Olá, Camargo.
Finalmente me correspondo! Não que esteja tranqüilo e com tempo de sobra. Há muito ainda a ser feito mas, devagarinho, chego lá. Mas, isto não vem ao caso! Deu vontade de escrever a você! Afinal, era o mínimo que lhe devia, como amigo que sou. E se por isso não fosse, teria que escrever ao menos para agradecer-lhe mais uma vez por minha indicação ao meu presente cargo. A arriscada indicação de um não especialista para uma função de ponta no exterior mostrou um reconhecimento ao meu trabalho, que se por um lado eu sabia que você tinha, e já havia tido provas dele, por outro lado não esperava que chegasse a esse ponto. Tenho certeza que João teve papel importante nesse jogo. Tenho muito a agradecer a vocês, para o resto de minha vida, aliás, não só eu como minha família.
Já que demorei tanto, agora vai uma mensagem imensa, me perdoe. Sugiro imprimir e ler depois, com calma. Sei que não tenho tanta intimidade para contar tudo isto para você, mas acho que é uma boa oportunidade para você saber como anda minha vida por aqui, no lado pessoal. No lado profissional, acho que você deve estar sendo informado pelos instrumentos devidos, pelo menos assim espero. Eu costumo respeitar hierarquias e por isso não tenho entrado em contato com você diretamente, não há necessidade. Estou muito contente com esta oportunidade no exterior, com o bom relacionamento que tenho com meu gerente geral, que valoriza meu trabalho e contribui para meu aperfeiçoamento, com toda sua experiência gerencial.
Aproveito esta mensagem também para cumprimentá-lo pelo pioneiro cargo de Diretor da Área Internacional da Petrobras. Não o cumprimentei antes, pois penso que há outros níveis a fazê-lo primeiro. Imagino como anda sua cabeça nestes tempos de mudança. Tanto a ser feito, tantas almas a orientar, tantas idéias a implantar, tantos grupos a coordenar e tão pouco tempo. Sei dos que temem que a agilidade da Braspetro seja emperrada pelo gigantismo do Sistema Petrobras. Porém, sou dos que preferem acreditar que tal agilidade será, ao invés disso, impregnada no Sistema. Mas, como disse acima, esta é uma mensagem pessoal (por isso estou mandando para seu email) daí, paro o assunto profissional por aqui.
Uso esta oportunidade para oferecer também o meu email pessoal para você se corresponder sempre que quiser jogar conversa fora ou ainda se precisar de algum favor dos States, não se avexe! É usventura@cs.com : você percebe o sentido duplo do us:
‘Us’ de todos nós, os Ventura e
‘Us’ de Ventura nos US.
Como estão você e sua família? Fale para a Laura que ainda não tomei cafezinho tão gostoso como aquele que ela me ofereceu em 1994 em minha primeira visita a sua casa. E Aninha como está? Ela é a única da qual me lembro o nome, compartilhou o jantar conosco, com sua simpatia. Seus outros filhos eu mal vi, não fixei os nomes, adolescentes que eram. Como estão todos? A experiência internacional trouxe frutos para as vidas pessoais de seus filhos? Se puder, dê-me um feedback a esse respeito.
A família Ventura vai muito bem, obrigado. Antes da chegada, um pouco das preliminares. Você se lembra quando me convidou para esta expatriação, como hesitei. Não por receio profissional, pois apesar de nunca ter atuado na área financeira, gostava de mexer com números e achava que daria conta do recado. Sempre quis uma missão permanente no exterior, mas nunca achei que haveria oportunidade para mim, pois eu ficara no meio do caminho entre um engenheiro, que ocuparia a gerência de operações e um economista ou contador que ocuparia a gerência financeira. O problema era a situação familiar, que comprometia: Neusa tinha um irmão excepcional, 5 anos mais velho que ela, que era cuidado pela mãe já em idade avançada e totalmente dependente da filha. Tanto tinha certeza da impossibilidade que, quando recebi o seu convite, disse que as chances seriam poucas, devido àquela situação. Surpresa absoluta, quando cheguei em casa e falei à Neusa sobre a oportunidade, ela, que sempre recusara a hipótese de sair do Brasil por causa daquilo tudo, pensou 2 minutos e disse: Tudo Bem! Minha filha Renata, 14 anos na época, em princípio negou, mas logo entrou na onda. Felipe, com 11, coitado, pouco podia opinar. Minha sogra, dona Zulmira, teve uma resistência enorme, como esperávamos e era mais do que natural para nossa envoltória particular. Seu grande temor era a viagem, 10 horas até Miami, 3 horas de espera no aeroporto mais 2 de Miami a Houston. Os meses entre o aceite e a viagem foram um verdadeiro suplício. Recorremos até mesmo a aconselhamento espiritual que, felizmente, recomendou a mudança.
