-

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Onde está o samba?!


Original de 2011! Mas o samba? Continua a lesma lerda....
_________________________________________________________
 

Foi-se o tempo em que o samba era uma grande expectativa do Carnaval o Rio. Mesmo sendo um roqueiro desde pequeno, emocionavam-me os grandes sambas-enredo do carnaval carioca. Tem alguma chance de que mude essa sina? DIgam-me os especialistas!

Onde foi parar o baticumbum contagiando a Marquês de Sapucaí? Eu nunca mais soube se há na avenida alguém mais feliz que eu. E nunca mais meu coração explodiu na maior felicidade, oxossi não mais fez  nossa gente sambar, nem se fizeram buquês de rosas musicais, nem se vê mais aquela maravilha de cenário, muito menos episódios relicários. Perguntavam como seria o amanhã, respondia quem quisesse, e eu sei o que me aconteceu, o amanhã agora é hoje e a coisa anda fraca, muito fraca, mas não sei porque.

PERGUNTO EU: quem se lembra de algum samba marcante dos últimos 10 anos?

Temos visto, sim, pela falta de coisa boa nova, algumas escolas repetindo enredos (e sambas) do passado. É o fim! Bem, quer dizer, foi bom ouvir de novo, por exemplo, aquela descrição do Brasil pela Aquarela Brasileira. Mas como dar alguma nota a enredo e samba-enredo repetido?

Vocês viram o samba que vai homenagear o Rei Roberto Carlos? Chatíssimo! Tinham um material extenso e lindo como inspiração, e fizeram uma porcaria de samba. Só vai contagiar quem não liga pra qualidade, ritmo, letra.


Neste ano, com o incêndio que inviabilizou três desfiles, talvez vejamos a garra transformar sambas medíocres em antológicos, por milagre. E os estou tachando de medíocres, mesmo sem tê-los ouvido. Contestai-me, universitários!! Tenho certeza que as comunidades afetadas farão o melhor desfile de suas vidas, tentando superar a falta das alegorias originais. Eles estão tentando reconstruir o máximo possível. Vai ser uma atração à parte.

Felizmente, temos os grandes carnavalescos a compensar a falta do samba inesquecível. Joãosinho Trinta já partiu, mas temos um condigno herdeiro, um mago nos brindando com suas idéias surpreendentes. A grande expectativa é ver o que Paulo Barros nos reservou para este ano. Em 2010, finalmente venceu o preconceito e foi reconhecido com um campeonato pela Unidos da Tijuca. (Ode a Paulo Barros aqui)

E a febre do carnaval de rua, o que se espera?  Você entra nessa onda?




Homero Querendo Samba do Bom Ventura

6 comentários:

  1. Homero

    Eu concordo plenamente com a sua críitica sobre o carnaval atual das escolas de samba. Os sambas de enredo, que deveriam o ponto alto da escola, sumiram há muito tempo. Proponho até que o título "escola de samba" seja substituído por outro qualquer, para que seja evitada questionamentos futuros, do tipo propaganda enganosa.

    Talvez estejamos sendo saudosistas, como no caso das músicas do Paul que estamos apreciando agora.

    Lembro a você que esta mudança de foco, do samba para o visual, começou na verdade lá nos anos 60, com o Fernando Pamplona, cenógrafo importante do teatro brasileiro, e seu auxiliar Arlindo Rodrigues, no Acadêmicos do Salgueiro. O ponto alto da dupla neste período foi o enredo campeão de 1969, Bahia de todos os deeuses (apoiado em um grande samba por sinal)

    O Joãosinho Trinta aperfeiçoou este modelo (ele que também era um aprendiz do Fernando Pamplona no Salgueiro) quando ele se tornou o carnavalesco da Beija Flor nos anos 70.

    De lá prá cá deu no que deu. O Paulo Barros talvez seja o seu melhor sucessor, como você pode ver no depoimento que o próprio Fernando Pamplona deu em 2007, cujo pequeno trecho transcrevo abaixo.

    "Fernando Pamplona representa o moderno e o tradicional no carnaval. Cenógrafo por formação, artista do Theatro Municipal, professor da Escola de Belas Artes, Pamplona formatou a estética atual das escolas de samba, ao misturar arte erudita e arte popular. Isso foi no início dos anos 60, no Salgueiro, onde formou, com Arlindo Rodrigues, uma geração basilar de carnavalescos.
    Hoje, Pamplona é ex-carnavalesco há trinta anos. E afina, com diapasão, o coro dos descontentes. Para as novas gerações, ele é o comentarista ranzinza das transmissões TV, o crítico severo da degenerescência das escolas de samba, o saudosista que não compreende a evolução do carnaval. As críticas que profere atualmente são as mesmas que recebia quando estava no salgueiro. Era acusado de corromper a autêntica cultura popular.
    Aos 81 anos, Pamplona diz que se cansou do carnaval. Mas bate palmas para sua mais recente estrela: Paulo Barros. Admira-o pela criatividade e pelo talento, mas o lado ranzinza não se furta a alfinetá-lo: "Ele não liga para a escola, aproveita-se dela para se promover." As semelhanças entre eles não são somente de estilo. Ambos são tachados de revolucionários; ambos, em épocas distintas, foram acusados de conspurcar o carnaval."

