quarta-feira, 14 de março de 2018

A Vida de Pi

Hoje, que é o Dia de PI, o número irracional,
lembrei da Vida de PI, o filme
E sobre a explicação elucidadora da Renata!
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Este é o nome em inglês do filme a que assisti no último domingo. Não entendo por que os distribuidores decidiram por apresentá-lo como "As Aventuras de PI". 

O número PI, todos sabemos de nossa infância profunda, é a relação entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro, que é sempre igual a 3,14159265 e outros infinitos algarismos, número irracional que é. Esses 8 algarismos que eu listei foi o máximo que consegui guardar de criança, e ficou até hoje!!

O filme não tem nada a ver com isso, mas, na verdade, até tem. PI é o apelido de um garoto indiano, filho de um proprietário de um zoológico, de quem se conta a vida (e não a aventura, muito menos AS aventuras!). Ocorre que o garoto PI sabia bem mais que aqueles 8 algarismos do número PI, que eu saquei da memória.

E pára por aí a relação entre PI, o garoto, e PI, o número. Tudo sobre seu apelido é explicado de maneira bem divertida logo no começo do filme. Preste bem atenção e tente OUVIR o que eles falam, use seu inglês. Se você apenas LER as legendas, não vai entender a graça da coisa.

O que se segue é uma discussão profunda sobre religiões, e sobre Deus.... O PI adulto diz, logo no começo do filme a seu interlocutor escritor, que sua história o ajudaria a chegar à conclusão sobre a existência de Deus. Só que eu me perdi pelo caminho, envolvido pelas imagens e emoções, e só entendi mesmo a belíssima mensagem do filme quando a Renata me explicou (lá embaixo, forneço uns links) na madrugada do dia seguinte!!! Muito lindo!!!

O filme é muito bem feito, imagens idílicas, computação gráfica no mais alto grau, os animais que se relacionam com PI, principalmente o tigre de Bengala, maravilhoso, são inacreditavelmente perfeitos, as imagens do oceano, do naufrágio, show! Se houvesse Oscar pra Melhor Personagem de CG, Richard Parker (o tigre) levava fácil, fácil!! 

O diretor Ang Lee, que já tem um Oscar por 'Brokeback Mountain', deve concorrer novamente. (CONFIRMADO! O filme concorreu a 11 Oscars e levou 4, incluindo Melhor Diretor para Ang Lee!!!)  Além de tudo, é sempre legal ver indianos falando com aquele trote musical da linguagem, e com as cabecinhas balançando!!! Interessante é que Tobey Spiderman McGuire estava escalado para o papel do escritor, chegou a começar a filmar, mas foi desligado pelo diretor por ser famoso demais, incompatível com o resto do elenco! Tobey entendeu! O destaque tinha que ser para PI e para o tigre!!!

Se você já viu o filme, pode ler a opinião de Renata aqui, neste link e que transcrevo em seguida:



O filme é sobre a essência de Deus.

A essência das duas versões da história de Pi é que o navio afundou, Pi passou 227 dias no oceano e sobreviveu. O resto (o tigre, etc) é firula para enfeitar a história e deixá-la mais fantástica e mais agradável.

“And so it goes with God” (“e assim é também com Deus”): a essência é que Deus existe. O resto (toda a mitologia em torno de cada religião) é firula para enfeitar a história e torná-la mais fantástica e mais agradável.

Por isso, aquele começo em que Pi conhece todas as religiões e participa delas todas:  porque ele, desde o começo, entendia e se interessava pela essência (Deus). A essência é a mesma em todas as religiões. Todos, para Pi, eram o mesmo Deus. O resto era a mitologia, o fantástico, envolvendo cada uma das religiões.

O que assusta o ateu são as histórias fantásticas que cada religião usa para apresentar, de uma forma mais fácil de entender, a essência (que é o que realmente importa). Os ateus tentam interpretar racionalmente todas as histórias mitológicas das religiões, todas as firulas. Por isso, tomam tudo como uma fantasia imbecil, sem conseguirem chegar à essência idêntica de todas elas, ou sem conseguirem entender que o que importa mesmo é a essência delas. Ficam presos às firulas: “Nossa, que história inverossímil sobre um garoto preso em um barco com um tigre!”, e não vêem a essência da história: a história de um garoto que sobreviveu a um naufrágio.

O pai de Pi, em sua racionalidade, achava que o garoto tinha que escolher apenas uma das religiões, porque ele não podia acreditar em todas elas. O pai só via as firulas e, racionalmente, achava que as firulas católicas eram incompatíveis com as firulas hindus, etc. Enquanto que o garoto estava, desde aquela época, percebendo que a essência de todas elas era a mesma: Deus. E que, portanto, não importava se ele seguisse todas elas. Porque todas eram essencialmente iguais, em seu aspecto fundamental.

A essência das duas versões da história do naufrágio é a mesma: ele sobreviveu por 227 dias no mar.

O próprio pai dele tentou usar esse truque da firula para convencer o filho de que a viagem para a América ia ser legal: ele usou a figura de Colombo para tornar a viagem uma aventura na cabeça do filho. É o mesmo funcionamento das mitologias religiosas. A essência seria: a viagem vai ser boa. A firula é: como Colombo descobrindo as Américas.

O pai de Pi usou o mesmo truque (que Deus usou), para tentar fazer com que o filho (a humanidade) se interessasse pelo assunto.

Da mesma forma: qual é a versão mais interessante do naufrágio? A do tigre. Claro. 

A maior parte da humanidade precisa dessas firulas para entender Deus (e etc) algo que, para elas, seria difícil, complicado e pesado de entender sem toda a fantasia. É mais fácil, para as massas, por exemplo, entenderem as histórias fantásticas da Bíblia do que entenderem toda a racionalidade do espiritismo. É mais digerível e mais agradável a história do Tigre do que a história do cozinheiro assassino.

Vamos ao cinema!!

Homerix With a Little Help From My Kids Ventura

4 comentários:

  1. Homerix... a descrição de Renata está barbara.... Eta familiazinha da pesada....
    Paulus

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    1. Reamente, um filme fantástico. Já assisti ao mesmo duas vezes.

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  2. Homero, já fiz o comentário no seu primeiro link sobre o filme...é uma estória fantásticamente real...Bjs, Carol

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  3. Não duvido que ela tenha acertado. É uma explicação que faz sentido.

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