Mensagem que mandei aos amigos em agosto de 2008
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Quem já ouviu sua voz, lamenta!
Quem não conhece seu trabalho, precisa ouvir!
Antes que seja tarde!
Falo de Amy Winehouse,
a. uma compositora que pensa que está na década de 60,
b. uma letrista que pensa que está no divã,
c. uma cantora que pensa que é negra,
d. uma mulher que não pensa em si mesma.
Em breve, os verbos da frase acima serão conjugados no passado.
Uma pena!
As imagens dela bêbada, drogada, falam tudo ... E calam fundo em quem admira o estilo, a classe, a força e a qualidade do trabalho da jovem inglesa, hoje com meros 24 anos de idade, e já uma celebridade mundial, para o bem, e para o mal.
Lançou apenas dois discos:
- Frank, aos 19 anos, surpreendeu o mundo da música com um trabalho autoral, tendo composto letra e música de todas (ou quase todas) as canções, abrindo ao mundo o seu próprio, já complexo apesar da pouca idade, suas angústias, seus sofrimentos e até seus poucos bons momentos. Suas letras tocam os dois mundos: o dos sofrem e dos que ainda podem sofrer, ou seja, amplo universo. Além disso, a sonoridade, o ritmo, a influência da música americana dos anos sessenta é clara, marcante, e a voz, poderosa, digna das grandes divas negras da época, é um primor.
Em Back to Black, aos 22 anos, continua sua saga, contando suas desventuras, brinca com seu próprio estado ("I stay up clean the house; at least I’m not drinking."), e desafia quem pensa no bem dela ("They tried to make me go to rehab but I said 'no, no, no'."). Magistral, foi aclamado pela crítica, pelo público, alçou-a ao nível galáctico e levou um monte de Grammy's.
Sucessos à parte, sua vida pessoal é um desastre, eternamente em confusões, seu marido não fica atrás, vive preso, ela se entrega ao álcool (incrível a ironia do nome), às drogas, sua deterioração é marcante (repeti o adjetivo, para o mal).
Na internet, há um site de apostas para acertar o dia em que ela vai morrer. Os fãs que vão aos seus shows, ficam na expectativa de saber se ela vem, e se vem, de ver se ela vai conseguir ficar em pé, ou se consegue terminar.
Vejo, em Amy, uma reedição de Janis Joplin, 40 anos depois.
Recomendo fortemente que ouça as canções, que compre seus discos, o quanto antes, se não quiser que seu investimento seja uma homenagem póstuma. Se ela colocar ordem na cabeça seu dinheiro vai ajudar no tratamento de reabilitação. Se ela esperar muito, o dinheiro vai ajudar somente na administração do espólio.
Você não vai se arrepender, o som é muito, muito bom.
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Hoje, 23 de julho de 2011,
confirmaram-se as expectativas...
confirmaram-se as expectativas...
Amy Winehouse está morta.
Acaba de entrar para o Clube dos 27!
Uma pena, Amy!!!
Gostei demais de suas palavras, uma homenagem de A a Z, muito delicado, como a menina merece. Linda, maravilhosa, imcomparável, única, fará muita falta nesse cenário desencantado em mesmices, Amy querida, saudades para sempre.
ResponderExcluirQue sensiblidade meu irmão. Profundo e denso, suave comentário.Pena mesmo.
ResponderExcluirJá conhecia este texto onde você aponta as 4 maiores características de Amy. Há muito não houvia uma voz como a dela, seu jeito meio displicente de cantar, seu olhar e a boca em destaque no rosto magro. É uma pena, seu suicídio branco vai pesar na memória de todos os seus fãs.
ResponderExcluirParabéns pela acertiva de suas palavras Homero, ler seus textos é sempre gostoso, mesmo quando vem com o gosto amargo da perda. Beijos
Eu de verdade achei que fosse mentira, até ver todos no facebook surtando/deixando seu adeus/seu amor à ela.
