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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Para nós, só Bertani


Nas grotas lá de Bento,
Meados de cinqüenta e três,
Nascia um belo rebento,
Para assombrar eu e vocês!

E também uma menina
Que jovem ainda encantou.
Michèle era sua sina,
A paixão lhe arrebatou.

Esperava sentada na escada,
Mas logo escolheu no menu
Um companheiro de estrada:
Pra vida toda, o seu Chu!

A geologia proporcionou
A base da bela carreira
E na Petrobras ele entrou
Para quase uma vida inteira.

Os filhos seriam dois,
Em Bento, chegou Mariana.
Marcelo veio depois,
Já em terra americana.

Na volta, logo engrenou
Uma marcha gerencial
E muito jovem comandou
A Petrobras de Natal.

Excelência e muito amor
Lhe pautaram o caminho.
Em Chicago, virou Doutor!
Em Natal, virou Painho!

Mas seu sonho era maior,
Quando ouviu o chamariz.
Concluiu que o melhor
Era trabalhar overseas!

No Rio, pegou um verniz
Pra ampliar o horizonte.
A família plantou raiz
No outro lado da ponte.

Em seu Chevette todo dia,
Em velocidade moderada,
Se inspirava no ar da baía,
Pra asfaltar a caminhada.

Na Braspetro, ele operava
A porta do crescimento.
E logo veio o que esperava:
Era chegado o momento!


Lá na britânica ilha,
Comandou a Petrobras UK.
E criou famosa planilha,
Que pra todos era lei.

Depois, cruzou oceano
Sem cruzar o Equador,
E em solo texano,
Seguiu inovador!

Enxergou novo horizonte,
Empregou cuca e muque!
De desafio, uma fonte,
Era o play Cascade/Chinook.

Não há motivo que aplaque, 
Que um registro se deixe,
O afã de vestir o caiaque
E levar pra casa seu peixe!

Na volta, que não ocorreu,
Petrobras virou passado.
Sua decisão lhe valeu
Virar quase advogado!

Então, da noite pro dia,
Deixou claro  no site:
"Quer investir em energia?
Venha pra Thompson&Knight!"

Mas a vida logo retruca
Pra mudar seu dia-a-dia,
Então, se junta a De Luca
Pra criar a BarraEnergia.

Liberado o alvará,
Logo fez o seu nome!
Descobriu Carcará,
Que pega, mata e come!

Andrew cresceu a família,
Ashley veio em seguida!
Novo filho, nova filha!
Em perfeita acolhida!

Os netos foram chegando...
Enzo, Felix, Louisa, Mateo, 
O amor só aumentando,
Presentes que Deus deu!

O muito amado Painho,
No trabalho, virou CEO!
Então, aumentou o carinho:
Em família, virou Bobô!

O amor era profundo
Mas, pra juntar a família,
Espalhada pelo mundo,
Haja disposição e milha!

Pensando em otimização, 
Pra juntar águia e canguru,
Nas contas, a conclusão:
Tinha que ser em Honolulu!

Sempre trabalhou com afinco
Na técnica e gestão, se fez!
Hoje faz sessenteicinco,
Mas continua baby face!

Deixando brincadeira à parte
Taí um cara legal!!
Caráter, ética e arte,
Uma vida sensacional!

Obrigado pela presença
Constante em nossa vida!
Você faz a diferença,
Apontando sempre a saída!

Um verdadeiro xamã!
Não há mancha que empane!
Ontem, hoje e amanhã,
Renato Tadeu Bertani!


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Império do Oprimido - É ficção, mas é tão reaaal


Olá! Caso se interesse pelo livro,

deixo aqui o Link Amazon
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Como preâmbulo, devo contar do preconceito que eu tinha com o autor, afinal, ao ver o filme 'Meu Nome Não É Johnny', achei que um playboy que se meteu com tráfico, mesmo tendo pagado por seu crime, não mereceria tanto destaque de ter um filme sobre sua vida. Bem, ocorre que depois ele se tornou um ótimo cronista, que me atraiu quando vi um livro assinado per ele, e, ao ler a orelha, acabou por me fisgar.

E não me arrependi. 
Li rapidamente, em 5 horas de leitura.

Trata-se de uma alegoria sobre como a esquerda se comportaria quando chegasse ao poder .... hummmm .... parece que já vimos esse filme, né!!

A personagem principal é uma jovem filha de um milionário, mas sua ideologia a faz bater de frente com seu pai, e ela acaba abandonando tudo para se juntar, ainda que aos trancos e barrancos, às ações sociais sempre defendidas pelos postulantes ao governo e que agora seriam colocadas em prática.