Neusa pediu licença do emprego na Justiça do Trabalho, preparamos as papeladas para transferência das crianças, e viemos. Aliás, vim antes, e corri o risco de escolher a casa sozinho, pois tudo tinha que estar preparado para a chegada d’A Grande Família. Não poderia fazer como os outros expatriados, que vêm com a esposa e a escolha é conjunta
Começo meu relato pela viagem. Os temores de minha sogra não se confirmaram, como todos sempre lhe diziam, e ela teimava em não acreditar. Deu tudo certo na viagem, fora o trabalho normal, que já esperávamos, meu cunhado ficou ótimo o tempo todo. O tempo de espera em Miami foi todo tomado no balcão da Continental com o check-in de meus 14 volumes, incluindo cadeira de rodas e patient lifter - um aparelho que usamos para transportar meu cunhado da cadeira para a cama e vice-versa. Éramos 7, foi uma verdadeira invasão! O pessoal da VARIG achou que era arriscado fazer o encaminhamento normal, dado o volume indecente de bagagem. Contratei um negão enorme, que conseguiu colocar tudo empilhado num carrinho só e lá fomos nós por aqueles terminais afora… às vezes, caía uma mala lá de cima … parecia a Família Buscapé!
Ao chegarmos em Houston, havia uma comitiva nos esperando, outros gerentes expatriados e um local administrativo. Eram tantas as malas e volumes, e tanta gente ajudando, que acabamos trazendo mais uma, que estava perdida lá na esteira, parecida com uma das nossas. O incrível é que a mala tinha identificação e o dono morava na mesma rua minha, Kimberley Lane, a uns três quarteirões de casa. Depois de um contato com a Continental que sugeriu que eu levasse a mala de volta para o aeroporto (longe pra cachorro!) para evitar que eu fosse processado pelo dono, resolvi arriscar e telefonar para o sujeito (tinha até telefone no cartão!). A sorte é que o cara era um inglês boa gente que ficou feliz da vida: “Pelo menos uma, eu consegui recuperar!”, ele disse.
Moramos numa casa boa, de dois andares. Os quatro mais velhos ficam em baixo, os 3 mais novos em cima. Tem um game-room, para o qual imediatamente compramos uma mesa de Ping-Pong. O proprietário aceitou que eu fizesse reforma no banheiro para que pudéssemos dar banho em meu cunhado. Aqui, o normal é banheira e fora dela não há ralo, de modos que não seria possível manter o mesmo esquema de banhá-lo na privada, com uma ducha. A água não ia escorrer. O dono ficou sensibilizado com a situação e aceitou. Lá se foram 2.700 dólares!
Como percebeu, éramos 7, pois trouxemos, como você sabe, a nossa empregada para aliviar a carga de Neusa e de minha sogra com o cuidado da casa e do meu cunhado. Foram 3 meses de convivência nada pacífica, pois seu gênio era terrível, apesar de que nada temos a reclamar do serviço e do carinho com que tratou meu cunhado. Tentamos mudá-la, mas foi impossível. Foi uma decisão conjunta e ela pediu as contas, mesmo com 500 dólares por mês. Fora a passagem, né! Total: 2.500 dólares. Como eu já tinha falado a você, minha vinda para cá tinha NPV negativo, pois Neusa tinha um belo salário por aí. Os motivos não monetários, no entanto, e ainda bem, pesaram mais em nossa decisão.
