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sábado, 19 de maio de 2007

Tio Patinhas faz 60

Caro Almir,

Você chega produtivo aos sessenta anos
e se sente como se sentasse num cockpit de Fórmula 1,
cauteloso como se fosse sentinela de um tesouro,
cuidadoso como se contasse centavos aos trilhões.
         Acompanho seus passos há quase 25 anos, desde que cheguei à Braspetro, o braço internacional de nossa empresa, então. Quando eu estava indo para lá, você já estava voltando, do Iraque, onde dentre tantas decisões em ambiente de guerra, recebeu até mesmo uma proposta de um árabe pelo passe da Rosa, sobre a qual você pensou não mais do que 3 longos segundos.
         Depois de dar sua contribuição no circuito Madre Tereza de Calcutá, você teve sua vez no circuito Helena Rubinstein. Se bem que a Sra. Rubinstein  devia estar meio caída na época, pois você acabou parando em Houston, uma cidade tão sem graça, tão plana que seu ponto culminante é um cruzamento de viadutos.
         Na volta à Sede, logo chegou ao cargo máximo da sua especialidade dentro de uma subsidiária, o de Diretor Financeiro. E o foi em época de vacas magras, andava de pires na mão, sofrendo as agruras de uma época de preços baixos. Dentre as decisões que tomou, esteve a de enviar um (ho)mero engenheiro para comandar a mesma área financeira que comandara alguns anos antes, na Petrobras America.  Decisão e apoio pelos quais quais aproveito a oportunidade de agradecer em público.
         Decidiu se aposentar como Diretor, há uns 7 anos, mais ou menos, e algum tempo depois, creio que uns 3 segundos, aceitou o convite para uma Gerência Executiva da poderosa Diretoria Financeira da empresa mãe. Você chegou lá quando nossa empresa começava um caminho sem volta, de modernização, transparência, empreendedorismo. Conviveu com 3 Diretores, que se desmanchavam em elogios ao seu trabalho. O último deles assumiu a Presidência e naturalmente alçou-o à posição de Diretor: Diretor Financeiro da maior empresa do Brasil. Para comandar um caixa descomunal, com a mão de ferro e o bom senso que o cargo requer que lhe são caraterísticos.
         E lá você está, firme e forte! Sem ameaças, ao que parece!
         Neste momento, você sai da meia-idade para entrar íntegro na inteira-idade, com o sentimento do dever cumprido, tanto no trabalho como em casa. Em todos os seus passos, você contou com a companhia e a colaboração da Rosa, desde os difíceis tempos do deserto com a incumbência de educar 3 filhos pequenos. Hoje estão todos bem criados e bem encaminhados, jornalista, médica, engenheiro. E um neto está a caminho, no ventre de uma doce engenheira-médica.
         É, Almir, é hora de começar outro ciclo de 60 anos, com saúde, com a companhia da esposa, filhos e amigos. Se bem que, esses últimos, prefeririam que você tivesse menos sorte no buraco.
         Um abraço e parabéns!!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

QTPTM - Istanbul

Pré-requisitos para leitura .... ou quase
Minha experiência em Istanbul resume-se a meia dúzia de horas, efetivamente. Meu destino final, vindo da Índia, era Ankara, a capital do país, aonde participaria de reuniões junto à companhia estatal do petróleo e do governo turco, defendendo os interesses da empresa, acompanhado de nosso gerente geral. Cheguei pela manhã à capital histórica, e saí ao final da tarde. O suficiente para ver alguns de seus principais pontos. E para ter vontade de voltar, um dia, com mais tempo.

Primeiro destino: a Mesquita Azul. Poderia passar ali o dia inteiro admirando seus jardins, seus interiores, seu mosaicos, seus seis minaretes. Nem precisaria de trilha sonora, pois de um dos grandes minaretes, de tempos em tempos vem a oração muçulmana. Não fui a Santa Sofia, a igreja católica de tamanho um pouco menor, a até aparência muito similar.

Nos jardins que separam as duas 'igrejas' fui abordado por um simpático habitante com uma lábia fenomenal: meia hora depois, eu era um feliz proprietário de um tapete 2x2 m, por módicos US$ 400, o que achei bastante razoável, a absolutamente adequado a minha necessidade. Hoje, ele adorna um ambiente de dois sofás de dois lugares, em minha sala. Se fui enganado, não tenho ideia, mas estou feliz...

Em, seguida, logo ali, visitei as cisternas, subterrâneas, magnífico lugar, sustentado por centenas de colunas de quase 10 metros de altura. Mágico caminhar pelos corredores, ao som de música clássica, observar os peixes nadando. E sentar num restaurante à luz de velas, para tomar um chá. Pena que essas viagens a trabalho são solitárias. Seria um excelente momento, acompanhado. Imperdível a visita à estátua da Medusa (tudo que me lembra a mitologia grega, me atrai). Eu me lembro de ter tirado uma foto legal. Se eu encontrar, coloco aqui.

Avisado por meu amigo gerente geral, fui visitar o local aonde foi filmado o filme 'Expresso da Meia-Noite', justamente a terrível prisão, ambiente principal, hoje transformada em hotel. Um ponto turístico que não é ressaltado nos prospectos regulares. Pena que a reforma deve ter descaracterizado um pouco, pois não consegui reconhecer as aterrorizantes instalações. Aqui, um post que escrevi sobre o filme:http://blogdohomerix.blogspot.com/2009/04/expresso-da-meia-noite.html

Finalmente, pra fechar com chave de ouro as breves horas istanbúlicas, a visita ao Palácio Topkápi, que foi lar de sultões durante séculos, guardando riquezas que são cuidadas até hoje, com rígida segurança. Ambientes belíssimos, luxuosos,  ouro, mosaicos, azulejos, passeio para um dia inteiro, não pra mim, mas o suficiente pra ficar encantado.


E ali mesmo, na saída, a sacada do palácio, onde se come alguma coisa, sentado à beira de uma mureta estilizada, de frente para o estreito de Bósforo, com a visão, incrível, lá do outro lado, de um outro continente: a misteriosa Ásia.



Uma cidade fantástica, que divide o mundo!

Até que fiz bastante, nas seis horas que tive!!!

No próximo episódio, o começo da explicação de porque Quem Tem Pescoço Tem Medo!


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