Olá!!
Hoje, mais um aniversário de São Paulo (e de Tom Jobim), republico este post antigo sobre a cidade e a comparação com o meu Rio de Janeiro, atualizando alguns números.
Os primeiros 6 comentários, inclusive, são da época...___________________________________
À época da construção de Brasília, criou-se para ela o termo Novacap.
Ao Rio, que perderia a condição de capital do Brasil, atribuiram-lhe, com todo merecimento, o título de Belacap.
Com todos os fatos relatados na apresentação anexa, que título levaria São Paulo? Ricacap? Não, é um super cacófato! Então, Supercap? Ou Moneycap?
Bem, dêem que nome derem, o fato é que os fatos (!!) são impressionantes, e parecem incontestáveis. Infelizmente, uma situação bastante diferente do nosso querido Rio, hoje, 52 anos depois perder o charme do poder, ficando apenas com seu charme natural.
O triste é que certamente, em 1960, a distância entre as duas economias não era assim tão abissal. Durante a primeira década como cidade comum houve a administracão marcante de Lacerda, que dentre outros feitos notáveis, teve a visão de aterrar os mares da Baía com os morros do Castelo e de São Francisco, matando dois coelhos urbanísticos com uma cajadada só. Na década de 70, teve a ponte e a fusão, não sei de muito mais, mas de 1982 em diante, sou testemunha.
O ano em que cheguei a esta cidade maravilhosa foi o mesmo em que Brizola incendiou a campanha ao governo do Estado. Lembro-me bem do primeiro debate, quando ele tinha 2% das intenções de voto, e dizia que iria comer a diferença como se come um prato de mingau quente, pelas beiradas. E depois foi o que se viu: o mingau esfriou e governo foi desastroso. E depois vieram outros no mesmo nível ou piores, como o de Moreira Franco; e depois mais Brizola; e depois Marcello Alencar; e depois Garotinho; e depois Benedita; e depois, finalizando com chave de lata, a Garotinha.
Meu Deus! Sinto-me até culpado! Depois que cheguei, tudo degringolou...
Ao longo desses 30 anos ocorreu a deterioração que se viu, a debandada de quase toda a indústria, boa parte usando o caminho da Via Dutra. De grande segmento, só sobrou o do Petróleo (e os Biscoitos Globo...). Foi tão evidente o esvaziamento que, numa bela hora a Bolsa do Rio fechou, de tão murcha. Aliás, nesse quesito, a apresentação incorre em terrível erro, ao escrever que '... uma Bolsa de Valores que existe a 100 anos', terrível. Além de uns poucos erros geográficos (erram no tamanho de Cuba) e estatísticos (dizem que a USP é a única universidade pública não-federal), e alguns exageros ao exaltar certos luxos aos quais não dou o menor valor, a apresentação é impressionante.
Uma pena!
Eu só tenho a lamentar, mas nada a reclamar desta cidade, que me acolheu de braços abertos, e me permitiu construir minha vida profissional e formar minha família. Braços abertos como o Cristo Redentor do Corcovado, em quem me baseei para expressar minha admiração à cidade, em meu texto 'O Casamento do Rio com o Mar'. Braços abertos abençoando também a mim e à minha família, que até hoje permanece imune realidade que vemos exposta diariamente nos jornais (knock on wood, knock on wood, knock on wood).
E que siga assim....
Aceito críticas, inflamadas ou não, dos cariocas da gema.
Abraço
Homero Carioca da Clara Ventura