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terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Vingança da Linha Verde

Parece nome de filme, mas, na verdade, é uma realidade do esporte, que está por vir.
         Nas Olimpíadas de Pequim, foi apresentado aos amantes do esporte mais uma personalidade da natação: a linha verde, firula da televisão que marcava o desempenho do recorde mundial de cada prova, uma verdadeira atração das transmissões. Naquela ocasião, era um desespero ver o recorde correndo atrás dos nadadores que deixavam a linha verde inapelavelmente a ver navios. Havia ocasiões, especialmente nas provas individuais longas ou de revezamento, em que a pobre da linha verde nem tinha virado ainda e o nadador já havia feito a virada, e passava no sentido contrário e dizia pra ela um ‘oi, você por aqui?’ ou ‘quando você ia, eu já estava voltando!’, ou coisa do gênero. Era patético!
         Veio agora o Mundial de Roma, e continuou o massacre: nada menos que 43 recordes mundiais foram batidos, e lá estava a linha verde a se esbaforir atrás dos homo-peixes, cada vez mais escorregadios, muito devido à tecnologia dos supermaiôs.
         Bem, essa vida dura da linha verde está para acabar. A Federação Internacional de Natação está a considerar seriamente a limitação da farra tecnológica, com o estabelecimento de limites para a evolução da tecnologia dos maiôs que certamente ajudaram a estabelecer os recordes. Na verdade, será um passo para trás, mas totalmente justificável. Deixarão os maiôs mais uniformes e com níveis máximos de escorregamento e de compressão muscular, inferiores aos que já se encontram implantados nos maiôs de hoje.
         A polêmica gerou um momento fantástico em Roma, justamente com o maior de todos: Michael Phelps é favorável ao limite, pois tem saudade dos tempos românticos em que se nadava apenas com a própria pele, no máximo com o recurso da depilação. Na prova dos 100 metros borboleta, uma de suas especialidades, Phelps foi superado numa semifinal por um certo nadador sérvio, um tal de Cavic, que é favorável à tecnologia, apenas por uma ponta de dedos, mas teve que ouvi-lo deitar falação, com provocação explícita sobre o grande campeão, dizendo que ofereceria o seu supermaiô para que ele pudesse vencer. Phelps apenas disse que não responderia com palavras, apenas com sua natação.
         Veio a final, e a esperada resposta: Cavic pulou na frente, virou os 50 metros na frente, mas aí vieram os últimos 50 metros, o locutor da SporTV falava “Cuidado, que tem Phelps na piscina!”, e ele veio, com aquelas asas de albatroz, e superou o boquirroto, e ainda bateu o recorde mundial, deixando mais uma vez a linha verde para trás! Fantástico! Ainda na água, eufórico com mais um feito, especialmente aquele feito, ele urrava e mostrava ao mundo seu maiô, de qualidade inferior ao do sérvio falastrão. Resposta dada no campo ... ou melhor, na piscina!!!
         Bem, tudo isso, para introduzir uma proposta. Já nas próximas disputas entrarão em vigor as novas regras restritivas. Provavelmente, os recordes mundiais demorarão a ser batidos novamente. E a linha verde deverá ter sua vingança, e correr à frente de todos por alguns meses, senão anos, até que a evolução dos nadadores, mais do que a dos maiôs, agora contida, consiga produzir novos recordistas. Sugiro, então, dar o nome do detentor do recorde à linha. Portanto, a linha verde dos 100m borboleta chamar-se-ia Linha Phelps. A linha verde do 4x100m medley seria nomeada Linha EUA, e assim por diante.
         E, para felicidade nossa, a linha verde dos 100m nado livre, levaria o nome de Linha Cielo, o novo detentor do recorde mundial da prova mais tradicional da natação. E, que sorte a dele, a linha terá esse nome por muito tempo. Poderia até mudar a cor para o verde-amarelo!
         Que tal?

Um comentário:

  1. Para não que tenhamos dúvida que tal unir ao verde - amarelo o azul e branco....??

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