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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Quando The Beatles começaram?

Hoje, comemora-se 64 anos da Condição Nº2
 para a existência dos Beatles, 
cujo personagem principal é o desta foto ao lado
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Hora de adentrar a uma nova fase de minha Saga, 
O Universo das Canções dos Beatles!

Vou fazer uma compilação de tudo o que escrevi mas na ordem em que tudo aconteceu, por exemplo, oferecendo compactos e LP's no momento em que vieram ao mundo, e tudo o que envolvia seu lançamento.

Todo começo tem que começar do começo, então para o primeiro capítulo dessa fase, que conta o que aconteceu em 1962, ano do 1º lançamento, vou fazer, na verdade, algo que vou intitular 'The Beatles - Do Big Bang a 1962'. Claro que vou me limitar ao big bang deles, que eu defino como o dia em que John Lennon e Paul McCartney se conheceram, 6 de julho de 1957. Não há dúvida de que foi um Big Bang, para uma Big Band, aliás, The Biggest Band.

Para isso, nada melhor que usar este texto que fiz no ano passado, apenas adaptando algumas coisinhas...


Desde que recebi a oferta desta camiseta, fiquei intrigado. Uma fotomontagem como se Paul McCartney estivesse comemorando os 60 anos dos Beatles em 2020... fiquei encafifado... pois nunca comemorei o início dos Beatles em 1960. Fui pesquisar, e logo achei. Foi em agosto de 1960 que John Lennon resolveu despratear o nome da banda, e removeu o 'Silver' de The Silver Beatles, restando apenas The Beatles, da forma que a conhecemos, sim, já há 60 anos. Antes dele, tocaram um tempo como Johnny and The Moondogs, além da original The Quarrymen, que foi como tudo começou.

É isso mesmo? Pera lá, em 1960, nem Ringo estava na banda, nem George Martin, sonhava em entrar pra história, nem tinham Brian Epstein como empresário! Portanto, ainda não eram The Beatles, como conquistaram o mundo, não, não, não me convencem.

Até porque se for pra considerar Beatles sem Ringo, o próprio Paul considera que 'In Spite of All The Danger' como a primeira gravação dos Beatles, ainda na época dos Quarrymen, em julho de 1958, num estúdio caseiro de Liverpool, uma McCartney/Harrison, ou melhor, composição de Paul com guitarra de George. No Lado B, eles gravaram um cover de Buddy Holly, That Will Be The Day! Mas não.... não ... ainda prefiro minha interpretação.

Resultado de imagem para love me do singlePra mim, The Beatles começaram, já com a formação definitiva, em 5 de outubro de 1962, contei aqui neste link, quando lançaram o primeiro compacto com 'Love Me Do' e 'P.S. I Love You'. Somente aí, deixaram de ser aquela banda de rock de uma cidade litorânea do norte da Inglaterra, para serem conhecidos em Londres, e e chegarem ao 17° lugar das paradas inglesas, e fazerem shows na capital e depois toda a Inglaterra e depois todo o Reino Unido e depois toda a Europa e depois a América e depois o mundo! Foi naquele dia que a luz se acendeu. E, claro, eu gosto muito de celebrar aquele 5 de outubro porque naquele exato dia, mais especificamente, naquela exata noite, estreava com grande pompa e circunstância o primeiro filme de 007, Dr.No, com Sean Connery no papel de James Bond, que no Brasil saiu como 007 Contra o Satânico Dr.No ... coitado do Demo, sempre levando a culpa! Foi naquele dia que a luz se acendeu. Sim, naquele dia The Beatles vieram ao mundo. Ou, 45 dias antes, pra ser mais preciso!

Permitam-me algumas ilações! Vamos ampliar a discussão de datas, mas levando para um outro raciocínio, tipo ‘Se isto não acontecesse, os Beatles não existiriam!’. E então temos vários momentos de conjunção cósmica que levaram à formação dos Beatles. São fatos que SEM OS QUAIS NÃO ocorreria o fenômeno conforme o conhecemos. A partir daqui, uso a expressão em latim do mesmo significado, SINE QUA NON! A meu ver, foram 8 condições SINE QUA NON. para o fenômeno.

