Esta canção abre o Lado B do 1° LP do Álbum Branco
a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 19 canções com DR com Garotas
as demais 18 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho
são links que levam a análises sobre elas.
9. Martha My Dear (Dtr Girl Song by Paul McCartney)
Paul discute "Martha, minha querida, você sempre foi a minha inspiração, por favor, seja boa comigo, Martha, meu amor, não se esqueça de mim, Martha, minha querida"
Quando Paul deixou de viver 'de favor' na casa dos pais da namorada Jane Asher, e abriu o bolso para se mudar para sua primeira (de muitas) propriedade, uma ótima casa em Cavendish Street, muito próxima dos estúdios de Abbey Road, em 1966, ele enamorou-se de outra garota, uma sheep dog, a quem deu o nome de Martha, seu primeiro animal doméstico. Quando estava em seu retiro na Índia junto com o companheiros já em 1968, ele pensou nela, e escreveu no papel "Martha, my dear" e "silly girl", mas não escreveu nada além disso. Só lá perto do final das gravações do Álbum Branco, ele transformou Martha numa silly girl, humana, e escreveu uma letra inteira de DR com ela. A única parte da letra que poderia ser direcionada a um animal é na Ponte 1 (na segunda vez em que aparece) seria "Hold your hand out, you silly girl, see what you've done", tipo "dá a patinha" e "olha a bagunça que você fez". Todo o resto da letra é direcionada a uma garota de verdade, hipotética, ou não. Ademais, se fosse dirigida a um cachorro, seria desnecessário o apelo "Don't forget me!!": um cachorro JAMAIS se esquece de seu dono! Escolhi esta foto, dentre as centenas que existem da linda cadela de Paul, pois assim, John aparece nesta análise, já que não contribuiu com NENHUMA letra, NENHUM som, fosse voz ou instrumental.
A canção vem com quatro versos, sendo dois instrumentais e dois com letra, e duas pontes, coisa rara na carreira Beatle, uma delas repetida. Entendendo, o verso é o que tem a melodia principal, e a ponte é uma melodia secundária, que 'leva' um verso a outro, só que no caso, a Ponte 1 'leva' a uma Ponte 2, com uma terceira melodia, que por sua vez 'leva' a um outro verso, instrumental, e depois, volta a Ponte 1, para 'levar' ao verso final. E os versos aqui, ou a melodia principal, são mais curtos que as pontes, normalmente é o oposto. Normalmente, eu separo estas minhas análises em letra e música, mas aqui, vou fazê-las concomitantes.
A gravação de Martha My Dear foi fora do padrão de outras do mesmo álbum, pois empregou pouquíssimo tempo de estúdio, mas isso devido a um trabalho prévio. Paul preparou uma demo da canção ao piano, entregou a George Martin e encomendou um arranjo de cordas e metais, aqui e ali, assim e assado. Então, no dia 4 de outubro, Paul, George e Ringo foram cedo ao estúdio (Trident, não EMI), e gravaram, rápida e primorosamente, uma base, com piano, guitarra e bateria, respectivamente. Mais tarde, após um tempo dedicado a outra canção, entraram os instrumentistas, sendo 6 dos metais e 8 das cordas, receberam as pautas de George Martin, receberam as orientação de Paul e George, e acabaram tudo o que precisava ser feito naquela mesma noite. No dia seguinte, apenas Paul veio para gravar seu vocal principal e sua magistral linha de baixo. Aqui, uma palavra sobre o belíssimo piano de Paul. Ele já era o melhor pianista entre os quatro Beatles (depois, John, depois George, depois, Ringo), sempre acompanhando um vocalista, com muito brilhantismo, mas aqui foi a primeira vez que fez um piano solo, com igual esmero, depois de muita prática em casa. Vamos à análise, passo a passo, peça a peça!
Trident Studios - Martha My Dear - Metais
1. O piano começa sozinho a canção, com o primeiro verso instrumental, em que faz a melodia do vocal na primeira frase (até o equivalente ao "be good to me", e depois uma variação, um floreado diferente do vocal, na parte final do verso ("conversation" ou "inspiration").
