Este é um post do Projeto
Neste caso específico, começo a expor a relação com o consumidor
No quesito de sobrevivência do corpo, o custo não é tão atrativo assim, pois gasta-se bastante em alimentação, já no de sobrevivência da alma, no que se refere à compulsão consumista, aí sim, bate a diferença, principalmente num período de Dólar desvalorizado. Prefiro referir-me à baixa do Dólar do que à alta do Real, que é real (!), realmente (!!). O país recebeu, em 2008, o grau de investimento das agências classificadoras de risco, mas não sei se já chegamos ao ponto de ter, por exemplo, a cotação do nosso Real listada nas tabelas das casas de câmbio, para nós, viajantes, podermos trocar nossa valorizada moeda quando lá chegamos. Nós nem arriscamos, preferimos chegar já com dólares, ou usar o indefectível cartão de crédito. Mas vai chegar o nossso dia!
Um Pouco de American Way of Life (link)em que descrevo experiências minhas e de amigos de como as coisas funcionam nos EUA, em mais de 20 textos (com acesso no link fornecido acima),
Neste caso específico, começo a expor a relação com o consumidor
.... que inveja, ....
... que saudade!!!!
Bom, ‘back to the cold cow’, a compra de coisas é muito vantajosa por lá, com preços comparativamente bem menores, em QUALQUER item que se pesquise, vestuário, eletrônicos, casa, cama, mesa e banho, até parece que nós é que somos do Primeiro Mundo. Chega a ser vexatório ver o quanto o pobre do brasileiro paga pelas mesmas coisas por aqui (em 2011, é no mínimo TRÊS vezes mais), onde temos um salário mínimo menor, e pagamos muito mais imposto de renda. É interessante este último quesito, pois aparentemente é o contrário, as alíquotas do leão brasileiro são menores, o problema é que as faixas de aplicação aqui são também muito menores, fazendo com que o assalariado aqui acabe pagando mais do que lá ... e o serviço que temos em troca, nem é bom falar!
O prazer de consumir começa quando se chega às lojas com o seu automóvel: os estacionamentos são amplos, as vagas, quase sempre em 45º, são enormes, imunes a qualquer imperícia (veja bem, não citei sexo dos motoristas!), e, o que é melhor, são gratuitos, na maioria. A exceção são as garagens de downtown. Depois, vem nos espaços internos amplos, organizados, e padronizados: se você pensa em ir numa loja ABC diferente da que você está acostumado, num bairro (neigbourhood) diferente do seu (e certamente haverá uma loja ABC em todos os neigbourhoods da cidade), você encontrará aquilo que procura no exato lugar em que encontraria na 'sua' loja.
Na America (como eles gostam de se autodenominar em sua megalomania), o cliente realmente é o rei: é o paraíso das devoluções. Mas isto é motivo do próximo capítulo, onde listarei alguns exemplos de estupefar.
O respeito ao cliente se estende também aos serviços, por exemplo, se a comida não vem do jeito pedido, não precisa aceitar, como aquele episódio que já contei no papo sobre comer fora: o ‘steak’, pedido bem-passado, chegou esturricado, depois do ‘I’m sorry!’ do garçom sem jeito, o tição foi retirado da mesa, um outro chegou algum tempo depois, no ponto certo, e, ao final, tive o prazer de ver constar na conta, não um, nem dois, mas zero ‘steak’, simplesmente não cobraram nada, para tentar compensar o incômodo. Ao menos naquele caso, parece que não se confirmou a lenda urbana conhecida como 'síndrome-do-passar-o-bife-trocado-na-tampa-da-privada', pois o dito cujo estava bem gostoso, e nem passei mal nas horas seguintes.
O temor de uma ação na justiça é enorme, aliás, não somente no comércio, mas na saúde, no lazer, até no trato social. Lá não existe, por exemplo, aquela coisa de deixar o filho na casa do amiguinho para brincar um pouquinho. Dormir, nem pensar, ‘vai que o filho do vizinho tropeça num tapete aqui de casa e quebra uma perninha, é processo na certa contra mim e meus descendentes até quinta geração!’.