Olha, está tudo lá... o Guia todo-poderoso que não aparece em nenhuma falcatrua, o chefe da casa civil poderoso, a ministra que acaba no lugar dele quando cai em desgraça, o operador mineiro (que fica careca) que destrava o dinheiro, as ONGs de fachada, nas quais se escondem grandes somas, a 'fábrica' de empresas campeãs, o ódio às elites, o bloqueio à imprensa livre, os blogs defensores dos dois lados, o apontamento de partidários para o judiciário, o legislativo mantido com mesadas, e também a truculência, a violência, os black-blocks infiltrados, os crimes mal contados, as conjunções carnais, tudo bem concatenado, com algum humor, mas que gera muita apreensão quando se lembra o que aconteceu (acontece?) por aqui.

A esquerda vai achar preconceituoso!

Ah, sim.... Nunca mais desvincularei a imagem do Guia à de um ácaro aumentado 1000 vezes... e até me lembrei de um brinquedinho da Luna....

sábado, 18 de agosto de 2018

33 das Mil e Uma Noites


Eu, Neusa​ e Renata​ felizes após testemunharmos uma incrível proposta de teatro: a peça As Mil e Uma Noites, no Oi Futuro do Flamengo: após um início que se repete toda noite, com Sherazade contando sua história de como burlou a tétrica prática do sultão de casar e enviuvar todo dia, a cada noite é encenado um dos contos. Incrível, né!! Adoramos o 'nosso', o do corcunda, só que nem podemos recomendá-lo pois só foi encenado ontem, hahaha!!!

Faltou o Felipe​? Não, ele é o autor da trilha sonora, juntamente com Gabriel​, o cantor da Baleia. Faltam apenas 11 dos 33 contos planejados. Corram para ver, toda sexta, sábado e domingo às 20 horas, e comprem antes porque tem lotado! Termina em 9 de setembro.

Mais detalhes aqui, neste link: https://vejario.abril.com.br/blog/teatroderevista/dez-curiosidades-sobre-a-peca-as-mil-e-uma-noites/


Pra quem já leu este link, cheguem antes para admirar o incrível espaço do Oi Futuro e notem os videos dos depoimentos dos refugiados. Eles são encenados pelo atores, entre um e outro trecho do conto!

sábado, 11 de agosto de 2018

O Creme Compensa?

  Alguma sugestão?
Atualizando aqui um de meus melhores posts......

