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quinta-feira, 23 de março de 2023

O Futuro pelo Ralo

Semana da Água!
Dia 22 é o Dia Mundial da Água.
Aqui minha contribuição ... papo final!!!


A ênfase de minha mensagem anterior, super detalhada (http://blogdohomerix.blogspot.com/2012/03/deixem-cuba-livre.html), foi na lavagem de louça. Procurava dar uma solução melhor para a Equação da Àgua Urbana, último termo (http://blogdohomerix.blogspot.com.br/2012/03/agua-vai-virar-commodity.html). 

Vou continuar agora. Fiquem tranqüilos que não vou ficar aqui ditando normas e procedimentos detalhados para os demais usos aquáticos. Isto aqui não é um manual. Exagerei na dose da louça, pois eu fico chocado com aquele jeito, eu diria, burro, estúpido, boçal, de agir! Vou passar pelas demais facetas do desperdício assim, de passagem.
 
O banho, aquele que é o maior gerador de desperdício de água doméstica, requer uma sugestão muito simples: use a água apenas quando precisar molhar as partes do corpo! O normal é o sujeito (a) ligar a água, no máximo, e ficar lá 10, 20 minutos com aquela água toda caindo sobre o corpo, ou direto ao chão, enquanto se ensaboa o dito cujo. Pense bem: é necessário? Há uma maneira mais simples, direta, econômica, rápida, consciente: molhe a cabeça, desligue a água, pegue o shampoo, passe na cabeça, esfregue quanto tempo quiser e só então ligue a água de novo (ih, lá estou eu com meu passo a passo, não resisti!). Depois, molhe o resto do corpo e desligue de novo a torneira, curta aquele momento de limpeza corporal no silêncio de seu banheiro, sem o barulho da água correndo, se esvaindo, sendo desperdiçada, indo embora à toa. Admire o som da esfregação explícita! Vá pensando na vida, quem sabe até cantando, e só quando acabar gire de novo a torneira. Se for mulher e tiver trocentos cremes a passar no cabelo e no corpo, repita trocentas vezes o ligar/desligar da água. É simples! Aqui, também a economia é perto de 90%. Aliás, tem casos em que é próxima de 100%, no caso dos adolescentes, por exemplo: já notaram quanto tempo aqueles seres incompreendidos demoram no banho? Trinta, quarenta minutos, às vezes! Compare com os 30 ou 40 segundos (um pouco mais, vá lá!) de água corrente que são realmente necessários. 

 Pense bem: aonde você encontra um nível de economia desses com uma simples decisão estratégica? Sei que você vai reclamar do friozinho, mas um pequeno sacrifício não mata ninguém e é muito bem-vindo. Ah lembrei de outro ponto: e o banho quentinho? É bom, não? Dá vontade de ficar sentindo a água atingir todos os meandros do corpo, que gostoso! Tudo bem que no inverno, é meio difícil, vá lá, mas no verão, faça um bem pro seu corpo: banho frio nele!!! E no inverno, faça o seguinte, pegue uma bacia e acumule a água fria que seria desperdiçada até ficar quentinha. Mais adiante, eu explico por quê! Se você agir, ao menos em parte, conforme recomendado aí em cima, você acaba o banho com a sensação do dever cumprido. E a Terra agradece!
Escovar os dentes e fazer a barba, mesma coisa: nada de água correndo o tempo todo. Liga quando precisa / desliga / segue em paz. Também aqui sugerem usar um copo com água e deixar a torneira fechada o tempo todo. Não chego ao exagero! Ainda no âmbito banheiral, as descargas têm que estar reguladas: é um absurdo o que vai embora de água a cada aliviada, seja para a Número 1 ou para a Número 2. Tem gente pensando numa medida radical, de adaptar o sistema dos aviões, de pressão zero, às residências, mas isto requeriria um enorme investimento, de mudança das instalações. Quem sabe nos novos, por vir! Enquanto não vem, faça o seguinte: lembra daquela aguinha acumulada numa bacia enquanto a água esquenta durante o banho? Jogue-a na privada na pimeira usada, que vai tudo embora, e você nem apertou aquela válvula de descarga normalmente desregulada. Às vezes, uma bacia dá pra dar duas, rapidinhas! Exagero? Pode ser, mas faz sentido!
Saindo de casa, mas não indo tão longe, tem o condomínio onde você mora. E a conta do condomínio, que você paga todo mês. Se você não é síndico, ao menos preste atenção no balancete que ele lhe manda, todos os meses. Note que a despesa com água está lá entre os 2 ou 3 itens mais caros, atrás de despesas com pessoal, rivalizando com a eletricidade e elevadores, representando de 10% a 15% dos gastos mensais, dependendo do número de unidades habitacionais. Fique de olho, converse com o síndico, observe como são lavados os queridos carros, convença-o a proibir a lavagem com mangueiras: no máximo, um ou dois baldes d’água por carro. Duas vezes por semana, pra quê? Uma vez é suficiente: um carrinho levemente empoeirado da cidade é até charmoso! Lavar garagem toda semana, pra quê? Uma vez por mês é mais do que suficiente para um chão que está lá só para sentir o peso dos carros; nem visita recebe! 