Na saúde, é tudo muito caro, o custo do seguro saúde é um absurdo, as internações hospitalares custam os olhos da cara, as consultas médicas, os remédios são caríssimos, principalmente os que exigem a receita médica (super-levado a sério). Se você não tem seguro-saúde, está literalmente ferrado, e aí começa o ciclo vicioso, tipo Tostines, que é mais fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é mais fresquinho? O medo do erro médico, e conseqüente processo legal, é patente: os médicos cercam-se de uma trupe de auxiliares, que examinam você uma, duas, três vezes, fazem todas as mesmas perguntas e exames clínicos, antes do ator principal, o médico que você foi consultar, chegar, fazer uma mini-conferência com os auxiliares, fazer novamente o mesmo procedimento, e dar, quase sempre, o mesmo diagnóstico. E nem adianta você apresentar exames feitos no Brasil, eles mandam você fazer tudo de novo, afinal, ninguém acredita que exista ressonância magnética em meio aos cipós, com honrosas exceções. Uma coisa interessante sobre esses exames médicos de lá, é que, se você não exigir, eles ficam nos arquivos do hospital que os tirou, nada de disponibilzar em internet, ou lhe dar o laudo médico em papel. É difícil tirar deles. Nisso, aqui é melhor!!!
Na America (como eles gostam de se autodenominar em sua megalomania), o cliente realmente é o rei: é o paraíso das devoluções. Mas isto é motivo do próximo capítulo, onde listarei alguns exemplos de estupefar.
O respeito ao cliente se estende também aos serviços, por exemplo, se a comida não vem do jeito pedido, não precisa aceitar, como aquele episódio que já contei no papo sobre comer fora: o ‘steak’, pedido bem-passado, chegou esturricado, depois do ‘I’m sorry!’ do garçom sem jeito, o tição foi retirado da mesa, um outro chegou algum tempo depois, no ponto certo, e, ao final, tive o prazer de ver constar na conta, não um, nem dois, mas zero ‘steak’, simplesmente não cobraram nada, para tentar compensar o incômodo. Ao menos naquele caso, parece que não se confirmou a lenda urbana conhecida como 'síndrome-do-passar-o-bife-trocado-na-tampa-da-privada', pois o dito cujo estava bem gostoso, e nem passei mal nas horas seguintes.
O temor de uma ação na justiça é enorme, aliás, não somente no comércio, mas na saúde, no lazer, até no trato social. Lá não existe, por exemplo, aquela coisa de deixar o filho na casa do amiguinho para brincar um pouquinho. Dormir, nem pensar, ‘vai que o filho do vizinho tropeça num tapete aqui de casa e quebra uma perninha, é processo na certa contra mim e meus descendentes até quinta geração!’.
Na saúde, é tudo muito caro, o custo do seguro saúde é um absurdo, as internações hospitalares custam os olhos da cara, as consultas médicas, os remédios são caríssimos, principalmente os que exigem a receita médica (super-levado a sério). Se você não tem seguro-saúde, está literalmente ferrado, e aí começa o ciclo vicioso, tipo Tostines, que é mais fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é mais fresquinho? O medo do erro médico, e conseqüente processo legal, é patente: os médicos cercam-se de uma trupe de auxiliares, que examinam você uma, duas, três vezes, fazem todas as mesmas perguntas e exames clínicos, antes do ator principal, o médico que você foi consultar, chegar, fazer uma mini-conferência com os auxiliares, fazer novamente o mesmo procedimento, e dar, quase sempre, o mesmo diagnóstico. E nem adianta você apresentar exames feitos no Brasil, eles mandam você fazer tudo de novo, afinal, ninguém acredita que exista ressonância magnética em meio aos cipós, com honrosas exceções. Uma coisa interessante sobre esses exames médicos de lá, é que, se você não exigir, eles ficam nos arquivos do hospital que os tirou, nada de disponibilzar em internet, ou lhe dar o laudo médico em papel. É difícil tirar deles. Nisso, aqui é melhor!!!