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domingo, 14 de setembro de 2014

30 Anos Entre Céu e Mar

Os da minha idade entenderão parte do título.

Faz 30 anos que o remador solitário Amyr Klink concluiu uma viagem de 100 dias, da Namíbia à Bahia, configurando-se no primeiro e ainda hoje um dospoucos a fazer a travessia do Atlântico Sul. A aventura ficou registrada no livro "100 Dias Entre Céu e Mar", que eu li à época, e que ficou 30 semanas na lista dos mais vendidos no Brasil.

Isso tudo e muitas curiosidades, relatos, desabafos,  foi colhido em uma entrevista que Carlos Euardo Éboli fez na CBN, com o Capitão Coragem, alcunha que foi dada a Amyr, não pelos brasileiros, mas pelos sul-africanos, que acompanham a travessia com muito mais atenção que nós mesmos, como sempre, o maior valor vem de fora.

Amyr, que é economista,  trabalhava com contabilidade antes de ter o sonho que todos diziam ser coisa de maluco. E depois, virou empresário do mar. Ele continua entre Céu e Mar. Hoje mantem uma marina de primeiro mundo em Parati ("aquela coisa da Glória não pode ser chamada de Marina"), que emprega 200 técnicos navais de primeira linha. Alerta que o potencial do Brasil para ganhar dinheiro com o mar é inigualável, a quantidade de espelhos d'água espalhados pelo país, como baías, represas, lagoas, se bem aproveitado, renderia bilhões aos cofres públicos, em turismo esportivo. E também concluiu mencionando uma conversa com Torben Grael que disputou uma prova na Baía de Guanabara e teve que se desvencilhar de plásticos mil pelo caminho...

Ponto alto da entrevista... lembrando-se de tanta burocracia que enfrentou por aqui para poder navegar...
"Posso dizer que quando eu estava em alto-mar, cercado de tubarões, só ali eu fiquei em paz..."

Enfim, este é o nosso país. Era antes, é hoje....


Grande Amyr Klink!

2 comentários:

  1. Legal, Homero. Também sou (e quem não é?) admirador desse fantástico navegador. Dele eu também li "Paratii entre Dois Polos", em que ele relata outra viagem, em solitário, de Paraty a um polo, depois a outro e, de quebra, passando pelos fiordes noruegueses antes de retornar. Frequento a praia (Itacimirim-Bahia) onde Amyr aportou há trinta anos, vindo da África, a remo. Paro sempre para tomar uma cerveja na barraca onde outrora existiu o bar do Doró, por ele citado em seu primeiro livro. De lá fico a navegar, na imaginação...

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  2. À época também li "Cem dias entre o céu e o mar" e creio, mesmo, que muitos de nossa geração o fizeram motivados pela descrição daquela 'aventura', só não me apercebi que ....30 anos já são passados desde então! Caraca! o tempo está passando muuuuuiiiito rápido e eu ainda tenho um montão de coisas que quero fazer e outros tantos lugares a visitar, antes de desta partir, que terei que rever o meu 'cronograma' e apressar o processo de 'realização' rsrsrs
    Ótima semana para nós!

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