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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Adeus, Beto!

Madrugada de domingo, 28 de novembro, fui devastado por mensagem de meu amigo Balthar, pelo WApp...









Passado o choque, publiquei a mensagem no grupo de WApp da turma da Petrobras, e escrevi minha lembrança que tinha dele...
















Depois, fui buscar em minha mensagem de despedida uma imagem que eu sabia poder ilustrar os tais 'poucos metros' que nos separavam...














Fui dormir e ao acordar, Balthar me contava mais sobre o momento do desenlace... e passei ao nosso grupo...








Eu estive no enterro do Linard, nome de guerra na Petrobras, que conheci como Beto Pavuna, há 40 anos.

Quando combinamos, eu e Balthar, consternados, de irmos ao velório, logo cedo no domingo, ele se lembrou de ligar para o João Vicente, companheiro de 'baba' desde o início de todos nós em Salvador, quando nem pensávamos que faríamos uma carreira tão longa na Petrobras, que, aliás, terminou exatamente no mesmo dia para mim, Balthar e Linard. Aqui, nós três em minha festa de despedida, em setembro de 2016.

Fomos em meu carro. Rolaram lembranças mil do querido amigo, no caminho para Sulacap. Balthar contou que por volta das 20 horas de sábado, ele trocara com nosso amigo felizes comentários sobre o acontecimento do dia, a derrota dos rubronegros.... Beto estava feliz ... uma hora depois houve o desenlace....

Ao chegarmos ao velório, Jorge RA estava lá também. 

A família estava muito emocionada. 

Todos, TODOS da família, viúva, filhos, genro e netos, envergavam o manto sagrado do Botafogo, inclusive nosso amigo, que também era coberto com a bandeira do Glorioso. 

A cerimônia de passagem foi linda. 

Após as palavras de encaminhamento de familiares e amigos, com o filho muito emocionado dizendo que o pai foi embora num momento muito feliz: na semana em que seu Botafogo foi campeão, relaxava na varanda, tocando seu violão, ao lado de seu querido cão.

Fomos então convidados a permanecermos na parte anterior da capela, deixando o caixão solitário, ainda aberto, na parte posterior.

Portas automáticas isolaram o caixão, transformando-se em enorme telão à nossa frente, enquanto blackouts desciam, também automaticamente por sobre as janelas laterais, provendo um ambiente bem escuro.

Após um momento de silêncio, invade o ambiente o 1º movimento da linda Suíte n.1 de Peer Gynt, obra-prima de Grieg.


Embevecidos pela música, percebemos a 'abertura' eletrônica das 'cortinas', desvendando uma sequência linda de imagens da natureza, campos, vales, mar e montanha, aves planando, e isso dura alguns minutos. 

Ao final, vem um agradecimento ao homenageado e aparece uma linda montagem de quatro enormes fotos de nosso amigo, em momentos felizes junto a sua querida família e a seu querido cão. 

Todos desabamos em lágrimas...





Quando a luz natural foi restabelecida,  o caixão já nos aguardava, já fechado, e seguimos rumo à pousada eterna, nos lindos gramados do Jardim da Saudade. 

Ao ser baixado o caixão, o filho puxou o Hino do Botafogo, acompanhado por quem o conhecia. Logo após, irromperam derradeiras palmas!!

Acho que pode ter acontecido uma coincidência cósmica... não olhei no relógio, mas imagino que, tendo o cortejo saído da capela por volta das 15:30 ou um pouco mais, imagino que o caixão tenha descido por volta das 16:00 hs.... enquanto do outro lado da cidade, no Estádio Newton Santos, botafoguense da maior cepa, o povo presente fazia um minuto de silêncio em nome de torcedores que se foram, dentre eles, nosso Carlos Alberto Linard. 

Posso ter viajado, mas quero crer que aconteceu assim.... 

Uma benção final...

Vá em paz, amigo!!





5 comentários:

  1. Justa homenagem. As pessoas que passam pelas nossas vidas e deixam marcas positivas, com exemplos de dignidade, criam vínculos para a eternidade.

    Que o bom Deus conforte os familiares e amigos. 🙏🙏

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  2. João Vicente Gonzalez Maceira30 de novembro de 2021 às 16:29

    Parabéns, Homero!
    Muito bonito e completo o seu relato.
    Obrigado por dividir com os nossos companheiros do CEP-81 e demais inúmeros amigos que ele fez ao longo de sua brilhante existência (Macaé, Rio de Janeiro, ..., etc) este momento de despedida do nosso saudoso Beto Linard.
    Você conseguiu passar muito bem - apesar do contexto triste de despedida devido à nossa humanidade - toda a beleza e a emoção desta passagem!

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  3. Amigo Homero, parabéns pelo lindo relato da despedida do nosso Linard. Tive a oportunidade de conviver com ele na Dirol em Macaé , nos gramados do C30 e nos encontros dos Amigos J&B e essa despedida ficou do tamanho do coração dele. Você foi muito feliz! Forte e fraternal abraço!!!

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  4. Caro Homerix. Fiquei muito feliz e emocionado com essa sua homenagem ao Linard. Um texto que traduz a inspiração despretenciosa de um verdadeiro amigo, transformando essa passagem em mais um momento ímpar que nunca será esquecido, como tantos outros que fizeram parte da sua convivência com o homenageado.

    Parabens....

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  5. Convivi profissionalmente com o Linard em Macaé, eu no Reservatório, nos campos de Badejo, Linguado, Trilha e Pampo e ele na DIROL. Eventualmente nos encontrávamos nos "babas" ele um craque, com o seu porte avantajado, mas de toque refinado. Era uma grande cara. Perdemos muitas pessoas especiais nesses 2 anos. Uma pena o Linard ter passado incólume pela pandemia e vir a falecer de uma doença que poderia ter sido detectada à tempo e evitado essa tragédia para a família e amigos mais chegados.
    Não sabia que fizeram parte da mesma turma de CEP. Fiz parte do CEP 79-II

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