1

Resultado de imagem para quarrymen
Em primeiríssimo lugar, tem o 6 de julho de 1957, quando John conheceu Paul, no pátio de uma igreja de Liverpool, levado por um amigo comum, Ivan Vaughn, a quem nós beatlemaníacos agradecemos a passagem pela terra. John ouviu suas habilidades, percebeu que era um talento de igual magnitude que ele, e após uma noite debatendo com seu imensurável ego, decidiu por admiti-lo no Quarrymen. Esse episódio foi contado no filme Nowhere Boy (resenha aqui!). E conto sobre essa parceria qu e ali começou nese LINK!



SINE QUA NON 1: 
Se John não conhecesse Paul, 
The Beatles não existiriam!
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2
Resultado de imagem para quarrymenDepois, um certo 6 fevereiro de 1958 (quando eu já tinha um mês neste mundo) também foi fundamental, pois foi quando Paul trouxe seu amigo de escola George para conhecer John, pasmem, no andar de cima de um ônibus, onde deu um show na guitarra. John demorou um pouco para admiti-lo na banda por ser ainda um pirralho (ainda ia completar 15 anos), mas acabou por render-se à habilidade do menino, dois dias depois, em 8 de fevereiro.


SINE QUA NON 2: 
Se Paul não trouxesse George, 
The Beatles não existiriam!
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3
Stuart e Astrid
Pouco tempo depois, com Pete Best na bateria e com o concurso de Stuart Sutcliffe no baixo, um ótimo artista plástico, mas que não sabia tocar baixo, estava só porque era o melhor amigo de John, os rapazes partiram para Hamburgo, onde tocavam 7 horas seguidas todas as noites, com George ainda menor de idade, e aprimorando suas cometências (?? ... clique aqui!!). Ao final da excursão,  Stuart percebeu que a praia dele era outra e resolveu ficar lá, com a  nova namorada, a artista Astrid Kircherr, fotógrafa de fotos históricas dos rapazes. Corria o mês de julho de 1961. Sua saída se constituiu num turning point, porque somente aí Paul assumiu de vez o baixo e se tornou um dos maiores baixistas de todos os tempos, fator crítico de sucesso da banda. Algum tempo depois, infelizmente, Stuart veio a falecer, devido a um aneurisma..., aliás, mais um momento especialmente ruim da vida de John, explico o porquê aqui.


SINE QUA NON 3: 
Se Stuart não fosse embora, 
The Beatles não existiriam!
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4
Brian Epstein, empresário dos Beatles, morreu em
                    agosto de 1967 aos 32 anos. (Foto: Divulgação)Um próximo momento foi quando Brian Epstein resolveu sair de sua loja de discos na hora do almoço para ver ao vivo uma banda que ele ouvira em um disco acompanhando Tony Sheridan, que tinha uma certa projeção,  cantando a valsinha "My Bonnie" em ritmo de rock, gostara do som, mais da banda de apoio que do próprio astro. E chegou ao The Cavern Club e ouviu John e Paul dominarem o palco, George com ótimos solos de guitarra, e ainda Pete Best na bateria, mas principalmente, ficou impressionado com o carisma deles, principalmente dos dois frontmen. Era um 9 de novembro de 1961 escrevi sobre isso aqui. Um mês e um dia depois, fez a proposta de empresariá-los em troca de 25% dos rendimentos, com ele arcando com todas as despesas, eles aceitaram e começaram a batalha por uma gravação.

SINE QUA NON 4: 
Se Brian Epstein não chegasse, 
The Beatles não existiriam!
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5
Resultado de imagem para decca tapesTalvez eu apele um pouco agora, mas um NÃO pode ter sido essencial para o sucesso deles. Escrevi sobre isto aqui. Foi Dick Rowe, gerente da Decca Records, que num 1 de janeiro de 1962, recebeu-os em sua gravadora para um teste, não gostou do que ouviu, dizendo que aqueles grupos de guitarra não tinham futuro... Se tivesse gostado, e assinado com eles, talvez eles tivessem mantido Pete Best. E não teriam Ringo, fator crítico de sucesso da banda, e não teriam conhecido George Martin, outro fator crítico de sucesso, pois era gerente de uma gravadora concorrente. Apelei? Bem, o tape virou um dos mais procurados pelos fãs.

