Não dá pra perder 'Quem Quer Ser Um Milhonário?'!!!
O roteiro envolvente, o andar dos acontecimentos, o perfeito balanço entre tempo real e flashbacks, a atuação de todos, em todas as idades da trama, o ritmo frenético, a música marcante. Tudo isso associado a uma aula de Índia, uma realidade bem diferente da expressada na novela, a mendicância nos detalhes sórdidos, a intolerância religiosa levada ao extremo, a miséria irreversível para a pessoa comum.
E falando em Oscar, a cerimônia foi tudo de bom, em minha modesta opinião.
Na abertura, um surpreendente Mr. Hugh On Broadway Jackman arrebentando com talentos que a plebe rude não conhecia. Muito bom ver aqueles quase 2 metros requebrando a cintura e soltando a voz. Agora, cá entre nós, que bom que ele foi preterido para o papel de James Bond. Ia pegar meio mal para a lenda 007! Outra surpresa foi Anne Hattaway, alcançando um desempenho vocal perfeito acompanhando o inesperado par, com inesperados agudos.
Magnífico foi o esquema de premiação das atuações, com 5 ganhadores do passado para darem pequenos depoimentos sobre os 5 candidatos. Grandes foram as falas de ...
Whoopy Goldberg, reconhecendo como é difícil fazer papel de freira;
Cuba Gooding Jr, reclamando por Robert Downey Jr roubar um papel de um ator negro;
Robert De Niro, estranhando Sean Penn fazendo um gay após um vida de papéis 'espada';
Sophia Loren, engrossando a cachoeira de elogios elogiosos pelos elogiadores elogiadamente elogiantes à elogiadíssima, elogiável e elogiótima Meryl Streep;
Shirley McLane, dizendo, ao final do depoimento dobre o desempenho de Anne Hattaway, que ela devia cantar mais;
... e constrangedor deve ter sido Anthony Hopkins ouvir de Ben Kingsley que o Nixon de Frank Langella em 'Frost Nixon' era o melhor da história, ele que já fizera o papel de Nixon, em 'Nixon', de Oliver Stone.
Foi ótimo rever o ídolo de minha infância, Jerry Lewis, e saber de seu trabalho benemérito: sabe lá o que é arrecadar 2 bilhões de dólares para uma causa, a dos portadores de distrofia muscular, mesmo se considere que ele levou 40 anos para atingir a cifra?
Fiquei feliz que 3 dos quatro ganhadores por desempenho, atuaram em filmes que vi, coincidentmente, não tendo assistido a nenhum dos outros quatro de cada categoria:
Melhor Atriz para Kate Winslet brilhante em 'O Leitor', dando um show com sotaque alemão e tudo;
Melhor Atriz Coadjuvante para Penelope Cruz, arrebatadora misturando inglês e espanhol em 'Vicky Cristina Barcelona';
Melhor Ator Coadjuvante, póstumo, para Heath Ledger, mais que brilhante, assustador, e irônico como o Coringa em 'O Cavaleiro Das Trevas', qu eu achava ter que concorre a ator principal, posto que fez o herói Batman ficar pequenininho.
Fui dormir contente com o que tinha assistido e com os grandes momentos com a ordem de preferência acima descrita. Porém, na segunda-feira, houve uma reviravolta em meu ranking! Eu havia achado muito legal também a premiação de Melhor Fotografia, com a linda Natalie Portman acompanhada de um estranhíssimo Ben Stiller, de óculos escuros, barbudo e cabeludo. Achei engraçada sua performance, lacônica, séria, falando pra dentro, dizendo que estava pensando em mudar de profissão, quem sabe para a Fotografia. Notei que o público ria, eu também gostava, mas não enxergava o verdadeiro motivo. No dia seguinte, minha filha contou-me que ele, na verdade, fazia uma 'impersonation' de Joaquim Phoenix. Eu já ouvira que o grande ator estava abandonando a carreira para virar cantor de HipHop, tudo bem, só não sabia que ele tinha ficado meio maluco. Minha filha me contou que ele deu uma entrevisa para o David Letterman, e apareceu do mesmo jeito que o Ben Stiller apareceu no Oscar. Logo depois, ela localizou a tal entrevista no U Tube e, gente, é de rolar de rir! Acesse assim que puder! Desde então, aquela simples premiação subiu de colocação, indo rapidamente para o topo. Minha filha acha que há uma chance que o próprio Joaquim esteja interpretando aquele papel. Vamos ver!
Abraço
Homero Oscarfoliando Ventura