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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Revolver ... revolvendo tudo

Há 53 anos, era lançado Revolver, pelos Beatles!
Hora de relembrar meu post sobre um dos melhores discos dos Beatles, 
de cinco anos atrás, com Dona Mira ainda entre nós... 
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Meu velho Picasso ficou com Neusa, mas ela pouco anda. Usamos quando levamos Dona Mira pra passear, pois ela fica mais confortável. E também quando precisamos de espaço, como quando a Baleia precisou de carona ao aeroporto. Aquele porta-malas é o máximo! Ideal para bandas que vão viajar! Mas o fato é que ele pouco anda. Então peguei esses primeiros dias de férias e usei-o um pouco!! O bom é que ele tem um equipamento que eu não tenho mais no meu: um tocador de CDs! Sabe, aquela bolachinha de plástico que está em desuso, infelizmente? No meu carro novo (que agora é o antigo), por exemplo, só tem uma portinha USB. Enfim, para esses passeios com vovó, até a Barra da Tijuca por exemplo, Renata mantém um pequeno estoque de CDs no porta-luvas. E fixou em uma única banda: The Beatles! Bom gosto dela, não?

Enfim, o CD que estava no aparelho desta vez era Revolver, de 1966. Há quanto tempo não o ouvia! Que coisa maravilhosa! Algumas particularidades / curiosidades que podem não querer dizer nada para 99% da população, mas falo assim mesmo, enfim...
  1. É o primeiro LP Beatle que tem 3 canções de George Harrison: Taxman (reclamando que o fisco britânico tomava 95% do dinheiro deles)Love You To (primeira incursão da música indiana em sua obra) e I Want To Tell You. Isso foi o máximo que ele teve em sua carreira beatle... Bem, na verdade ele produziu 4 canções no Álbum Branco (1968), mas como era um álbum duplo, eu considero duas-por-bolacha, portanto Revolver ganhou! Além disso, Taxman teve a primazia de abrir um álbum Beatle, a única vez que George teve essa honra. Por incrível que possa parecer, é Paul quem toca o magnífico riff de guitarra da canção (deu branco em George). As outras composições do disco são 6 de Paul e 5 de John, claro as 11 com o selo Lennon/McCartney (detalhes da parceria aqui, neste post). 
  2. É um LP que tem uma de suas músicas consideradas como um breakthrouhTomorrow Never Knows, de Lennon, em que o músico, inspirado em viagens de LSD, queria implantar ideias mirabolantes no seio da canção. Queria que sua voz soasse como um monge do alto de um mosteiro. E o fez, com a aquiescência de George Martin. Ela tem um acorde só.... uma batida só (Ringo fundamental!) .... hipnotizante, psicodélico, inovador, precursor. Segundo Felipe, o último disco do Radiohead não existiria sem Tomorrow Never Knows
  3. As outras quatro canções de John são I'm Only Sleeping (Yaaaaunn, que sono, me deixa dormir!!), She Said She Said (I know what is like to be dead) Dr. Robert (nome do médico que lehes apresentou o LSD), And Your Bird Can Sing (inspirada num artigo que exaltava Sinatra como o homem que pode ter TUDO); 
  4. Uma das composições de Paul era Yellow Submarine, canção infantil cantada por Ringo, que sempre teve garantida sua participação, mesmo compondo pouquíssimo. As outras cinco de Paul são Eleanor Rigby (um monumento à solidão, não instrumentada por nenhum Beatle, apenas o arranjo de cordas de George Martin), Here There and Everywhere (linda balada), For No One (para sua namorada Jane Ashere Got To Get You Into My Life (dizem que o You do título era a machonha, mas there are only rumours, nesta canção inspirada na Motown americana e embalada por fantásticos metais).
  5. É o primeiro LP Beatle único do ano. Os Beatles acostumaram seus fãs com 2 LPs por ano desde 1963. Em 1966, foi só Revolver;
  6. É o primeiro LP a não ter fotos dos Beatles especialmente tiradas, na capa. Tem sim um maravilhoso desenho dos 4, obra de Klaus Voorman, um alemão amigo da banda desde os primórdios de Hamburgo! Além de várias fotos menores dos artistas em outros momentos. Dizem que ganhou o Grammy de Melhor Capa do ano, mas há controvérisas... essa categoria nem existia...
  7. É o primeiro LP em que nenhuma de suas canções foi tocada ao vivo pelos Beatles. A última canção de LP tocada ao vivo foi Nowhere Man, do LP Rubber Soul, de 1965. Da época das gravações de Revolver, eles tocaram Paperback Writer, uma McCartney espetacular, mas esta foi lançada apenas em compacto, juntamente com Rain, de John;
  8. É o terceiro álbum da lista dos melhores da Rolling Stones, que tem Sgt Pepper's em primeiro, Rubber Soul em quinto e Álbum Branco em décimo;
  9. É o primeiro LP a apresentar a tecnologia ADT (Authomatic Double Tracking). Lennon estava cansado de dublar a própria voz nas gravações, e 'encomendou algo diferente'. Ken Thounsend, engenheiro de som da EMI deu um jeito e inventou o ADT!
  10. Concorreu ao Grammy de Melhor Álbum do Ano, mas perdeu para Frank Sinatra ... mas olha só... o 'Man And His Music' era uma retrospectiva do melhor cantor de todos os tempos... não devia nem ter concorrido.
É pouco?