Li a transcendental pergunta do título na capa de uma revista feminina. Tenta resolver uma dúvida cruel do universo feminino: 'uso creme rejuvenescedor ou creme hidratante'. Crucial! Sempre procuro colocar algum humor no que escrevo, então apreciei muito o trocadilho. Aliás, nem sei se trata-se de um trocadilho, apenas originou-se de uma questão famosa que, com apenas a mudança de uma letra, transportou-se da ótica jurídica para a ótica estética. Brilhante!
Assim como brilhante foi a campanha dos mercados Hortifruti, espalhada em outdoors por toda a cena carioca entre 2006 e 2009, acho. Todos devem ter visto, e sentem falta de, ao menos um deles. Eram geniais! Também acho não tratar-se de trocadilhos, sim paródias de títulos de filmes. 
Começou com 'Tomates Verdes Fritos', neste caso repetindo ipsis litteris o título de um filme real magnífico que, aliás, deve ter servido de inspiração, pois depois começaram a parodiar com verduras em 'E O Coentro Levou', 'A Hortaliça Rebelde',  e o incrível 'A Incrível Rúcula', passando por legumes como em ‘O Quiabo Veste Prada', '9 1/2 Cebolas de Amor', Batatas do Caribe' e ‘A Outra Alface’, e chegando às frutas com 'Kiwi Bill' ou 'Limão Impossível I'.  Tudo com imagens estilizadas do horti-astro principal tendo a ver com o tema do filme, e um sub-texto bem irônico. Uma obra de arte.                  
Cabe aqui uma ilação sobre o efeito de uma propaganda. Alguém vai mudar um hábito porque gosta ou deixa de gostar de um anúncio? Vai mudar de marca de pasta de dente, por causa dos belos dentes de uma atriz ou do cenário maravilhoso em que ela os mostra? Talvez eu já tenha me influenciado por algum anúncio de alguma novidade tecnológica, um produto novo, algo inovador. Nada mais que isso! Não passei a comprar mais BomBril por causa da estupenda campanha que durou mais de 25 anos através da imagem inconfundível de seu 'garoto'- propaganda (agora garotas), e também não teria deixado de comprar se não tivesse gostado. Aliás, como é que uma simples palha de aço gerou uma campanha tão poderosa?
No caso do Hortifruti, eu sou usuário eventual do mercado que, como diz o nome, vende hortifrutigranjeiros, na verdade, virou um mini-mercado, que é um acessório aos produtos principais. Eu ia, mormente quando chovia, o que impossibilitava a ida à feira, pela facilidade do estacionamento. Veio a campanha, que eu adorei, mas ela não conseguiu fazer com que eu aumentasse minha freqüência de comparecimento ao local. Creio que ela deve ter tido algum efeito, especialmente a quem ainda não conhecia o estabelecimento.
Os supermercados também andam investindo em propaganda. É difícil não guardar as chamadas do ‘Guanabaara, tuudo por vocÊ!!!!’ ou do ‘Mundiaal, o menor preçU total!!’ e 'aquela senhora dizendo 'SuperMarket é PREÇO!!'. Mas as campanhas são comuns, meio breguinhas, e apenas anunciam as ofertas. Já o Prezunic investiu melhor, chamou um locutor engraçado que conta pequenas histórias bem-humoradas antes de anunciá-las, usualmente clamando pela fome do cliente, muito forte no rádio, chegou à TV. Aqui, também, não foi pela propaganda que passei a ser cliente, mas sim, porque abriu uma unidade bem perto de casa, é claro, bem-iluminado, confortável, limpo, tem ótimo estacionamento e atendimento. E nada disso é ‘vendido’ no comercial.
Eu gostaria muito de ter acesso aos dados do “recall” das diversas campanhas, termo que define o retorno da propaganda junto ao público-alvo e, em última análise, o quanto a campanha rendeu em termos de aumento de faturamento de quem a contratou. Ou seja, se valeu a pena pagar aquelas brilhantes mentes para elaborar aquelas mirabolantes idéias. Mas isto deve ser coisa muito bem guardada, penso.
Bom, haja bom “recall” de sua genial campanha ou não, o Hortifruti poderia mantê-la por muito tempo, mas acabou logo, mas de vez em quando volta. A mente poderia viajar e imaginar muitas outras combinações interessantes. Só na esfera de James Bond fariam uma festa: poderíamos começar com ‘007 - Os Espinafres São Eternos’, e seguir com, ‘007 - O Homem com a Acerola de Ouro’, ‘007 Contra o Rabanete da Morte’, ‘007 - Somente para Seus Alhos’,  ‘007 - O Agrião Que Me Amava’, ‘007 – O Almeirão Nunca Morre’ e terminar com o moderno ‘007 - Pepino Royale’.
Poderia seguir com outros clássicos e reviver uma Mrs. Robinson vegetariana em ‘A Primeira Couve de Um Homem’, um James Dean vegetando em ‘Aipim Caminha a Humanidade’, ou lembrar Michael Douglas e Glen Close ativados pelo aroma em ‘Açafrão Fatal’, ou ainda Robert de Niro em ‘Nabo do Medo’, atormentando uma família carnívora com seu protrudente legume. 

O campo é vasto! Senão, vejamos .... (em tempo: algumas viraram realmente outdoor, com variação, após a edição original deste post, lá de 2009...)
  

