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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sete dias com Jackie

Dentre os eventos que me recordo fortemente de minha infância profunda (ver link), a morte de Kennedy foi o mais traumático!

Note o detalhe da mão!!!
Fui então ver com muita curiosidade o filme Jackie, pelo qual Natalie Portman está concorrendo a seu segundo Oscar (o primeiro foi por Cisne Negro - link)! Não sabia do período percorrido da história da vida dela no filme, e fiquei feliz com a decisão do roteirista! Não foi sobre a vida de Primeira Dama, nem chegou ao segundo casamento, com o milionário Onassis! É apenas UMA semana!! Sim, a semana imediatamente após o assassinato de seu marido. E os flashbacks remontam apenas ao começo do mandato, quando ela já encantava a todos, mostrando como era a Casa Branca, menos de dois anos antes, ainda meio sem jeito com o trato público. 

Jacqueline Bouvier Kennedy encantava porque tinha porte, era bonita e inteligente, e chegava à Casa Branca com duas crianças de 5 e 2 anos. E ainda teve uma gravidez completa, porém seu filho Patrick nasceu morto, para comoção nacional!! Ninguém jamais se esqueceu do pequeno John John batendo continência para o caixão do pai.

Eu não me lembro da voz de Jackie, mas a ver como Natalie a interpretou, devia ser meio irritantezinha e afetada e arrastada. Até por isso, atesta-se a qualidade da atriz, que não teria porque fazer aquele estilo se não fosse para simular a realidade, não é mesmo...

Gostei muito de acompanhar as decisões corajosas que ela teve que tomar quanto ao funeral, peitando inclusive os chefes de Estado (DeGaulle, nominalmente), que estavam a temer por novos atentados. E por decidir caminhar centenas de metros, acompanhando o féretro! Segundo li outro dia, Jackie trouxe à Presidência o que ela nunca tivera ... Majestade! ( e agora, temos que aguentar outro rei, o da baixaria, naquela mesma branca casa).

Quase no fim do filme vem o flashback com a cena dos tiros, com Jackie pulando atrás dos pedação de cérebro do marido, muito impactante e bem-feita .... queria replay, mas não teve!!!

Sobre as semelhanças com a vida real, um gol e um derrota: John Kennedy está muito parecido, já seu irmão Bobby parece uns 15 anos mais velho. Decerto que podiam ter encontrado um melhor...

O filme não é uma unanimidade nem aqui em casa, mas eu gostei muito. Gostei de presenciar um pouco da Camelot moderna, e de descobrir que fora um mito criado pela própria Jackie, e não por Jack, seu marido!



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

La La Land e Estrelas Além do Tempo


O musical 'La La Land', do original 'LaLa Land', deve abocanhar muitos Oscars, pela qualidade das músicas, das interpretações, das coreografias, mas também pela direção, pela fotografia. A dança inicial com um plano sequência perfeito é sensacional (PS=rodar sem cortes) e a cena do planetário em que os pretendentes saem voando e dançando valsa pelas estrelas é de uma leveza incomensurável.

O roteiro é simples, chega a ser piegas, por conta daquele história de 'nunca desista do seu sonho', enfim, mas é bem conduzido e a seqüência (vou usar trema até que me proíbam, o blog é meu e eu escrevo como achar correto!) final, com uma possível alternativa foi perfeita.

Emma Stone e Ryan Goslin são os namoradinhos da América... já é a terceira vez que atuam juntos, e atuam muito bem. São as estrelas do momento...

E FALANDO EM ESTRELAS

'Estrelas Além do Tempo', do original 'Hidden Figures', conta a história de três mulheres negras, na segregada América de 1961, época em que a Rússia lançava Yuri Gagarin ao espaço e a Nasa lutava para conseguir o mesmo. Uma delas é uma matemática gênia, fundamental na operação bem sucedida com John Glenn, uma segunda é responsável por fazer os novíssimos computadores mainframe da IBM funcionarem na agência espacial, e uma terceira (talvez tenha sido romanceada sua relação com as outras duas, para dar mais consistência ao filme porque o feito dela é fora da Nasa) se torna a primeira negra a ser admitida em escolas de engenharia de brancos.

Elas são as 'figuras escondidas' do título em inglês, pois nunca se ficou sabendo de seu papel, antes desse filme .. quer dizer, recentemente elas foram condecoradas por Obama, e emergiram do anonimato, todas na casa dos 95 anos de idade e bem vivinhas!!!

O grande valor do filme é relembrar o absurdo que era a segregação da época, quando brancos e negros não se misturavam, Cenas marcantes pululam no filme, com destaque claro, das várias vezes em que Catherine, a matemática, tem que mudar de edifício, porque o dela não tinha banheiro para 'Colored' como eles chamavam os hoje denominados afroamericanos!!!

Ah, sim, tem Kevin Costner, muito bem no papel do matemático chefe!!

Muito bom mesmo!!