A oportunidade de me tornar agente divulgador do livro de minha filha ....
...proporcionou-me reviver alguns conceitos básicos de contabilidade.
Tenho vendido alguns livros com autógrafo personalizado da autora. A operação é a seguinte:
- um potencial comprador me diz de sua vontade de ter um livro autografado e faz a encomenda, então eu já considero a operação como uma venda realizada, dou baixa no estoque usando para determinar o CPV - Custo do Produto Vendido, o método do custo médio unitário, e emito uma fatura, ainda que virtual, mas já um fato gerador.
- de noite eu falo pra autora o nome e profissão ou origem do comprador, ela produz o autógrado personalizado, agregando valor ao produto,
- no dia seguinte (ou em algum momento combinado) eu entrego o produto acabado e recebo o pagamento, em princípio.
Se eu registro a operação nos livros no momento 1, que é o fato gerador da venda, eu estou trabalhando em Regime de Competência...
Se eu registro no momento 3, quando recebo o pagamento, eu estou trabalhando em Regime de Caixa...
No momento 1, quando eu não recebo o pagamento adiantado, acabei de gerar um Contas a receber...
Se eu não recebo o pagamento no momento 3, o comprador entra na conta de Devedores Duvidosos...
(brincadeira!!!)
Convoco os amigos contadores de plantão a retificarem ou ratificarem minhas definições, e a acharem outras facetas contábeis da operação.
Um outro aspecto interessante do mundo escarlate que se intalou em nossas vidas, apareceu numa reunião, em que se falava que o pagamento de um imposto na Nigéria era feito em óleo, aí eu disse: 'Pagamento em Espécie', e meu interlocutor contestou, dizendo que não era em dinheiro. E eu lhe corrigi o conceito!!!
É que Pagamento em Espécie é aquele que é feito com o produto que gera a sua receita, e não com a receita, o dinheiro gerado pela venda do produto. No caso da operação nigeriana, o óleo é a espécie, e óleo é entregue ao coletor do imposto como forma de pagamento.
Transportando para o mundo da hotelaria, se um hoteleiro precisa pagar uma conta de 2000 Reais, e a diária de seu hotel é de 400 Reais, e ele decide fazer um Pagamento em Espécie, ele diz ao vendedor: "Se você quiser, vai ao meu hotel e fica lá 5 dias!" A espécie do hoteleiro é a diária de hotel, o produto que gera a sua receita.
E, pensei também num exemplo mais próximo de minha vida: o livro de Renata! Se ela for a um almoço e a conta for de 40 Reais, ela pode muito bem, caso o gerente do restaurante aceite, fazer um Pagamento em Espécie, então ela entregaria um exemplar de seu livro como pagamento. O livro é a espécie, para Renata.
E o simples exemplo acima ressalta um fenômeno presente no consumo. Gasta-se facilmente 40 Reais num almoço a la carte de sexta-feira com sobremesa, por exemplo. É certo que ajuda na sua subsitência física, mas a maioria do conteúdo vai parar na privada no dia seguinte (bem, o 'quando' e o 'quanto' vai depender da qualidade do preparo da comida...). Os mesmos 40 Reais você pode investir num livro de 550 páginas cheio de conteúdo, emoção e mensagens, que levou 4 anos e muita pesquisa pra ser escrito, e que vai ficar a seu lado e de sua família por toda a vida, podendo passar a outras gerações...
Diga-me aonde estou errado ao achar estranha esta comparação?
E o simples exemplo acima ressalta um fenômeno presente no consumo. Gasta-se facilmente 40 Reais num almoço a la carte de sexta-feira com sobremesa, por exemplo. É certo que ajuda na sua subsitência física, mas a maioria do conteúdo vai parar na privada no dia seguinte (bem, o 'quando' e o 'quanto' vai depender da qualidade do preparo da comida...). Os mesmos 40 Reais você pode investir num livro de 550 páginas cheio de conteúdo, emoção e mensagens, que levou 4 anos e muita pesquisa pra ser escrito, e que vai ficar a seu lado e de sua família por toda a vida, podendo passar a outras gerações...
Diga-me aonde estou errado ao achar estranha esta comparação?
Pronto, sem querer, e passeando por alguns conceitos, acabo de fazer propaganda do livro de Renata, que pode ser conseguido comigo, autografado, por R$ 39,90 na verdade, o mesmo preço das livrarias....
Abraço
Homerix Incorrigível Ventura
Homerix,
ResponderExcluirSó faltou falar em recebíveis, que poderiam circular no mercado, como ativos. Mas isso é um gerador de tensões, distensões e comichões, como o pretérito exemplo das dívidas imobiliárias de países do hemisfério norte, que foram parar no mercado, com requintes de ativos de origem em país de baixo risco...na medida em que as dívidas atingiram o status de impagáveis, provocando um sonoro beiço, deu no que deu. E foi um dos catapultadores da crise econômica de 2008, com extensão global...Melhor vender através da Saraiva ou similares, pois só entregam depois de confirmado o pagamento. Para quê complicar?
Homerix,
ResponderExcluirNão se trata de achar a comparação estranha ou não. É uma questão de referencial e de tratamento de prioridades. Para uns o que pode parecer estranho, pode ser normal para outros e vice-versa. Um dos grandes problemas no Brasil é a contumaz falta de interesse por leitura. Isso é estranho, sobretudo para nós, ratos de livraria, que fazemos do hábito da leitura uma saudável rotina...
Ahh...os poderes da interpretação !!
ResponderExcluirHomerix, eu conceituo Finanças como sendo uma disciplina que nos permite estabeleber referenciais de valor (custo x beneficio) para tudo.
Portanto, sugiro que interprete a si mesmo como consultor de investimentos e começar a tratar o livro da Renata não como estoque e sim como uma ação (titulo de investimento, geralmente de longo prazo), ainda mais sendo autografado, tendo recebido o elogio de que a historia poderia dar um filme e por fim, tendo recebido as resenhas positivas que tenho lido na internet...
Para quem quiser, vendo meu exemplar autografado por R$ 50,00 e se for trekker...só sai de minhas mãos por R$ 100,00 !!!...rsrs...
Sucesso,
RR.
Quando é, então, quando pagamento em dinheiro pode ser considerado "em espécie"? Pagamento de juros?
ResponderExcluirSempre, Alessandro!
ResponderExcluirQuando você pega o papel-moeda em sua mão, e faz um pagamento qualquer, ele é em espécie, a espécie é o papel moeda....
Abraço
Homero,
ResponderExcluirQuero fazer um investimento contigo, encomendando um exemplar autografado da obra A Arma Escarlate. Na realidade, quero dar de presente para minha esposa (e, claro, depois que ela ler, vou tomá-lo emprestado por um tempo ...). Peça à Renata para elaborar o autógrafo com uma referência ela. Eu pagarei no momento 3. Gere um registro de Contas a Receber e não se preocupe que não entrarei na conta de Devedores Duvidosos.
Será que estarei recebendo o livro ainda esta semana?
Abraços,
Sim, amanhã mesmo, caro Flávio A. !!
ResponderExcluirObrigado, e, sim... não deixe você também de se apaixonar pelos personagens e situações criados por Renata!!!
Homerixxxxxx....
ResponderExcluirQuanto dá isso tudo em coroas e bufões, considerando as cotações oscilantes do mercado de capitais mágicos?
bjin
Ainda bem que eu decidi ser geólogo... :)
ResponderExcluirHomerix,
ResponderExcluirSe eu vou pagar amanhã em espécie e estaremos ainda em novembro, creio que o regime de caixa será igual ao regime de competência. Certo ou errado senhor contador?
Claira