    ResponderExcluir
  2. É muito perigoso a gente desqualificar o que está rolando atualmente, e eu ouço bastante coisa nova e boa, tanto música brasileira quanto rock&roll, mas realmente os sambas de enredo atuais, diria das 2 últimas décadas, na minha opinião são muito fracos, e certamente as transformações sociais devem explicar isso. Não sou sociólogo, mas tenho quase certeza que as mudanças sociais ocorridas nas comunidades bases das escolas de samba, devem explicar muito, principalmente o fim da paz no morro com a dominação do tráfico. Será que com a pacificação voltaremos a ter grandes sambas na avenida? Não sei, pois além disso as escolas hoje são dominadas por grupos que se preocupam muito mais com a comercialização e a mídia do que com a nossa cultura. É ver para crer.
    Armando Bulgarow

    ResponderExcluir
  3. Oi Homero..olha eu aqui ! *;) Confesso que o que me empolga nesses últimos anos é realmente aguardar pra ver o que o Paulo Barros vai nos mostrar.Ele é incrível ! E o que me desanima muito é pensar que - apesar de fazer grandes desfiles - a Beija flor vai ganhar ou ficar em 2º ou 3º lugar. Eu acho que ela deveria desfilar sem concorrer, á que todos os jurados - todos os anos - só parecem ter olhos para ela....isso sim, enfraquece tudo.No mais , salgueirense sempre ! Bem, tenho me rendido a criatividade e nesses ultimos anos não torci por uma escola, mas sim pelo carnavalesco sensacional que o Paulo Barros é. Minha escola atualmente é ele *:) Beijos e...lembrando seu comentário ano passado sobre o Bloco do Saregente Pimenta estou super inclinada a ir, porém o tumulto me apavora um pouco. alguma dica do Homerix pra isso? *:)

    ResponderExcluir
  4. O desfile das escolas de samba está cada vez mais espetacular. Fico maravilhado com tanta criatividade nas fantasias e carros alegóricos. Por outro lado, o samba é cada vez mais pobre em letra e melodia. Seria influência do funk? Talvez tenhamos que mandar os compositores para uma verdadeira ESCOLA de samba, para reaprenderem o que esqueceram: o que é um bom samba-enredo.
    A esperança vem dos blocos que fizeram renascer o carnaval de rua no Rio. Alguns anos atrás praticamente não havia carnaval de rua. Só se dava importância às escolas de samba.
    O carnaval ficou caro e brincar nos blocos passou a ser uma opção muito mais barata do que assistir os defiles, desfilar ou ir a um baile de carnaval (isso ainda existe?).
    Talvez isso seja cíclico. Talvez as escolas de samba comecem a desinteressar o público e tenham que se reinventar. Talvez assim voltem às suas origens de Escolas de Samba.

    ResponderExcluir
  5. Homero V: Realmente a criatividade do Paulo Barros encanta a Unidos da Tijuca. Quanto ao samba, ainda temos Chico Buarque que de vez em quando faz algum, temos vários cantores que fazem sucesso no exterior (por exemplo, Alcione em Angola, há vários cantores e conjuntos que fazem turn~es pelo Japão e no Japão há muita música em lojas, shoppings e restaurantes e são jazz ou bossa nova, em igual proporção. O mais encantador que ouvi lá foi numa loja em Naha-shi, em Okinawa-jima, Noel Rosa cantado em português e todas as vezes que fui lá, havia Noel Rosa em português. Nem tudo está perdido para o samba... Brandão

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Estimado Homero ,
      -Na verdade o Carnaval acabou virando "mais um produto de exportação" . Assim o Carnaval moderno é muito mais visual que e menos romantico que em outras épocas. Como a nossa língua não tem dominancia internacional, não importa muito que dizem as letras.O que importa atualmente são as imagens, o colorido, os belos corpos e a alegria das brasileiras e as habilidades dançarinas e musicais dos brasileiros, isto vende , isto atraí o estrangeiro: as musicas as letras a isto fica em segundo plano ...não importa ..
      Um abraço e Bom Carnaval !
      MAURI

      Excluir