Sei que já conhece Houston, mesmo assim, aqui vai uma breve descrição, você pode mostrar a seus filhos, que não tiveram a emoção de conhecer a vibrante metrópole. Apesar de estar localizada em um paralelo do Hemisfério Norte correspondente a Porto Alegre, no Hemisfério Sul, aqui faz mais calor que lá. Ainda não passamos o verão aqui, mas dizem que é causticante. O que salva é que tudo tem refrigeração e calefação, casas, lojas, carros, cinemas, restaurantes. No frio, chega algumas vezes a 0 ºC, mas não é nada demais. Aquilo tudo que se vê na TV sobre neve, nevascas, carros soterrados, tempestades, furacões, é tudo mentira, computação gráfica! Brincadeirinha! É mentira para Houston! Tudo isso acontece em outras cidades mais ao Norte. E, na verdade, nada disso faz falta, muito menos os furacões. Já houve por aqui, o último há 15 anos. A cidade é plana, plana, plana, ai, que sono! Para quem está acostumado com o Rio de Janeiro com todos aqueles morros e florestas, isto aqui é uma verdadeira monotonia. A maior elevação da cidade, fora os altos edifícios, é no ápice de um enorme viaduto, magnífico entroncamento de duas Highways, como só os americanos sabem fazer. A cidade é em 95% do espaço ocupada por casas, sobrados e muitas … muitas árvores. Os prédios de apartamentos têm 3 andares, no máximo. No Downtown estão os maravilhosos edifícios das grandes empresas da cidade. Há um com 100 andares, que é fora de Downtown e eles fazem questão de ressaltar: o maior do mundo fora do centro da cidade!
A falta de belezas naturais faz com que as atrações se limitem ao que o homem construiu. Tem a NASA, o Museu de História Natural, o Museu de Belas Artes, Parques de Águas, Parques de Diversões, Zoológico e cinemas. Meu Deus, como tem cinemas por aqui! De todos os tamanhos, para todos os gostos. Deve ter mais de 500 salas, agrupadas ou isoladas, 30 aqui, num shopping, 20 ali num centro empresarial, outras 25 acolá isoladas no meio do nada. Ô pessoal para gostar de filme, aliás, círculo no qual nos incluímos com orgulho. São apenas 4 milhões de habitantes, apesar de ser a 4ª maior cidade dos USA. Pela falta de prédios de apartamentos, no entanto, a extensão territorial é imensa. Todas as distâncias são enormes. E, por conta destas distâncias, tem outra coisa que tem muito por aqui: carro! A média é quase de 1 carro por pessoa e olha que tem que contar nesta média as pessoas como menos de 15, que não podem dirigir. Querem saber outra coisa que tem muito por aqui? Mexicano! Dizem que 30% da população de Houston vem do México. Não sei se vocês sabem, mas estas terras aqui eram mexicanas e foram tomadas no tapa - muitas guerras e mortos. Os mexicanos acreditam que este é um movimento de retomada, lenta, mas agressiva: os mexicanos têm, em média 4 filhos por família … os americanos, 2. É só fazer as contas. Há bairros inteiros com mexicanos .. e outros, menos numerosos, de orientais, de todos os países da Ásia. Há ruas em que o nome está em inglês e em ideogramas, aqueles sinais dos orientais.
Neusa logo se adaptou aos lugares de compras (supermercados) e já anda por toda a Houston que interessa à manutenção da casa. Aliás, ao contrário de mim, Neusa passou de primeira no exame escrito de motorista, eu tive que fazer 2ª época … pasme! Temos uma pequena comunidade petrobrasileira ….. as mulheres se encontram de vez em quando. Neusa chegou a começar um curso de inglês numa Igreja aqui perto. Só que já estava no final do ano. Começaria em janeiro novamente. Agora, sem empregada, está dificultando bastante já que ela está tendo que cuidar do irmão e da casa, claro que com a ajuda da mãe. Deus nos proteja para que continuem firmes e com colunas vertebrais fortes.