É sempre bom celebrar, enaltecer, reverenciar!!!


5 comentários:

  1. Excellent review! Eu vivia na Itália quando Revolver foi lançado. Morava numa pensão e nem toca-discos eu tinha. À noite, ficava com o ouvido grudado num radinho de pilha sintonizado na Radio Luxembourg, esperando que eles tocassem "Eleanor Rigby"...

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  2. Meu disco dos Beatles preferido...a última música foi a primeira música"eletrônica" da história...um trabalho brilhante e revolucionário

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  3. Sem duvida um dos melhores,alias todos foram bons, disco da Banda do seculo.Caramba impressionante os 95% de imposto no Reino Unido. E ficaram todos milionarios soh com os 5 % que sobravam??

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  4. só não é perfeito porque tem "love you to" e "good day sunshine".
    tinha 16 anos e fiquei maravilhado quando escutei um cara tossindo logo na abertura de taxman na nossa vitrola philips.

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  5. Sobre Tomorrow Never knows você não se lembrou de falar algo fundamental. Os Loops. Com certeza porque ainda vai falar sobre cada faixa em separado porque é claro da importancia dos loops nessa música. São os loops que fizeram tão especial. Especial é pouco. Estava ali inaugurado num novo estilo de música popular. Idéia de Paul McCartney que vinha se especializando nesse tipo de som. Paul tinha essa coisa de ter uma ideia e querer que todos participassem. Geralmente dava certo. E assim ali vemos sons produzidos por George, por Ringo, por John e a maioria por Paul. Até uma risada dele foi gravada. E eu pensando que eram gaivotas!
    Sem aquilo seria uma música banal. E até sem inventividade...uma coisa só. Portanto não se trata de uma música de John. Os Beatles formavam um time extraordinário. Parece que o estilo foi chamado de rock psicodélico...mas também rock art. Para mim é apenas música da melhor qualidade possível. Um divisor de águas na musica popular. Graças aos Beatles, e nesse caso, principalmente graças a Paul que sugeriu aquele arranjo de sons tão fascinantes que até esquecemos que a melodia é uma coisa só. E não precisava ser mais do que é. Os sons dominam.
    Letra de timothy Leary, ou inspirada nele. Isso eu não sei ao certo Mas John bebeu no livro dele que era inspirado no LIvro Tibetano dos Mortos. Chamaria The Void. Ringo colaborou até nisso e não apenas na bateria primirosa e nos sons. Ele deu o título.
    Tenho lido muito sobre o void atualmente. O vazio que precisamos alcançar removendo a sujeira interior e preenchendo de luz. Bem que gostaria muito de aprender a fazer isso.
    No carnaval de 67 eu usei uma camiseta escrito "Turn off your mind relax and floatdownstream", Encomenda minha. Nada mais diferente de carnaval do que este conselho.

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