Jardins?! Espere a chuva; as plantas não vão morrer! A grama pode até não ficar tão verdinha, mas morrer, não morre. Já viu floresta morrer? Nada, sofre, fica murchinha, mas volta à vida com a primeira borrifada, logo fica viçosa novamente. Apele para a água só depois de muitos dias de estiagem.  Aos privilegiados que têm aqueles tanques de 4 metros cúbicos batizados de piscina, ou mesmo quem tem aquelas de verdade, mantenham-nas bem cloradinhas e tratadinhas, que a água pode ficar sem ser trocada por 3 meses, ou mais. 
Se não for para preservar o futuro de seus filhos e dos filhos deles, que seja para preservar o seu presente, o seu bolso: uma diminuição consistente no consumo de água pode levar a assembléia do seu condomínio (que você nunca vai!) a decidir por uma diminuição da cota condominial (que você nunca viu!). Pode acontecer! Quanto à conta, é bom também dar uma calibrada nos hidrômetros, vez por outra, esvaziando e enchendo as caixas d’água, medindo as leituras antes e depois. Eles podem estar medindo a passagem de ar: Já é duro pagar pela água, muito mais doloroso pelas volumosas bolhas de ar, que também é precioso, porém inútil neste caso!
A grande economia, entretanto, seria se todos os queridos condôminos, pais, mães, filhos e agregados agissem conforme as boas práticas da consciência aquático-ambiental. Uma boa campanha, bem humorada, que leve mesmo aqueles mais espírito-de-porco a pensarem, pode levar a uma mudança de atitude. Cada um pode fazer sua parte, como o passarinho da história do Betinho, ajudando a apagar o incêndio da floresta com o pouquinho de água que carrega no bico, em incontáveis vôos. Bom, pensando bem, a contribuição do passarinho era nula, porém muito simbólica. A nossa contribuição, já que somos um pouco mais racionais, tem um efeito muito maior que zero, e pode fazer a diferença.
Enfim, inaugurei minha fase de chato ecológico, mas, estou seguro, é por uma boa causa!  Minha próxima manobra será conseguir um posto no Ibama! (HeHeHe) 

Repito aqui:
Este texto começou com 
A Água vai virar commodity 

7 comentários:

  1. Homerix... seu manual, passo a passo como queira ser interpretado, é do racional engenheiro, que és, e convergindo, para tempos e movimentos ( da revolução industrial) e mixando tudo isto para racionalizar, um simples banho, coisa corriqueira para qualquer cidadão ou cidadana ( se chegar ao conhecimento de nossa presidenta).
    Paulus

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  2. Quanto ao banho minha sugestão é a de que se use água fria mesmo.É mais saudável e dá mais disposição.E ninguém toma banho demorado de água fria. A dica é acostumar-se no verão que quando chega o inverno fica fácil.
    abs, Amaury

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  3. Bom dia!
    Grande prazer participar do seu blog.Sou professora e sei o quanto batemos na mesma tecla sobre os problemas ambientais.Penso que repetimos muitas vezes sobre a questão dos cuidados com a água, de tanto falarmos temos bons resultados.Temos que trabalhar com nossas crianças e os pais também.
    Grande abraço
    se cuida

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    1. Oi, Mari, já estou participando do seu também. Muito bom!

      Gostaria de trocar mensagens por email.

      'Ligue' pra mim: venturahomeroventura@gmail.com

      Abraço

      Homerix

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  4. E sempre bom aprender mais para poupar a água. Detalhe: é bom também para nosso bolso. Gastando menos água também pagamos menos por ela.

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  5. Caro amigo, como profissional da área ambiental há 40 anos, posso afirmar que não apenas isso, mas tudo, absolutamente tudo, provém de uma educação deficiente bem como de valores não devidamente sedimentados. Somos uma sociedade pobre de valores e de educação nem se fala. Em fim, façamos nossa parte e tentemos ( pelo menos) educar os que nos são próximos
    Parabéns pela reflexão

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  6. Perfeito e estou 100% de acordo, vide meu comentário no texto Cuba Libre.

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