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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vai novela, Vem novela

Lá se foi o Caminho das Índias com seus momentos auspiciosos, ensinamentos, cultura indiana, esquizofrênicos, psicopatas, vaidosas explícitas, fisicaquanticamente falando. E veio Viver a Vida  vorazmente vazia, vociferando vaidades. Acho que ainda vai sair algo de bom, de proveitoso, mas por enquanto nada. No corpo da novela, pois ao final, voltaram os depoimentos, dos quais assisti a dois, marca registrada de Manoel Carlos. E acho que algum personagem vai acabar sofrendo um atentado num sinal, levar uns tiros e ficar paraplégico, para mostrar as dificuldades de superação, e convívio com a cidade, que não está preparada para eles. Ao menos isso!

E eu, mais uma vez, tomei a decisão estratégica: essa eu não assisto! Exatamente como havia feito no folhetim de Glória Peres, e antes, com as desventuras de Donatella. Acabei as duas novelas como espectador colado na telinha, fazer o quê. Sei bem que, mais cedo ou mais tarde, essa trama insossa, superficial, cheia de gente chiquinha vai acabar me pegando. Afinal acaba sendo um momento de união com a família, logo após o jantar e o Jornal Nacional.

Bom, até o momento, estou resistindo bravamente. Mas não sem dar uma desviada no olhar, enquanto a novela passa, e observar algumas passagens absolutamente fúteis e desnecessárias, bem apropriado do universo de Manoel Carlos e seu Leblon querido, agora entremeado com Búzios, em seu lado riquinho. Além do mundinho da moda e das modelos, que, vamucombiná, eu dispenso solenemente. O pouco que vi me chocou com diálogos vazios. Acho que o ator devia ter o direito de recusar certas falas, como a que a Helena de plantão diz, quando recebe um buquê de flores e pergunta: "Quem terá sido o milionário que me mandou essa coisa linda?". Sai pra lá!!! Que coisa mais desconectada da realidade brasileira. E não ficou por aí, depois vieram a carona de helicóptero e a volta de iate, com um papo tão, tão, bem deixa pra lá!  Aliás, viver a vida assim deve ser fácil.

Ao menos, certamente podemos esperar por mais um desempenho fantástico da Lília Cabral, após a avó-que-massacra-filha-e-despreza-neta-doente e a caipira-que-apanha-de-marido-bêbado, agora encarnando a ex-mulher-inconformada-com-a-outra-mais-jovem-e-ainda-por-cima-negra.

E também pode-se assistir à reedição de mais uma Helena se relacionando com um personagem-qualquer-desde-que-representado-por-José-Mayer. Acho  que a carreira desse último deve ter começado há muuuito tempo, acho mesmo que Menelau e Páris deveriam ser codinomes de Mayer, apaixonado pela Helena que deflagrou a Guerra de Tróia.

Aqui entre nós, mais que fixaçäo por Helenas, acho que o Manoel Carlos tem é mesmo fixação pelo José Mayer.

A máxima dele deve ser, como a de muitas mulheres, de todas as idades:

Se é Mayer, é bom!

Homero Noveleiro Assumido Ventura

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