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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Django Livre ... de defeitos

... ou quase!!!

Quando Felipe chegou em casa após ver o novo Tarantino (e o fez no primeiro dia), disse que achou o filme bom, não mais que bom! E nada mais disse, pois assim como não gosta de saber nenhum detalhe sobre os filmes que vai ver (nem a trailer assiste), também não gosta de contar nada pra quem ainda não viu e vai ver.

Renata, então, foi assistir, munida de um checklist mental, pra tentar descobrir que cenas deixaram o irmão menos impressionado. 

E o filme começou, 
   e veio a 1ª cena... Ótima! 
      e veio a 2ª cena... Magnífica!
         e a 3ª cena ... Espetacular!
            e a 4ª cena ... Perfeita!

E assim foi indo até o final do filme, esgotando os adjetivos positivos que conhecia (teve que repetir alguns, admite).

Pronto, já fui assistir mais animado, ainda mais porque os 5 amigos do trabalho que assistiram, recomendaram muito, inclusive duas mulheres, o que me deixou mais tranquilo, por aquele tabu sobre mulheres não gostarem de filmes violentos... bem... Neusa já tinha amado Bastardos Inglórios... então eu não tinha nada a temer mesmo. Alguns daqueles amigos disseram que Tarantino havia feito um novo Bastardos.

Vi Django Livre neste fim de semana!!

Não chego a tanto!! Mas se Bastardos Inglórios é obra-prima e merece Nota 10, Django Livre fica só um pouco atrás, mas não mais que meio ponto. Nota 9,5 !!!

O diretor Quentin Tarantino segue entregando qualidade!!! Mais uma vez, o filme está entre os candidatos ao Oscar de Melhor Filme;

Tarantino nos entrega história.
(ainda que contada do jeito dele)
Mostra um pouco do tratamento dado a escravos no sul dos Estados Unidos. Texas e Mississippi eram os centros do preconceito e maus-tratos. Vemos o desprezo, os castigos, as lutas a que eram obrigados a travar entre si até a morte, e vemos também o servilismo das mulheres. E somos brindados com uma manifestação caricata da Klu-Klux-Klan, que o diretor se encarrega de desmoralizar completa e hilariamente. O roteiro, como sempre dele e como sempre ORIGINAL, concorre ao Oscar. Interessante notar que outro candidato ao Oscar, LINCOLN, também discorre sobre a escravatura americana. Próxima semana!!!
Tarantino nos entrega cinema. 
Além do cinema que ele mesmo produz, sempre revolucionário, as homenagens ao cinema e sua história estão sempre presentes. Pena que nosso conhecimento não seja o suficiente para percebermos todas elas. Uma evidente foi a aparição de Franco Nero, o Django original da época dourada dos faroestes. E repare na grande casa ao final e vejam se não se lembram de um grande sucesso do cinema, com Clark Gable e Vivien Leigh.
Tarantino nos entrega música. 
Seu cuidado com a trilha sonora é marca registrada... lembrem-se de Pulp Fiction - Kill Bill e outros tantos... E ele chamou ninguém menos que Ennio Moriccone, imortal criador daquele assobio que abre 'The Good The Bad and the Ugly', com Clint Eastwood, para contribuir com três músicas para o filme. Aqui, o clima de faroeste começa com a canção tema sobre o personagem, e segue pontuando as cenas de embates. Isso claro, dando espaço até a um rap, que eu adoraria ter entendido a letra....
Tarantino nos entrega desempenho. 
Ele tem a boa norma de manter alguns atores chave em seus filmes, e que jamais negam fogo. Neste, ele repetiu a dose com Cristoph Hans Landa Waltz, o magistral capitão nazista de Bastardos, que retorna ao papel de alemão, mas do lado do bem, ajudando Django (excelente Jamie Ray Charles Foxx) em sua empreitada. Ele está novamente sensacional e concorre ao Oscar de coadjuvante, mas olha, se caísse em minhas mãos a decisão de escolher um, e apenas um, ator de Django para concorrer à estatueta, eu não teria dúvidas em indicar Samuel L. 1000 Personagens Jackson, que está simplesmente perfeito, aquele jeito de falar, a gente reconhece de longe. Não vou nem dizer quando ele aparece, pra não estragar a surpresa. Ah, sim, tem Leonardo Jack da Rose DiCaprio, muito bem também.
O que falta em Django Livre? Aquelas cenas longas, de 10, 15 minutos, e perfeitas de Bastardos Inglórios. Os diálogos estão como sempre perfeitos, mas senti falta de cenas como aquelas do bar e daquela conversa entre Landa e o judeu do início da obra-prima. Aí vai o meio ponto que tirei da nota do filme...

Mas simplesmente não dá pra perder!! 

Ah, sim, confirmado: Neusa adorou!

Homero Cada Vez Mais Tarantino Ventura

7 comentários:

  1. Perfeito o seu comentário. Ou quase, como o filme: 9,5.
    Achei que os longos diálogos estavam lá sim, no personagem do Walz. Na cena inicial, no papo com o xerife (na verdade U. S. Marshall), na cena com Di Caprio...
    Um único"defeito" em efeito especial: um tiro frontal arremessa a pessoa para o lado. Mas tudo bem, é um Tarantino...
    Outra marca de Tarantino é o "quase final".
    E concordo contigo: Samuel Jackson está DEMAIS!!!

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  2. Não gostei do filme. Faltaram diálogos memoráveis, como os de Pulp Fiction, e cenas geniais, como a da taverna no Bastardos Inglórios. A personagem do Django é mal construída.

    Por incrível que pareça, esse ano o Oscar é do Argo.

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  3. Concordo, com o Fernando Nagle, sobre o "senão" do filme: o "tiro" na irmã do Leonardo di Caprio. Ela estava de lado, à esquerda da cena, e o Django, na sacada, no piso superior, de frente, naturalmente, ela teria que cair de lado e não ser "içada" para trás. Tirando isso o filme é dez, nota dez!

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  4. O título original, em inglês, é Django Unchained (desacorrentado).

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  5. Homerix, pleno acordo, sem dúvida mais um grande filme de Tarantino, da família de Bastardos Inglórios, sobre as delícias da vingança e a denúncia da barbárie - no caso a escravidão - através do humor. Você já viu O Som ao Redor? Se não, vá! Abs, Camargo

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  6. Homerix, estava na dúvida se aguardaria pelo DVD, mas depois desse excelente comentário (que não me surpreendeu em nada, pois sei que és fã no. 1 de Quentin...), tenho que dar um jeito de ir esta semana. Apesar do encorajador número de admiradoras do sexo feminino, incluindo a Neusa, terei que ir só. Eu acrescentaria que além delas não gostarem muito de filmes violentos também não admiram o estilo (infelizmente em desuso) "Western"...Também muito feliz por saber que o meu "sobrinho" também prefere ir ao cinema sem nada saber. Naquele célebre caso dos "intocáveis" eu só sabia que tinha um homem numa cadeira de rodas - e isso geralmente já basta ! Ainda bem que você continua fazendo as suas críticas sem "estragar as surpresas"...Pontos de atenção como esse da casa do "vento levou" e outros são sempre bem vindos. Parabéns mais uma vez! Abçs. "Aprendiz 2"

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  7. Homero, nem li as críticas porque fiquei com medo de ficar sabendo detalhes do filme...rs...estou com medo do sangue...não sou muito chegada a sanguinolência na tela. O último que assisti foi Os infiltrados...Bastardos inglórios não consegui ver...mas vou tentar ir ao cinema. Bjs medrosos, Carol

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