Minha sogra adaptou-se muito bem. Gostou muito da casa. Está 100% do tempo em contato com a filha, coisa que não tinha no Brasil. Recebe de vez em quando a visita de esposas dos outros expatriados. De modos que se sente em casa! Usamos o living room como quarto para ela e meu cunhado, afinal era o cômodo que sobrou no andar de baixo. Como o living room tinha apenas um portal, instalei uma porta “bi-fold” para dar-lhes certa intimidade. Claro que após autorização do proprietário, que só pediu que mantivesse o mesmo estilo de uma outra, nas proximidades do portal, meio vazada e branca. Esta porta é uma prova do nível de padronização americano. O vão do portal era de 72” , a altura 83” . Fui ao Home Depot, um local inacreditável de materiais de construção, na esperança de ‘encomendar’ uma porta com estas dimensões. Supresa absoluta, encontrei uma porta, na verdade 2 que se fecham no meio do vão, exatamente como eu queria (bi-fold, branca, vazada), para atender um vão com exatamente com as dimensões que eu precisava (duas portas de 36” por 82.5” ), e a um custo razoável, US$ 90.00 as duas. Depois, foi só uma questão de convencimento por parte da porta. Levou uns dois meses até ela me convencer de que eu era capaz de instalá-la. Ela falava: “Vem …. me instala, seu bobo! Eu sou fácil!” e eu nada, até que num belo domingo de dezembro, tomei coragem e enfrentei, com sucesso, a fera. Trata-se de um dos meus maiores feitos nos States, além, é claro, dos profissionais.
Na escola, foi impressionante: chegamos numa segunda, fiz a matrícula na terça e na quarta-feira, estavam os dois de material na mão (o Felipe, de uniforme!) prontos para começar a nova vida escolar. É claro que ajudou o fato de eu já estar com toda a documentação pronta, atestados de vacina e tudo o mais!
As crianças se adaptaram rapidamente. Renata, que outro dia fez 15 anos, então, já até saiu do ESL, um programa especial – English as a Second Language – que acomoda estudantes que chegam de outros países e não dominam o idioma inglês. Ela começou, então, em janeiro a ter aulas normais junto com os americanos e outros poucos estrangeiros. Pena que ela perdeu contato com alguns colegas de outros países (Albânia, Rússia, México, Eslováquia) com quem ela gostava de conversar. Mas ela mesmo pediu assim e os professores acharam que ela estava preparada para a nova etapa. Está bem puxado para ela. Mas já deu para perceber que foi uma decisão acertada: no primeiro período (eles avaliam a cada Six Weeks, por aqui!) ela já teve Straight A’s, ou seja, todas as notas maiores ou iguais a 90. E, espanto dos espantos, a melhor nota de Inglês da turma! E faz umas matérias diferentes do currículo brasileiro, como Speech e IntroBusiness, escolhidas por ela.
Felipe, 11 anos, teve um começo difícil, demorou muuuito pra se adaptar: 3 dias! (HeHeHe). Chegou chorando da escola no primeiro dia, pela dificuldade de encontrar a sala de aula do professor (aqui é o contrário daí, onde o professor encontra a sala de aula do aluno). Uma semana depois, entretanto, um momento que jamais vou esquecer: jogávamos Ping-Pong e uma bela hora antes de dar um saque, ele apoiou a raquete na mesa e disse: “Sabe, pai, acho que nós vamos ser felizes aqui!” Não preciso dizer que as lágrimas vieram-me aos olhos instantaneamente. Agora, está numa alegria só, é o melhor da classe …. outro dia recebeu um 100 em Matemática com um tremendo AWESOME! de elogio. Nos dois primeiros períodos ele entrou na lista dos “All A’s and 2 B’s”, os americanos valorizam muito os bons alunos e sempre preparam este ranking. Neste último, finalmente, vai entrar na lista dos “All A’s”. Só que eu acho que está bem pouco puxado ele estuda muito pouco em casa. Quem sabe quando terminar o ano (em junho) damos uma apertada! Tanto Felipe (na Middle School) quanto Renata (na Highschool) conseguiram entrar em séries adiantadas, como queríamos.
