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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Virginia Faithful

Mais uma abertura no meu blog para mais um brilhante texto de Virgínia de Paula


Marianne Faithful. Eu, garota bem novinha, tinha essa Marianne como modelo. As top girls para mim: ela, Jane Asher, Julie Christie e Rita Tushingham.  Mas juro que não copiei seus cabelos. Ela copiou os meus. ah, não está certo falar assim. Pois se nunca me viu mais gorda na feira!  Foi coincidência. Eu cortei minha franja em maio de 66. Vi as franjas de Marianne, iguais ás minhas, algum tempo depois.  Mas e aquela coisa  de pintar os cabelos de louros? Pode ter sido eu copiando sem me dar conta disso.  O que importa é que, para mim, Marianne  estava entre as mais belas de Londres. Agora imaginem o susto que levei quando durante um carnaval, lá no Automóvel clube, uma amiga me grita lá da sacada. Eu na beira da piscina. " Virginia, você viu o filme "A garota da motocicleta"? Ainda não? Tem de ver. Você é a cara da atriz!"   Eu a cara de Marianne Faithful!  Santo exagero! Mas valeu saber que alguém viu semelhança, ora. 

Não sei bem a história dela.  Muita fofoca. Dizem que era de família rica. E que tinha estudado em colégio de freiras. E que se comportava como uma garota de colégio de freiras.  Sua mãe  temia  que ela ficasse desorientada em Londres e sabia que Londres se apaixonaria por ela. Pois, pelo que ouvi dizer, ela realmente ficou desorientada. Caiu na gandaia. E Londres de fato se apaixonou por ela. Eta Londres de bom gosto!!  Mas logo  ela estava casada. Seu marido era John Dunbar, artista ligado ao movimento da contracultura inglesa. Tinha uma livraria de livros raros  e era dono da galeria onde John Lennon conheceu Yoko Ono.  Muito ligado a Paul McCartney, que ajudou a montar a tal galeria.  A propósito,  os  livros  a serem vendidos na livraria  ficavam no quarto de Paul antes  de seguirem para as prateleiras.   Paul frequentava sua casa,  sempre cheia de artistas  da turma "underground"  sendo que ali ele começou a se interessar pela música de vanguarda, a experimentar os tais loops  como os que ouvimos depois em "Tomorrow Never Knows". Ele e Marianne tiveram um filho, Jonathan,   De repente, ela  tornou-se cantora de sucesso. .

  Veio o divórcio e  ela se uniu a ...Mick Jagger. Dizem que quase todos os roqueiros londrinos se apaixonaram por ela. A música "Carrie Anne", sucesso dos Hollies, é dedicada a ela.  Fez alguns filmes, como " A Garota da Motocicleta" com ....Alain Delon. Que coisa, Marianne só gostava e fazia amizade com os 'meus!' rs rs rs. Pois não  fez show com David Bowie também? 

Ela andou sumida assim que se separou de Mick, Sérios problemas com drogas.  Passou por sofrimento intenso. Ai, que dor. Eu olho para ela e sinto!  Recuperou-se. De vez em quando aparece, bem diferente do que era. Tem seguidores fiéis. É cultuada.  Eu gosto do seu jeito de cantar. Essa voz de tom grave, porém, só surgiu  mais tarde.  Quando começou, ela não cantava assim. Achou seu jeito ao longo do tempo. Ficou diferente, coisa dela. Buscou dentro do peito  a voz da sua alma. Gostei. Aqui ela canta " It's all over now, baby blue", de Bob Dylan. Alain Delon aparece no video. .

It's All over Now Baby Blue - Marianne Faithfull



(21) It's All over Now Baby Blue - Marianne Faithfull - The Girl on a Motorcycle (1968) - YouTube

Um comentário:

  1. Ótimo texto, Virgínia! Você nos deu um bom apanhado sobre a vida e carreira de Faithfull. O seu estilo de frases curtas e impactantes nos dá uma noção bem real do estilo de vida da menina.
    Conheci Marianne quando comecei a acompanhar os Stones, já que ela foi "descoberta" por Andrew Loog Oldham, o mesmo empresário do grupo. Gosto muito de "As Tears Go By", gravada por ela e depois pelos meninos. Ela também tinha uma voz potente na época, afetada pelas drogas ingeridas ao longo dos anos. Mas é tudo assim mesmo - all good things come to an end!

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