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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

O Último Vice-Rei da Índia

Noutro dia, Renata me lembrou de um numeral incrível.

Sempre que penso em minha ascendência portuguesa-espanhola e semblante, em especial o nariz, lembro-me que não é à toa que os mouros estiveram na Europa por muito tempo, especialmente naquelas plagas, antes das Cruzadas, e tal, mas nunca me toquei na extensão do período, e é aí que entra Renata, espantada e me pergunta: 'Pai, você sabe quantos anos os mouros estiveram lá?', eu respondo 'Muitos!', e ela, com todas as sílabas e exclamações: 'OI-TO-CEN-TOS!!!". E eu pensei, gente, o Brasil tem 500 anos.... caraca!!!

Outro período enorme que me toquei recentemente foi o tempo de duração das colônias inglesas, em especial a indiana... foram 300 anos, ou seja 60% da existência do Brasil!! E eu soube deste número logo na abertura de 'O Último Vice-Rei', que vi na NetFlix, indicado por um amigo.
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Ótimo filme! Pra quem gosta de história, imperdível! Soube melhor sobre o episódio um pouco pelo filme Ghandi, de Richard Attenborough, e algo pela biografia de Churchill, que era contra a saída dos ingleses da Índia, por achar que os indiano não teriam condições de administrar o 'sub-continente'. Quando ele perdeu seu cargo de Primeiro Ministro (incrivelmente, aliás,  após ser um herói nacional da Segunda Guerra), o processo andou, e finalmente é enviado à Índia seu último Vice-Rei, que é quando começa o filme, aliás a primeira cena já é intrigante, com os preparativos para a limpeza do Palácio Real, uma cena com um serviçal dedicado a limpar um quadro, portanto um exército de serviçais sempre à disposição do man-in-charge, representante do Rei. Ao chegarem foram recepcionados pos 300 serviçais alinhado nos balcões da espetacular abóbada do Palácio. Aliás, o Palácio Real de Nova Delhi  dá de 10 no Palácio de Buckingham.... e nunca me esqueço da reação de Michelle Obama verificar a grandeza do palácio inglês comparada à Casa Branca. 

Dicky, o apelido caridoso de Lord Mountbatten, chegou para ser um Vice-Rei diferente dos demais, até pela sua missão de entregar o governo, mas se mostrou mais preocupado com o povo, assim como o foi sua mulher e também sua filha, que logo se misturaram à população e às crianças locais. Mas a batalha deles era seria muito desafiadora. Diferentes religiões se espalhavam pelo país, os hindus, os muçulmanos, os sikhs, aos milhões, aliás às centenas de milhões, e havia diferenças que só eram resolvidas na violência, massacres eram frequentes. E havia o pleito de separação, os muçulmanos queriam a criação de um novo país, o Paquistão, formado pelos estados que tinham maioria muçulmana, até aí, tudo bem, mas e aqueles estados em que eram o percentual era equilibrado? E as fronteiras do novo país?

Então são representadas as reuniões para discutir o futuro, Gandhi, que brigava por uma Índia Unificada, Nehru, seu companheiro de lutas, e Jinnah, o líder muçulmano, e, claro, o Vice-Rei, momentos históricos, acordos escondidos, intrigas, muito elucidativo. 

Em paralelo, corre uma história fictícia sobre um guarda hindu que namora uma muçulmana, que poderia representar uma situação comum de conflito racial, as dores da separação. Notável a cena da hora em que os serviçais do palácio ficam na Índia ou vão para o Paquistão.

A destacar-se a semelhança dos principais personagens, à exceção do personagem título!! Melhor seria utilizarem o ator que fez seu papel na séria The Crown, mais longilíneo menos fofinho. Pudemos ver nas cenas ao longo dos créditos finais, a mulher, a filha, muito parecidas, Gandhi, Nehru e Jinnah, muito parecidos, foi um ótimo casting.

Um filme para se ficar pensando depois....


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