Como você deve saber, consegui fazer meus filhos gostarem de algumas das coisas que gosto: Beatles, James Bond, Star Trek, Titãs e… música… principalmente. Logo que assentamos o facho, fomos adqüirir o presente de Natal antecipado: guitarras! Felipe tem uma Fender Cyclone, Made in Mexico e Renata, uma Fender Squier Strat, crafted in China. Cada um com seu amplificador. Não tinha sentido sair gastando fortunas com Gibsons. Se eles realmente evoluírem, quando voltarmos, pensamos no assunto. Os dois estavam tendo aulas de guitarra. O Felipe é bem mais dedicado e acho que vai longe. Já Renata tem facilidade para música (qualquer instrumento!), mas uma preguiça descomunal. Aliás, já saiu até da aula e toca de vez em quando em casa. Também , agora ela está muito sobrecarregada de matérias.
Um pouco tempo depois compramos um belo teclado Yamaha (que eles aqui falam Yamahááá) para todos os tecladistas da família: Neusa, minha sogra, Felipe, de vez em quando Renata (com sua facilidade) e eu com minha teoria dos acordes e nenhuma habilidade. Mais perto do Natal, compramos um violão eletro-acústico Yamahááá, meu presente de Natal. É só pena que eu não tenha tempo para colocar toda esta gente tocando junta. Com a volta da empregada ao Brasil, usamos o quarto dela como estúdio para esses instrumentos.
No quesito música, anuncio que felizmente já encontrei a rádio ideal para se ouvir: 93.7 – The Arrow – the ONLY Houston Classic Rock Station. Pena que só a ouço no carro. Já viu o repertório, né? Led Zeppelin, Pink Floyd, Queen, Beatles, Rolling Stones, Steve Ray Vaughn, Yes, Santana, Eric Clapton, AC/DC, Deep Purple, Journey. O único problema é que, como quase toda rádio americana, tem muito falatório. Só na hora da Classic Rock Marathon, eles dão uma folga. No final de ano, fizeram uma enquete entre os ouvintes para rankear os 10 melhores álbuns de Classic Rock do milênio. Apresentaram o resultado na última semana do ano:
10. Abbey Road - The Beatles
9. Hi Infidelity - REO Speedwagon
8. Rumours - Fleetwood Mac
7. The Eagles - Their Greatest Hits '71-'75
6. The Beatles (White Album)
5. Hotel California - The Eagles
4. Led Zeppelin (IV/Untitled/Zoso/Four!)
3. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - The Beatles
2. The Wall - Pink Floyd
1. Dark Side of the Moon - Pink Floyd
9. Hi Infidelity - REO Speedwagon
8. Rumours - Fleetwood Mac
7. The Eagles - Their Greatest Hits '71-'75
6. The Beatles (White Album)
5. Hotel California - The Eagles
4. Led Zeppelin (IV/Untitled/Zoso/Four!)
3. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - The Beatles
2. The Wall - Pink Floyd
1. Dark Side of the Moon - Pink Floyd
Desta vez não discordo da maioria dos escolhidos, apesar de o n.9 ser-me um ilustre desconhecido. Três dos Beatles, 2 do Pink Floyd, 1 do Led Zeppelin era o mínimo que se poderia esperar de qualquer ranking decente! Dois do Eagles também é um exagero … aliás colocar Greatest Hits em ranking de Album não deveria ter sido permitido. Deste jeito teriam que colocar Queen e aquele álbum duplo com os maiores sucessos dos primeiros anos dos Rolling Stones, que é uma jóia.
