No esporte, o segundo colocado é apenas o primeiro dos últimos. Ao menos, no raciocínio do apaixonado torcedor brasileiro comum. Neste último PAN, a coisa se modificou um pouco. O inalcançável esquadrão americano, associado ao surpreendente desempenho dos tupiniquins, fez o brasileiro sonhar com um segundo lugar: o da contagem das medalhas. Ficamos a antes impensáveis 5 medalhas dos super-poderosos cubanos e seu ditatorial, porém admirável, apoio governamental ao esporte. Depois que as pratas e bronzes brasileiras deixaram as cubanas lá longe, voltou a
síndrome do segundo último: prata já não valia mais. Precisávamos de medalhas de ouro. Não deu!
Entretanto, se usarmos o olhar da gestão por resultados, não ficamos a 5 medalhas do alvo, mas a meras 3 medalhas: medalhas que perdemos para Cuba! Cada medalha que perdíamos para um cubano, entrava na contagem deles e não entrava na nossa: valia duas, na diferença. Nesta edição dos jogos, foram 10 as oportunidades de confronto direto: 4 no judô, 3 no atletismo de pista, 1 no boxe, 1 na canoagem e, não se pode esquecer, no vôlei feminino. Se tivéssemos confirmado um do 6 ‘macth points’ que tivemos naquela nefasta decisão e os juízes do judô tivessem sido justos em duas das lutas que perdemos para Cuba, estaríamos agora comemorando um inédito segundo lugar.
Não que esse ‘título’ signifique muito, em termos de Olimpíada: quando chegar Pequim, estaremos batalhando por um objetivo de 5 medalhas, se muito, ao invés de 55.Mas, para o próximo PAN, quando o nosso ministro das multidões (Orlando Silva) programar o investimento por medalha, cada real pode valer 2, no que tange a bater ‘los hermanos’ insulares: é concentrar no judô, no boxe e no atletismo! E, claro, seria bom reservar uma verba para contratar um psicólogo para as meninas do vôlei poderem afastar o fantasma do match-point olímpico....
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