‘A Grande Bertalha’,  
               Alimentando a Dinastia Ming;
‘Almeirão Suicida’,  
               ou 'A Liga dos Vegetais Insanos';
‘A Maior Chicória de Todos os Tempos’,  
               Jesus Cristo me perdoe;
‘A Tangerina’,  
               Dançando nos palcos cítricos de Paris;
'A Rede Cereal',  
               O lado vegetariano de Mark Zuckerberg;
‘Aspargos Inglórios',  
               Uma vingança saborosa;
‘Batman - O Verdureiro das Trevas,  
               Morcegos adorarão;
‘Canela Indiscreta’,  
               Hitchcock desvendando a curiosidade vegetal;
'Ca-Rá-Land' 
               Hollywood com um gosto que você nunca sentiu;
'Chuchunlight' 
               Vencedor contra todas as apostas;
‘Como Era Verde o Meu Cheiro’,  
               Dando gosto ao feijão;
‘Dançando na Chuchuva’,  
               Gene Kelly na época da gagueira
‘Dois Milhos de Francisco’,  
               Recomendando pipoca com fichas telefônicas
‘Ensaio Sobre a Pereira'
               Quem não gosta é cego 
‘Edward Mãos de Cenoura’,
               Cinco em cada uma;
‘Eram os Deuses Alcaparras?’,   
               A dúvida transcendental;
‘Espiga Internacional’,  
               Passaporte para os milhos, é o pleito hitchcockiano;
‘Figo da Justiça’,  
               Superpoderes a qualquer sabor;
‘Harry Potter e a Tâmara Secreta’,     
               A fase frugal do bruxinho;
‘Indiana Jones Em Busca do Brócolis Sagrado’     
               Em sua faceta arqueológico-vegetal;
‘Jambo - Programado para Matar‘,     
               Agora revivido, na terceira idade;
‘Jumanga’,  
               Nunca houve um vídeo-game tão doce;
‘Kung-Fu Quitanda',  
               Conexão animal-vegetal;
‘Laranja da Arábia’,     
               Peter O'Toole levando o tropical ao deserto;
‘Mamma Chia - Lá vamos nós de novo’,  
               Abba em grãos integrais;
‘Mandioca à Beira-Mar’,  
               Drama da agricultura presidencial brasileira;
‘Meia-Couve em Paris’,  
               tempos difíceis para Woody Allen;
‘Melão Maravilha’,  
               Chicoteando as sobremesas saudáveis;
‘Memórias de uma Ameixa’,  
               Semeando o fruto do amor;
‘Meu Aipo Será tua Herança’,     
               Willian Holden num faroeste agrário;
‘Meu Marmelo Favorito’,  
               Minions adocicados naturalmente;
‘Meu Rapé Esquerdo’,     
               a outra narina viria depois;
‘Missão: Impossível - Maçã Secreta’,     
               nada a ver com Adão e Eva;
‘Muito Além do Aipim’,     
               Peter Sellers aceitando batatas, inhames e outros;
‘Mulheres à Beira de Um Ataque de Ervas’,     
               Espanhol também vale;
‘O Clã das Alfafas Voadoras’,      
               Com muita complantação gráfica;
‘O Cogumelo Honesto’,  
               Será que existe?;
‘Oito Mulheres e um Levedo’,  
               Fungos também são cinéfilos;
‘O Lar das Comilanças Peculiares’,  
               Onde carne não entra de jeito nenhum;
‘O Massacre da Salsa Elétrica’,      
               Sangue a dar com pau;
‘O Melaço entre Nós’,  
               Haverá Cana em Marte?;
‘O Pepino do Poseidon’,     
               Estava estragado, pode ter causado o acidente;
‘O Planeta dos Maxixes’,     
               Lembrando o saudoso Charlton Heston;
‘O Poderoso Agrião’,     
               Dando um tempero mafioso na tradicional rabada;
‘O Primeiro Inhame do Resto de Nossas Vidas’,     
               Nova dieta de Demi Moore;
‘Onde os Nabos Não Têm Vez’,     
               para ser bastante atual;
‘Os Bons Cerejeiros’,     
               Robert De Niro doce como nunca;
‘Os Dez Condimentos’,     
               Charlton Heston abrindo mares temperados;
‘Os Frutos Também Amam’,  
               Como negar sentimento a eles?;
‘Os Pimentões da Galáxia’,  
               Audaciosamente temperando onde nenhum legume jamais esteve;
‘O Sal é Para Todos’,  
               Gregory Peck com pressão baixa;
‘O Segredo de Seus Alhos’,  
               Argentino entre cabeças e dentes;
‘Ovos Vorazes’,  
               Jovens Galináceos lutando pela vida;
‘Palmitos no Espaço – O Filme’,      
                muito melhor foi a série da TV;
‘Páprica Mortífera’,     
                tempero também é hortifruti, já dizia Mel Gibson;
’Pitanga Negra’,     
                A nova fruta de Wakanda;
‘Procura-se um Amor que Goste de Repolhos‘,      
                churrasquinho romântico, jamais;
‘Quanto Mais Tapioca Melhor‘,     
                estrelado pelo ministro, nada idiota;                  
‘Quem Tem Medo de Endívia Wolf’,     
                revivida pela nariguda Nicole Kidman;
‘THOR - RepolhoroK’,  
               O vegetal do Mal Supremo;
’Um Cará Silencioso’,     
               Vegetais alienígenas cegos e aterrorizantes;
’Um Coco Que cai’,     
                Hitchcock em sua fase baiana;
‘Uva Negra’,      
                Michael Douglas especialista em vinhos japoneses;
‘Vagem Fantástica’,      
                Explorando os intestinos do corpo humano;
‘Vegetais Fantásticos e Onde Habitam’,  
               Em um Hortifruti perto de você;
‘Vicky Nectarina Barcelona',  
               Woody Allen mais ácido que nunca;
‘Victor ou Chicória’,     
                Não resisiti a repetir a hortaliça.
.... isto, sem falar no óbvio ‘A Laranja Mecânica’, também prontinho pra usar no out-door, com seu verdadeiro nome.
Bem, é bom parar por aqui, senão daqui a pouco, chegaremos aos filmes ainda não existentes, como ‘A Bertalha da Portelinha’, muita calma nessa hora.
Que a Horta esteja com você!!!!