Enquanto escrevo esta mensagem, estou vendo Vasco x Flamengo. Já está 4x1, com 3 gols de Romário, I’m sorry Camargo. É, com a Globo, não me desliguei tanto do futebol apesar de não ter visto nem 10% dos jogos. Não vi muitas vitórias do meu Peixe, como você sabe. Quase não acompanho o andamento dos campeonatos. Na verdade, não sei nem os jogadores do meu time. Só sei que Rincón foi contratado e que Caio voltou do Flamengo, que reforço!
O esporte em Houston, acho que você tem alguma notícia, está meio por baixo: No Basketball, os Houston Rockets nem emplacaram os play-offs. Em compensação, os dois únicos jogos que vi foram vitórias, no “The Summit” – me recuso a chamar o magnífico ginásio pelo seu novo nome – Compaq Center. Num deles, tive oportunidade de ver um dos últimos jogos de “Sir” Charles Barkley, em que ele só faltou fazer chover. Foi marcante! Estavam pensando em construir outro ginásio maior e melhor só que precisavam de dinheiro público e então foi feito uma espécie de plebiscito, que negou a verba aos empresários. Os Rockets estão ameaçando abandonar a cidade caso o estádio não se viabilize … hummmm …. Magoou….!
No Hockey, os Houston Aeros também não são lá estas coisas. Gostaria muito de ver um jogo deste violento esporte. O mais interessante é que é que é jogado no mesmo The Summit. Não sei como, mas eles conseguem levantar aqueles escudos de vidro e montar aquela quadra de gelo num piscar de olhos.
No Baseball, os Houston Astros começaram a temporada meio claudicantes, mas eles costumam fazer algum sucesso na American League, que não é a principal. O ponto alto é o novo estádio, o Enron Field, com teto retrátil, montado em uma antiga estação ferroviária, inaugurado há semanas. É realmente magnífico. O que não ajuda é o esporte em si. Ô jogozinho monótono! Na TV é interessante, pois só mostram as boas jogadas. Mas, ao vivo, é muito parado e nós que não entendemos a totalidade das regras e da contagem ficamos meio perdidos, pois de repente todo mundo pára de jogar e somem pelos “buraquinhos”. Aliás deve ser disto que americano gosta pois a cada troca, eles saem para comer aquelas guloseimas que os deixam gordos. No primeiro jogo que vi, estava 0x0 até o sétimo dos 9 tempos do jogo (Innings). Uma tortura! Já no segundo, senti alguma emoção, foi bem melhor e eu entendi alguma coisa mais, pois o cara que me convidou ficou explicando. Teve até um Grand Slam, que qualquer hora eu lhe explico o que é, pena que foi para o outro time, o St. Louis Cardinals. Sobre o estádio, aqui também aconteceu o mesmo que no basketball, os Astros ameaçaram sair de Houston se não construíssem outro estádio para elezinhos, que gracinhas! Os coitadinhos não queriam mais o Astrodome, um magnífico estádio coberto, agora reservado a exposições e aos rodeios que, por sinal, só vale a pena ir uma vez.
No Football, você sabe, é Dallas que tem o melhor time, os Cowboys. O de Houston foi comprado, anos atrás por um empresário de St.Louis, que aliás disputou o último Super Bowl. Aqui na cidade eles estão montando um outro time, para o qual falta escolher o nome. Eles devem estrear só na temporada que vem. Espero que dê tempo para eu assistir a alguns jogos profissionais. Só assisti uns da High School que tem um estádio aqui perto de casa. Joguinho também muito chatinho, esse tal de Football. Espero ainda mudar de opinião. O interessante é que eles têm um estádio muito bom de Football, mas queriam porque queriam fazer um outro estádio melhor e maior. É muito dinheiro nesta economia superaquecida. É aquela febre da categoria estádio-gastança que pegou aqui na cidade. Ele já está sendo contruído.
Era isto! Espero que não tenha se chateado com tanto papo.
Mais uma vez obrigado e um grande abraço
De Homero, Neusa, Renata, Felipe, D. Zulmira e Carlinhos
E .. conte sempre comigo!