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sexta-feira, 1 de março de 2024

Rio de Janeiro - 459 anos

Em um dia antes da aposentadoria, 
recebi um ótimo vídeo sobre o Gigante Adormecido.
E, mais uma vez, sobreveio o fenômeno 'santo-de-casa...'
Amigos cariocas não sabiam daquilo!!!
Precisa um forasteiro de SP para explicar...
Eu expliquei neste texto de 1 de março de 2011.
E eu já sabia desde 1968, muito antes de morar aqui!

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No domingo, sol escaldante, o Flamengo jogava a final da Taça Guanabara.

No mesmo horário, mostravam imagens do Morumbi, em São Paulo, onde caía um verdadeiro dilúvio, e o São Paulo esperava São Pedro parar de chorar para poder enfrentar o Palmeiras.

Esta é a diferença do astral entre as duas cidades. Aqui e lá, sol e chuva, sem casamento de viúva, não que aqui não se sofra com o polinômio águas+descaso+lixo+ocupação indevida, e é certo que chegarão as águas de março, senão de abril, maio ou junho, para fazer seus estragos. Mas o fato é que foi notável a diferença de clima entre as duas situações, naquele domingo, e que reflete bem o clima, no sentido figurado, das duas cidades.

O Flamengo enfrentava o surpreendente Boavista.

(hoje, quando republico este texto, os tricolores estão a festejar a inédita Super Copa das Américas, após afastar o demônio LDU de suas memórias de 2008, quando perderam a Libertadores para quele desconhecido time ecuatoriano.)

Boa vista é o que tenho (tinha), de meu posto de trabalho, no lado norte da biônica Avenida República do Chile (sabe por que é biônica? Conto aqui pra vocês), no 25º andar do Edifício Ventura (sentia-me em casa!), com janelas do chão ao teto, voltadas para o sul. Enquanto se processa algo em meu computador, viro levemente os olhos para a esquerda e percebo, por sobre a Catedral Metropolitana, o inigualável Pão de Açúcar, em seus dois rochedos imponentes, ligados por compridos cabos de aço, cenário de James Bond Contra o Foguete da Morte.


Há vezes, nos verões, em que o sol da manhã, próximo ao meio-dia, forma, com suas reentrâncias rochosas, uma ave em pleno voo, a famosa Íbis, o pássaro sagrado do Egito. Vez por outra em que a vejo, mostro a meus colegas cariocas que, em sua maioria nunca souberam disso. Nem da lenda de que o Pão de Açúcar simbolizaria os pés de um gigante adormecido, cuja cabeça é a Pedra da Gávea e o corpo é o Maciço da Tijuca.




Eu sei disso desde o filme 'Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa' de 1968, louca aventura em que o segredo da trama é descoberto quando os heróis Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléa percebem o tal gigante adormecido.

Esse mal de santo-de-casa-não-faz-milagre é exclusividade carioca? Quem mais conhece a própria cidade são seus visitantes. Cariocas, pronunciai-vos!

Um outro exemplo interessante desse fato, conto agora. Um casal amigo viajou com seu filho de 8 anos ao México, digo Cancún (porque Cancún NÃO É México). Foram visitar, claro, uma das novas maravilhas do mundo, a pirâmide de Chichen Itza (que, aliás, eu e minha família visitamos em 1998, quando ainda se podia escalar seus íngremes degraus). O guia da excursão explicava as origens do monumento, quando o menino o interrompeu, sério,  e disparou:


Você acredita que eu moro do lado de uma das maravilhas do mundo, o Cristo Redentor, e a primeira maravilha que eu visito é no México?!!"


 1x0 pro menino, querido casal carioca!!

Eu, por exemplo, já lá estive umas 20 vezes!

E falando em Cristo, deixo com vocês um texto que fiz para concorrer ao Prata da Casa de minha empresa em 2009, na categoria 'conto'. Não chegou à final, segundo um dos jurados, pois não era um, efetivamente, um 'conto'. Tentei de novo, agora em 2011, concorrer a um concurso do Globo, que não exigia que fosse conto, podia ser qualquer texto sobre o Rio. Achei que desta vez tinha chance, mas não ficou entre os 10 finalistas.

Fazer o quê? Aprimorar meu estilo e seguir tentando!!

Entitulei-o 'O Casamento do Rio com o mar'  e disponibilizo-o aqui para sua análise:
http://blogdohomerix.blogspot.com/2007/06/o-casamento-do-rio-com-o-mar.html

Isto tudo é para comemoriar o aniversário desta Cidade Maravilhosa, que me acolheu há quase 30 anos (agora, mais de 42 anos!), tão especial e diferente do resto que o seu feriado comemorativo não é celebrado  na data de sua fundação, mas no dia de seu padroeiro, São Sebastião, em 20 de Janeiro. Acho que agora entendo:  


Sendo o Rio, de Janeiro, não poderia celebrar sua existência em Março, claro!!!

Grande Abraço

Homero Saudando o Rio Ventura


5 comentários:

  1. Nosso velho Rio...
    caudaloso, fervente, bondoso,acolhedor
    Nosso velho cheio de graça...
    meninas, mocinhas, mulheres, senhoras
    é ele que passa, que vem e que vai
    num doce balanço a caminho do mar
    Nosso velho cheio de vida...
    crianças, conversas, cadeiras na calçada
    Nosso velho cheio de sonhos...
    futuro, sereno, cheio de paz!

    Rio, você é demais!

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  2. Homero, hoje também falo do aniversário do Rio no blogdogico, assim como das chuvas em São Paulo, da recém implantada nota carioca e do novo orçamento para a conclusão da Cidade da Música. Também escrevo, é claro, sobre a crise no Norte da África. Vale a pena conferir.

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  3. Homerix, os julgadores dos contos da Petros perderam a oportunidade de premiá-lo por 2 vezes.O jornal O Globo também cometeu um erro. Mas nós seus leitores e ouvintes conhecemos e saudamos suas qualidades. Portanto continue a nos brindar.abrs.Gerson Braune

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  4. Adorei seu modo carioca de redigir. Parabéns e aquele abraço.

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  5. Dizem que o versos do Hino Nacional "Deitado eternamente em berço esplêndido" se inspirou nesse perfil das montanhas que emolduram a Zona Sul do Rio, o "Gigante Adormecido".

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