Hoje lembrei-me de um grupo de mulheres
corajosas que certamente contribuíram para o estado de conquistas do
universo feminino. E, claro, que tem
relação com o universo beatle!
Explico!
Um dos melhores
discos de Paul em carreira solo foi ‘Band on the Run’, de 1973, e
uma das canções desse disco que ele canta até hoje em seus shows é
‘Jet’.
Um trecho da letra diz:
Um trecho da letra diz:
Jet, was your father as bold as the Sergeant Major
Well how come he told you that you’re hardly old enough yet?
And Jet, I thought the major was a lady suffragette!
Jet! Jet! U-U-U-U U-U-U U-U
Na época, não
entendi absolutamente nada da letra, e não tinha Google, para saber
do significado da tal ‘lady’, e me esqueci do assunto. Mais de
trinta anos depois, em 2004, a explicação caiu no meu colo, quando
lia um excelente livro ‘Londres – O Romance’, de um certo
Edward Rutherfurd. Um verdadeiro épico, cobrindo 1000 anos de
história daquela cidade que eu amo (por várias razões), desde sua
fundação no Século XI.
O autor o faz numa forma romanceada, com uma linhagem de personagens fictícios, que mantinham uma semelhança física entre si (uma mecha de cabelos brancos e os dedos levemente unidos, qual patos), que testemunhavam eventos notáveis. Pena que os 1000 anos terminaram antes da revolução que os Beatles provocaram, na década de 1960.
Em um dos últimos
capítulos, veio a história das Suffragette Ladies (Mulheres pelo
Voto), que brigavam pelo direito de voto feminino no fim do Século
XIX, começo do Século XX. Cansadas de tentarem convencer
parlamentares e realeza, pela palavra e pela abordagem educada, da
injustiça que era deixarem as mulheres de fora do processo
democrático, aquelas bravas mulheres partiram literalmente para a
porrada, quebrando vitrines de loja, fazendo barulho. A repressão
foi forte: elas eram presas, na prisão faziam greve de fome e eram
alimentadas à força por tubos enfiados por suas gargantas, como
fazem ainda hoje com os pobres gansos, para a produção do foie
gras. Houve mesmo morte de algumas, uma delas, atropelada por cavalos
reais, e uma passeata memorável, em 1911, com mais de sete
quilômetros de mulheres pacificamente bradando por seus direitos.
Entretanto, elas
somente conseguiram seu intento por um singelo motivo:
falta de
homem!
Isso mesmo! Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), homens ingleses estavam na main land do continente europeu, guerreando, e morriam aos borbotões, poucos ficaram para fazer o serviço normalmente masculino. As mulheres pegaram no pesado, trabalhando de motoristas, de atendentes, em fábricas de munição, em estradas de ferro e, finalmente, o Parlamento Britânico reconheceu seu valor, em 1918, neste exato 6 de fevereiro.
Graças ao livro,
então, eu descobri o significado do termo, o que não significou que
eu tenha descoberto o que Paul quis dizer na letra, que continuo sem
saber.
Se alguém sabe, me
diga.
Homero Feminista
Intrigado Ventura
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