Nestas Olimpíadas, o horário não me permite acompanhar tudo, como eu gostaria, fazer o quê!
Felizmente, pude testemunhar uma emocionante prova de natação, com nunca antes havia experimentado: o já antológico 4x100 nado livre, em que Phelps, The Monster, ganhou sua segunda medalha de ouro. Este ano, o interessante é que apareceu um nono nadador, ecologicamente verde, o recorde mundial, presente em todas as provas, todos os estilos, na forma de uma linha que aparece de vez em quando passeando insólita pela piscina. Na maioria das vezes, o recorde aparece nadando à frente do líder da prova, e acaba vencendo, só depois chega o "segundo" colocado, e o recorde segue o mesmo. De vez em quando, ele chega em segundo, atrás do novo detentor da marca, que ajustará a presença da linha verde já na próxima vez que a mesma prova for disputada.
Mas o tal recorde sofreu mesmo foi na tal antológica prova do 4x100 nado livre! Começou já na primeira passagem, com o recorde chegando esbaforido atrás do nadador australiano, que registrou a nova marca. Como a marca da primeira passagem é considerada oficial, ela ajustou imediatamente o andamento da linha verde, ali, on line, na própria prova.
Na 2ª e 3ª passagem, o recorde ficou descansando ao lado da piscina, pois eventuais marcas mais rápidas não seriam consideradas recordes oficiais. Só que ele ficou meio distraído tomando um aperitivo e, quando voltou, na 4ª passagem, ele se viu em um surpreendente 4º lugar, e passou a piscina de ida todinha correndo atrás dos nadadores da França, Estados Unidos e Austrália. Ele nem acreditou quando ia chegando a hora de virar e viu os outros 3 já voltando pela piscina de volta, dando tchauzinho! Quando ele virou, continuou tentando, tentando, chegar ao 3º, quase perdeu a posição para o "quinto", nem percebeu o que aconteceu lá na frente, e só pôde ver (e ouvir) o Phelps berrando como um urso, comemorando a batida de seu companheiro americano, menos de 1 décimo de segundo à frente do incrédulo francês, que, por sinal, era o antigo detentor do melhor marca da prova até alguns minutos antes.
Pobre recorde mundial!
E grande Phelps (o grande problema é agüentar o Galvão exaltando o fenômeno)!
A esta altura, finalizado o 4º dia olímpico, já ganhou o seu 5º ouro, batendo o 5º recorde mundial, e o pobre recorde segue correndo atrás dele. Por enquanto, Phelps conseguiu 100% do que disputou, representando 62,5% de sua meta de 8 medalhas de ouro, o que, se alcançada, certamente garantir-lhe-á um fantástico, digamos, 12º lugar no quadro geral de medalhas, que poderá mostrar:
Aliás, neste momento, ele está em 3º lugar no quadro dourado, só perdendo para China e Coréia do Sul e empatado com ..... Estados Unidos!!!
E o país Brasil? Periga de ficar abaixo do atleta Phelps, com 5 ou 6 douradas. Afinal, dois de nossos potenciais ouros, Tiago Camilo e João Derly, infelizmente caíram no meio do caminho, no Judô; Thiago Pereira ficará muito feliz se ganhar um bronze, se tanto. Atletismo, só com muita surpresa, talvez Maurren Maggi possa confirmar o melhor índice deste ano no salto em distância.
Deveremos nos contentar com alguns dos esportes coletivos. O Vôlei Masculino vai ter que batalhar muito com alguns fortíssimos adversários que aprenderam a jogar contra nós, e o Feminino, batalhar muito com suas próprias cabeças, que historicamente têm-nos pregado peças amareladas em semi-finais e finais. O Futebol Masculino não convence (melhorou um pouquinho!) e o Feminino, também já amarelou uma vez, mas um dos dois deve emplacar. Vôlei de Praia, talvez Ricardo e Emanuel, já no Feminino, May & Walsh, véinhas, ainda estão jogando muito.
Enfim, não queria ser pessimista, mas Olimpíada é outra história, muuuito diferente de Pan-Americano, mais ou menos como escrevi à época (anexo).
Tomara, sinceramente, que eu queime a língua!!!!