Continuará sendo um peru ativo!!!
O Natal é também muito celebrado e motiva o enfeitar magnífico de casas e ruas. Aproveita-se a proximidade do New Year’s Day, em 1º de janeiro e cria-se um pequeno recesso escolar de 15 dias, que é a totalidade das férias naquele período, que é de inverno no hemisfério norte. As férias decentes ocorrem no verão, como aqui, só que lá vão do final de maio a começo de agosto. Para compensar as férias curtas de inverno, eles inventaram o Spring Break, um pequeno recesso que dura uma semana, na primavera, em meados de março (varia de estado para estado), claro que para aproveitar a ânsia viageira daquele povo, e proporcionar mais arrecadação turística. Recentemente tivemos no Brasil um ilustre viajante que aproveitou o spring break para trazer a família: um certo Senhor Obama.
Outra folga diferente é o Dia do Trabalho, o esperado Labor Day, só que, lá, é celebrado na primeira segunda-feira de setembro, ao contrário do resto do mundo (quase!), em que ocorre no famoso 1º de maio, em lembrança a um acontecimento trabalhista que ocorreu aonde? Nos Estados Unidos, mais especificamente, em Chicago, onde um movimento dos trabalhadores , em 1886, pela jornada de oito horas teve um final sangrento .... coisas da America! Claro que eles quiseram esquecer, e inventaram um outro dia para celebrar o trabalho.
Além do Natal, Ano Novo, do Thanksgiving, da Independência (4 de julho), e do Labor Day, alguns feriados do ano são escolhas em nível estadual: no Texas, celebra-se o dia de Martin Luther King, que celebra o nascimento do ativista negro na terceira segunda-feira de janeiro. E há o President's Day, em fevereiro. Tem também o Memorial Day, em maio, celebrando, além dos veteranos da Guerra Civil, o começo das férias escolares. Estes, sim, são filões deles, pois, no Thanksgiving, as pessoas acabam ficando na casa dos familiares, o movimento dos hotéis é comparativamente menor.
Carnaval não tem, mas a festa pagã é celebrada em New Orleans, somente na terça-feira, o famoso Mardi Gras: há alguns desfiles com fantasias no estilo do carnaval de Veneza. Mas o ‘quente’ mesmo é a liberalização da sacanagem, de leve, nas ruas do Bairro Francês, onde mocinhas liberadas, turbinadas (ou não) pelo combustível etílico, levantam as camisetas para mostrar os seios, ou mesmo as saias para mostrar outras partes, em troca de singelos colares de contas que os rapazes carregam, para mostrar ao final da noite, como troféus. Em Houston, há um mini Mardi Gras, que é celebrado em Kemah, uma pequena localidade a cerca de 40 km do centro, mas a coisa fica apenas na animação, uma desculpa para ficar alegre, não chega aos limites da cidade de Louisiana.