2. A voz de Paul entra no segundo verso, com o mesmo piano, mas com violinos e violas dobrando as notas do piano, ipsis-"nottilis", e violoncelos marcando.
3. Aí, vem a Ponte 1, ("Hold your head up, you silly girl") com violinos em staccato, junto com piano, mas com o auxílio luxuoso da maravilhosa dupla tuba/trombone a cada dois tempos, magistral, e um flugelhorne ao final, junto com o "silly girl".
4. Ele introduz a Ponte 2, que traz, finalmente, os outros dois Beatles, George na guitarra marcando devagar no começo e acelerado no final ("were meant to be"), e Ringo num tempo 2/4 estilo polka, até quase o final quando dá um break, e uma virada, enquanto ao fundo, trompas e trompetes acompanham, com cordas aparecendo aceleradamente junto com a guitarra, uma riqueza!
5. Aquela mesma linha no flugelhorne introduz agora um verso instrumental, onde uma trompa faz a melodia de Paul e dobra o floreado do piano, tudo acompanhado por palmas marcando cada compasso, note o atraso no meio do verso, e Ringo aparecendo só no final, com uma virada.
6. A Ponte 1 agora é repetida, com uma leve mudança na letra "Hold your hand out" e a presença de um trompete agudo em nota única em sua primeira metade.
7. O verso final, em que Paul fala que a cadela, digo, a garota, sempre foi sua inspiração, e pede pra ela ser boa pra ele, vem com a mesma instrumentação do primeiro verso vocal, com a diferença dA uma linha de baixo que é dobrada artificialmente (Authomatical Double Tracking), e estendida ao final, nota a nota, acompanhando a conclusão das cordas!!!
É bom ou quer mais?!
Ok, tem mais, graças a The Analogues, tem sempre mais. É uma gravação de um espectador, de longe, ma dá pra perceber o apuro dos instrumentos entrando em cada uma das 7 peças da canção. Neste LINK!
Uma das minhas favoritas do álbum branco... simples e direta sem firulas! agradável, bonita e mostrando um Paul muito inspirado!!
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ResponderExcluirVocê saberia dizer porq eles gravaram no Trident Studios? Sei que eles gravaram várias músicas lá. Será que o EMI estava ocupado na ocasião, ou algo do tipo? Amo essa música e amo a sua análise sobre elas. Parabéns pelo trabalho, não pare nunca!
ResponderExcluirVocê saberia dizer porq eles gravaram no Trident Studios? Sei que eles gravaram várias músicas lá. Será que o EMI estava ocupado na ocasião, ou algo do tipo? Amo essa música e amo a sua análise sobre elas. Parabéns pelo trabalho, não pare nunca!
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirExcelente!!
ResponderExcluirAdoro essa canção, acho bem fofinha, há quem diga que foi feita pra Jane Asher, mais eu prefiro acreditar que foi pra cadela do Paul. Hehe.
ResponderExcluirPaul fica muito sentido quando duvidam que ele realmmente para sua cachorra. Ele ama os animais, é um defensor deles. Portanto não o menor motivo para duvidar de quem foi a musa inspiradora. Quem tem animais em casa sabe que falamos com eles. E muitas vezes pedimos para que não nos esqueçam. Sei disso porque faço isso sempre! Para nós que amamos os animais eles são como humanos. Conversamos com eles como falamos com pessoas. Nâo estamos nem aí para o que pensam, ou que a ciencia já disse que animais não esquecem. Falamos assim por amor quando estamos longe deles. Paul estava na India e sentia saudades. Não há motivo algum para duvidar da palavra de Paul quanto a essa música.
ResponderExcluirSó completando...Vejo esse comentário sempre e Paul também já viu. Por isso sei que ele não aprecia e garante ser para a cachorra. E ela bem que merece. Linda Martha. Paul, ao contrário do que muitos pensam não imagino o motivo, é um homem que tem uma mente aberta. Ele é daqueles que só pensam em mulheres como querem que ele seja. Ele vai além disso e já provou isso muitas vezes nas suas músicas e ações. Nâo e um ser vazio.
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