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sábado, 19 de março de 2011

Em Cima do Muro





Sabe qual foi o azar dos insurgentes líbios (e sorte do louco Kadafi)?

O terremoto do Japão!!!

A midia voltou-se inteirinha para as terríveis tragédias japonesas, e esqueceu-se do fantástico levante na região conhecida geopoliticamente como MENA (Middle East - North Africa). E isso é um fenômeno que se repetiu dentro do próprio levante: quando começou o levante no Egito, esqueceu-se da Tunísia, quando começou o da Líbia, esqueceu-se do Egito, e quando veio a tríplice tragédia (terremoto, tsunami, nuclear), esqueceu-se da Líbia. E tanto a Tunísia quanto o Egito, ainda precisam de um certo monitoramento internacional, sob pena de reacender a chama dos regimes depostos. Ou não?

E a Líbia, então. Kadafi deitou e rolou! Meteu bomba nos desaparelhados insurgentes, enquanto o mundo se distraía com o importante, sim, desastre japonês. Foi o tempo para um massacre.

Passado o impacto, mas não o risco, japonês, finalmente a ONU se reuniu para discutir o que deveria ter feito há 10 dias. Talvez um pouco tarde!

Foi aprovada a instalação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Agora, aviões do governo líbio não poderiam mais sair do solo, sob pena de serem abatidos pelas forças internacionais que implantariam o mecanismo.

Foi declarado o cessar-fogo, de boca. 

Na prática, não adiantou. 

Os países da coalização começaram o ataque. Obama deu a ordem amerciana aqui do Brasil, pois lá os presidentes continuam comandando durante suas viagesn. Acho que somente nas férias, o Vice assume realmente, ou não .... vou pesquisar.
Entretanto, voltando à decisão da ONU.

Esses países se abstiveram na votação das Nações Unidas quanto à instalção da medida.

Veja a população que cada um desses países.

O mundo tem uma população de, grosso modo,  6 Bilhões de habitantes.

Ou seja, caso o voto dado pelo representante de um país refletisse a vontade do mesmo, ia votação apontaria que metade da população mundial desaprova a instalação de uma medida que impede uma maior matança de civis, liderada pelo grande líder líbio.

Será isso verdade?

Por que o Brasil sempre fica nessa posição, em cima do muro? Veja bem, não somos todos mineiros (sorry, mas a fama...), somos brasileiros! Que tantos interesses temos para mantermo-nos assim, como se o povo brasileiro, notadamente dócil, apoiasse a matança indiscriminada?

E a Índia, que conseguiu sua independência com base na não-violência de Ghandi? Sim, sei das violentas e sanguinárias batalhas religiosas, mas também o povo indiano é dócil, em sua grande maioria.

Ah, os interesses econômicos...

Voltando à nossa seara, sei que já melhoramos um pouco, ao diminuir o apoio ao outro doido, o iraniano, mas parece que ainda estamos longe!!!

O que fazer! 

Homero Ainda Sem Entender


 

2 comentários:

  1. O Brasil se absteve porque entendeu que uma ação dessa magnitude poderia piorar ainda mais a situação. Tornar Kadafi mais violento ainda.
    Faz sentido o temor do governo brasileiro. Não tem nada a ver com defender ditadores.

    Aliás,
    Quando o Brasil votou contra a invasão do Iraque, você comemorou. Qual é a diferença entre aquela situação e essa agora? O Saddam era tão diferente assim do Kadafi?

    Fiquei pensando no que a Dilma teria pensado na época da ditadura, se os Estados Unidos resolvessem, do nada, lutar contra a ditudura brasileira, (contra a qual ela mesma lutava). Acho que a Dilma teria ficado contra a ajuda americana, que chamaria de "hipócrita", já que os americanos é que tinham colocado a ditadura no Brasil in the first place.

    O mesmo a Dilma pode estar pensando agora, já que, há menos de um ano atrás, os Estados Unidos estavam FINANCIANDO o Kadafi! Li em um jornal que a Líbia era o país que mais recebia dinheiro dos Estados Unidos depois de Israel!

    É hipocrisia ou não é eles agora posarem de bonzinhos?
    Acho que é melhor ficar "em cima do muro" do que ficar mudando de lado de acordo com seus interesses e depois ficar posando de bonzinho.

    Alguém me corrige se eu estiver errada.

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  2. Parabéns Renata! Absolutamente nada a corrigir.

    Esta Resolução 1973 contém um parágrafo potencialmente perigoso autorizando a ONU a utilizar "todos os meios necessários" para cumprir seus objetivos. Não se trata apenas de exclusão aérea e dá uma abertura muito grande e sem controle para qualquer tipo de ação (com exceção de ocupação territorial). Mesmo assim, o Brasil não votou contra.

    Devemos nos lembrar também, que o Brasil não ficou "em cima do muro" no caso da Resolução 1970 que era melhor escrita e que impunha duras sanções à Líbia e aos seus dirigentes.

    Quanto ao comentário “Ah! Os interesses econômicos…”, eu diria que se trata exatamente disso. Esta resolução está muito mais para não perder a oportunidade de tirar a pedra do caminho que leva ao petróleo do que para a proteção de rebeldes.

    Não estou justificando as atitudes do ditador líbio mas, como já foi amplamente divulgado, existem terríveis guerras civis em outras partes do mundo, com uma “matança indiscriminada” muito maior, mas que não merecem o mínimo de atenção da turma que está “preocupadíssima” com a situação na Líbia.

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