SINE QUA NON 5: 
Se Dick Rowe tivesse dito SIM, 
The Beatles não existiriam!
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E seguimos... com aquele Não, o desânimo tomou conta dos rapazes mas não de Brian, que seguiu buscando e passou nos escritórios da grande loja HMV na em 363, Oxford Street, para transformar a fita num disco, entregando-a para um  certo técnico de som Jim Foy, que ouviu e gostou, sugeriu que conversasse com o chefe dele Sid Coleman, que pegou o telefone e marcou uma reunião do grupo com George Martin da EMI. Era um 8 de fevereiro de 1962, portanto outra data ‘sine qua non’ sem a qual não haveria o sucesso. Fizeram até uma placa celebrativa no endereço, mesmo sem a HMV lá. Foto de 2005, em uma peregrinação pelos locais Beatle que fiz em Londres, a qual conto neste LINK.

SINE QUA NON 6: 
Sem o encontro na HMV, 
The Beatles não existiriam!

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7
Resultado de imagem para george martin meets the beatlesE, claro, o próprio dia do encontro um certo de 6 de junho de 1962, na EMI, com George Martin, que aliás nem os ouviu ao vivo, ficou só na fita, mas enxergou longe, adorou o carisma dos rapazes (o garoto George até reclamou da gravata do velho George), assinou contrato mas recomendou que trouxessem outro baterista. Martin foi fundamental para a transformação dos Beatles numa banda mais madura, e sempre estava aberto a ouvir as ideias dos rapazes e fazia o possível para concretizá-las.

SINE QUA NON 7: 
Se Martin tivesse gostado de Pete Best, 
The Beatles não existiriam!
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8
Resultado de imagem para ringo starr in hamburgE somente aí, apareceu a chance de Ringo. Já era o melhor baterista de Liverpool, era o único dos quatro que tinha um carro, astro da banda Rory Storm and The Hurricanes, era claro que John e Paul o queriam na banda. Fizeram o convite, ele se manteve nas duas bandas por um tempo, até que, num 22 de agosto de 1962, assumiu as baquetas da bateria Beatle para nunca mais largá-las, exceto num par de três ou quatro breves ocasiões, por saúde, férias e briguinhas... Falo sobre esse episódio em minha breve biografia sobre Ringo Starr, que está neste LINK.
The Beatles estavam completos!

SINE QUA NON 8: 
Se Ringo fosse fiel à sua banda, 
The Beatles não existiriam!

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A partir daí, foi só botarem o talento e o carisma pra fora e correr para mudarem a história!!

O que pensam? 

Como celebração é livre, em agosto de 2022, celebraremos os 60 anos da maior banda de todos os tempos, que ainda hoje, quase sexagenária, ainda encanta e influencia gerações!!!

8 comentários:

  1. Grande mestre Homero: CONCORDO INTEGRAMENTE CONTIGO!!! E sobre a fake do Paul com a camisa dos "60 anis", quando recebi há tempos de um amigo, respondi que era uma enganação tosca e deletei. Mas agora, com a sua postagem, vejo que eu deveria ter respondido nessa mesma levada sua... rsrs. Grande abç! Osmar.

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  2. Concordo plenamente com você
    Bela análise

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  3. Assunto sujeito a muitas teorias e interpretações
    Se o nome definitivo foi definido em 1960 os Beatles completaram 60 anos então!!

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  4. Perfeito. Exatamente assim. O número 5 não se trata de apelação. Se eles tivessem sido lançados pela DECCA não seria a mesma coisa. George Martin nasceu para fazer parte da revolução. E eu só tenho a te agradecer porque não sabia ainda da data que Ringo entrou. Foi ali que os Beatles se completaram. Nâo resta a menor dúvida.
    Eu acrescentando uma coisinha que ouvi por aí. Brian Epstein não estava entendendo nada. Como não viam o que ele via? Então se deu conta de algo extra que eles tinham: o carisma. A personalidade de cada um. Então tomou a decisão de ir levando os meninos para conversarem na EMI. Pois deu certo. George Martin se encantou primeiro foi que o estilo deles. O jeito deles se comportar, de falar, enfim, aquela aura mágica que os envolvia.