ResponderExcluirJá tinha lido este post, mas é realmente uma dedicação merecida. Ela cantava muito!
Ainda que tenha sido uma típica 'crônica de uma morte anunciada', é um momento lamentável para os amantes da boa música pop. Uma consolação é imaginar que a menina, já 'do outro lado', possa subir ao palco ao lado de gente como Marvin Gaye, Ray Charles, Otis Redding... e quem sabe lá ela não consegue dar um show até o final? Abs
ResponderExcluirClique no link (ou copie e abra em outra janela) e ouça Amy interpretando maravilhosamente a maravilhosa canção "someone to watch over me", de George e Ira Gershwin.
ResponderExcluirhttp://www.radio.uol.com.br/#/musica/amy-winehouse/someone-to-watch-over-me/181366?cmpid=cfb-rad-ms
Homerix...
ResponderExcluirLi seu comentário quando da apresentação dela em nossos palcos...Brilhante.
Este, comovente, com a força real de suas palavras... sincero na sua apreciação e prodigo em seu elogio.
Paulus
Pois é Homero, infelizmente uma crônica de uma morte anunciada.
ResponderExcluirÓtima voz e juízo zero. Como coloquei no Facebook, Amy buscou a morte com afinco. Obteve sucesso. Eu não era exatamente um fã dos trabalhos dela, mas é impossível não reconhecer que nesse cenário de mesmice (como já falaram), ela destoava.
ResponderExcluirEnfim, fica o recado: jovens, digam "não" às drogas. Se aquele "amigo" te oferecer um mp3 do Restart, do NXZero, do Luan Santana, recuse!
A morte foi prevista pelos alertas e fotos da mídia e por ela nas letras de suas músicas (numa delas ela cita que já morreu muitas vezes e voltava para o escuro, acho que é Back to Black).
ResponderExcluirLamentável para ela, claro, para a família e para a música já que ela cantava muito bem.
Mas, infelizmente, os pais não decidiram pela internação na "marra".
"Back to Black" é muito bom, mas ela poderia ter feito muito mais... Deixará saudades!
ResponderExcluirTambém fiquei triste, mas não surpreso, com o fim da curta vida da grande Amy,uma pena.. Abs, camargo
ResponderExcluirLi a reportagem que escreveu há tempos atrás sobre a Amy.
ResponderExcluirÉ incrível, mas, em seu momento incorporando Nostradamus (no caso dela Nostravamos - talvez de birita) infelizmente você estava certo. Eis que o lado Wine, tanto em casa quanto em botecos, potencializado por outras bebidas e drogas resultaram neste fim.
Obs: Ainda não vi o resultado da biopsia.
Era realmente uma questão de tempo!!
Muito boa reportagem!!
Grande abraço pra ti....
Homero,
ResponderExcluirGostei muito do texto sobre a Amy escrito em agosto de 2008, de muita, muita sensibilidade.
Abraço,
Ribor50
Que mais dizer? Tudo já foi dito, lamentado, resumido: ela assim quis pois não se amava, não se enquadrava em lugar nenhum, não se sentia bem nesse mundo e demonstrava isso muito bem através daquele olhar triste e alienado. Que sua nova morada seja feita só do alimento que lhe foi negado aqui: amor. marisa
ResponderExcluirEu não lamento tanto assim sua morte, não era somente previsível, era totalmente esperado. Escrevi um artigo sobre ela em 2008 explicando que se a Amy não fosse assim, não seria a Amy.
ResponderExcluirParabéns, muito interessante seu texto.
ResponderExcluirEngraçado que a família alegou morte por abstinência. Que comédia pastelão... Só se for abstinência da própria família. Como um homem põe no mundo uma menina (notavelmente talentosa) que fica exposta sozinha a um bando de canalhas do mundo artístico, tentando tirar dinheiro dela de todas as formas e entupindo-a de drogas pesadas, e fica por isso mesmo?
Parabéns Homero! Belo texto. Grande voz que perdemos...
ResponderExcluirAbraço! Mirta