Este é o segundo, programa mensal especial do Submarino Angolano, em que Virgínia Abreu de Paula nos conta sobre suas experiências com os Beatles.
Ela tem hoje 77 anos e viveu Beatles na veia, e tem muita história pra contar!
Clique no play verdinho acima e se quiser leia o que acontece aqui abaixo
Para ver o 1º episódio, clique aqui!
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São eles, Os Beatles! (começa a introduzir o Comandante Paulo Seixas!)
Para muitos da nova geração, estão a conhecê-los agora, mas muitos conheceram na época. E nós temos encontrado aqui os testemunhos de pessoas, jovens, que são jovens há bastante tempo, há mais tempo que alguns dos outros, e esses jovens têm trazido seus testemunhos. No mês passado, nós tivemos aqui um novo membro de nossa tripulação, então, a nossa madrinha VIrgínia Abreu de Paula, de Montes Claros, Minas Gerais e no mês passado ela nos contou como é que ela viu, em 1964, em maio de 1964, quando ela pela primeira vez viu uma fotografia dos Beatles, com aqueles fatos sem gola, estilo Pierre Cardin e a reação dela, da família, também do pessoal de casa, toda a gente a estranhar muito. Acompanhamos com muito gosto a descrição que a nossa Madrinha, Virgínia Abreu de Paula nos fez, sobre aquelas franjinhas, aqueles olhares caídos, os comentários da família, que achavam que eles talvez fossem atores e não cantores, mas passaram alguns dias, nem foi alguns dias, apenas algumas horas, e a querida Madrinha, a senhora Dona Virgínia Abreu de Paula, mas que é nossa Madrinha, Virgínia, a Madrinha do nosso Submarino, ela acabou por ouvir a música e nem sequer ouviu o locutor, ela percebeu logo que aquela música, era uma música dos Beatles. Ela vai nos contar tudo agora, são 10 minutos de descrição maravilhosos, sobre a 1ª vez que a nossa Madrinha, Virgínia Abreu de Paula, ouviu uma música dos Beatles, lá em 1964.
Acorde inicial de A Hard Day´s Night
Trechos de in My Life
Olá, ouvintes da LAC!
Sou Virginia de Paula, de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, no Brasil, e estou aqui para o segundo episódio da série “ The Beatles, In my Life”. Agradeço a todos que se manifestaram sobre minha estréia quando falei sobre a primeira vez que vi uma foto dos Beatles. Hoje vou falar sobre a primeira vez que os escutei pelo rádio.
Sons de rádio buscando estação e pára em
Ritmo da Chuva - com Demétrius...
Mais sons de rádio, e pára em
Dominique - com Giane
Mais sons de rádio, e pára em
Pombinha Branca - com Silvana
Mais sons de rádio, e pára em
O Relógio - com Adilson Ramos
Mais sons de rádio, e pára em
Queria - com Carlos José
Mais sons de rádio, e pára em
Rua Augusta - com Ronnie CordMais sons de rádio, e vem a Madrinha
Estou no mesmo dia, isto é, 21 de maio de 1964. Como todas as tardes, vou para o quarto ouvir música. Ligo o rádio.
Entra I Want To Hold Your Hand, com The Beatles!
Estão tocando, algo totalmente novo. Não apenas uma música nova. Som novo. Algo bem diferente do que eu costumava ouvir. Concluo que seriam os Beatles cantando.
--- segue
Vou correndo para a sala procurando minha Irmã.. E grito para ela.
“Corre aqui! Os BE - A - TLES estão cantando...” (RISOS)
Sim, eu falava BE-A-TLES, do jeito que se escreve.
Ela vem correndo, com nova crise de riso. Quem me ouviu antes, sabe que ela ria sem parar vendo a foto. Pois riu ainda mais ouvindo “ I want to hold your hand”. Teve de escorar na parede para não perder o equilíbrio.
E eu? Impressionada.
Aqui, cabe uma explicação para os ouvintes que nasceram bem depois. Hoje, quando escutam essa música, gostam dela porque é boa mesmo. Mas naquele tempo era mais que boa. Era REVOLUCIONÁRIA! Completamente diferente de tudo que eu já tinha ouvido antes na música. O som era novo e tão agradável para meus ouvidos. E, apesar de ser tão nova, tão original, sem a menor semelhança com nada ouvido antes por mim, alguns trechos me pareceram conhecidos... Como se já tivesse ouvido antes, em algum lugar. Que coisa misteriosa!
A música acaba. O locutor diz algo como
“Vocês ouviram, The Beatles, o conjunto de maior sucesso no mundo no momento.”
Valéria tem outra crise de riso, porque ela também falava o nome errado. Aprendemos a pronúncia certa.
E aí, vem também a certeza que eram eles mesmo cantando. –Você não sabia? Pergunta minha irmã. Não, porque quando liguei já tinha começado. Mas tinha de ser. O som é a cara deles! Ninguém mais, só eles, poderiam cantar desse jeito”, foi minha resposta.
A partir daí tenho de buscar por eles cantando diariamente. Descubro que, na Bandeirantes e na Mayrink Veiga eles estão no "Telefone Pedindo Bis", e no "Peça Bis pelo telefone". Sempre pediam bis. E eu, com caderno e lápis tentando pegar a letra. Meu inglês era bem fraco, inglês de escola comum. Vou me divertindo com isso.
Oh yeah I’ll tell you something, I think you understand..
Claro que entendi. Fácil, não é?.
When I say that something...I wanna?
Aí me embatuquei. Que wanna seria esse? Os locutores falavam want to hold your hand. E eles dizendo de outro jeito. Esse wannaa era novidade. Mas pego muita coisa.
Please, say to me. Let me hold your hand....
And when I touch you I feel happy inside, It is....nao sei o quê feeling...não sei o quê, I can’t hide.
Certo. Ponto para mim, pois entendi corretíssimo. Melhor que Bob Dylan que jurava ser I get high!
Dia seguinte, escrevo uma carta para meu outro irmão, que sabia de tudo, querendo esclarecimento sobre o tal wanna. Vem a resposta. Wanna, o mesmo que want to. Apenas juntam as duas palavras, formando uma nova. Parecendo coisa de mineiro.
Chegam mais revistas com novas fotos deles, mas não chegam novas músicas. Tocam apenas I Want To Hold Your Hand. Até o dia 27. É quando ouço She loves you. E é o que vou recordar no mês que vem. Aguardem.
I Want To Hold Your Hand na íntegra!!!
E agora o meu abraço para todos ouvintes do Submarino Angolano. Até breve.
Obrigada. Vou compartilhar agora. Fica muito bom assim lendo e ouvindo. Estar no melhor blog do mundo é uma benção.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirArmando Bulgaro