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  5. Tenho uma outra versão sobre o encontro de John e Paul. Não extamente o encontro, mas a reação de John. Eu não sei mais onde li, mas penso foi coisa dita por Pete Shotton. John só falava em Paul dia após dia após o encontro. Sim, ele teve receio de ficar para trás se o contratasse. " O pior é que ainda se parece com Elvis Presley", teria dito achando que seria ofuscado. Claro que Paul jamais se pareceu com o rei americano, mas John viu semelhança e sentiu uma ponta de inveja. Ao mesmo tempo sentiu um imensa atração e sabia que ele seria importante na banda. Sabia tocar muito melhor que ele ( John nem sabia afinar o violão...tocava com afinação de banjo) e sabia as letras das músicas. Então falava nele sem parar. Os outros da banda não queriam Paul. E isso eu li na página oficial do Quarrymen. Eram meninos da classe média que não apreciam mistura com meninos da classe operária. Eles confessaram que realmente pensava assim. Paul estaria num nível inferior. Mas Pete não aguentou mais ouvir John falando em Paul o tempo todo. E resolveu o caso o aconeselhando a convidá-lo logo e parar com aquilo. Assim foi feito.

    Muitos anos depois, exatamente em 1980, John disse para a revista Rolling Stone que o impacto que ele sentiu ao conhecer Paul foi o mesmo impacto que sentiu ao conhecer Yoko. Vejo essa declaração por um lado negativo e por um lado positivo e o postivo ganha. O negativo seria uma depreciação total de Paul visto que Yoko nunca teve talento para música. Então seria como achar que Paul não tinha talento. A comparação é péssima. O positivo é que com certeza John queria dizer exatamente o contrário. Queria dizer que Paul tinha sido da maior importância em sua vida, pois ele achava Yoko o máximo mesmo sem ser. ( talvez tenha dito assim só porque ela estava perto rs rs rs). Enfim, penso que John fez o maior elogio possível ao Paul com essa declaração e que foi repetida numa entrevista que já tive a chance de ouvir no youtube. Na entrevista ele abre um aprentese para dizer que obviamente não o mesmo tipo de atração,mas na revista ele nem deu explicação. As duas pessoas que tinham impactado sua vida foram Yoko Ono e Paul MCartney com a mesma importância. E tal declaração espontânea aconteceu apenas algunas dias antes do seu falecimento

    Pois é, aquele 6 de julho foi fundamental para que os Beatles mascessem de verdade em 1962.

    Continuando. Melhor esquecer o filme Nowhere Boy. Podemos até ver porque falam neles... mas como estudo sobre a vida dos Beatles e suas reações ele não tem utilidade. Paul ficou aborrecido ao ver o filme. Mostram Mimi como megera. Mostram John fazendo coisas que lembram personagem de James Dean...e nada a ver com John. E ainda mostram John batendo nele, coisa que nunca aconteceu. Pois foi conversar com Sam Taylor Wood, a diretora do filme. Ela explicou o seguinte. O filme não era um documentário, portanto não precisava contar a verdasde. Era puro entretenimento. Ela achou por bem mudar várias coisas para dar um toque mais cinematográfico. Enfim, confessou que o filme não tem nenhum compromisso com a verdade. E que no cinema é sempre assim. ( O filme sobre Fred Mercury usa e abusa disso). Paul aceitou a explicação. Eu não aceitei. Nesse caso teria de colocar em letras garrafais que se tratava de uma história apenas inspirada em algumas passagens da vida de John. Sem isso as pessoas podem acreditar que se trata da vida dele como realmente foi. E não foi como contam.

    O mais grave foi a escolha do ator para fazer o papel de Paul. Nada a ver com ele. Escolheu um garotinho feioso. Paul chamava a atenção pela beleza. Nunca poderia ter sido aquele menininho, que acredito ser simpático e talentoso, mas nunca seria conhecido como the cute Beatle. Eu aposto que Paul não gostou disso tampouco, mas ficou com vergonha de falar.

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  6. Homero excelente sua consolidação. Parabéns, é sempre gratificante conhecer as diferentes versões sobre a história da maior banda do planeta.

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  7. Muito bom, Homerix! Sensacional conhecer essa forma de ver o nascimento dos Beatles. Por condicionantes ímpares! Well done! Abraço!

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