Prometido e cumprido, postei-me a lê-lo.
E a me impressionar com a sacanagem desvairada que acontecia
no mercado. E na vida das pessoas. Maracutaias, negociatas, sexo. E violência,
do tráfico e da polícia. Em ritmo de romance policial, Ivan descreve operações
ilegais com um nível de detalhe que só quem esteve lá, sabe. A coisa acontecia
em 1995, então a leitura foi uma volta ao tempo, relembrando as coisas que eram
comuns na época, a começar pelos carros utilizados, Ômegas, Diplomatas, Tempras.
O resgate seria pago não pelo próprio seqüestrado, mas pelas pessoas que ele
entregava, ao longo dos 7 dias que dura a ação. Entre os ‘financiadores’
estavam colegas do mercado, donos de bancos, de corretoras, e também políticos,
administradores de fundos de pensão, e ele remontava a operações de 1971,
momento de crises da bolsa, passando pelos vários planos, pela época da hiper
inflação, de como se ganhava dinheiro do open, de como se roubava (e eles mesmos e referiam às operações como
‘roubos’) dinheiro da população. A coisa sempre rolou...e rola!!!
E os nomes fictícios utilizados? Posso apostar que todos têm
algo a ver com gente e instituições reais... ninguém me tira da cabeça que o
plano de saúde Croix D’Argent era a Golden Cross, e que a Minerbrás era a Vale,
então do finado Rio Doce. Ainda procuro, por exemplo, a quem ele se referia
quando nomeou Hercílio Queluz, político poderoso com chances de chegar a
candidato à Presidência. Vou dedicar algum tempo a isso...
Leitura rápida, envolvente, e chocante....
Nenhum comentário:
Postar um comentário